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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

17
Mar23

GUERRAS da AMÉRICA e da RÚSSIA EM COMPARAÇÃO DESDE 1940


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

Da Luta contínua dos Gigantes pelo Domínio dos Povos

A - Invasões e intervenções relevantes dos EUA:

1- Guerra da Coreia (1950-1953): Os EUA apoiaram as tropas sul-coreanas na luta contra as tropas norte-coreanas, que eram apoiadas pela China e pela União Soviética. A Guerra da Coreia provocou cerca de 1,2-2 milhões de mortes e uma Coreia do Norte extremamente militarizada.

2- Guerra do Vietnam (1955-1975): Os EUA apoiaram o estado sul-vietnamita contra o vietcongue comunista e o Vietnam do Norte. A Guerra do Vietnam provocou cerca de 1,3-3,8 milhões de mortes.

3- A Crise de Cuba (1961-62): a 17 de abril de 1961 deu-se a invasão financiada por Washington falhada na baía dos Porcos (Playa Girón) em Cuba (1). Quase eminente guerra nuclear entre os EUA e a União Soviética.

4- Invasão de Granada (1983): Os EUA invadiram a ilha caribenha de Granada para derrubar o governo comunista de lá.

5- Invasão do Panamá (1989): Os Estados Unidos derrubaram o governo de Manuel Noriega e ocuparam o país.

6- Guerra do Golfo (1990-1991): Os EUA lideraram uma coligação internacional para expulsar o Iraque após a invasão do Kuwait.

7- Intervenção militar na Jugoslávia (1999) (semelhante à intervenção da Rússia na Ucrânia e ao fomento americano através das revoluções coloridas). Foi a primeira guerra de agressão na Europa levada a efeito por alguns países da OTAN (USA, Alemanha + 17 estados) contra a Jugoslávia e sem mandato do Conselho de Segurança da ONU. Posteriormente também aqui a OTAN confessou que o pretexto de ataque foi devido a um equívoco (2); esse estratagema usado para legitimar intervenções também foi usado no caso da mentira orquestrada para justificar a intervenção no Iraque. A Casa Branca parte do princípio que contra a força não há resistência e sabe que depois de uma invasão só contam os factos militares e podem sempre descalçar a bota com o pretexto de actuarem em benefício da liberdade e da democracia. Este é um método constante: fomentar tumultos dentro de um estado, apoiá-los e depois impor-se pela força, levando ao poder um governo favorável.

8- Invasão do Afeganistão e guerra (2001-2021): Os EUA começaram a guerra contra o governo talibã, que hospedava a Al-Qaeda, após os ataques de 11 de setembro de 2001. A guerra do Afeganistão provocou aprox. 250.000 mortos. A Europa e os EUA diziam defender a Democracia e os valores ocidentais no Afeganistão tal como dizem fazer hoje na Ucrânia.

9- Guerra do Iraque (2003-2011): Os EUA atacaram o Iraque para derrubar o regime de Saldam Hussein e para justificarem tal, mentiram dizendo que o Iraque tinha armas de destruição em massa. A guerra no Iraque provocou aprox. 1-1,5 milhões de mortos.

10- Intervenção militar na Líbia (2011): Os EUA e outros países da OTAN intervieram na guerra civil da Líbia para apoiarem os insurgentes contra o governo legítimo e derrubaram Muammar al-Gaddafi, criando assim uma zona instável propícia. Onde há petróleo, riquezas naturais ou interesses de estratégica política há sempre pretextos não declarados para se intervir.

11- Ação militar contra o Estado Islâmico (desde 2014): Os EUA e uma coligação internacional participaram na luta contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Esta é uma amostra das intervenções militares dos EUA entre outros conflitos e engajamentos não mencionados.

Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a Rússia e os EUA ainda eram parceiros de guerra: Os EUA entraram na guerra em 1941 e lutaram com a Rússia contra as potências do Eixo, Alemanha, Itália e Japão que dera origem ao conflito armado. A Segunda Guerra Mundial provocou cerca de 70-85 milhões de mortes. Os EUA lançaram a bomba atómica no Japão. Os Aliados eram o Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos.

