AMAR AQUELE POUCO QUE EXISTE
Oliveira
Partilho o texto da meditação do rosário do Cardeal Tolentino de ontem 10 de Fevereiro, enviado pelo Ir. Manuel Silva, assistente da COPAAEC.
(A.Oliveira)
É tão belo Senhor que sejas mestre do pouco. Que tenhas mandado os discípulos sentar a multidão dos convivas no prado verde, em grupos de cem e de cinquenta, quando o que havia para repartir eram cinco pães e dois peixes. Os discípulos estavam aflitos, mas Tu não.
E penso sinceramente que isso acontecia não só por Te pertencer essa divina arte da multiplicação. É que Tu sabes amar o pouco.
Amaste, antes de tudo, aquele punhado de doze discípulos (reparem, doze; não doze mil ou doze milhões), para mais confusos e reticentes. Porém, a Ti não te pareceu despropositado ou impossível confiar-lhes a missão de levar a Tua Palavra a toda a parte.
Amaste a sua pouca fé, a sua adesão não isenta de dúvidas, o seu medo, os seus passos titubeantes, o seu desnorte.
Amaste o pouco que eles estavam preparados para dar como quem recebe o mais extraordinário tesouro.
E, dessa forma, nos ensinas a considerar o pouco não como um obstáculo e uma ameaça, mas como um dom que precisamos de aprender a abraçar. Que sabedoria descobrir que os verdadeiros banquetes se organizam de repente, e não com uma lista interminável de ingredientes rebuscados, mas saboreando com gratidão aquele pouco que existe.
Cardeal José Tolentino de Mendonça Tolentino
10.02.21