Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade
Outras sugestões de leitura
Oliveira
Transcrevemos, com a devida vénia, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura:
Os dias do tempo : 30.6.2021 [Imagem+Áudio]
«Aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma»: Palavras, imagens e música para dar sentido às horas desta quarta-feira.
Todos os dias há milagres, mas não os vemos porque só procuramos o extraordinário
O excerto evangélico do próximo domingo interroga-nos sobretudo sobre a nossa atitude habitual e quotidiana: atitude que em profundidade não espera nada, e portanto não aguarda ninguém; e sobretudo, atitude que não consegue imaginar que do quotidiano, do outro que nos é familiar, daquele que conhecemos, possa brotar para nós uma palavra verdadeiramente de Deus. Não temos muita confiança no outro, em particular se o conhecemos de perto, mas estamos sempre prontos a acreditar no “extraordinário”, a quem quer que se imponha. Estamos de tal maneira pouco munidos de fé-confiança, que impedimos que aconteçam milagres, porque, mesmo que aconteçam, não os vemos, não os reconhecemos, e portanto permanecem como eventos insignificantes, sinais que não alcançam o seu fim.
Se quisesse agradar às pessoas, não seria servidor de Cristo
Como são imperscrutáveis os caminhos do Senhor! Tocamo-lo com a mão a cada dia, mas sobretudo se repensarmos nos momentos em que o Senhor nos chamou. Nunca devemos esquecer o tempo e o modo como Deus entrou na nossa vida: manter fixado no coração e na mente esse encontro com a graça, quando Deus mudou a nossa existência. Quantas vezes, diante das grandes obras do Senhor, surge espontaneamente a pergunta: como é possível que Deus se sirva de um pecador, de uma pessoa frágil e fraca, para realizar a sua vontade? No entanto, não há nada de casual, porque tudo foi preparado no desígnio de Deus. Ele tece a nossa história, a história de cada um de nós, e se correspondermos com confiança ao seu plano de salvação, damo-nos conta disso.
Dois apóstolos, quatro Evangelhos: Igreja pluralidade, diálogo, amor por quem pensa diferente
Dois apóstolos na base da Igreja-mãe dizem-nos que a Igreja é, na sua essência, aquilo que Deus é na sua essência: diálogo. Quatro Evangelhos, com o defeito típico dos números pares, dizem-nos que faltará sempre um quinto: o teu, que deves escrever necessariamente com a tua história com o Senhor. Dois apóstolos na base da Igreja-mãe dizem-nos que na Igreja pode haver pluralismo e também dissenso (Pedro e Paulo não estavam sempre propriamente de acordo…), mas que o importante é procurar verdadeiramente a glória de Deus, e não o aplauso do mundo. Quatro Evangelhos dizem-nos que ninguém poderá alguma vez permitir-se dizer «Jesus é assim, e nada mais há a acrescentar», porque aquilo que dele vejo tem de ser necessariamente completado por aquilo que tu dele viste e compreendeste.
O vírus do juízo compulsivo
Anoitece. Durante um espetáculo cómico, dentro de um pequeno teatro de periferia, um projetor entra em curto-circuito. Uma faúlha pousa sobre um pano nos bastidores, que se incendia de imediato. Um ator, maquilhado e vestido de maneira burlesca, corre para a rua. Está desesperado, grita com toda a voz que tem. «Socorro, ajudem, o teatro está a arder!». Muitas pessoas aplaudem-no, pensando que é uma atuação de rua. «Bravo, é uma atuação extraordinária!» O teatro incendeia-se, com as pessoas lá dentro. Morrem todos. Esta cena de fantasia poderia hoje acontecer na realidade.
Agradecimentos: