REZAR AS PALAVRAS QUE USAMOS
Oliveira
Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.
(A. Oliveira)
Ensina-nos, Senhor, que a palavra tem também uma ecologia a proteger, um equilíbrio tantas vezes ténue que precisa de ser salvaguardado.
Ensina-nos, Senhor, que a palavra pode ser uma ponte que une os corações, mas que ela pode também ferir, pode esmagar, pode levantar muros e interromper possibilidades de relação.
Ensina-nos a usar a palavra com responsabilidade como um serviço à comunicação da vida e da amizade, e não como uma máscara que oculta, isola e distorce.
Ensina-nos o tempo das palavras que se tornam âncoras para a escuta, abraços para a hospitalidade, abertura para a revelação e para o verdadeiro conhecimento.
Afasta-nos das palavras vazias, dúplices, surdas, fátuas, solipsistas, fechadas no próprio interesse, escurecidas na dureza e no rancor. Afastanos da violência que as palavras podem conter.
Ensina-nos a qualificar amorosamente as nossas palavras. Que elas se tornem estímulo e confiança dirigida aos nossos semelhantes. Que elas sejam um bom canal para que a sabedoria, dom do Espírito Santo, possa circular.
Ensina-nos, Senhor, a dizer aquela palavra construtiva, aquela palavra esperançosa, aquela palavra de perdão que neste momento o nosso interlocutor precisa.
Ensina-nos, Senhor, a verter em palavras a gratidão, a alegria e o dom de tudo aquilo que a cada instante recebemos de Ti.
Card. José Tolentino de Mendonça
15.11.21