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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

31
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Semana Santa: Estão a chegar os dias supremos da História

O Domingo de Ramos mergulha-nos num dos momentos mais festivos da vida de Jesus: um rio de sorrisos, do monte das Oliveiras ao templo. E à volta era primavera, alegre e poderosa, como agora. Novo génesis do ser humano em Deus: o amado nasce sempre da ferida do coração de quem o ama. O ser humano nasce do coração ferido do seu criador. Revelação última que Deus e a vida são sempre dom de si, e nunca serás abandonado.

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A Igreja e a “doutrina da descoberta”: Cardeal Tolentino escreve sobre poder colonial e eliminação de culturas indígenas

A “doutrina da descoberta” não faz parte do ensinamento da Igreja católica. Ao mesmo tempo, ela reconhece que determinadas bulas papais não refletiam adequadamente a igualdade de dignidade e de direitos dos povos indígenas. A Igreja também está consciente do facto de o conteúdo destes documentos ter sido manipulado para fins políticos pelas potências coloniais em competição entre elas, para justificar atos imorais contra as populações indígenas, cometidas por vezes sem a oposição das autoridades eclesiásticas.

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Não podemos permitir que os algoritmos neguem a compaixão e a esperança; e cuidado com a meritocracia, alerta Papa

O reconhecimento e a recompensa do mérito e do esforço humano têm um fundamento, mas há o risco de conceber a vantagem económica de poucos como fruto de ganho ou merecimento, enquanto a pobreza de muitos é vista, em certo sentido, como culpa deles. Esta perspetiva subvaloriza as desigualdades de partida entre as pessoas em termos de riqueza, oportunidades educativas e laços sociais, e trata o privilégio e a vantagem como conquistas pessoais. Consequentemente – em termos esquemáticos – se a pobreza é culpa dos pobres, os ricos são exonerados de fazer o que quer que seja.

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Os dias do tempo (31.3.2023) [Imagem Áudio]

«A verdadeira oração cristã é aquela em que a vida se encontra totalmente impregnada. Por isso a oração atravessa o corpo. É a respiração, o grito, a interrogação, a súplica, o gesto sem palavras, o tempo do dilema, o retardo, o imprevisto, as mãos cheias, mas mãos vazias. Não é uma coisa mental.» Palavras, imagens e música para dar sentido às horas deste dia.

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31
Mar23

DOMINGO DE RAMOS - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o DOMINGO DE RAMOS - ANO A - 2023 

Festa – Paixão – Cruz

Domingo, 2 de Abril de 2023  

        Irmãos, com a narrativa da Paixão do Senhor comtemplamos Jesus que partilhou a vida connosco, e se fez servo até à morte, e morte de Cruz (mistério da redenção).

         Meditemos três palavras deste acontecimento impressionante:    

        1. Festa.

       “Numerosa multidão estendia as capas no caminho”. A primeira palavra deste dia, quando Jesus entra em Jerusalém, é festa. Com Jesus vão os discípulos; pessoas estendem os mantos no caminho, para Jesus Messias passar; a multidão aclama: bendito o que vem… O povo canta hossana: esta palavra hebraica significa salvação. O povo mostra gratidão e reconhece Jesus como Messias. Jesus não vinha trazer a libertação do domínio Romano. Trazia a salvação com sentido maior: libertar o povo da injustiça, da violência, vinha trazer a grande libertação da morte, dando morte à morte. Como Messias salvador, Jesus aceita a festa, sabendo, no entanto, que estava a chegar a sua hora; ia celebrar a sua última Páscoa. Primeira palavra: festa

           2. Paixão

     A segunda palavra deste dia. Jesus na sua vida manifestou amor a todos: pobres, sofredores, afastados, doentes, crianças, pecadores; enxugou lágrimas; deu esperança; nunca afastou fosse quem fosse; acolheu leprosos.

     Apesar disso, não foi compreendido. Conhecemos a traição de Judas. Conhecemos também a devoção popular da Via-Sacra. Jesus percorreu o caminho desde o palácio de Pilatos até ao Calvário: com a cruz às costas.  Encontrou quem chorava por ele; encontrou quem o ajudou, Simão de Cirene; caiu sob o peso da Cruz. Foi a sua Paixão. Foi o seu amor por nós. A segunda palavra deste domingo: a Paixão do Senhor. 

