Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade
Novas sugestões de leitura
Oliveira
Transcrevemos, com a devida vénia, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura:
O vazio é uma barca: Um ano do Papa solitário na Praça de S. Pedro
lido pelo Card. Tolentino
É sabido que vivemos na era da massificação das imagens. Em nenhuma época precedente da História foram produzidas tantas imagens, e para além disso nenhuma outra, como a nossa, assistiu à sua radical banalização. Em vez de imagens únicas e autênticas, temos produtos realizados em série, “selfies” fabricadas num instante e num instantes prontas a ser devoradas pelo esquecimento. O filósofo Walter Benjamim falou justamente de “perda da aura”, isto é, a imagem que deixa de constituir «a aparição única de uma coisa distante», fixando-se antes na sonâmbula repetição de um “déjà vu”. Por isso, o tocante consenso em torno à imagem do papa Francisco numa Praça de S. Pedro vazia [27 de março de 2020] é algo que faz pensar, fora e dentro do espaço eclesiástico.
A angústia de Deus em humana carne
Em Lucas 22, 42, encontramos o momento literalmente decisivo para a humanidade crente em Cristo e no que Cristo significa. Sabendo o que o esperava em termos de escolha e seus imediatos e mediatos resultados, o Homem-Deus/Deus-Homem, Jesus, em ato de sofrimento, sofrimento tanto maior quanto a inteligência própria de quem sofre, porque sabe melhor isso por que sofre e para que sofre, solicita a intervenção do Pai. «Pai, se queres, afasta este cálice de mim; todavia, não a vontade minha, mas a tua se faça»: os amantes do poder pelo poder, facilmente se projetam sobre este pedido e nele percebem uma luta entre vontades. Ora, não se trata de uma luta entre vontades, mas da expressão da angústia humana vivida ao nível em que apenas a perfeição divina do Homem pode estar.
Vaticano publica livro com palavras e imagens do papa Francisco na Praça de S. Pedro vazia [Vídeo]
Vinte e sete de março de dois mil e vinte. Numa Praça de S. Pedro deserta, o papa Francisco recolhia em torno a si, para um momento extraordinário de oração, o mundo inteiro devastado pela pandemia. Imagens poderosas e dramáticas que chegaram a milhões de pessoas através da televisão, telemóveis e computadores. No aniversário daquele “abraço”, o Dicastério para as Comunicações do Vaticano organizou um livro que volta a percorrer as etapas de um percurso marcado por lutas e sofrimentos, mas também pela solidariedade e esperança: “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”. As páginas do volume recolhem as imagens mais sugestivas daquele fim de tarde, bem como uma seleção das orações, homilias e mensagens com as quais o papa apontou o caminho para enfrentar os sofrimentos e olhar para o futuro com um espírito de fraternidade e partilha. Leia um excerto.
Da Quaresma ao Tempo Pascal
Mais de duas centenas de artigos, novos e antigos, com texto e multimédia, para alimentar a espiritualidade da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Pentecostes.
Agradecimentos: