DOMINGO DE RAMOS - ANO A
Oliveira
Sugestão da homilia para o DOMINGO DE RAMOS - ANO A - 2023
Festa – Paixão – Cruz
Domingo, 2 de Abril de 2023
Irmãos, com a narrativa da Paixão do Senhor comtemplamos Jesus que partilhou a vida connosco, e se fez servo até à morte, e morte de Cruz (mistério da redenção).
Meditemos três palavras deste acontecimento impressionante:
1. Festa.
“Numerosa multidão estendia as capas no caminho”. A primeira palavra deste dia, quando Jesus entra em Jerusalém, é festa. Com Jesus vão os discípulos; pessoas estendem os mantos no caminho, para Jesus Messias passar; a multidão aclama: bendito o que vem… O povo canta hossana: esta palavra hebraica significa salvação. O povo mostra gratidão e reconhece Jesus como Messias. Jesus não vinha trazer a libertação do domínio Romano. Trazia a salvação com sentido maior: libertar o povo da injustiça, da violência, vinha trazer a grande libertação da morte, dando morte à morte. Como Messias salvador, Jesus aceita a festa, sabendo, no entanto, que estava a chegar a sua hora; ia celebrar a sua última Páscoa. Primeira palavra: festa
2. Paixão
A segunda palavra deste dia. Jesus na sua vida manifestou amor a todos: pobres, sofredores, afastados, doentes, crianças, pecadores; enxugou lágrimas; deu esperança; nunca afastou fosse quem fosse; acolheu leprosos.
Apesar disso, não foi compreendido. Conhecemos a traição de Judas. Conhecemos também a devoção popular da Via-Sacra. Jesus percorreu o caminho desde o palácio de Pilatos até ao Calvário: com a cruz às costas. Encontrou quem chorava por ele; encontrou quem o ajudou, Simão de Cirene; caiu sob o peso da Cruz. Foi a sua Paixão. Foi o seu amor por nós. A segunda palavra deste domingo: a Paixão do Senhor.
3. Cruz
A terceira palavra deste dia. Algumas vezes durante a sua pregação, Jesus referiu-se à sua hora. Particularmente no evangelho de João, Jesus diz “chegou a minha hora, em que Eu serei glorificado” (João 12, 23). Referia-se à sua morte na cruz, que leva à ressurreição. Neste sentido, a cruz tem um grande sentido de glória. Cruz gloriosa.
A hora em que Jesus passou pela morte de cruz foi o caminho para ser glorificado: a sua hora. A cruz apresenta-nos a lição suprema desse caminho de vida nova, iniciado por Jesus, com a sua doação.
O mundo precisa de ver com os olhos e com o coração este amor. Para não haver egoísmo nem massacres, nem traições, “e nunca mais a guerra”, como rezou o Papa Francisco num encontro de oração (em 2014). Para que haja esperança na vida. Os braços abertos de Jesus são uma voz que chega ao nosso coração.
Um facto de vida: conta-se que um devoto solitário passava no jardim e batia com a bengala nas flores, dizendo: calai-vos, calai-vos… Vós me chamais ingrato, porque dizeis que Deus vos criou por amor de mim, e eu não o amo. (Citado em Afonso Maria de Ligório, Prática de amar a Jesus Cristo, p. 12)
Irmãos, Jesus está connosco: “Ele está em ti, está contigo, e nunca se vai embora. Por mais que tu te afastes, lá está o ressuscitado, chamando-te e esperando-te para recomeçar vida nova…Ele estará presente para te devolver a força e a esperança (Francisco, Cristo Vive, n. 2).
Senhor, adoro as tuas feridas; amo o teu coração trespassado; junto as mãos diante da tua Paixão. Jesus, eu me abraço a ti, como Maria, tua Mãe, se abraçou à Cruz, e com esse amor quero amar também os irmãos.
Pe. António Gonçalves, SDB