         3. Cruz

     A terceira palavra deste dia. Algumas vezes durante a sua pregação, Jesus referiu-se à sua hora. Particularmente no evangelho de João, Jesus diz “chegou a minha hora, em que Eu serei glorificado” (João 12, 23). Referia-se à sua morte na cruz, que leva à ressurreição. Neste sentido, a cruz tem um grande sentido de glória. Cruz gloriosa.

     A hora em que Jesus passou pela morte de cruz foi o caminho para ser glorificado: a sua hora. A cruz apresenta-nos a lição suprema desse caminho de vida nova, iniciado por Jesus, com a sua doação.    

     O mundo precisa de ver com os olhos e com o coração este amor. Para não haver egoísmo nem massacres, nem traições, “e nunca mais a guerra”, como rezou o Papa Francisco num encontro de oração (em 2014). Para que haja esperança na vida. Os braços abertos de Jesus são uma voz que chega ao nosso coração.  

     Um facto de vida: conta-se que um devoto solitário passava no jardim e batia com a bengala nas flores, dizendo: calai-vos, calai-vos… Vós me chamais ingrato, porque dizeis que Deus vos criou por amor de mim, e eu não o amo. (Citado em Afonso Maria de Ligório, Prática de amar a Jesus Cristo, p. 12)

         Irmãos, Jesus está connosco: “Ele está em ti, está contigo, e nunca se vai embora. Por mais que tu te afastes, lá está o ressuscitado, chamando-te e esperando-te para recomeçar vida nova…Ele estará presente para te devolver a força e a esperança (Francisco, Cristo Vive, n. 2).   

       Senhor, adoro as tuas feridas; amo o teu coração trespassado; junto as mãos diante da tua Paixão. Jesus, eu me abraço a ti, como Maria, tua Mãe, se abraçou à Cruz, e com esse amor quero amar também os irmãos.

Pe. António Gonçalves, SDB

31
Mar23

ENCONTRO DE JESUS (REINO ESPIRITUAL) COM PILATOS (REINO MATERIAL)


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

... Jesus vai ser vítima reduzida a bola de jogo entre o poder estatal e o poder institucional religioso, dois poderes envolvidos na luta pelos próprios interesses institucionais sem lugar para o reino de Deus, para o humano individualmente (1) ...

Pilatos, representante do império, sente-se enfrentado mais que pelo poder espiritual, (o rei messiânico dos judeus), pelo chamamento de Jesus a deixar-se envolver pessoalmente pela sua missão espiritual. Por outro lado, o Sinédrio queria ver-se livre de Jesus porque Ele provocava a sua autoridade institucional...

Os representantes religiosos ao quererem ver Jesus condenado pelo representante do imperador têm em vista um xeque-mate político para se livrarem de tumultos populares...

Neste processo sobressai a maneira como as duas instituições (estatal e templo) empurram a responsabilidade uma para a outra. Esta tensão continua hoje como ontem porque os dois poderes se legitimam em clientelas diferentes com poder real nos cidadãos...

Também por isso se assiste no mundo ocidental a uma luta mais ou menos declarada contra Deus e contra a religião! Uma vez destronado Deus passam a ter poder absoluto os “deuses” do Olimpo! Disto deveriam estar conscientes os que por razões diversas lutam contra Deus e contra a religião. Matar Deus corresponde a atraiçoar o povo e entregá-lo à arbitrariedade dos senhores do Olimpo e aos vendilhões do templo.

Pilatos, ao perguntar sarcasticamente a Jesus se Ele era “o rei dos judeus”, queria certificar-se por um lado se tinha a ver com um representante do poder e, por outro lado, a maneira de descalçar a bota para o despachar para o Sinédrio! ...

Pilatos que não quer ver o interrogatório sob o aspecto pessoal, mas funcional insiste, “Então és rei?”...

Pilatos não gostou da afirmação de Jesus “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Com ela Jesus estava a alargar a sua missão também a ele na qualidade de pessoa...

Pilatos para insistir que no julgamento o que estava em questão não era o comportamento de Jesus, mas a sua messianidade, insiste: “Então, não querem que vos solte o rei dos judeus?”. A voz do sinédrio ecoou através do povo dizendo “Não! Não soltes este, mas sim Barrabás!” Pilatos que sabia das andanças como se cosem os interesses das instituições que os fazem ser representados pelo povo, usou de uma metodologia psicológica para ver se conseguia mudar a opinião do povo, mandando para isso açoitar Jesus, para depois o apresentar ao povo...

