SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
Oliveira
Sugestão da homilia para a SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS - Ano A - 2023
Santidade, vocação de todos nós
Domingo, 1 de Novembro de 2023
Irmãs e irmãos, uma saudação amiga para cada um de vocês, com votos de alegria e paz nos corações. Na solenidade de Todos os Santos perguntamos: o que significa para nós esta celebração?
1 – Um grande convite para sermos santos.
A Igreja dá-nos um grande ensinamento: Jesus Cristo chama cada um de nós à santidade. Isto, durante a nossa vida, pois ser santo consiste em seguir com amor a Jesus Cristo, na vocação de cada um: casados em matrimónio, consagrados na vida religiosa, ordenados no sacerdócio, ou noutra forma de vida com Cristo. Os santos são os que já se encontram no Céu, e os que na terra são fieis a Jesus. A "vocação universal à santidade" está muito clara no Concílio Vaticano II (Constituição sobre a Igreja, cap. 5).
Isto pode indicar-nos a primeira leitura do Apocalipse de São João: “Uma multidão imensa, que ninguém podia contar. Estavam vestidos de branco, diante do trono e na presença do Cordeiro”. Ou seja, as pessoas santificaram-se por meio de Jesus, Cordeiro imolado: Jesus, pela sua Paixão, morte ressurreição. Dizemos na missa: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Nós valemos muito. Um grande preço: a morte e ressurreição de Cristo.
- Santidade, para ver Deus face a face
O apóstolo São João na sua primeira Carta (3, 1-2), diz-nos algo de maravilhoso: “Seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é”. Palavraras semelhantes diz-nos o Apóstolo Paulo, na Carta aos Coríntios: “Veremos Deus face a face” (1 Cor 13,12). Estas leituras abrem-nos o mistério dos que foram santos, e conseguiram a vida gloriosa com Jesus. A fé dá-nos luz sobre o nosso presente e o nosso futuro.
- Motivos para a santidade, e as bem-aventuranças.
“Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai do Céu”, disse Jesus (Mateus, 5, 48). A nossa vida só tem sentido se for uma vida de santos. A nossa vocação principal é sermos santos. Vemos isso também na Carta de São Paulo aos Efésios, que diz assim: “Bendito seja Deus… que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais… Nele nos escolheu antes de criar o mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor” (Efésios 1, 3-4). Escolheu-nos antes de criar o mundo… Para sermos santos. Pensamos na verdadeira identidade do cristão: a santidade.
Conta-se que o Imperador César Augusto tinha um súbdito com o mesmo nome de César, mas com uma vida pouco regular, que não agradava ao imperador. Disse-lhe este: ou muda de vida ou muda de nome. Assim, o cristão merece o nome de cristão se a sua vida estiver de acordo com o nome de Cristo.
Qual o caminho para a santidade? As bem-aventuranças. São Mateus divide o seu Evangelho em cinco discursos (a saber: as Bem-aventuranças; a missão dos apóstolos; o Reino de Deus; a vida da comunidade; a vinda final do Filho de Deus). Hoje estamos diante do primeiro discurso: o sermão da montanha, sobre as bem-aventuranças.
Jesus chama feliz ao pobre, ao que sofre, ao faminto de justiça, ao misericordioso, ao puro de coração, ao promotor de paz, ao perseguido por ser cristão. A primeira bem-aventurança é para os pobres em espírito. Que significa esta bem-aventurança? Eu penso que Jesus não exige ver-nos pobres; nem nos ver sofrer; nem nos ver perseguidos; então? Jesus quer que nos entreguemos a Ele confiadamente como sendo pobres, porque precisamos sempre d’Ele. É pobre em espírito aquele que procura a educação dos filhos; aquele que presta serviço na Igreja; aquele que faz apostolado; os que evangelizam e dão catequese. As bem-aventuranças: o caminho da nossa santidade. E os sacramentos são meios da nossa união com Deus
Assim nos anime o Senhor a compreender a nossa vocação cristã, num caminho de alegria, de fé, e de serviço aos irmãos.
Pe. António Gonçalves, SDB