5.º DOMINGO DE PÁSCOA - ANO C
Oliveira
Sugestão da homilia para o quinto domingo da Páscoa - ANO C - 2022
Amai-vos como Eu vos amei
Domingo, 15 de Maio de 2022
Irmãos, ouvimos Jesus a chamar-nos para uma vida de amor aos irmãos. E nós perguntamos: existe amor nas nossas comunidades? Sabemos que o coração do Evangelho é o amor?
- O Amor de Jesus é novo
Evangelho
Voltamos o nosso olhar para o Evangelho de S. João. Estamos no ambiente sagrado da última ceia. Jesus lava os pés aos Apóstolos; é o amor com o serviço; faz o seu testamento e a sua despedida. Em seguida, Jesus dá-nos o seu mandamento: É novo; é de Jesus: “Dou-vos um mandamento novo; é o meu mandamento: amai-vos como Eu vos amei”. E como nos amou Jesus? Servindo. A medida que Jesus nos propõe: “Como Ele nos amou”.
Jesus mostra-nos um efeito maravilhoso do amor: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos”. Então, com uma vida de amor, somos discípulos de Cristo. Este é o milagre que o mundo espera: o amor dos cristãos.
Graças a Deus, nas nossas comunidades há gestos de amor: os evangelizadores; as associações; o voluntariado; os visitadores de doentes; os grupos de jovens; os ministros extraordinários, e cada família, que vive a sua fé… É o sermão dado com a vida; o milagre que o mundo precisa de ver, para o dom da fé. “Amai-vos com o Eu vos amei”.
- O amor no coração dos apóstolos.
Primeira leitura
A primeira leitura dá-nos o testemunho dos apóstolos, na missão realizada por eles. Depois de uns quatro anos, passando por várias cidades, os apóstolos regressaram, como refere o texto deste domingo. Passaram pelas comunidades e chegaram de novo a Antioquia, de onde tinham partido. E “contaram à Igreja o que Deus tinha feito com eles”.
O que vemos nestas viagens, sobretudo de Paulo e Barnabé? O amor a Jesus, à sua mensagem, e ao povo que iam evangelizando. Tudo isto é testemunho de amor.
Os apóstolos, no meio das dificuldades, criaram comunidades fraternas, onde os irmãos se ajudavam, se fortaleciam, se amavam. Isso motivou Paulo e Barnabé nesse projeto, até aos confins da Ásia Menor (Turquia).
Quando uma comunidade cristã é unida e se deixa animar pelo Espírito de Deus, torna-se fecunda no seu apostolado missionário. Os apóstolos, no meio das dificuldades, criam comunidades fraternas, onde os irmãos se ajudam, se fortalecem, se amam. Foi isso que motivou Paulo e Barnabé nesse projeto. Reparamos neste pormenor: regressando a Antioquia, os apóstolos atribuíram o seu apostolado ao Espírito: “Contaram à Igreja o que Deus tinha feito com eles”. Nós somos instrumentos de Deus. Quem dá vida é o Espírito Santo.
E hoje, as nossas comunidades são as nossas paróquias, com os seus organismos, grupos de jovens, associações, confrarias, ministérios, catequistas, visitadores de doentes… e mesmo cada família, que procura viver a sua fé, dá sinal desse amor.
- O amor de Cristo hoje
A Igreja continua este amor. O Papa Francisco dá-nos um rosto do amor cristão. Peço licença para recordar uma experiência do Papa Francisco. No dia 16 de abril de 2016 visitou os refugiados na ilha grega de Lesbos. Recordou “experiências de dor e de esperança, de quem atravessa o mar para chegar à Europa”. Ele sentiu vontade de chorar”. “É preciso ver como irmão quem tem de fugir da sua terra por causa da opressão, da guerra… ou da injusta distribuição dos recursos do planeta”. E disse ainda: “Cada um de vós, refugiados, que bate à nossa porta, tem o rosto de Deus, é a carne de Cristo”. O papa recebeu desenhos das crianças. Um mostrava…o sol a chorar, com lágrimas a escorrer.
Recordei este facto de há alguns anos, e ele tem mostrado até hoje esse amor pelos irmãos que sofrem. Irmãos, a palavra do Senhor fica nos nossos ouvidos e no nosso coração: “Dou-vos um mandamento novo; é o meu mandamento: amai-vos, como Eu vos amei”.
Pe. António Gonçalves, SDB