Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

28
Fev23

REZAR A PACIÊNCIA


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação de ontem do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

          Ensina-nos, Senhor, a descobrir e a praticar as figuras da paciência.

        Ensina-nos que a paciência é antes de tudo uma imitação de Deus, que não faz depender a sua misericórdia dos merecimentos e sabe esperar por todos.

        Ensina-nos a permanecer em Deus e a imitá-lo nos momentos instáveis, acreditando que a mansidão é uma forma de olhar a vida (a nossa e a dos outros) com esperança, em vez de nos precipitarmos no ressentimento ou na agressividade.

        Ensina-nos, Senhor, que a paciência não é apenas uma tolerância passiva, mas é uma atitude activa que nos faz colocar o olhar mais longe e o coração mais aberto. De facto, a paciência ajuda-nos a perceber a possibilidade futura de bem e não unicamente o presento imperfeito ou incómodo.

         Ensina-nos a estender com sabedoria o tempo como o fazem, por exemplo, os semeadores. Ensina-nos a não atropelar a vida com a nossa ansiedade. Recorda-nos, Senhor, que o amor é uma obra lenta, mesmo que isso nos custe.

        Ensina-nos, Senhor, a paciência, essa arte de não deixar a vida ser sufocada por expectativas ou desilusões. Dá-nos sim o fôlego dos reconstrutores, a perseverança dos reparadores de brechas, a compaixão de quem aprende a abraçar a dor e a partir daí.

           Senhor, Tu que és o modelo da verdadeira paciência, ensina-nos o significado íntimo da paciência.

           Cardeal José Tolentino de Mendonça
           27.02.2023

25
Fev23

Convite: Acto de Entrega do "Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes" a Manuel Braga de Cruz


Oliveira

Partilho:

Convite

Prémio de Cultura
Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes

Sua Excelência Reverendíssima D. João Lavrador,
Presidente da Comissão Episcopal da Cultura,
Bens Culturais e Comunicações Sociais,
tem a honra de convidar
Vossa Eminência Reverendíssima / Vossa Excelência Reverendíssima /
Vossa Reverência / Vossa Excelência
a estar presente no Ato de Entrega
do "Prémio de Cultura Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes",
que na sua edição de 2022 é atribuído ao sociólogo e historiador

MANUEL BRAGA DA CRUZ

A sessão realiza-se no dia 8 de março,
às 18h00,
na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa
(Avenida de Berna, 45A).

--- Programa ---

Leitura da Ata de Justificação do Júri
Prof. Doutor José Carlos Seabra Pereira
Diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Evocação da trajetória científica e do magistério

de Manuel Braga da Cruz,
Prof. Doutor José Miguel Sardica (UCP)

Entrega do Prémio a Manuel Braga da Cruz
D. João Lavrador
Comendador Engenheiro Ilídio Pinho

Intervenção final
Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz
---

O "Prémio de Cultura Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes"
é atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura,
com o patrocínio da Fundação Ilídio Pinho.

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

23
Fev23

1.º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o primeiro Domingo da Quaresma - ANO A - 2023 

Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto”

Domingo, 26 de Fevereiro de 2023

     Irmãs e irmãos, ouvimos o que o Senhor nos disse: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto”. Que representa para nós esta norma do Antigo Testamento?   

  1. Adorar a Deus vencendo a tentação

     Primeira leitura

      A primeira leitura, do livro Génesis, mostra-nos os primeiros pais da humanidade felizes, no jardim do Éden. Imaginamos: um jardim com flores, lírios, malmequeres, rosas, tulipas, imaginamos o jardim com regatos de água cristalina; lagos com cisnes; aves a cantar; os raios do sol filtrados pelos ramos das árvores. Adão e Eva no jardim do Éden sentiam-se felizes, vivendo a graça da comunhão com Deus.  

     Mas o tentador infiltrou na mente deles o veneno, como lemos no Génesis. Eles, por ordem de Deus, podiam comer de tudo, e “não deviam comer da árvore da ciência do bem e do mal”. Mas a “serpente” (o tentador) seduziu-os: “Não obedeçais a Deus! Comei dessa árvore do bem e do mal, e sereis como deuses”. O tentador leva-os ao afastamento de Deus. E faz uma proposta lisonjeira: “sereis como deuses”.

     É uma grande tentação: afastar Deus e tomar o lugar d’Ele. Que aconteceu? A queda. Em vez da alegria de um jardim apareceu a aridez, a tristeza, a solidão, o medo, os espinhos, a nudez, a vergonha.

     Um desastre para nós: essa queda afectou a humanidade. Diz-nos São Paulo: “pela desobediência de um só, todos se tornaram pecadores”.

     Mas Deus não abandonou a humanidade, anunciou a Mulher, a Mãe do Messias, e a descendência dela, que venceria o mal.

     A tentação continuou na história do povo de Deus. Moisés demorou-se no cimo do monte a receber os dez mandamentos. O povo cometeu o mesmo pecado: fabricou um bezerro de ouro, adorou-o. A tentação invade a história. E continua em nossa vida: tentações contra a Igreja, contra a família, e muito contra a fé. Deus chama-nos à vigilância.

       2     Adorar a Deus com a luz da fé

       Evangelho

     Jesus também foi tentado pelo demónio, no deserto. A palavra deserto na Bíblia não significa terreno árido com areia; é um lugar com água e árvores, mas isolado, provisório, sem casas, “onde se pode escutar no fino silêncio a voz de Deus” (Couto). Aí, no deserto, lugar silencioso, o tentador faz a Jesus três investidas: transformar as pedras em pão; lançar-se do cimo do templo, amparado pelos anjos; adorar o tentador, e receber os reinos do mundo. O que pretende o demónio? Afastar Jesus do projecto de Deus para um projecto pessoal terreno: “dar-te-ei todos os reinos”. Jesus venceu radicalmente o tentador. “Retira-te! Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto”.

    Nós Precisamos de ter um coração apaixonado por Cristo. “O que é a fé?” – perguntou um mestre escultor ao bispo. Este ficou uns segundos em silêncio, e devolveu a pergunta: “O que é a arte?”. O mestre escultor respondeu: “É uma forma de dizer Deus”. O bispo acrescentou: “Isso é fé”. (Facto narrado por dom José Cordeiro, no retiro aos salesianos, no Turcifal, 27 de fev. 2014).  

     Nós precisamos de uma grande força espiritual, força que nos vem de Cristo. Olhar para Cristo, e responder como Ele respondeu: “adorarás somente a Deus e a Ele servirás".

     Jesus está connosco. Jesus disse a Pedro: “Eu…roguei por ti para que a tua fé não desfaleça” (Lucas 22, 32). Espera-nos uma batalha contra a tentação. Espera-nos uma grande vitória: com Jesus, como disse Paulo, “tudo posso naquele que me conforta” (Filipenses 4,13). Santo Agostinho colocava a sua confiança no amor a Deus: “Ama a Deus e faz o que quiseres”.

      Recomendava santa Tereza: “Eis qual deve ser o fim de todos os nossos pensamentos: o agrado de Deus (Afonso de Ligório, Prática de amar a Jesus Cristo, cap. XIII, n. 3).

  1. Adorar a Deus com a graça que nos vem de Cristo

     Segunda leitura

     Podemos perguntar: que devemos fazer? Responde-nos São Paulo, na Carta aos Romanos: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Se Adão nos trouxe o pecado, com a desobediência, Cristo, com a sua obediência introduziu no mundo a graça e a vida.

     Irmãos, com Jesus nós cantamos vitória. Um programa para a nossa quaresma.

Pe. António Gonçalves, SDB

15
Fev23

RECONSTRUIR A TUA IGREJA


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

         Ensina-nos, Senhor, o renascimento paciente depois das duras desilusões que nos atingem. Não nos deixes reféns do mal que ganha forma na nossa história e nos captura com mil amarras diversas, tantas dessas inegavelmente trágicas. Ajuda-nos nesta hora a coragem de colocar no lugar do mal aquele bem que brota apenas da verdade e do perdão.

Ensina-nos, Senhor, a olhar com humildade o retrato que nos desgosta e a reconhecer como um caminho que deve ser percorrido o áspero cúmulo de ruínas.

Ensina-nos a colocar acima de tudo a integridade da vida de cada pessoa e a proteger de forma inequívoca os mais pequenos e frágeis. Que consideremos essa protecção como um dos pilares que sustentam a espiritualidade e a façamos equivaler à mais perfeita expressão de tudo o que nos liga a Ti.

