Somos profetas em nome de Deus
Oliveira
Proposta de Homilia para o 4.º Domingo – ANO B
Irmãos, a palavra “profeta” sobressai nas leituras de hoje. Talvez alguém se admire ouvindo dizer que nós somos profetas, mas esta é nossa ientidade.
- Profeta: Moisés, guia do povo.
Primeira leitura
Na primeira leitura vemos Moisés a falar ao povo, dizendo: O Senhor teu Deus fará surgir no meio de ti um profeta como eu”. Moisés foi o grande profeta de Israel, que manteve a fé do povo no Deus único e verdadeiro, e defendeu a lei dos dez mandamentos. Os profetas foram os guias espirituais do povo de Deus. Moisés, com as palavras “Deus fará surgir no meio de ti um profeta”, anunciava a vinda futura do Messias, Jesus, o libertador da humanidade.
Por que é importante a missão de profeta? Porque Deus disse a Moisés: “Porei as minhas palavras na sua boca, e ele, o profeta, lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar”. O profeta é “Uma pessoa escolhida por Deus, chamada para ser a Palavra viva, no meio das pessoas”[1]. É grande a vocação de profeta. E nós, escutando os profetas, escutamos Deus: os profetas da Bíblia e os profetas da Igreja: o Papa, os bispos, os anunciadores de Deus.
- Profeta: Jesus e a Igreja.
Evangelho
São Marcos revela-nos a imagem de Jesus como Profeta libertador. Encontrava-se na sinagoga um homem, com alguns males, que o evangelista chama espírito impuro. E quando Jesus começou a ensinar, o homem reagiu, e ouviu-se esta voz: “Tu és o Santo de Deus”. Jesus voltou-se para o doente e ordenou ao espírito mau: “Cala-te e sai desse homem.” E o doente ficou curado. As pessoas abriram os olhos e reconheceram Jesus como Profeta superior, a iniciar a sua vitória contra o mal. E diz-nos São Marcos: “Ficaram todos admirados…… até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-lhe”. Jesus, profeta libertador.
O mundo precisa de libertação. E é papel da Igreja realizar a libertação dos males do mundo, não pelas suas forças apenas humanas, mas pela sua união com Cristo e no Espírito Santo. Recordamos como o Papa Francisco, na visita ao Chile, há alguns anos, se referiu à guerra atómica de 1945. Mostrou a foto de um menino que levava às costas o irmão que tinha morrido. Foto que impressiona e comove; pode-se ver na internet[2]. Irmãos, as opressões, guerras e males devem dar lugar à verdade e à paz.
Irmãos, os jovens precisam da Igreja e a Igreja precisa dos jovens. Recordamos a Exortação Apostólica acerca dos jovens, “Cristo vive”. “Cristo, nossa Esperança, está vivo e é a mais formosa juventude deste mundo”.
- Profeta: livre para os interesses do Senhor.
Segunda leitura
Lembra o Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Alegria do Evangelho” (n. 111): “Todo o povo de Deus anuncia o Evangelho”. Este pensamento do Papa mostra-nos a nobreza de sermos cristãos.
São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, que hoje escutamos, reconhece o valor de quem se consagra ao senhor vivendo o celibato: “Quem não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor”. Ele reconhece que celibato é um caminho para se dedicar de alma e coração ao serviço de Deus.
Irmãos, alegramo-nos com a nossa identidade profética, para mostrarmos com a vida o rosto salvador de Jesus Cristo.
P. António G. (SDB)
[1] cf. Dehonianos, comentário deste domingo,
[2] Google: Menino japonês levando o irmão morto