Pilatos disse então para a multidão “Eis o Homem!” ...

Pilatos, entre a espada e a parede, dirige-se mais uma vez a Jesus dizendo „Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar?”; Jesus, porém não abdica da sua missão e responde: “Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto”.

O sinédrio ao ver a hesitação de Pilatos apresenta um argumento fatal a nível interinstitucional dizendo: “Se soltares esse homem, não és amigo de César. Quem se proclama rei é culpado de rebelião contra César!” O governador, ao ver o seu cargo e o seu juramento de lealdade ao Imperador questionado pelas autoridades do templo, torna-se também ele cúmplice na condenação de Jesus à morte...

Neste processo é bem de notar como a vida de Jesus e com ele a do povo se encontram entregues nas mãos dos interesses interinstitucionais e dos que assumem os seus papéis.

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8417

31
Mar23

O Papel dos Media na Cultura do Erro


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

A Mundivisão relativista possibilita um Progresso Tipo Roda de Hamster

... O problemático da questão situa-se, porém, no facto de os erros públicos (políticos) serem negociáveis mais que resolvidos e assim a vida passar a assumir um caracter meramente funcional porque reduzida à resolução de problemas! ...

Atualmente o mundo ocidental encontra-se numa época de crise ao procurar afirmar no próprio modelo o relativismo moral e cultural em função do útil! Neste entremeio de mundivisões contraditórias torna-se difícil também para as elites governantes e acólitos tentar fazer valer para o povo o relativismo absoluto e reservar para elas uma espécie de verdade absoluta (direito a orientar com validade para as cúpulas e a correspondente exigência aos subornados (circunscrita ao povo) de aceitarem viver no erro embora legitimado pelo relativismo (1). 

Esta incoerência relativista desenvolve o poder explosivo político e promove a legítima desconfiança popular! O equívoco encontra-se no novo modelo conceitual, mas do qual as camadas dominantes vivem parasitariamente... tal  leva as elites a unirem-se entre elas, processo já actualmente em via, de maneira a tornarem-se cada vez mais despóticas como é o caso do modelo chinês ou cada vez mais oligárquicas, como já vai sendo o modelo anglo-saxónico (a ser apressado na Europa a pretexto da guerra na Ucrânia).

Atendendo à actual situação do Ocidente, até que se gere uma nova matriz político-económico-social haverá que partir do erro como estado original normal e tentar protelar a cura especializando-nos não na cura do erro, mas na forma como o tratar!...

Também a desconstrução do monoteísmo faz parte do âmago do relativismo que procura impor o politeísmo olímpico com os deuses das sensualidades humanas legitimadoras das lutas do direito dos mais fortes numa espécie de Olimpo das elites que se servem e riem dos humanos que vivem debaixo das nuvens na esperança de uma aberta que permita algum raio do sol sínico de algum deus!

Nesta situação deficitária, para se entrar num processo social de melhoria contínua será de pressupor a capacidade de lidar com o erro de maneira construtiva e positiva. Ao lidarmos com o erro de maneira positiva prestamos um serviço importante ao mecanismo social. Pressuposto será que tanto as esferas superiores como as inferiores reconheçam a realidade do erro.  Ao reconhecer-se que erramos estamos honestamente a assumir responsabilidade analisando as causas do erro e a dar os próximos passos para corrigi-lo (Não é fácil sair da roda de hamster!).

Muitos de nós e relevantemente os media não querem aprender com o erro porque não há interesse em analisá-lo ou em propor formas diferentes de o tratar;  chegam mesmo a usá-lo como algo fatal e também ele fazendo parte do negócio que dá oportunidade ao bom viver das elites e seus acomodados (Também nos Media do sistema é válido o princípio muçulmano: a mentira é boa desde que sirva o sistema; o sistema é sempre generoso para com os seus delegados e para com a administração)! Mais que interessados na mudança e no desenvolvimento do sistema vai-se vivendo, comodamente, dele, com os erros que possibilitam progresso aparente (o progresso da Roda de Hamster) que não o desenvolvimento! Neste sistema e para o qual, a nível geopolítico de momento, não há alternativa mais se necessitaria de um jornalismo crítico e responsável que analise e avalie os serviços prestados num processo de contínua aprendizagem se bem que limitada.   Também a indiferença e a apatia que se observa a nível popular é de basear na ordem relativista utilitária fomentadora de impotência popular e não numa estupidez natural advogada pelos beneficiados do sistema...

