O 25 DE ABRIL CONTINUA A SER UMA HISTÓRIA MAL CONTADA
PAPEL DA OTAN E DOS BILDERBERGERS
Oliveira
Com a devida vénia, partilhamos mais uma publicação do nosso prezado jornalista António Justo.
(A. G. Pires)
Revoluções e Golpes de Estado
parecem obedecer a Ordens superiores e os Media compõem o resto
Segundo o livro que abaixo cito e me surpreende, o 25 de Abril foi bem preparado num Portugal subsidiado e subornado pelo estrangeiro! O projecto do general Spínola foi internacionalmente aprovado pelo grupo dos “Bilderbergers” (1) e pela OTAN. Guerras e revoluções precisam de alguns “revolucionários”, mas são preparadas por grandes grupos internacionais que têm interesses e planos a longo prazo sobre o desenvolvimento da História nas diferentes regiões. O golpe de estado do 25 de Abril de 1974 não fugiu a este destino…
…“A intervenção dos "Bilderbergers" na política europeia foi demonstrada na reestruturação democrática de Portugal em 1974… Spínola conduziu o seu golpe como se estivesse a planear uma operação militar. Foi um golpe de Estado educado. Um dos primeiros homens a quem contou em confidência foi Joseph M. A. Luns, Secretário-geral da OTAN. O Luns examinou os seus planos, e o comando naval da OTAN foi, a partir daí, mantido informado. Luns, por sua vez, informou o Príncipe Bernhard, e foi convocada uma reunião Bilderberg em Mégève, França, para 19-21 de abril para preparar a nova situação que iria criar uma mudança de governo em Lisboa. Com o apoio de Luns e Bilderbergers, Spinola deu então os seus próximos passos. Embora já não estivesse ele próprio ao serviço, tinha tomado a precaução de manter as suas ligações com os generais. A 29 de Março de 1974, uma quinzena depois de ter sido dispensado do seu comando por causa do seu livro, pôs os seus apalpões a amigos em Madrid, Bruxelas, Brasil, Cidade do Cabo e Haia. "Que pensa de uma solução como a que esbocei no meu livro?" pergunta ele. (Uma Comunidade Lusitana de Territórios Portugueses.) Na terça-feira 24 de Abril de 1974, unidades navais alemãs, americanas, francesas e britânicas ancoram perto de Lisboa, à vista da costa portuguesa. Os navios de guerra portugueses aguardavam ali as manobras conjuntas da NATO planeadas, cujo início tinha sido marcado para as horas da manhã do dia 26. O país estava assim protegido contra visitantes indesejáveis do Oriente, enquanto Spinola tinha recebido luz verde para o seu projecto. Ao mesmo tempo, o governo de Caetano estava sob pressão devido a esta acumulação naval. Outra questão é se o comandante da OTAN para a Europa, General Andrew J. Goodpaster, sabia do enredo quando participou na reunião de Bilderberg quatro. Goodpaster soube do enredo quando participou na reunião de Bilderberg em Mégève quatro dias antes. Foi oficialmente inscrito na lista de visitantes, não como „americano “, mas como "internacional". Quanto foi Nelson Rockefeller e Helmut Sonnenfeld, o notório conselheiro pró-Rússia do Departamento de Estado, informados por Luns e pelo Príncipe Bernhard sobre a reviravolta iminente? (3)"
Para se ter uma ideia do envolvimento internacional em momentos críticos nas nações será de recordar os planos de elites que transcendem as nações e as ajudas às forças que implementam as mudanças de regime! Em julho de 1975 os chefes de governo dos Estados da CE em Bruxelas, determinaram uma ajuda económica de 840 milhões de dólares para Portugal na "condição" de que fosse instituída uma "democracia pluralista" (4). Mário Soares recebeu milhões de dólares do SPD. A 25 de Setembro de 1975 a CIA tinha transferido vários milhões de dólares para o Partido Socialista Português e outras organizações políticas nos meses que antecederam este apoio financeiro; “por seu lado os sindicatos da Europa Ocidental serviram de ligação com a CIA para os subornos em Portugal”. O Partido Comunista Português - segundo a CIA, recebia dez milhões de dólares por mês da União Soviética (4).
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo e notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7361