Ensina-nos a assumir com responsabilidade a lição das feridas profundas que tantos transportam e a não desviar a nossa atenção daqueles que esperam da comunidade reconhecimento e justiça.

Não nos deixes ficar de braços caídos. Ensina-nos, Senhor, como o fizeste com o jovem Francisco de Assis, a reconstruir a Tua Igreja.

Cardeal José Tolentino de Mendonça
14.02.2023

11
Fev23

6.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o sexto Domingo do Tempo Comum - ANO A - 2023 

A Lei Nova de Jesus

Domingo, 12 de Fevereiro de 2023

  1. A lei de Deus no Antigo Testamento

          Primeira leitura

      “Oxalá meus caminhos sejam firmes na observância dos vossos decretos”, e “ditoso o que anda na lei do Senhor” (Sl 118). Palavras da Lei antiga, antes de Jesus.

     Moisés recebeu no monte Sinai os dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as coisas, não matar, não furtar, honrar pai e mãe, santificar os dias do senhor…”. Esta lei orientou o povo durante muitos anos.  Era guardada na Arca da Aliança, e transportada em procissão. Os profetas são fonte de espiritualidade.

   O sábio escriva, Ben-Sirá. Diz-nos: “acreditamos que a Lei do Senhor ilumina o nosso caminho, para melhor andarmos na sua presença”.  

     Esta Lei foi alimento espiritual do povo. Mas não era completa.  

  1. A lei de Deus em Jesus é o amor

   Evangelho

    “Foi dito aos antigos… Eu, porém, digo-vos…”. Palavras de Jesus, a indicar-nos que Ele trouxe ao mundo uma nova Lei, aperfeiçoando a antiga lei de Moisés. Foi Jesus que disse a São Pedro: “devemos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete”, isto é, sempre. Nova visão para a vida, a partir do amor. Temos exemplos de quem vive dessa nova Lei:

     Uma pequena reflexão do Papa Francisco, na Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”: “Penso na fé firme das mães ao pé da cama do filho doente, [as mães] que se agarram a um terço…; ou na carga imensa de esperança contida numa vela que se acende, numa casa humilde, para pedir ajuda a Maria; ou nos olhares de profundo amor a Cristo crucificado” (n. 125-126). A lei a partir do coração. Para vivermos a Lei de Jesus é preciso amor, porque no amor está a Verdade.

          Conta um biógrafo de Madre Tersa de Calcutá: estávamos com Madre Teresa no aeroporto quando uma jovem lhe perguntou: 

     - Madre Teresa, você viaja sempre sozinha?

     Ela esboçou um suave sorriso e respondeu:

     - Somos sempre três a viajar: Jesus, o Anjo da Guarda e eu (P. Januário, Teresa… p. 95).

     Esta resposta identifica a Lei de Jesus com a vida da pessoa com Deus. É a palavra que nos leva ao abraço de Jesus, à comunhão com Ele, a viver a esperança, a ter vida.

     A Lei nova de Jesus está no amor. Lembramos este facto do Evangelho: uma mulher adúltera ia ser apedrejada até à morte. Mas Jesus desmascarou os acusadores que se afastaram, envergonhados. Quanto à mulher, ela ouviu de Jesus palavras de perdão, “não te condeno” e disse-lhe par não pecar (João, 8,11).

     A Lei Nova está na pregação de Jesus, no seu amor, na Graça que santifica. São Paulo teve de lutar para as pessoas aderirem à Lei nova, à Fé em Jesus Ressuscitado (cf. Carta aos Romano e Carta aos Gálatas).  A lei nova é a que nós temos, quando recebemos o Baptismo. Revestimo-nos de Jesus Cristo. Disse São Paulo:  “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gálatas, 2, 20)

     A Lei nova trazida por Jesus: o perdão, o diálogo, o serviço, a atenção aos pobres, a acolher os isolados, a esquecer as ofensas. “Vai e faz o mesmo”, disse Jesus na parábola do bom samaritano.

  1. A lei de Deus-amor tem recompensa

    Segunda leitura

     São Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, convida-os a olhar para o mistério de Deus-amor, que tem para nós uma recompensa incalculável. Exclama o apóstolo: “nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus prepara para aqueles que o amam” (1 Cor 2, 6-10). Paulo abre o nosso olhar para a lei do amor, e para a recompensa que Deus, no seu amor. Jesus espera o nosso amor, e amor à sua Lei.