B - Invasões e intervenções relevantes da União Soviética/Rússia:

1- Guerra Fino-soviética (1939-1940): A União Soviética atacou a Finlândia por questões de disputas de fronteira.

2- Guerra Afegã (1979-1989): A União Soviética atacou o Afeganistão para apoiar o governo comunista.

3- Guerra na Chechênia (1994-1996 e 1999-2009): A Federação Russa lutou contra os separatistas chechenos.

4- Guerra na Geórgia (2008): A Federação Russa interveio na Geórgia para apoiar a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia.

5- Intervenção militar na Ucrânia (desde 2014): A Federação Russa apoiou os separatistas no leste da Ucrânia e anexou a Crimeia. Neste conflito encontra-se também a Casa Branca e a OTAN também já antes envolvidos através da revolução laranja. Os EUA investiram 5 bilhões de dólares para deporem o legítimo presidente da Ucrânia e motivarem a Ucrânia a passar do estatuto de Estado neutro para pretendente a membro da OTAN.

Como é de observar entre as duas potências mundiais que rivalizam no domínio da economia e do poder político no mundo, os representantes dos Estados Unidos revelam-se como mais profissionais na criação de intrigas e são os que mais apostam no poderio militar e económico sob o pretexto de (anteriormente) defenderem os valores anticomunistas e agora de defenderam a liberdade e a independência (os Estados Unidos são mais motivados pelo domínio económico e a Rússia mais pela ideologia). A Federação Russa ainda tentou vir a fazer parte da OTAN, mas as elites dos Estados Unidos apostavam na decomposição da Europa e na redução da Rússia a uma potência secundária. Por isso a intenção da Federação Russa se aproximar à Europa e à OTAN foi sistematicamente contraminado pela Oligarquia americana. “O Acto Fundador OTAN-Rússia (oficialmente o Acto Fundador sobre Relações Mútuas, Cooperação e Segurança entre a OTAN e a Federação Russa) é uma declaração de intenções ao abrigo do direito internacional assinada em Paris a 27 de maio de 1997 entre a OTAN e a Rússia”.

Desde 1940, a Rússia ou a União Soviética, e mais tarde a Federação Russa, interveio em numerosos conflitos militares e guerras em todo o mundo. Geralmente nos conflitos regionais lá se encontram os EUA e a Rússia e um pouco ainda mais discretamente a China.

Os impérios Estados Unidos, Rússia e China procuram influenciar os cidadãos em países que pretendem sob sua dependência com apoios económicos a opositores dos governos ou a grupos armados. Nos últimos tempos os EUA têm usado como meio de infiltração as chamadas revoluções coloridas especialmente nos povos que antigamente pertenciam à esfera de influência soviética.  O antigo Portugal das colónias é um exemplo da intervenção soviética e dos EUA no surgir dos combates entre os diferentes grupos rivais.

António CD Justo

Notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8379

17
Mar23

PAPA FRANCISCO INICIOU A CHEGADA DO SUL GLOBAL AO OCIDENTE


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

Décimo Aniversário da Eleição do Papa Francisco

Jorge Mario Bergoglio, vindo do Sul (Argentina) e eleito a 13 de Março de 2013, (o primeiro pontífice não europeu em 1 200 anos), iniciou o seu pontificado com actos simbólicos (1) querendo, desde o princípio desabituar os bispos de certa pompa e luxo de maneira a serem substituídos por uma atitude de humildade, compaixão (2) e um coração virado para os pobres e fracos.

