Solenidade da Santíssima Trindade
Oliveira
Proposta de Homilia para a Solenidade da Santíssima Trindade – ANO B - 2021
Deus próximo de nós
Irmãos, conhecemos como é Deus? Ele é apenas o Senhor do Céu e da terra? Procuremos ver como Deus se manifestou, neste dia da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo”. É o centro da vida cristã.
- Deus de relação connosco
Primeira leitura
Podemos ver Deus na história do Antigo Testamento. Moisés revela-nos Deus não distante, e próximo de nós. Assim falou este patriarca: “Que povo escutou como tu a voz de Deus a falar do meio do fogo”? Deus falou e o povo escutou, é sinal de que é amigo, está perto de nós.
Mostrou também que Deus escolheu esse povo: “Qual foi o Deus que escolheu para si uma nação… como fez por vós?”. Assim mostrou Deus o seu amor pelo povo que escolheu.
Outra experiência importante: Deus é único. Assim falou Moisés: “Considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, e não há outro”.
Deus tem relação connosco, está próximo, está atento aos nossos problemas. Deus amor.
- Deus acolhe-nos como seus filhos
Segunda leitura
Na Carta aos Romanos, diz-nos São Paulo: «Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: “Abá, Pai”». Somos filhos, e herdeiros, acrescenta São Paulo. Herdeiros de qual herança? “Com Cristo seremos glorificados”. Deus não desiste de nos acompanhar e de oferecer à humanidade a vida plena.
- Deus, Santíssima Trindade
Evangelho
São Mateus relata-nos o encontro de Jesus ressuscitado com os Onze, na Galileia. Aí deu-lhes orientações, e revelou a Santíssima Trindade: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. E neste mandato, está implícito que o discípulo aceita o convite para se vincular à comunhão com Deus, Santíssima Trindade. Os discípulos são enviados a anunciar este mistério do amor de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.
Foi Jesus que nos deu o conhecimento da Santíssima Trindade. Conhecemos o rosto de Cristo através dos Evangelhos e do Novo Testamento. Jesus, Filho de Deus, Salvador, Libertador.
Temos uma informação fora da Bíblia, que é uma suposta Carta do governador da Judeia, Publio Lentulus, ao imperador Tibério Cezar, de Roma. Umas linhas dessa carta: Jesus “Tem a sua cabeleira… que desce até aos ombros, tinge-se de um louro claro e brilhante…A sua barba da mesma cor da cabeleira, e encaracolada, não longa, é também repartida ao meio. Os seus olhos têm um brilho de raio de sol; [Ele] até nos rigores é afável e benévolo. A sua Mãe é a mais bela mulher das mulheres que já se viu neste país… Dizem os hebreus que [Ele] nunca desgostou ninguém, antes se esforça por fazer toda a gente venturosa”. Um retrato de Jesus nesta carta.
Jesus acolheu os pobres, curou os doentes, perdoou aos pecadores, deu a vida por nós e ficou connosco na Eucaristia e de outros modos. Jesus revelou-nos a Santíssima Trindade, que é amor.
Um menino perguntou à mãe: Como é Deus? A mãe não respondeu com palavras; pegou no menino ao colo, abraçou-o com amor. O menino respondeu: Já sei como é Deus[1].
“A fé constitui uma resposta do homem à revelação de Deus em Jesus Cristo. É uma participação na vida de Deus e uma experiência de vida divina em nós”[2].
P. António Gonçalves, SDB
[1] Bruno Ferrero, numa conferência.
[2] Tadeusz Dajczer, Meditações sobre a fé, São Paulo, 1995, p. 13.