REFERENDO EUTANÁSIA
O desafio da Federação Pela Vida
Oliveira
Os/as Antigos/as Alunos/as do Ensino Católico, que a COPAEC representa, querem manifestar, coerentemente a sua firme vontade de estar atentos, solidários e participativos também no que concerne à defesa dos valores da educação recebida, unindo-se a quantos em democracia se dispõem a lutar pela VIDA e pela DIGNIDADE HUMANA.
Na sequência do tema abordado pela Dr.ª Margarida Neto, na nossa recente Assembleia, recebemos do amigo Dr. António Pinheiro Torres o e-mail que, com a devida vénia, aqui publicamos. Juntando também, para quem não a leu antes, a referida carta do Prof. Doutor Walter Osswald, o qual muito me honra com a sua bondosa amizade. Grato,
Guilhermino Pires
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Caros amigos
A mais recente notícia é da última quinta-feira (Federação pela Vida desafia partidos a retirarem diplomas que despenalizam eutanásia) e que saiu também no Sol (Isilda Pegado ‘aconselha’ deixar cair a eutanásia). Procuramos assim responder à actual circunstância do país e do mundo, neste momento de suspensão dos trabalhos parlamentares e da nossa campanha, e também corresponder à belíssima carta que na noite de 20 de Fevereiro passado nos dirigiu o Professor Walter Osswald e que agora anexo a este email.
A actual crise sanitária convoca incisiva e decisivamente as questões da Vida (como acenado pelo Papa Francisco no 25.º aniversário da «Evangelium Vitae») e terá necessariamente consequências no debate em que nos envolvemos. Nesse contexto chamamos a atenção para a presença recente de alguns dos nossos mandatários na comunicação social, como o General Ramalho Eanes na RTP, o Professor Eugénio Viassa Monteiro no Observador e no DN, o Pedro Vaz Patto na Voz da Verdade, ou ainda a entrevista de Isabel Galriça Neto na Renascença.
Esta crise do Covid-19 convoca questões politicas, sociais e éticas, vizinhas ou intricadas com a da eutanásia como observa o José Maria Seabra Duque no seu blog (Este país é para velhos, por enquanto). A isso também se referem estes artigos: Uma tragédia ética: como se escolhe quem vive e quem morre…(de Ana Sofia Carvalho), as declarações da Associação Portuguesa de Bioética na RR, L'allarme dei geriatri: «No a derive eutanasiche su anziani» e Disabili e anziani, l’eutanasia da Covid è un fatto globale (no La nuova Bussola Quotidiana),
Expertos en cuidados paliativos: «No deberíamos permitir que ninguna persona muriera sola», Bélgica pide dejar morir a los ancianos fuera del hospital e por fim o magistral ponto 4 deste artigo do Professor Paulo Otero (no Público sobre o estado de emergência).
Quanto a dinheiros da nossa campanha: até agora tivemos 23 contributos (entre 10 e 500 euros) que totalizaram € 1.820,00. Bem bom e obrigado! Renovo o meu apelo a que contribuam para o IBAN PT50 0023 0000 4559 4895 2039 4 (em nome de Rui Gonçalves) pois ainda devemos € 1.800,00 à Federação Portuguesa pela Vida (de que esta necessita muito para o seu funcionamento normal) e temos de começar a construir um “pecúlio” significativo (estimamos em 10 mil euros) para a campanha que nos espera quando esta crise terminar… contribuam pois, por favor!
Finalmente uma grande notícia! Fruto de uma parceria com a ADF-International e do generoso e eficaz empenho nas traduções para português da Ana Líbano Monteiro abrimos o site da campanha Afirmar a Dignidade! Visitem-no, vejam o documentário que lá está, o mapa interativo e os três vídeos, tudo legendado na nossa língua (salvo, por ora, a apresentação da campanha), bem como os textos, e, depois, disparem-nos para as vossas redes sociais. É um instrumento precioso de informação e reflexão e muito esclarecedor.
Um abraço com votos de uma santa Páscoa, do
Antonio Pinheiro Torres
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Carta do Professor Walter Osswald
À Federação Pela Vida
Caros Amigos:
Como era de esperar, os projectos de lei despenalizando a eutanásia foram aprovados, como primeiro passo para uma eventual legislação que permita a sua prática. Destaque merecem algumas intervenções com clara e convincente argumentação de recusa da morte a pedido, bem como o facto de os votos contra terem atingido um número bem significativo; é um facto indesmentível que a aprovação ficou bem longe de ser “esmagadora”, “destacadamente aprovativa” ou “clara e enorme maioria”, conforme anunciavam antes do acontecimento os proponentes. De facto, 5 partidos tiveram de se esforçar muito e com pouco êxito: o projecto que obteve mais votos “sim” foi o do PS, com 128 votos a favor, 85 contra e 9 abstenções, o que corresponde a uma aprovação com 57% de votos favoráveis! Ou seja, só obteve maioria simples por 16 votos…
Perante uma vitória magra (a saber a “poucochinho”, como dizia o Primeiro Ministro), torna-se evidente a real divisão existente no País acerca deste tema e a absoluta necessidade de se recorrer a um referendo. Em assunto de tal gravidade, que interfere com a vida, a segurança, as famílias, os indivíduos só é legítimo legislar com clara aprovação popular e tal só se torna possível com o recurso ao referendo.
Urge, pois, a partir de hoje, exigir o referendo e manter vivo o debate sobre a eutanásia, mobilizando todos os nossos recursos de cidadania e difundindo a bem estruturada posição de rejeição de uma lei que permita matar.
Walter Osswald