.  A matriz do futuro, o modelo de uma nova ordem social, terá que ter como fundamento antropológico e cultural uma relação equilibrada entre os dois princípios vitais que penetram toda a natureza e toda a humanidade: a masculinidade e a feminilidade. Os dois princípios universais a actuar na natureza, no homem, na mulher e na sociedade terão de entrar numa relação de osmose complementar e abdicar da luta mútua pela superioridade de modo a substituí-la por uma relação de troca,  passando a ser uma troca entre iguais, muito embora com a possibilidade de sublimar energias negativas numa espécie de jogo, sem que este tenha de ser olímpico, como quereriam os seus deuses!

Entretanto, quem não dança fica sentado no banco a chupar o dedo!

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8422

 

28
Mar23

REENCONTRAR O PERDIDO


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação de ontem do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

        Ensina-nos, Senhor, a arte de buscar e de reencontrar o perdido, dentro e fora da nossa casa.

       Ensina-nos a humildade para abraçar os cacos, para não desesperarmos com o cortejo incoerente de migalhas, fragmentos desconexos e restos que também a vida é.

     Ensina-nos a colar com delicadeza os bordos da vida frágil que se quebra, a recompor o que à primeira vista parece enigmático, confuso e irresolúvel; a alegrar-nos com o possível mesmo quando isso contraria as idealizações que por muito tempo fizemos; a encorajar o bem ainda que a forma com que se apresenta é atrapalhada e minúscula.

      Ensina-nos o investimento de esperança necessário para não deixar que o fio da comunicação se rompa ou que a promessa de relação se perca. Ensina-nos a cada momento aquela capacidade de esperar que nos falta.

        Não nos deixes a percorrer desamparados as voltas do labirinto do ressentimento ou a normalizar a lamúria que só escava em nós um desconforto e uma impotência ainda maiores.

        Ensina-nos, Senhor, a atirar o coração mais para diante sempre que o nosso presente soçobra e a não perder de vista a amplidão do horizonte do Teu amor quando parecem vencer as razões do cansaço ou da tristeza.

         Cardeal José Tolentino de Mendonça
         27.03.2023

24
Mar23

5.º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o quinto Domingo da Quaresma - ANO A - 2023 

Eu sou a ressurreição e a vida

Domingo, 26 de Março de 2023

            Irmãs e irmãos, neste quinto domingo da quaresma Jesus aparece-nos com sinais de Páscoa: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Vida é dom de Deus. Podemos meditar.

  1. Deus quer dar-nos a vida

        Primeira leitura    

     “Infundirei em vós o meu Espírito e vivereis”. O profeta Ezequiel vê o seu povo triste no exílio da Babilónia; um povo sem horizonte; de braços caídos; desanimado; sem vontade para cantar. Está longe da sua terra, do seu Templo. Que diz o profeta em nome de Deus? “Eu sou o Senhor… Infundirei em vós o meu Espírito e vivereis”.  

     É útil esta certeza que Deus nos traz: “Eu quero a vida e não a morte”. O nosso Deus não é triste, não é autoritário, “o nome de Deus é vida, alegria, misericórdia”.

      Há dois domingos, Jesus apresentou-se com este símbolo: “Eu tenho uma água que jorra para a vida eterna”. Água que dá vida. No domingo passado, Jesus apresentou-se como Luz, e deu-nos o sinal curando um cego de nascença. Hoje, neste quinto domingo da Quaresma, vemos o rosto de Deus a dizer-nos: “infundirei em vós o meu espírito e revivereis”.

     Irmãos, com estas imagens, como vemos Deus? Um Deus de misericórdia e libertador é o nosso Deus. Quem vê Deus como Ele é, abraça-o e é abraçado por Ele. Ele, o Senhor que nos dá vida.

