32.º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B
Oliveira
Proposta de Homilia para o 32.º Domingo do Tempo Comum – ANO B - 2021
Religião – dar e darmo-nos
Domingo, 7 de Novembro de 2021
Irmãs e irmãos, perguntamos como deve ser a prática da religião. Como viver segundo a vontade de Deus. As leituras de hoje abrem o nosso horizonte.
- Religião – Colaborar para o Reino de Deus
Primeira leitura
O profeta Elias sentiu-se chamado a anunciar a Palavra de Deus, a formar o seu povo na pureza da Fé e dos costumes. Quem é o profeta? Alguém que sente Deus a chamá-lo, ele responde, e torna-se anunciador do reino de Deus. Como? De vários modos.
Na primeira leitura admiramos o bom exemplo de uma senhora viúva, que colabora para o Reino de Deus com o que tem. Ela está na penúria, por falta de alimentos, para ela e para o filho. Nesta situação, o profeta Elias pede-lhe um pão e água. A pobre viúva deita as mãos à cabeça, pela sua pobreza, mas acolhe o profeta Elias, abre o seu coração e atende-o. Mostra uma grande fé em Deus, acreditando na Palavra que escutou. E oferece o pouco que possuía. E comeu ela, o filho e o profeta. E eis a recompensa: “nunca mais faltou o azeite e a farinha naquela casa”.
Todos podemos colaborar, com aquilo que temos. Mesmo que seja pouco: “O que eu faço é uma gota de água no meio do Oceano, mas sem ela o Oceano será menor, disse Madre Teresa da Calcutá (Pensamentos de Madre Teresa de Calcutá).
- Religião – Dar com fé e humildade
“Ela foi a que mais deitou”. Outra narrativa em S. Marcos mostra-nos também uma viúva: Jesus estava a contemplar uma cena junto ao Templo… Os ricos deitavam no recipiente das ofertas quantias avultadas… Uma viúva deitou apenas poucos cêntimos. Mas tocou o coração de Cristo. Esta senhora pobre mereceu de Jesus um elogio sem igual: “Ela foi a que mais deitou na caixa das esmolas”. Podemos dizer que ela deu sobretudo com o seu coração. No sentir de Jesus, é isso que conta: o que damos com o que somos, com o coração.
Que pensamos destas duas cenas, da viúva para com Elias, e da viúva junto ao Templo de Jerusalém, na época de Jesus? É darmo-nos aos outros. Algumas pessoas podem ter vergonha de dar uma oferta pequena. Lembremos: O Reino de Deus, por vontade divina, cresce com a nossa actuação humilde.
Aqui, todos temos muito para dar, daquilo que somos: o nosso saber, o nosso amor, o nosso sorrir. O bom dia que distribuímos, escutar quem se dirige a nós, dar ânimo a quem está abatido, ser sinal de fé a quem a deixou apagar-se. Ao partilhar o que temos, também nós recebemos, não ficamos mais pobres.
- Religião – Darmo-nos
Segunda leitura
“Cristo ofereceu-se …para tomar sobre si os pecados da multidão”. A Carta aos Hebreus mostra-nos Jesus como Sumo-sacerdote, que se ofereceu por nós.
A solidão: doença do nosso tempo. Gostaria de contar uma pequena história contada por Tolentino de Mendonça. Conta: «Fernando Silva dirige o hospital de crianças, em Manágua capital da Nicarágua. Na véspera de Natal o médico fica a trabalhar até muito tarde…. Percorreu as salas (enfermarias) para verificar se tudo estava em ordem…E numa das salas sentiu que havia passos a segui-lo. Passos de algodão: voltou-se e viu que era um menino que estava sozinho. E ouviu do menino este pedido: “Diga, diga a alguém que eu estou aqui” (citada em José Tolentino: O Elogio da Sede).
Voz de um menino, voz de muita gente… O Reino de Deus pede a nossa colaboração, levando amor a quem precisa, a quem está só.
P. António Gonçalves, SDB