Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade
Outras sugestões de leitura
Oliveira
Transcrevemos, com a devida vénia, do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura:
«Porque deixámos de saber espantar-nos diante de Jesus? Porquê?» Francisco abre a Semana Santa
«Muitos admiram Jesus: falou bem, amou e perdoou, o seu exemplo mudou a História… e assim por diante. Admiram-no, mas a sua vida não muda»: a paralisia espiritual, a resistência à conversão, as expetativas inabaláveis, a incapacidade do espanto, que marcaram o acolhimento do Messias nas ruas de Jerusalém poucos dias antes da sua crucificação, subsistem hoje, inclusive entre os crentes, tornando-os impermeáveis à surpresa, à inovação, à desordem que Ele continua a trazer ao mundo. O papa presidiu hoje à missa do Domingo de Ramos, durante a qual abriu as portas e o caminho para a Semana Santa: «Admirar Jesus não basta. É preciso segui-lo no seu caminho, deixar-se colocar em discussão por Ele: passar da admiração ao espanto».
Sem fraternidade, a cruz «é somente um objeto de culto e decorativo»
«Enquanto existirem pessoas e famílias privadas de dignidade humana, a cruz de Cristo é somente um objeto de culto e decorativo», pelo que a crucificação de Jesus «impele a um trabalho de maior intervenção na causa do bem comum»: as palavras do arcebispo de Braga na missa do Domingo de Ramos foram reiteradas nas homilias de alguns dos bispos das dioceses portuguesas neste dia que marca o início da Semana Santa. «As mãos do Samaritano» solicitam às comunidades cristãs mais ação «sem medos nem complexos, como tradução de uma Doutrina Social nascida do Evangelho genuíno», chamada a «lutar pela dignidade de todos, não permitindo marginalidade nem exclusão de qualquer género», através da «participação responsável nos destinos da história da Humanidade civil e religiosa».
Na autêntica mesa da Páscoa não há ovos nem coelhos nem folares, mas Palavra, Eucaristia e caridade
A mesa é o lugar privilegiado para celebrar a passagem da morte de Jesus à sua ressurreição, mas sobre ela não se começam por dispor ovos e coelhos de chocolate, ou carnes e doces, nem sequer o tradicional folar: na ementa da refeição pascal estão palavras e gestos, que preparam e estimulam prodígios de conversão, vizinhança e caridade. «Nas casas e nas famílias, a mesa é o lugar da partilha do pão e do dom da comunhão. A mesa continua a ser o lugar do dom da Páscoa: mesa da Palavra, mesa da Eucaristia e mesa da caridade fraterna. Aqui acontece o milagre da fraternidade cristã.» Com efeito, «a mesa com Cristo» não resulta em estômagos cheios e pesados de banquetes fartos, mas impele «à missão e à proximidade com quantos são atingidos pela pandemia e sofrem nos lares, nos hospitais e nas instituições».
Da Quaresma ao Tempo Pascal
Mais de duas centenas de artigos, novos e antigos, com texto e multimédia, para alimentar a espiritualidade da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Pentecostes.
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