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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

27
Jan23

4.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o quarto Domingo do Tempo Comum - ANO A - 2023 

As Bem-Aventuranças - Nova Lei do Evangelho

Domingo, 29 de Janeiro de 2023

  1. As bem-aventuranças são a carta da Nova Lei

     Evangelho

     “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus”, assim começou Jesus o sermão da montanha. As bem-aventuranças abrem o nosso olhar para os ensinamentos de Jesus sobre a conduta cristã. Na mente de muitas pessoas a felicidade está na riqueza; Jesus tem outro caminho de felicidade: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus”.  Nas bem-aventuranças está uma nova maneira de olhar para o mundo, para a vida: ver com o coração (Saint Exupéry, o Principezinho).

       Jesus foi o maior libertador dos pobres, dos doentes, dos pecadores. Jesus quer o bem-estar das pessoas. O que pede então Jesus? Corações abertos à sua proposta do Reino de Deus; quer dizer-nos que Deus não está onde se pratica a violência, o egoísmo, a riqueza fechada diante dos que precisam.

        S. Mateus faz-nos pensar em Moisés, que recebeu no cimo do monte Sinai os dez mandamentos. O evangelista coloca-nos com Jesus no cimo de um monte, lugar de proclamação das bem-aventuranças. Diz-nos que a riqueza mal-usada, é um perigo para a salvação. 

     Admitimos que Deus quer o bem-estar de todas as pessoas. Não quer ninguém na miséria. Mas propõe que as pessoas não ponham a sua felicidade no dinheiro, mas sim em valores mais altos, a confiança n’Ele.

     Eu vi um facto comovedor numa agência de comunicação católica (Aleteia, 22.01.17), que resumo em poucas palavras. Um menino de cor estava junto dos semáforos, e na paragem de veículos ligeiros, aproximava-se, e pedia esmola. Certa vez viu no carro uma senhora em cadeira de rodas; a respirar com apoio de tubos; tendo cilindros de oxigénio ao lado; e parecia cega. O menino ficou impressionado, e chorou. E ofereceu à referida senhora as esmolas que tinha recebido. A comunicação social divulgou o sucedido. Reuniram-se voluntários e obtiveram oitenta mil dólares para este caso. A senhora adoptou como filho o referido menino (ver internet). Um menino pobre, com coração do evangelho.

      É certo que Jesus disse a um jovem que o interrogou: “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus!” (Mt 19, 23). Porque esse jovem olhava para a riqueza como o seu deus! Faltava-lhe fé! 

  1. As Bem-aventuranças estão nos humildes

     Primeira leitura

 «Procurai o Senhor, vós todos os humildes da terra». Palavras de Sofonias. O profeta, que pregou pelo ano 640 antes de Cristo, vê nos pobres (Anwwin) aqueles que têm a capacidade de procurar o Senhor. No pensamento de Sofonias a palavra pobre significa humilde: «Procurai o Senhor, vós todos os humildes da terra». Mostra que o caminho da salvação está no caminho dos pobres, mais do que nas riquezas. Os pobres e humildes são o contrário dos ricos orgulhosos, o contrário dos poderosos opressores dos pobres, como escreveu: “Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde, que buscará refúgio no nome do Senhor”. O pobre é o que tem fé em Deus, mais do que em si mesmo ou nos seus bens.

  1. Deus escolhe o que é débil

     Segunda leitura

     São Paulo escreveu aos Coríntios: “Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo… escolheu o que é fraco… Deus realiza com os humildes as mais grandiosas acções. Basta pensar em Nossa Senhora.

     Santo Antão, do Egipto, século terceiro, era riquíssimo; e ouvindo na igreja o parecer do Evangelho sobre a pobreza, vendeu os seus bens e deu-os aos pobres. Foi o fundador do monaquismo no ocidente.

      Irmãos, este domingo chama-nos à fé em Jesus, a vivermos com dignidade, abrindo o nosso coração para os pobres. São Mateus apresenta-nos oito bem-aventuranças. Mas a primeira, que meditamos hoje, abre o caminho para as outras. Tenhamos coração de pobres, ricos diante de Deus.

Pe. Anónio Gonçalves, SDB

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