HITLER PÔS A CIÊNCIA AO SERVIÇO DO PODER E DA SUA IDEOLOGIA
70.000 Pessoas “sem valor para viver” assassinadas em Instituições de Eutanásia em 2 Anos
Oliveira
Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.
(A. G. Pires)
A ciência, a religião e a arte não escapam à sua instrumentalização para fins de afirmação ilícita do poder político-económico.
O darwinismo (teorias relativas à evolução das espécies) social servia-se do determinismo biológico como mundivisão. A ideologia nazista aplicava a doutrina de Darwin sobre a evolução por selecção natural à sociedade humana. Como o lavrador levava as vacas ao touro mais forte assim queria a política social de Hitler aplicar tais leis para “expurgar” da sociedade pessoas que considerava “inferiores”.
De 18 de agosto de 1939 até agosto de 1941, foram assassinadas cerca de 70.000 pessoas em instituições de eutanásia, principalmente por gaseamento ou injeção, porque consideradas “sem valor para viver” ... Os assassinatos em massa eram organizados pela "chanceleria" do Führer e médicos...
Durante o regime nazista cerca de 350.000 a 400.000 pessoas foram esterilizadas à força com base na "Lei sobre a Prevenção de Filhos de Doenças Hereditárias" (1).
O darwinismo social advogava a política do fim do século XIX e início do séc. XX como argumento moral justificativo do colonialismo e imperialismo em África e noutras zonas do globo...
Os nacional-socialistas consideravam a "raça germano-ariana" como superior e justificavam a sua mundivisão com o darwinismo social...
A ideologia nazi também fundamentava os seus planos de expansão para leste com a ideia do seu “espaço vital no Leste” ...
Esta visão materialista considerava a comunidade do povo alemão hereditariamente valiosa e “racialmente pura”; daí o considerarem os estrangeiros como estranhos à comunidade e começarem por excluir os judeus e os ciganos e por praticar a eutanásia...
Como se vê, até a ciência traja as modas do tempo ou deixa-se vestir e na sociedade arranjam-se sempre “valores” justificadores de medidas contra a vida e de pretextos para uma expansão agressiva: se ontem valia a superioridade da raça e a raça pura hoje tende a valer a superioridade da democracia e a qualidade de vida! Na falta de um investimento numa cultura humana e sistémica da paz continuarão a cultura da guerra e a mera funcionalidade da pessoa a valer como padrão social.
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8180