  1. Deus pede-nos a fé

       Evangelho

      “Eu sou a ressurreição e a vida”. Neste evangelho, deparamo-nos com São João, o grande amante da palavra” vida”. Este evangelista, João, para transmitir o seu pensamento, o seu coração, a alegria da sua convicção, usou 7 sinais no Evangelho. O primeiro sinal foi a transformação da água em vinho, nas bodas de Caná. O sétimo é narrado hoje no evangelho: Marta e Maria estavam pesarosas, pela morte do irmão Lázaro. Jesus abriu-lhes os olhos e o coração, quando lhes disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim …viverá…nunca morrerá”. Mas Jesus pediu um compromisso: “Acreditas?”. E Marta respondeu: “Acredito, Senhor, que tu és o Messias…”. A partir daqui tudo mudou. A pedra do sepulcro não tem poder algum, perante o Senhor da vida. Jesus chamou Lázaro pelo nome, e Lázaro recuperou a vida.

      Este evangelho convida-nos a ser amigos de Jesus, para termos a sua vida. E a sermos também nós um dom para os irmãos, com a nossa vida.

        Jesus é a nossa vida. E convém completar isto: nós temos já neste mundo a vida eterna, quando pela fé nos unimos a Cristo ressuscitado. Diz-nos o papa S. Leão Magno: “E o que um dia se há de realizar nos nossos corpos cumpra-se agora no coração. (Liturgia das Horas, semana 4ª da quaresma, quinta-feira, 2ª leitura). Pensamento muito belo e confortador: como o nosso corpo ressuscitará, esteja agora o nosso coração ressuscitado.

  1. Veremos a vida eterna

     Segunda leitura

     “Veremos a Deus face a face”. Nós queremos bons hospitais e bons médicos, e julgo que os temos; e Deus quer isso para nós. E quer mais. Na segunda leitura, encontramos São Paulo a escrever ao grupo de judeus que estavam em Roma. E diz-nos isto, que é extraordinário: “O espírito daquele que ressuscitou Jesus habita em vós”. Só lhe faltava dizer a esses irmãos em Roma: Olhai, como Cristo ressuscitou, também nós havemos de ressuscitar, com corpo transformado, porque o homem é uma unidade alma e corpo, aqui e na vida eterna. E diz noutro lugar: “veremos Deus face a face”.

      Queridos irmãos, estamos a meditar em verdades próprias da Páscoa, antes dessa grande novidade de Cristo ressuscitado. A vida de Cristo ressuscitado está em nós, e Deus impele-nos para a frente.

      Queria concluir com uma frase do Movimento dos Focolares, de Chiara Lubich: “A fé cristã é, acima de tudo, o fruto de um encontro pessoal com Deus, com Jesus, que nada mais deseja do que tornar-nos participantes da sua própria vida” (Focolares, Palavra de Vida, Abril 2018). Sabemos que as pessoas andam envolvidas em muitas tarefas, que são necessárias, e não podem saborear a alegria que hoje meditamos: nós vivemos com Jesus ressuscitado e Ele vive connosco. Quando recebemos o baptismo:  tornamo-nos irmão de Jesus, filhos adoptivos de Deus Pai, pertencentes à Igreja, a caminho da vida para sempre com Jesus. Levemos para casa esta imensa alegria.

Pe. António Gonçalves, SDB

22
Mar23

REZAR DE MÃOS VAZIAS


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação de ontem do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, a encontrar-te no silêncio, a rezar-te também com as

mãos vazias, a expor-te as perguntas nuas que nós próprios nos fazemos, a

colocar no teu coração os nós intrincados para os quais não avistamos

facilmente solução.

 

Ensina-nos, Senhor, a buscar-te em todas as horas: aquelas em que o sol tinge

de ouro e de leveza os espaços e aquelas atrapalhadas, onde tudo ameaça

sucumbir, porque a noite e a incerteza avizinham de nós a sua respiração de

ferro ou fazem-nos sentir o seu peso desmedido.

 

Ensina-nos, Senhor, a esperar por ti, seja quando essa espera brota espontânea

e tem a forma de um sorriso no íntimo da alma, seja quando a espera a nossos

olhos se faz sempre mais árida e longa, e sofremos com isso.

 

Ensina-nos, Senhor, a olhar para as contrariedades como uma escola onde

podemos crescer e não simplesmente como obstáculos que devem ser logo

removidos. Que saibamos fazer, sim, um caminho acolhendo o que a vida nos

dá, mesmo se é muito diferente daquilo que primeiro idealizámos.

