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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

07
Ago20

Encontrar Deus no recolhimento, na pessoa de Jesus, diante do crucifixo


Oliveira

HOMILIA

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

     Irmãs e irmãos, um menino de 4 anos, foi com a mãe ao supermercado e perguntou: - “Que andam a fazer aqui tantas pessoas?” A mãe respondeu apenas: - “procuram as coisas que precisam ter em casa”. Esta cena leva-nos às leituras de hoje: Procurar Deus, mais do que as coisas.

  1. Encontrar Deus no recolhimento

Primeira leitura

     Neste domingo, vemos o profeta Elias a procurar Deus. Elias estava numa gruta, o Senhor falou-lhe dizendo: “sai da gruta”. Ele assim fez. Mas não descobriu Deus no vento, no terramoto, no fogo. Viu-o na brisa suave ou, diz ele, em “uma voz de silêncio ligeiro”. Cobriu o rosto como Moisés no monte Horeb, quando recebeu as tábuas da Lei. Teve uma visão divina de paz; de intimidade; encontrou Deus; ouviu-o; seguiu o seu caminho de profeta enviado.

     Como podemos nós encontrar Deus? Talvez as pessoas hoje precisem de ver Deus na intimidade, no recolhimento, na meditação, no silêncio; fora da turbulência da vida. Deus quer entrar em diálogo connosco; quer falar connosco; Deus anda a procurar falar connosco. Bate à porta (Ap 3,20). Mas essa porta abre-se por dentro, pelo coração; o coração de cada um de nós. Elias descobriu Deus na brisa suave, em “uma voz de silêncio ligeiro”.

    Medito: Nós, em cada dia, precisamos de descobrir o nosso Deus.

  1. Encontrar Deus na pessoa de Jesus

     Evangelho

     O Evangelho deste domingo leva-nos à experiência de Pedro num momento difícil. Os apóstolos andavam na faina da pesca: segurar o barco, manejar os remos, lançar as redes… mar é fonte de alimento. Mas é também perigo de morte: pensemos nos refugiados que pereceram no mediterrâneo.

     Voltando aos apóstolos na pesca: veio uma tempestade que os assustou. Jesus caminhou na praia e foi ter com os apóstolos. Acalmou-os dizendo: “Sou Eu, não tenhais medo”. E disse Jesus a Pedro: “vem ter comigo”. O apóstolo, atraído por Jesus, saiu do barco e caminhou sobre as águas, em direcção ao Mestre. Mas com a violência do vento, teve medo e começou a afundar-se, e gritou: “Senhor, salva-me”. Jesus estendeu-lhe a mão e disse-lhe: “Homem de pouca fé, por que duvidaste? Depois, já em terra, os apóstolos exprimiram a sua fé dizendo: “Tu és o Filho de Deus”.

     Irmãos, os apóstolos encontraram Deus na pessoa de Jesus. Cito uma frase muito bela, de Bento XVI: “Mas, o que [nos] trouxe Jesus, verdadeiramente…? A resposta é muito simples: Deus. Trouxe Deus… Agora conhecemos o seu rosto, Jesus trouxe Deus, e com Ele, a verdade sobre o nosso destino…”[1]  Nós, no mundo secularizado, precisamos desse caminho, Jesus Cristo. O nosso caminho de fé está em Jesus Cristo, salvador. Dizemos, como Pedro: Senhor, salva-me. Queremos encontrar Deus, pela fé em Jesus Cristo.

      O desejo de Jesus é estar connosco. S. Mateus deixou-nos estas últimas palavras de Jesus ressuscitado, aparecendo aos apóstolos: “Eu estarei convosco todos os dias”… (Mt 28, 20).

     Medito: Cada um de nós pode ouvir Jesus a dizer-lhe: “Não temas! Estou contigo”.   

  1. Encontrar Deus, diante do crucifixo

     Segunda leitura

     Irmãos, as pessoas precisam de se encontrar com Jesus Cristo. Só com Ele é possível a paz. O relativismo é uma miserável doutrina que o Papa lamenta na Encíclica “Laudto Si”. São Paulo, na Carta aos Romanos, declara que Cristo está “acima de todas as coisas”. E Paulo estaria disposto a tudo, para que os seus irmãos vivessem com Cristo.

     Medito: Diz o Papa Francisco: “Como é doce permanecer diante dum crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento… para estar à frente dos seus olhos! Como nos faz bem deixar que Ele volte a tocar a nossa vida e nos envie para comunicar a sua vida nova!”[2].

P. António Gonçalves, SDB

[1] Jesus de Nazaré, 2ª parte, 2ª ed., p. 77.

[2] A Alegria do Evangelho, n. 264.

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