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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

18
Mar22

3.º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C


Oliveira

Proposta de Homilia para o 3.º Domingo da Quaresma – ANO C - 2022

Deus libertador e a nossa conversão

Domingo, 20 de Março de 2022

1. A libertação vem de Deus
Primeira leitura
A primeira leitura narra um evento dos mais importantes na história da salvação. Deus chama Moisés para libertar o povo judeu que está oprimido no Egipto. Como se revelou Deus a Moisés? Com um sinal: no monte Horeb ou Sinai, uma moita ou arbustos a arder, muito tempo, sem se consumir. De que se alimenta aquela chama? Moisés subiu ao monte para ver. O monte tem mais de dois mil metros de altitude. Ouviu a voz de Deus: o terreno que pisas é sagrado. Deus chamou-o a ir ter com o Faraó e pedir a libertação do povo. E quando Moisés pediu credenciais para falar ao Faraó, Deus disse-lhe: “Eu sou aquele que sou”.

Que significa este nome? Na Bíblia, Deus é muitas vezes chamado “Javé”, que significa Senhor de tudo, o único Deus verdadeiro. E Moisés realizou a grande acção de libertar o povo, colocando toda a sua confiança em Deus libertador.

O ateísmo sufocou parte da Europa, fechou os ouvidos a esta verdade: que Deus é o libertador. Quando Carlos Marx pensou em libertar os operários, pensou bem, mas escolheu mau caminho: tirou do coração dos operários o Deus libertador. Eis agora o trabalho de evangelização, para que Deus em Jesus volte aos corações.

2. A libertação quando nos convertemos
Evangelho
O evangelho faz um apelo à conversão, a voltarmo-nos para Deus. Santo Agostinho compreendeu isto, quando disse: “O meu coração estava inquieto enquanto não encontrou Deus” (livro Confissões de Santo Agostinho). Sua mãe, Santa Mónica, ficou tão feliz que disse: “Já não preciso de viver mais; realizou-se a alegria que eu esperava: o meu filho converteu-se”.

No Evangelho deste domingo ouvimos esta advertência de Jesus: “se não vos converterdes, morrereis também vós”. Referia-se à morte espiritual. E a parábola da figueira veio dizer-nos o mesmo: se a árvore não dá fruto, não merece ocupar o terreno.

Gostava de referir a conversão de uma grande pensadora e doutora em Filosofia. Ela abraçou o ateísmo. Foi Edith Stein. Porém, certa ocasião, precisou do silêncio para os seus estudos. Isolou-se na casa de uma pessoa amiga. Na biblioteca, escolheu ao acaso um livro: a autobiografia de Santa Teresa de Ávila. Foi lendo e descobriu que a ciência não é o absoluto. Viu que “o coração tem razões que a razão não conhece” (Pascal). Chegou à última página dizendo: “aqui está a verdade”. É dela esta frase: "A fé está mais próxima da sabedoria divina do que toda ciência filosófica e mesmo teológica". Tornou-se freira carmelita, e hoje é Santa Teresa Benedita da Cruz, ou: Edith Stein.

3. A libertação passa pela identificação com Jesus
Segunda leitura
Diz-nos São Paulo na primeira carta aos Coríntios que a vida do povo com Moisés no deserto é para nosso ensinamento. Foi um caminhar para a fé em Deus. Nós também devemos colaborar na nossa libertação.

Um bom escritor que analisou o Evangelho de São João, escreveu um livro com este título: “Entrer dans le mystère de Jésus”[1], “Entrar no mistério de Jesus”. E narra como o bom fariseu Nicodemos foi procurar Jesus de noite…E que luz recebeu de Cristo? “É preciso nascer do Alto, tens de nascer do Espírito, de nascer de Deus”. Encontrou a luz em Jesus, e quando Jesus morreu, lá esteve ele, com José de Arimateia, a derramar perfume em abundância no corpo de Jesus. A libertação leva-nos à identificação com Jesus. A lição deste domingo pode ser este: “Deus salva-nos com a nossa fé, com a nossa adesão a Ele.

Pe. António Gonçalves, SDB

[1] Jean Vanier, Entrer dans le mystère de Jésus, p. 70 ss.

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