Sugestão da homilia para a Solenidade do Pentecostes - Ano A - 2023
Espírito Santo enviado para vida da Igreja
Domingo, 28 de Maio de 2023
Irmãs e Irmãos, quem é o Espírito Santo, enviado aos apóstolos e a Nossa Senhora? Uma pergunta existencial, que tem a ver com todos nós.
- Espírito Santo manifestado no vento e no fogo
Primeira Leitura
Como se manifestou o Espírito Santo no dia de Pentecostes? São Lucas indicou-nos os sinais: “fez-se ouvir uma forte rajada de vento; e viram aparecer uma espécie de línguas de fogo sobre cada um dos apóstolos e Nossa Senhora… “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”.
O vento, sinal de respiração e de vida; e línguas de fogo, sinal de luz e calor para a evangelização; a língua, sinal para a Igreja falar. No dia de Pentecostes, todos ouviram as palavras de Pedro, cada um na sua própria língua.
Esta graça acontece na Igreja de modo particular no Sagrado Crisma. Diz o bispo, aplicando o óleo do crisma consagrado: “Recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus”. Vida nova; Lei nova; comunidade nova.
2. Quem é o Espírito Santo?
Evangelho
Irmãs e Irmãos, neste dia de Pentecostes, rezamos com toda a confiança: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis, e acendei neles o fogo do vosso amor”. Quem é o Espírito Santo? Nós rezamos no sinal da cruz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O Evangelho mostra-nos Jesus que apareceu aos Apóstolos e disse-lhes:“A paz esteja convosco. Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós. Jesus enviou os Apóstolos a anunciarem a vida nova de Jesus ressuscitado. Uma missão também para todos os cristãos.
O Espírito Santo é uma Pessoa da Santíssima Trindade. Como se manifestou a nós? Diz-nos São Lucas nos Actos dos Apóstolos: “Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, … e poisou uma sobre Nossa Senhora e sobre cada um dos Apóstolos. “O Espírito Santo — diz Cristo — vos ensinará tudo o que Eu vos tenho dito” (João 14, 26).
O Evangelho de São João mostra-nos Jesus no dia de Páscoa. Apareceu aos Apóstolos: “soprou sobre eles e disse-lhes: “recebei o Espírito Santo”. Deu-lhes o poder de perdoar os pecados: “A quem perdoardes… ficarão perdoados”; e enviou-os em missão: “Como o Pai me enviou, também Eu vos envio”.
Jesus, com os Apóstolos, forma uma comunidade viva, nova, animada pelo Espírito Santo, pronta para a missão: o começo da Igreja.
- Espírito Santo, unidade e amor.
Segunda leitura
Quando nós rezamos a doxologia “Glória ao pai e ao Filho e ao Espírito Santo”, adoramos as três pessoas da Santíssima Trindade. Quem é o Espírito Santo? É o Amor do Pai e do Filho. Deus é Trindade. “Ó Deus, Tu és três”, assim rezavam uns cristãos simples e sábios (José Tolentino de Mendonça, Elogio da Sede). O Espírito Santo é o Amor na Santíssima Trindade.
Um fruto do Espírito Santo é a união: todos entendiam a linguagem dos apóstolos. O contrário é o pecado, que provoca a desunião: caso da torre de Babel, com a confusão das línguas. Acontece hoje nos conflitos.
São Paulo explica-nos: “Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros… constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo… Todos nós fomos baptizados num só Espírito, para constituirmos um só corpo”. O que une os esposos? O Amor. Um professor perguntou a um estudante do 6º ano, no seu aniversário natalício: - “Que te vai oferecer a tua mamã?” - “Amor”, respondeu ele.
Os apóstolos receberam o Espírito Santo, sentiram o amor de Deus, e inflamados por esse amor, entraram no caminho da evangelização: de Jerusalém à Judeia, à Samaria, à Grécia, a Roma, ao mundo…. O Espírito Santo faz de nós profetas, homens novos, mundo novo.
A presença de Maria
São Lucas (1,12-14), narra: “todos estes (Apóstolos), unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais, Maria, a Mãe de Jesus”(AT. 1, 12-14). Maria pertence, desde o início, à vida da igreja. Viveu a experiência do Espírito Santo, que tinha realizado nela o milagre da Encarnação de Jesus.
O Papa Francisco recorda-nos: “No tesouro do coração de Maria estão também todos os acontecimentos de cada uma das nossas famílias, que ela guarda solicitamente” (A Alegria do Amor n. 30). Já Paulo VI tinha dito: “Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável…»[1] Com Maria, defendamos a família, no matrimónio cristão.
Pe. António Gonçalves, SDB
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[1] Paulo VI, Alocução em Nazaré, 05.01.1964; cit. em A Alegria do Amor, n. 66.