Na sua qualidade de líder mundial insurge-se contra a “globalização da indiferença” produtora de refugiados, pobres e contra o carreirismo na Cúria. Com a sua atitude de desdivinizar os chefes e de acentuar a perspectiva de baixo para cima, provocou certos governantes e potentados causando neles um olhar enviesado dentro e fora da Igreja. Ao contrário do grande teólogo Bento XVI, Francisco concentra-se sobretudo na pastoral e, dando o exemplo, meteu-se imediatamente a caminho misturando-se com o povo de Deus numa igreja sempre peregrina.

Com a maneira de ser de Francisco o ministério Petrino começou a ser mais apreciado no mundo secular; por outro lado, ao sacudir o pó do imobiliário da Igreja, constipou alguns ocupantes de lugares altos que em surdina começaram a espirrar! Por outro lado, levantou esperanças nalguns caminheiros mais apressados que iniciaram uma pedalada europeia tal que se distanciavam demasiado da caminhada rítmica do povo de Deus. Foi o caso do caminho sinodal da igreja na Alemanha que dava a impressão de querer protestantizar o Catolicismo. A caminhada alemã com o reconhecimento da diversidade do género, as celebrações de bênção para casais homossexuais e recasados (3), a permissão para leigos pregarem em missas e o voto para diaconisas são pontos que, no meu entender, não levarão a igreja alemã a marginalizar-se (4) dado ter sido o próprio papa Francisco que de início entusiasmou os movimentos de reforma da Igreja a nível global (5) . A decisão será tomada em Roma depois das caminhadas sinodais a decorrer em todo o mundo.

Na escolha de cardeais e visitas apostólicas privilegiou as margens do mundo e da sociedade. Escolheu cardeais dos cantos mais distantes do mundo

É explícito e decisivo ao defender a “tolerância zero para a pedofilia”: “O abuso de homens e mulheres da Igreja – abuso de autoridade, abuso de poder e abuso sexual – é uma monstruosidade” Na Carta Apostólica de 2019 "Vos estis lux mundi” (Vós sois a luz do mundo) decretou disposições gerais para toda a Igreja de modo a não serem possibilitadas “omissões tendentes a interferir ou contornar as investigações civis ou as investigações canónicas” (ver cotações e Carta 6)

O Santo Padre tem sido um exemplo para todas as religiões no diálogo inter-religioso revelando-se um crítico profundo de um clericalismo mais identificado com “capatazes” do que com “pastores”!

Pronunciou-se com mestria universal em questões da ecologia da “nossa Casa comum” com a encíclica ecológica Laudato Sí (7).

Como representante da Igreja vinda do Sul tem provocado o capitalismo liberal, o que tem incomodado representantes do monopolismo/hegemonia ocidental. Francisco, porém, esclarece: “Não condeno o capitalismo e também não estou contra o mercado”: o que defendo é a “economia social de mercado”. “A mesa económica não funciona só com duas pernas. Mas sim com três: o capital, o trabalho e o Estado como regulador.” (8)

Com a morte do emérito papa Bento XVI, o Papa Francisco terá mais facilidade em fortalecer o processo renovador pastoral na Igreja. Uma Igreja com 1,378 bilhão de fiéis espalhados nas diferentes cultuas do mundo não é fácil de gerir!  Uma coisa é certa: O Sul global está a chegar; vais ser grande o “preço” a pagar (9)!

António CD Justo

Teólogo

Notas em Pegadas do Tempo:  https://antonio-justo.eu/?p=8386

17
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Igreja em saída

Nós não vivemos em dois espaços separados: um, onde há odor a incenso, outro onde há pó e sangue. A nossa única casa é a cidade do ser humano, que porém é uma cidade real, não abstrata, onde renovação e atualização são necessárias para tornar a vida verdadeiramente à medida de cada pessoa. Os espaços desta cidade não devem ser excessivamente ordenados, porque muitas são as vítimas dos nossos equilíbrios. Devemos, cada vez mais e melhor, entrar nas contradições deste tempo sem medo de sermos contagiados por sabe-se lá que doença.

Saiba mais

O pontificado de Francisco ano a ano  

Alguns dos principais acontecimentos

dos dez anos com o Papa Francisco.

