FESTA DA LIBERDADE
Oliveira
Vale a pena proporcionar aos leitores da COPAAEC e amigos alguns textos inspirados.
Oxalá os leitores leiam mesmo e comentem também. Seria gratificante.
ABRAÇO grande e votos de um MÊS DE MAIO – Mês de MARIA, muito florido e proveitoso para todos, TODOS, TODOS!...
AGPires
O 25 de Abril do Povo
A revolução do 25 de Abril não inventou a liberdade, mas ensinou-a a dobrar-se — humildemente— tanto à luz que liberta quanto à sombra que corrompe.
Antes do 25 de abril, já sabíamos - conservadores e progressistas - que o sol não se ajoelha perante senhores! Todo o regime é espelho dos que nele caminham e vício dos que nele se acorrentam ou temem.
Assim me foi ensinado, na escola de Jesus - pela boca e exemplo de meus pais - aquela escola que liberta, e nunca submete.
Num mundo de senhores e arregimentados, é de afirmar um Abril sem credenciais e que não pede licença: onde a chuva lava o pó de tronos e a traça dos ministérios e onde a soberania nasce de cada passo e não de bandeiras nem de postos, mas em cada peito que ousa avançar!
Liberdade política liberta os corpos, mas a verdadeira liberdade - aquela que é soberana e ecoa nas almas; só o vento a reconhece, só o espírito a governa!
Quem clama por liberdade e justiça não pode repetir o vício dos opressores: não pode ser espelho de prepotentes; não pode erguer monopólios de bem ou de mal!
Liberdade é este canto nascido quando um homem desperta e descobre que traz o céu no próprio sangue. Ela é a memória do céu gravada em cada homem, em cada mulher, em cada criança que nasce para a esperança!
Abril é este grito: de pé, povo livre! Que nunca mais o medo vos dobre! Que nunca mais a sombra vos cale! Que nunca mais o céu deixe de arder em vós!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10028
FESTA DA LIBERDADE
Antes do Abril roubado aos calendários,
eu já bebia a liberdade nos rios —
aquela que não se verga a relógios de senhores,
nem se vende em parlamentos vazios.
O que Abril trouxe foi o dente do tempo
a roer tanto as grades como as mãos:
fez-se luz nos cárceres, sim,
mas também sombra nos corações.
Eu quero o Abril que não cabe em feriados,
o que incendeia sem pedir licença,
onde a chuva lava os nomes dos Estados
e a liberdade é raiz, não cerca.
Sol para o justo e o velhaco,
terra sem dono, céu sem rédea —
que a verdadeira revolução
começa quando um homem se ergue
e descobre que nunca precisou de soberano.
Liberdade é o canto que nasce
quando um homem descobre
que traz o céu no próprio sangue.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=10026
