REZAR A TUA MÃO AGORA POUSADA EM NÓS
Oliveira
Partilho o texto da meditação de ontem, terça feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.
(A. Oliveira)
Ensina-nos, Senhor, a confiar que jamais estamos sós, pois Te fazes a cada momento presente na história do mundo e na história de cada um de nós.
Ensina-nos a reconhecer a Tua presença, mesmo quando o tempo nos parece devoluto, feito de empréstimos, feito de aço: um tempo indiferente, irresolúvel; uma marcha ofegante; uma mancha sempre mais implacável.
Ensina-nos a certeza da Tua presença, mesmo quando olhamos em redor e nada vemos; quando tocamos e não surgem especiais evidências; quando chamamos o Teu nome e julgamos que apenas nos retorna o eco desamparado da própria voz.
Ensina-nos a reconhecer-Te nos contraciclos da vida, nos seus baldios, nessa terra de ninguém que também nos cabe experimentar, nas estações dolentes cujo fim não divisamos imediatamente.
Ensina-nos a escutar a Tua voz não só na brisa, mas também naquilo que todos dizem áspero e adverso; não só nas respostas que tranquilizam, mas tambémnas perguntas acordadas noite fora, como crianças que não conseguimos adormecer.
Ensina-nos a confiar que a agarrar a mão que cremos vazia está a Tua; que a Tua mão não nos larga nunca; que ela está agora pousada em nós e vai continuar assim; e que dela dependemos como de mais nada sobre a terra.
Amén.
Cardeal José Tolentino de Mendonça
8.02.22