Saiba mais

Os dias do tempo (15.3.2023) [Imagem Áudio]

«Deus sabe como não é fácil para a semente germinar sem proteção, nem para a frágil flor florir ao frio. Por isso o seu amor não cessa de vir ao nosso encontro e discutir com o nosso coração transtornado até o fazer acreditar.» Palavras, imagens e música para dar sentido às horas deste dia.

Saiba mais

 

14
Mar23

ORAÇÃO LAICA


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação de ontem do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Damos graças pelos dez anos de pontificado do Papa Francisco. 
Rezamos o terço pelo Papa e pelo Cardeal Tolentino de Mendonça e sua missão ao lado do Santo Padre.
(Ir Manuel Silva)
 

        Que eu não me deixe ancorado apenas à experiência de ontem, mas me abra aos recomeços que o dia de hoje solicita de mim.

          Que eu reserve em cada dia tempo para escutar, disposto sempre a aprender qualquer coisa de novo.

       Que eu reserve tempo para ver o real como ele se manifesta, capaz de investir mais na sua observação paciente que em juízos apressados ou em imagens feitas.

            Que eu reserve espaço dentro de mim para acolher a surpresa e não só para garantir rotinas.

           Que eu me empenhe na gestação de processos de reconciliação em mim e nos outros.

           Que eu imagine as minhas mãos como portas que se abrem e não como muros que se impõem, travando desse modo o movimento polifónico da vida.

            Que a par do pão que representa o necessário, eu coloque a rosa que representa o gratuito.

           Que eu saiba mais vezes pedir que reivindicar; e mais vezes ainda esperar e agradecer que exigir ou lamentar.

          Que eu não hipoteque os meus olhos unicamente ao chão, pois de contrário ignorarei que também há o percurso das estrelas.

             Cardeal José Tolentino de Mendonça
            13.03.2023

14
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Três poéticas do louvor

para desver todas as coisas

É preciso começar como quem desaprende. Esperar a palavra nascida para o canto, como os monges no começo do seu dia. Na oração das Laudes, pedem: Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o vosso louvor. Esperar o louvor – a palavra nascida para o canto – é abrir-se ao imprevisto do dia que começa; situar-se, desde a manhã, num lugar de trânsito e surpresa. Trago três poéticas do louvor que assumem esta condição.

Saiba mais

Cinema: “Tudo em todo o lado ao mesmo tempo” [Vídeo]

A loucura e o multiverso são dois elementos a que os cineastas recorrem para narrar uma história trivial, basilar: a recuperação do diálogo numa família que encalhou nos baixios do sedentarismo. Como sublinham os realizadores: «É um filme sobre uma mãe que aprende a escutar a sua família no meio do caos mais total». Apreciação ao filme que mais Óscares ganhou na edição de 2023.

Saiba mais

Os dias do tempo (14.3.2023) [Imagem Áudio]

«Pode rezar-se com qualquer palavra. Com as nossas palavras de todos os dias, estas palavras deterioradas pelo uso, estas palavras utilitaristas escritas sempre em minúsculas, estas palavras hesitantes e sem fulgor, estas palavras estropiadas pela exaustão, estas palavras nas quais a noite deposita a penumbra e o sono, todos estes substantivos que sabem que têm de desaparecer.» Palavras, imagens e música para dar sentido às horas deste dia 14 de março.

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13
Mar23

A INTOLERÂNCIA DO “DE QUE LADO ESTÁS?”


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

Entre Intolerância política e intelectual

Ao observarmos a expressão pública verificamos nos diferentes meios de comunicação social e em diversas atitudes e comportamentos pessoais e grupais que nelas sobressai a falta de respeito e de aceitação em relação a diferenças, sejam elas de natureza cultural, religiosa, política, racial, sexual, etc...

(A dúvida metódica mantém a tensão entre os opostos sem os eliminar e assim possibilitar o desenvolvimento) ...