 

Ensina-nos a louvar-te não só pelo perfeito ou a dar-te glória porque

contemplamos a harmonia. Que te louvemos também pelo incompleto, pelo

imperfeito e pelo frágil, pois Senhor tu és o mestre da esperança, e ajudas-nos

a compreender como tantas vezes aquilo que temos por pontos finais são afinal

ainda vírgulas ou etapas intermédias do caminho.

 

Cardeal José Tolentino de Mendonça

18
Mar23

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Nova sugestão de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia, o que segue:

(A. G. Pires)

Os dias do tempo (18.3.2023) -Imagem Áudio

«Dá-nos mansidão nas palavras, que tão facilmente perdem o sentido da humildade. Dá-nos mansidão nos gestos, que tão facilmente se fazem mecânicos e duros. Dá-nos mansidão nos juízos, que depressa degeneram em condenação sem apelo nem futuro. » Palavras, imagens e música para dar sentido às horas deste dia.

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18
Mar23

4.º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o quarto Domingo da Quaresma - ANO A - 2023 

Deus nossa Luz em Cristo

Domingo, 19 de Março de 2023

          Irmãs e irmãos, já alguma vez ficastes às escuras, por faltar a luz? Parece-me que a palavra luz está no centro das nossas leituras neste quarto domingo da Quaresma. Que significa essa imagem na nossa vida? Precisamos da luz do sol, e sobretudo, da luz de Deus.

  1. Deus, ilumina a vida

      Primeira leitura

     A primeira leitura mostra-nos como o profeta Samuel escolheu David para ser rei de Israel. Viu ali um jovem de boa aparência e forte (Eliab), e pensou: “certamente é este o ungido do Senhor”. Mas ouviu uma voz interior, como luz de Deus, a dizer-lhe: “Deus não vê como o homem. Deus vê o coração”. Samuel esperou, até que chegou David que andava a guardar o rebanho. Samuel ouviu a voz de Deus: “Unge-o, porque é este o escolhido para rei... E o Espírito do Senhor apoderou-se de David”.

          A escolha de David realizou-se por meio de Samuel, com a luz que veio de Deus. A luz de Deus ajuda-nos a encontrar o caminho certo. Deus ilumina o mundo para o bem, façamos as nossas escolhas com a luz de Deus.

  1. Deus ilumina em Cristo

     Evangelho

     Mas a imagem da luz aparece ainda com mais significado no Evangelho de S. João. Aqui aparece-nos uma situação dramática de confronto entre luz e trevas; verdade e mentira; fé e descrença. Temos neste evangelho um drama. Um cego de nascença aproximou-se de Jesus e recebeu a cura, começando a ver. Mas os fariseus recusaram esta luz de Cristo. Opuseram-se à verdade, à fé; e expulsaram o homem do templo.   

          O cego antes de ser curado por Jesus significa a humanidade antes de ter a luz da fé. Como disse S. Paulo na segunda leitura: “Vós éreis trevas… mas agora, (com Cristo), sois luz”.

          Nós precisamos da luz da fé, a luz de Cristo, para ver a verdadeira dimensão das coisas; para vivermos na verdade, na fé. Tudo o que nos afasta de Deus é treva. E muitos ataques à Igreja, à família, à vida, são trevas. 

          O cego lavou-se na piscina. Nós lavamo-nos na confissão. Precisamos que a nossa vida seja iluminada com a purificação. O tempo da quaresma: de oração, jejum e esmola, ajuda-nos a caminhar para a Páscoa.

            Gregório de Nazianzo dá-nos uma imagem bonita da nossa caridade para com os irmãos. Diz assim: “honremos Cristo… não só oferecendo ouro, incenso e mirra, como os Magos; não só sentando-O à nossa mesa, como Simão; não só ungindo-O com perfumes, como Maria; não só dando-lhe o sepulcro, como José de Arimateia; não só provendo o necessário para a sepultura, como Nicodemos”. E São Gregório conclui: mas ofereçamos a misericórdia e a compaixão na pessoa dos pobres que hoje na terra são humilhados” (cf. Liturgia das Horas, III semana da quaresma, Leitura, sábado).

           Teresa de Calcutá escreveu numa carta: “Eu estarei continuamente ausente do Céu, para acender a luz daqueles que se encontram na escuridão”. (Walter Kasper, Misericórdia, p. 188. Do livro sobre Madre Teresa: “vem, sê a minha luz”).

