Festa do Baptismo do Senhor
Oliveira
Proposta de Homilia para a Festa do baptismo do Senhor – ANO C - 2022
Os céus abrem-se de par em par
Domingo, 9 de Janeirro de 2022
Irmãs e Irmãos, ficamos admirados ao ver Jesus a ser baptizado por João Baptista? Qual será o motivo de Jesus proceder assim?
- Baptismo do Senhor na figura de “Servo” eleito
Primeira leitura
O profeta Isaías apresenta-nos uma personagem como “Servo de Jahwéh”. É uma personagem escolhida por Deus, para levar a salvação às pessoas. Deus chama-o “o meu eleito, enlevo, escolhido por Deus para abrir os olhos aos cegos, tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas”. Estas palavras indicam o “Servo” como libertador do povo que estava exilado na Babilónia.
Mas quem é o verdadeiro “Servo de Jahwéh”, eleito de Deus? Os cristãos vêem nele o próprio Messias. Ele é o “Eleito de Deus”, que veio ao encontro dos homens com a missão de trazer a justiça, a paz e o amor: a salvação. Jesus, como “Servo”, será o libertador da humanidade.
- Baptismo de Jesus para sermos filhos de Deus.
Evangelho
No evangelho temos diante de nós o profeta João Baptista, nas margens do rio Jordão, com uma fila de pessoas, a dirigirem-se para ele a fim de serem baptizadas. Essas pessoas entram na água, arrependem-se dos pecados, recebem o baptismo e sentem-se perdoadas.
Jesus quis entrar nessas águas e ser baptizado em nosso nome. Diz-nos São Lucas: “E do céu fez-se ouvir uma voz: Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência”.
E João Baptista anuncia um baptismo superior ao que ele administra: ”Vai chegar quem é mais forte do que eu. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo”. O baptismo dado por Jesus, o nosso baptismo, faz-nos entrar na Santíssima Trindade, que é “fogo” de amor”.
Jesus, o Filho amantíssimo do Pai, eleva-nos a ser também com Ele, filhos de Deus Pai. Assim meditou São Gregório de Nazianzo: “Mas depois Jesus sobe das águas, elevando consigo o mundo inteiro, e vê abrirem-se os céus de par em par…” [1].
Esta expressão mostra que a separação entre os Céu e a Terra acabou… E em Jesus… os céus estão abertos porque a sua humanidade é a nossa… e por Ele, os céus estão abertos[2]. Tudo isto mostra a grandeza do nosso Baptismo.
Uma pequena história das missões: perguntaram a um velho: - “que idade tem”. E ele respondeu: - “tenho dois anos”. Dois anos, com rugas na face? Ele explicou: - “só comecei a viver com o meu baptismo, há dois anos”.
- Baptismo do Senhor para libertar a humanidade.
Segunda leitura
Os Actos dos Apóstolos mostram-nos São Pedro a fazer um discurso na Casa de Cornélio, que era um centurião romano bom e piedoso, e ajudava os Judeus. São Pedro resolveu baptizá-lo e baptizar as pessoas que estavam com ele.
Nesse discurso transparece a pessoa de Jesus como Filho de Deus que veio ao mundo fazer a vontade do Pai. E Jesus passou “pelo mundo fazendo o bem… e libertando todos os oprimidos” (Act 10,38): Jesus, amado do Pai, veio libertar e salvar a humanidade.
Qual é então o nosso desejo? É acolher com fé este dom de Deus, para sermos “Testemunhas da Esperança”. Dizia alguém: a minha melhor Fé é a Esperança. Amemos o nosso baptismo, que nos torna Irmão de Jesus, filhos de Deu Pai, membros da Igreja, herdeiros do paraíso.
P. António Gonçalves, SDB
[1] Liturgia das Horas, vol 1, Baptismo do Senhor, 2ª leitura.
[2] Cf. Manuel Clemente, O Evangelho e a Vida, ano B, p. 50).