A falta de aceitação e respeito em relação a outras pessoas e grupos conduz a uma série de comportamentos e atitudes negativas. Uma sociedade altamente em crise cria nos seus membros a necessidade de se definirem vincadamente para terem a impressão de possuírem uma identidade firme (A sociedade compensa assim nos seus membros a própria identidade decadente). Neste momento histórico em que as potências se esforçam por criar uma nova ordem mundial baseada na guerra fria, também as instituições se encontram em crise mas também elas reagem no sentido do que constatava  Gil Vicente: as instituições são intocáveis, o problema está sempre nos seus membros... Ai dos não alinhados que não embarquem nos facilitismos e não aceitem deixar-se levar na onda!

A intolerância política manifesta-se individual, grupal ou colectivamente quando uma pessoa ou grupo expressa desprezo, ódio ou discriminação em relação a outra pessoa ou grupo baseando-se em opiniões políticas, ideológicas ou partidárias...

A convivência pacífica e democrática só pode ser garantida mediante uma atitude de respeito e tolerância mútua em relação às diferenças de mundivisão político-social. Uma matriz política em que os partidos do centro defendam os seus interesses difamando sistematicamente os extremos (tanto os Comunistas como o Chega) carece da atitude de diálogo pressuposto de toda a democracia; o mesmo se diga destes em relação aos partidos do poder!

Também a intolerância intelectual se encontra muito divulgada e expressa-se na falta de respeito e tolerância em relação às opiniões, ideias e conhecimentos de outras pessoas em áreas, como política, religião, ciência, arte, cultura, etc. Geralmente a intolerância intelectual deve-se à falta de saber, preconceitos, medo, desinformação, arrogância, etc. A intolerância intelectual usa como meios a ridicularização, a desqualificação, o ataque pessoal e a difamação e cria como seu lugar de refúgio "bolhas ideológicas“ alérgicas a ideias ou opiniões diferentes...

Quem não pensa como o politicamente correcto quer, ou como os intelectuais ao serviço do sistema, é colocado fora dos muros da cidade, tal como acontecia em sociedades antigas, nos casos de lepra!...

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8376

11
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Nova sugestão de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Manuel Braga da Cruz: um magistério de cultura, cidadania, humanismo e fé

Tendo muito a agradecer ao Professor Manuel Braga da Cruz, não é fácil abarcar todos os frutos que a frondosa árvore da sua vida e da sua obra disponibilizou a tantos, na academia ou fora dela. O exercício de análise que se segue revela a amplitude de uma obra que deixou pouca coisa de fora daquilo que cada um de nós imagina poder caber nas ciências sociais e nas humanidades, ambas sempre iluminadas por uma dimensão de espiritualidade e de fé.

Saiba mais

 

09
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Nova sugestão de leitura - PREMIO MERECIDO


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Manuel Braga da Cruz recebeu Prémio Árvore da Vida e destacou papel dos católicos nas ciências sociais [Imagens]

«A fé oferece ao cientista intuições, perspetivas não necessariamente racionais, que muito ajudam a construir hipóteses de investigação. A fé impregna os comportamentos sociais, que não podem ser entendidos sem recurso a ela. Muitas das realidades sociais não são compreensíveis sem a fé. Todas as culturas precisam de ser cultivadas. A fé ajuda a cultivar a cultura.»

Saiba mais

 

 

07
Mar23

A NOSSA VIDA NAS MÃOS DE DEUS


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação de ontem do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

          Ensina-nos, Senhor, em cada tempo a colocar nas tuas mãos a nossa vida na sua transparência esperançosa e na sua penumbra que bloqueia e pesa.

        Ensina-nos a agradecer-Te a vida sem esforço; a sua espantosa claridade em certas horas; a harmoniosa leveza para que tudo em alguns momentos parece convergir; a perfeição do azul esticada como uma tenda capaz de conter o tempo; a luminosidade de tudo o que é puro; o desenho sem nenhuma hesitação da alegria; a altura cintilante da paz que acendemos uns nos outros.