           Senhor, luz sem ocaso, ilumina a minha vida, para eu caminhar na verdade. A tua luz é amor, é perdão, é ajuda, é paz. Ó Maria, mostra-me a luz de Cristo, e guia os meus passos pelo caminho do teu Filho.

  1. Deus ilumina e afasta as trevas

     Segunda leitura

     São Paulo sentiu que estar longe de Deus é estar nas trevas. O apóstolo dirige-se aos habitantes de Éfeso, na parte ocidental da actual Turquia, e serve-se também do símbolo da luz, dizendo: “Vós antes éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor”. Imagem bonita, no que ela significa: luz, verdade, fé. E Conclui S. Paulo: “Assim Cristo brilhará sobre ti”.

     De novo a imagem da luz a dizer-nos: Deus afasta as trevas do erro. Precisamos da luz de Cristo para acertar o nosso caminho; para fazer as nossas opções; para sabermos perdoar; para conseguirmos ver no outro um irmão. Caminhemos na luz de Cristo, vencendo as trevas, e caminhando na verdade, sob o olhar de Deus.

Pe. António Gonçalves, SDB

18
Mar23

AJUDAR A VIVER, NÃO A MORRER


Oliveira

Partilho, com a devida vénia, um artigo do Dr. Pedro Vaz Patto, que já foi publicado no jornal digital «Observador».

Julgamos útil e oportuno facultar aos leitores do Blog da COPAAEC este e outros assuntos de interesse que ajudam a «preservar, defender e viver os valores da educação recebida».

Guilhermino Pires

           Em França está em discussão pública a eventual legalização da eutanásia e do suicídio assistido e no sentido dessa legalização se pronunciou uma chamada Convention Citoyenne (Convenção Cidadã), supostamente representativa das várias componentes da sociedade civil.

         Entre nós é sabido que a última versão do projecto aprovado pela Assembleia da República eliminou quaisquer dúvidas a respeito do alargamento dessa legalização a situações de pessoas com deficiência ou que padeçam de doença incurável grave, muito para além das de doença terminal.

         Perante esta hipótese de legalização da eutanásia e do suicídio assistido nestes termos, em França, uma iniciativa de várias pessoas padecendo de vários tipos de deficiência ou doença incurável grave (apadrinhados por Philippe Pozzo di Borgo, cujo testemunho de redescoberta do valor da vida, apesar dos seus limites físicos, foi retratado no célebre filme Amigos Improváveis) lançou um manifesto de oposição a tal proposta designado Soulager, mais pas tuer (aliviar, mas não matar) que pode ser consultado em www.soulagermaispastuer.org. Nesse manifesto se afirma:

          «Alguns consideram-nos absolutamente inúteis, ou mesmo dispendiosos, ou até indignos de viver. Eles aplaudem aqueles que, em desespero, se vão suicidar ao estrangeiro, como se nós devêssemos fazer o mesmo. Isso é o que mais nos fere.

            Devemos desistir da coragem de viver? Devem os nossos cuidadores e entes queridos abandonar os seus esforços, aqueles que nos ajudam a aliviar e superar as nossas dificuldades? Todos nós precisamos de um olhar que nos tenha em consideração e nos faça viver, não de reflexões sobre um suposto “direito de escolher a sua morte”.

            Quer estejamos bem ou doentes, estamos todos cem por cento vivos. O que podemos dizer aos elos mais fracos desta cadeia humana que constitui a nossa sociedade? Não é precisamente a sua fragilidade que nos convida a protegê-los? Porque é o elo mais frágil de uma corrente que determina sua força.

             Os "mais frágeis" precisam particularmente de solidariedade, mas - sejamos claros - também os "capazes"! Num mundo onde temos que contar uns com os outros para nos alimentarmos, nos vestirmos, nos aquecermos, nos tratarmos, vivermos em segurança, quem pode considerar-se completamente “autónomo”? Todos nós precisamos dos outros para viver: a presença dos mais frágeis, no seio da sociedade, recorda-o a todos. Essa presença também pode ajudar aqueles que um dia deixarão o mundo dos “capazes” a conservar o gosto de viver até o fim.

              Com a força da nossa fragilidade, pedimos-vos para o bem da nossa sociedade:

             Não conduzam ninguém ao desespero, à autoexclusão, ao suicídio ou à eutanásia.