Pe. António Gonçalves, SDB

11
Fev23

BENEFICIÁRIOS DA GUERRA


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

EMPRESAS DE PETRÓLEO COM LUCRO DE 190 BILHÕES EM 2022

Em 2022, a empresa norte-americana Exxon, "campeã da guerra", teve um lucro líquido de 56 bilhões de dólares (140% a mais que em 2021).

Segundo especialistas, Exxon, Chevron, BP, Shell e Total terão tido lucro de 190 bilhões de dólares em 2022.

Em setembro, a UE decidiu impor um imposto de lucro excedente sobre os lucros das empresas de energia. A Exxon anunciou contestar juridicamente o imposto.

As guerras são pagas às custas da população em geral e revelam-se como bom investimento para muitos bilionários especialmente da indústria de armamento e da energia.

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8288

11
Fev23

GANHE-SE A PAZ NÃO A GUERRA


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

Dado todos os políticos querem ganhar a guerra sacrifica-se a paz!

Os tanques alemães estão novamente no antigo território soviético ucraniano como há 80 anos na última grande guerra....

O progressivo armamento dá a impressão que os políticos têm em mente uma guerra mundial entre a Rússia e a OTAN...

O conceito de Gorbachev da construção de uma Casa Comum na Europa após a reunificação das Alemanhas era muito voltado para o futuro em termos de garantir a paz na Europa...

Pela política que se tem seguido depois da segunda guerra mundial e que agora ganha maior expressão, a Europa estará condenada a ser uma mera província dos EUA ou da Ásia devido à ausência de um projecto próprio como sugeria o visionário Gorbachev...

É sintomática a subjugação dos políticos europeus ao projecto americano quando na expressão política europeia e nos meios de comunicação social ninguém se atreve a falar de um projecto europeu próprio em termos geoestratégicos. Parece ser mais oportuno continuar a decadência europeia iniciada na primeira guerra mundial, dado o respeito aos Estados Unidos ser maior do que o medo da Rússia...

Esta guerra embora estratégia não se pode reduzir a uma ocorrência nas mãos de Putin e de Biden.

António CD Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8280

11
Fev23

TERREMOTO NA SÍRIA E TURQUIA – A DOR NÃO TEM FRONTEIRAS!


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo. Oportuno e conveniente, apesar de tudo…

(A. G. Pires)

Sociedade civil nas Sombras da Sociedade política

O terremoto de escala 7,8 de 6 de Fevereiro na região da fronteira turco-síria, destruiu   só na parte turca mais de 1.700 edifícios. Até agora contaram-se mais de 20.000 mortos e mais de 66.000 pessoas ficaram feridas; na Turquia até agora registaram-se 17.134 mortos e na Síria 3.317 mortos.  A Turquia e a Síria solicitaram ajuda internacional. O secretário-geral da ONU, Guterres, pediu a abertura de mais passagens de fronteira para a Síria e que a ajuda humanitária não devia ser politizada. Até agora só um comboio da ONU com suprimentos de ajuda chegou à Síria pela primeira vez desde o terremoto. A Sociedade Internacional de Direitos Humanos (ISHR) pede a suspensão imediata das sanções contra a Síria! De facto, o pensamento de todos nós deve estar nas vítimas, a dor não tem fronteiras!

A terra tremeu na Turquia e na Síria espalhando a desgraça entre as populações, mas, se tivermos em conta a imediata ajuda internacional, a terra não tremeu de maneira igual nos dois países! A ajuda internacional para a Turquia começou logo em grande escala, e os curdos no norte da Síria foram quase inteiramente abandonados à própria sorte. É chocante como as atitudes políticas afectam as relações humanas da Europa com as vítimas do terremoto e a maneira hipócrita como se procuram explicações para não ajudar de igual modo as duas regiões atingidas.

Aparentemente, a condição das vítimas depende apenas do ponto de vista da consideração dos interesses! A dor do adversário corre perigo de se tornar pomada de alívio para a própria dor.

A Agência americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) prometeu ajuda no valor de 85 milhões de dólares para a Turquia e a Síria. O Banco Mundial prometeu uma ajuda de cerca de 1,66 mil milhões de euros) à Turquia, prevendo uma ajuda imediata de 780 milhões de dólares a partir de dois projectos existentes na Turquia.