            Mas ensina-nos também a pedir-Te a força para transformar em nós a vida quando custa; essa sucessão de vida desqualificada a que nem sempre sabemos acudir; a pedra do nosso coração que pode efetivamente ser de pedra, a infelicidade dos gestos infelizes que propagam no mundo uma tristeza; a violência das coisas que trazemos desencontradas; a escuridão das coisas escuras que cancelam a possibilidade amor.

            Ensina-nos a multiplicar o entusiasmo pela vida; a modelar incessantemente o barro sabendo que na sua humildade ele servirá para transportar o tesouro; a celebrar a nitidez das estações inesquecíveis; a acreditar que sim, que somos por Ti chamados a fazer da vida uma canção ininterrupta; uma pequena coisa sublime.

             Mas ensina-nos também a nos implicarmos em retirar os entraves à vida; a converter os seus impasses; em superar as suas durezas e deformidades; em iluminar, restaurar, restituir.

             Ensina-nos, Senhor, em cada tempo a colocar nas tuas mãos a nossa vida.

             Cardeal José Tolentino de Mendonça
             6.03.23

06
Mar23

LAICIDADE E LAICISMO


Oliveira

Partilho, com a devida vénia, um artigo do Dr. Pedro Vaz Patto, que já foi publicado no jornal digital «7 MARGENS».

Julgamos útil e oportuno facultar aos leitores do Blog da COPAAEC este e outros assuntos de interesse que ajudam a «preservar, defender e viver os valores da educação recebida».

Guilhermino Pires

            Como de esperar e tem sucedido noutras ocasiões análogas, os apoios do governo e autarquias locais à realização das Jornada Mundial da Juventude têm suscitado uma velha discussão sobre a compatibilidade entre tais apoios e o princípio da laicidade do Estado e há quem invoque esse princípio para negar a legitimidade desses apoios.

            A laicidade do Estado deve, porém, distinguir-se do laicismo.

        Laicidade implica a aconfessionalidade (ou seja, que o próprio Estado não adira a uma qualquer confissão religiosa), o tratamento não discriminatório das várias comunidades religiosas e a separação entre a Igreja e o Estado. De algum modo, pode encontrar-se na máxima evangélica “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” uma raiz histórica e cultural deste princípio. Essa separação entre Deus e César tinha um alcance revolucionário no império romano, assente no culto religioso do imperador. Podemos dizer que se fecha a porta à absolutização do poder político que gera o totalitarismo. E também se distingue de civilizações como a islâmica, onde a lei religiosa e a lei civil se confundem. Isto vem sendo salientado em vários documentos dos últimos Papas, sendo de destacar, a este respeito, por exemplo, o discurso de Bento XVI no parlamento alemão.

            O laicismo vai além da neutralidade e da aconfessionalidade do Estado. Traduz-se na assunpção pelo Estado de uma ideologia hostil à religião ou, pelo menos, indiferente à relevância social da religião. A liberdade religiosa é restringida a uma dimensão pessoal (sendo que todas as convenções internacionais de protecção dos direitos humanos reconhecem também a dimensão pública e comunitária dessa liberdade). O laicismo em larga medida caracterizou a nossa primeira República. Tradicionalmente tem influenciado a concepção da laicidade prevalecente em França (a “laïcité de combat” ou “laïcité francaise”), em nome da qual estão excluídas aulas de religião em escolas públicas, têm sido removidas de espaços públicos presépios e estátuas de santos e, precisamente, têm sido proibidos apoios públicos (como a cedência de espaços de estabelecimentos escolares) a eventos religiosos.

       O laicismo esquece, pois, a dimensão social e cultural da religião. Que o Estado seja laico e neutral, não significa que a sociedade seja laica e o que Estado pretenda impor ou promover  uma sociedade laica e religiosamente neutra. Não significa ignorância ou indiferença em relação à dimensão social e cultural da religião. Essa indiferença impedirá o Estado de cumprir a sua missão de serviço à sociedade, desde logo porque ignora uma das mais relevantes características desta e aquilo que para muitos dos seus cidadãos é mais precioso.