             Proteja-nos de uma pretensa liberdade de morrer que incitaria alguns a deixar de viver.
             Reafirmem o direito de todos a serem ajudados a viver, e nunca a morrer.

             Então a sociedade que estamos a construir juntos será mais humana.»

           «Ajudem-nos a viver, não a morrer» - é o que afirmam estas pessoas, preocupadas com a mensagem cultural que acarreta a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, com a transformação de mentalidades que essa legalização gera em toda a sociedade, com um alcance que vai para além das pessoas que os possam pedir.

            É o que afirma Caroline Brandicourt, porta-vos desta iniciativa Soulager, mais pas tuer:

          «Sou portadora de deficiência, tenho uma doença neurodegenerativa, vivo de um modo diferente, mas vivo plenamente. Pensar que o suicídio assistido de uma pessoa terá um impacto a ela circunscrito é uma ilusão; é como atirar uma pedra num lago que cria uma onda que vai alastrando... Terá impacto sobre mim. Terá impacto sobre o trabalho dos cuidadores, sobre a sua própria razão de ser. Pessoas em grande sofrimento psíquico ouvirão dizer: é melhor morrer do que sofrer... Onde encontrarão elas, então, forças para não desistir de viver?»

        Na verdade, qualquer lei, mas em especial uma lei como esta, que quebra um interdito fundamental, traz consigo uma mensagem cultural. E essa mensagem é, quanto a este aspecto, a de que a morte provocada pode ser uma solução para quem padeça de uma deficiência ou de uma doença incurável grave, a morte provocada pode ser um bem para essas pessoas; para elas será melhor morrer do que viver nas difíceis condições em que vivem.

           Então, o alcance dessa mensagem atinge todos, os sãos e os doentes e, entre estes últimos, os que querem desistir de viver e os que não querem.

       Assim, com o ambiente cultural que assim se vai transformando (gradualmente, mas não tão lentamente como isso, como o revela a experiência dos países pioneiros na legalização da eutanásia e do suicídio assistido), vai crescendo o perigo de encarar as pessoas deficientes ou com doenças incuráveis graves como um fardo difícil de suportar (um fardo que a sua morte provocada poderá aliviar). Os esforços e canseiras, muitas vezes heroicos, de familiares e cuidadores dessas pessoas deixarão de ser encorajados e passarão a ser vistos como inúteis, porque evitáveis. As próprias pessoas que padecem de deficiências e doenças incuráveis graves também deixarão de ser encorajadas no seu esforço, também ele muitas vezes heroico, de superar as dificuldades próprias da sua situação, quando a mensagem que, através da lei e da prática dos serviços de saúde, a todos chega é a de que para elas a morte provocada é uma solução e um bem. Há o grave perigo de elas próprias considerarem que são um fardo que pesa sobre a sociedade em geral, um fardo que a sua morte provocada pode evitar (isso mesmo se revelam, de forma recorrente, inquéritos sobre a motivação que leva as pessoas a pedir o suicídio assistido em Estados onde ele é legal).

       Em suma, a sociedade em geral tenderá a focar-se mais no recurso mais fácil e menos dispendioso da ajuda à morte dessas pessoas do que no recurso humanamente mais exigente e mais dispendioso da ajuda à vida plena dessas pessoas (que nunca deixa de ser possível). É por isso que tem todo o sentido e deve ser por todos ouvido o apelo e o grito dessas pessoas: «Ajudem-nos a viver, não a morrer».

         As mesmas preocupações desta iniciativa Soulager, mais pas tuer vêm sendo proclamadas já há vários anos, nos Estados Unidos, no Canadá, no Reino Unido e na Nova Zelândia, pelas associações Not dead yet (mortos, ainda não), de pessoas com vários tipos de deficiência e doenças graves que, em nome destes mesmos princípios e argumentos, se opõem à legalização da eutanásia e do suicídio assistido (ver www.notdeadyet.org).

         Entre nós, a Assembleia da República prepara-se para aprovar mais uma versão, que se prevê seja a última, do projecto de legalização da eutanásia e do suicídio assistido que indubitavelmente abrange estas situações de pessoas com deficiência e doenças incuráveis graves. Destas consequências de uma tal legalização, certamente muitos dos nossos deputados que se preparam para tal aprovação ainda não tomaram consciência. Ainda vão, porém, a tempo de o fazer.

            Pedro Vaz Patto

            Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz

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