Acolher os irmãos e seguir a Cristo
Oliveira
HOMILIA
13.º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 28 DE JUNHO DE 2020
Irmãs e irmãos, diz-nos Jesus: “Quem vos receber, a mim recebe, … e recebe Aquele que me enviou». Compreendemos o valor da hospitalidade, contido nestas palavras? Jesus disse também que o caminho do discípulo é seguir o Mestre, tomando a própria cruz. Podemos meditar estas duas palavras?
- Acolher a pessoa agrada a Deus
Primeira leitura
Temos na primeira leitura uma história edificante. Uma senhora, Sunamita, assim chamada por ser da cidade de Sunam, era rica, bondosa, importante. Prestou acolhimento ao profeta Eliseu. Disse ao seu marido: “este homem, que passa pela nossa casa, é um homem de Deus”. Então, a senhora, de acordo com o marido, preparou um aposento para o profeta repousar, quando passasse ali a caminho do monte Carmelo.
Recebendo bem o homem de Deus a senhora exerceu a hospitalidade, uma das virtudes mais humanas e de grande tradição na antiguidade. Deus recompensou esta senhora com a graça de ela ter um filho.
- Acolher a pessoa é acolher Jesus
Evangelho
Que nos diz Jesus, sobre o acolhimento ou hospitalidade? A Palavra de Jesus foi esta: “Quem vos recebe, a mim recebe”. Jesus falava para os seus discípulos, e cada um de nós é discípulo de Jesus.
Graças a Deus temos bons testemunhos de gente acolhedora: os voluntários, em situações de tragédia, com as suas doações; os voluntários do banco alimentar; os artistas apresentando espectáculos, em ordem à beneficência; jovens, nas férias, em terras de missão; e no momento presente, os voluntários no combate à pandemia, com o seu grande exemplo de sacrifício. O acolhimento é uma forma excelente de exercer a caridade para com o próximo, caridade para com Jesus, caminho de santidade.
Conhecemos como o Papa Francisco mostra interesse pelos que mais precisam. A sua primeira viagem fora do Vaticano depois de eleito Papa foi deslocar-se à lha Lampedusa, no Mediterrâneo, a sul de Itália, onde desembarcaram milhares de emigrantes e refugiados. Foi lá também para rezar pelos que tinham morrido no mar Mediterrâneo. Pensemos em despertar no coração a virtude do acolhimento.
Outro valor supremo do cristianismo está em seguir a Cristo. Este capítulo X de São Mateus coloca isso diante dos nossos olhos e do nosso coração: “Quem não toma a sua cruz, para me seguir, não é digno de mim”. Jesus não menospreza o amor à família, mas diz que acima de tudo está o seguimento do Senhor. Quem segue bem o Senhor contribui para uma santa família.
- Acolher a pessoa é a vida nova do Baptismo
Segunda leitura
Imaginemos que alguém nos pergunta: Qual é o valor do nosso Baptismo? Então, podemos ouvir São Paulo na Carta aos Romanos, que hoje lemos: ele considera Baptismo como fonte de vida nova. A síntese da página de hoje é esta: “Sepultados com Cristo pelo Baptismo, vivamos uma vida nova”. Então, seguindo a reflexão que estamos a fazer sobre o acolhimento, sobre o receber as pessoas, podemos dizer: isso faz parte da vida nova que rebemos no Baptismo. Essa é uma forma de seguir Cristo.
Recordo uma história que é talvez parábola: um rei caminhava no seu cavalo e deixava cair moedas de ouro, que os seguidores dele iam apanhando, ficando para trás. Mas a dado momento, o rei viu que só um soldado o seguia, e perguntou-lhe: “não ficaste a apanhar as moedas?” Ao que ele respondeu: “Eu estou sempre contigo, meu chefe”. Esta história pode ser apenas uma parábola, mas ajuda a descobrir o seguimento de Cristo.
E onde encontramos força? Paulo diz-nos: pelo baptismo, nós ficamos unidos a Cristo. “Cristo já não pode morrer…Assim também vós, … considerai-vos vivos para Deus, em Cristo Jesus”. Concluímos: É bom acolher as pessoas e seguir a Cristo. Que a nossa Eucaristia nos conforte e fortaleça neste caminho de Jesus.
P. A. Gonçalves (SDB)