        Considerar a dimensão social da religião é reconhecer o papel que as várias comunidades podem desempenhar na realização pessoal dos seus membros e, sobretudo, no reforço da solidariedade social. É reconhecer, por exemplo, o papel que em Portugal tem desempenhado a Igreja Católica (e, à sua medida, também outras comunidades religiosas) no campo das instituições de solidariedade social, e situações de crise económica e social ou no acolhimento de imigrantes e refugiados.

           Vistas as coisas nesta perspectiva, não será ilegítimo e contrário ao princípio da laicidade que o Estado apoie iniciativas de comunidades religiosas, e até a construção de lugares de culto, em função da sua relevância social. Seria uma forma de discriminação negativa da religião (e não de neutralidade), e de ignorância da importância que esta tem para muitos cidadãos e contribuintes, recusar tais apoios quando não se recusam apoios a eventos culturais e desportivos sem conotação religiosa, porventura sem a relevância pessoal e social dos que têm essa conotação.

         O que a laicidade do Estado impede é que se favoreçam umas comunidades religiosas em relação a outras, segundo critérios que não sejam o da respectiva representatividade e relevância social. Para alguns efeitos, será justo um tratamento diferenciado em função do número de crentes de cada religião (assim, por exemplo, quanto aos tempos de antena em canais públicos de televisão), porque a igualdade também se respeita quando se trata de forma desigual o que é objectivamente desigual. Mas não deixam de ter relevância social iniciativas de minorias religiosas com um mínimo de expressão, e também elas poderão receber apoios estatais.

         Por outro lado, tais apoios devem obedecer ao princípio da subsidiariedade, isto é, devem ser apoios, não uma forma de assunpção integral de custos de edifícios e eventos que dispense o contributo das próprias comunidades de acordo com as suas possibilidades.

        Expressão desta visão “aberta” e “positiva” da laicidade é o princípio da cooperação entre o Estado e as comunidades religiosas, consignado no artigo 5.º da Lei da Liberdade Religiosa: «O Estado cooperará com as igrejas e comunidades religiosas radicadas em Portugal, tendo em consideração a sua representatividade, com vista designadamente à promoção dos direitos humanos, do desenvolvimento integral de cada pessoa e dos valores da paz, da liberdade, da solidariedade e da tolerância

           Partindo destes pressupostos, parece não suscitar dúvidas a legitimidade das várias formas de apoio que a realização das Jornadas Mundiais da Juventude tem recebido e vai receber dos poderes públicos (sem querer aqui discutir o montante de cada uma das despesas em causa), do governo e de autarquias locais de vários pontos do país e de várias tendências políticas. Todos estes políticos, católicos e não católicos, reconhecem a relevância social deste evento.

           A relevância social das Jornadas Mundiais da Juventude é notória. Trata-se, talvez, do encontro de maior dimensão alguma vez realizado em Portugal e este tipo de jornadas são, talvez, o encontro juvenil de maior dimensão em todo o mundo. Perto de um milhão de jovens dos mais variados países terá uma oportunidade irrepetível de conhecer o nosso país e a nossa cultura. Há um retorno financeiro que compensará as despesas realizadas. Mas há, sobretudo, outro retorno, a que são sensíveis crentes e não crentes: a mensagem das Jornadas é uma mensagem assumidamente cristã, sim, e também de fraternidade universal. Uma mensagem da maior importância numa actualidade marcada pela guerra, pelos nacionalismos “exacerbados e agressivos” de que fala o Papa Francisco, e por polarizações de vária ordem. Essa fraternidade há de ser vivida naqueles dias e no futuro dessa multidão de jovens. Com o sucesso dessas Jornadas todos os portugueses ganham. 

Pedro Vaz Patto

(presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz)

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