REZAR DE NOVO A MANSIDÃO
Oliveira
É com prazer e sentido de serviço aos nossos leitores do Blog, que juntamos a oração mandada pelo Cardeal D. Tolentino de Mendonça.
A. G. Pires
Ensina-nos, Senhor, a mansidão das palavras.
Que saibamos escolher as palavras que lançam pontes,
que deixam portas abertas ao que virá depois,
que continuam a favorecer a esperança.
E que fujamos das palavras marteladas que julgam,
das palavras que pesam como condenações sumárias,
das palavras demasiado emotivas, das palavras que
estabelecem rupturas e nada mais.
Ensina-nos, Senhor, a mansidão dos gestos.
Que saibamos habitar os gestos que expressam ainda o desejo de dialogar,
os gestos inequívocos de estima pelo outro
mesmo quando não estamos de acordo,
os gestos que não se afastam jamais da gentileza.
E que evitemos os gestos implacáveis,
as descargas de ira, o tom agressivo que nos faz perder imediatamente a razão,
a armadilha que as diversas formas de violência representam.
Ensina-nos, Senhor, a mansidão do olhar.
Que saibamos devolver ao outro um olhar à altura daquilo
que profundamente deve ser a relação humana,
um olhar que aprende a esperar, um olhar que não se
desencoraja com o que vê (mesmo se pode ser tão difícil aquilo que se
vê), um olhar capaz de avistar mais além. E que forjemos o nosso olhar
imitando, Senhor, a Tua delicadeza, a Tua arte de perdoar não só uma
vez, mas 70x7, a Tua inesgotável e fecunda compaixão.
Ensina-nos, Senhor, a mansidão
que faz transformar o fardo pesado em leve,
que faz das crises etapas de discernimento e maturação,
que permite ao nosso frágil amor recomeçar.
Cardeal José Tolentino de Mendonça
24.04.2023