Apesar do terremoto, o presidente turco continua a bombardear a região curda, como vem fazendo há anos sem que internacionalmente se proteste. A Turquia e os EUA são contra o governo da Síria; a Rússia e o Irão são a favor. A organização curda YPG é parceira dos EUA contra o EI na Síria.  Escandalosamente a guerra continua e aqui, na opinião pública, não se menciona a desconformidade com o direito internacional. Confirma-se a hipocrisia da política que ignora a guerra que a Turquia, membro da OTAN, está travando contra os curdos fora do país e por outro lado imiscuindo-se com armas no conflito da Ucrânia.  Tem-se a impressão que relativamente à região curda não há grito contra a desumanidade do agressor e faltam as lágrimas de piedade pelas vítimas.

Urge uma política sensata e humana, só que falta recrutar homens/mulheres preparados para tal.

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8293

07
Fev23

UMA PONTE ENTRE MARGENS


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

       Ensina-nos, Senhor, o sabor luminoso que pode ter o silêncio quando ele se torna em nós uma disponibilidade sincera para a escuta e para o encontro.

            Ensina-nos a operação de resgate que as palavras podem realizar quando as usamos como uma ponte estendida entre margens e não como uma declaração de aspereza, de vazio rumoroso ou de indiferença.

           Ensina-nos o alcance a que pode chegar o nosso olhar quando ousamos ir além das aparências e dos preconceitos, e nos dispomos a contemplar a vida com o coração desarmado.

        Ensina-nos, Senhor, a alegria que pode nascer dos nossos gestos, mesmo daqueles minúsculos, quando fazemos deles uma arquitectura ao serviço da circulação do diálogo e do dom.

           Ensina-nos a acreditar que do pouco pode brotar o muito e da escassez pode nascer uma surpreendente abundância, quando tomamos a decisão de partilhar em vez de reter ou quando arriscamos confiar em vez de impedir.

         Ensina-nos a viver não só das contas e das previsões que somos capazes, mas a acreditar nas possibilidades multiplicadoras que Tu, Senhor, despertas sempre que aceitamos ser, no curso do tempo, sobretudo instrumentos da Tua esperança.

           Cardeal José Tolentino de Mendonça

          6.02.2023

05
Fev23

UMA MAIOR FIDELIDADE AO EVANGELHO


Oliveira

Partilho, com a devida vénia, um artigo do Dr. Pedro Vaz Patto, que já publicado no jornal digital «A Voz da Verdade».

Julgamos útil e oportuno facultar aos leitores do Blog da COPAAEC este e outros assuntos de interesse que ajudam a «preservar, defender e viver os valores da educação recebida».

Guilhermino Pires

       Do rico legado do teólogo Joseph Ratzinger e Papa Bento XVI muito tem sido destacado. Parece-me importante destacar o que ele afirmou no célebre discurso aos membros da Cúria Romana, por ocasião do Natal de 2005, sobre a correcta interpretação do magistério do Concílio Vaticano II (magistério a que ele deu o seu contributo e a que sempre aderiu). Essa afirmação vale para outras possíveis inovações da doutrina da Igreja, do passado e do presente.

        Afirmou então Bento XVI que essa correcta interpretação (“hermenêutica”) é a que salienta as inegáveis inovações e reformas desse Concílio numa perspectiva de continuidade com a doutrina anterior, e não numa perspectiva de ruptura com essa doutrina. Compreende-se que o tenha dito: porque não foi só então que a Igreja nasceu; porque esta é una não apenas num dado momento histórico (sincronicamente), mas também na sucessão dos vários períodos históricos (diacronicamente); porque Jesus Cristo (que «é o mesmo ontem, hoje e por toda a eternidade» - Hb 13,8) lhe prometeu a sua presença para sempre («Estarei convosco até ao fim dos tempos» - Mt 28,20); porque a luz do Espírito Santo que a ilumina e guia não a pode levar a dizer algo numa altura e o seu contrário noutra altura. Se assim não fosse, a doutrina da Igreja estaria, como estão as doutrinas humanas, sujeita à usura do tempo, às modas que se sucedem, às diferentes facções que se digladiam e alternam no poder.

         As inovações da doutrina conciliar devem, pois, ser vistas como um aprofundamento e desenvolvimento da doutrina anterior, do “depósito da fé” directamente recebido pelos apóstolos e mantido ao longo dos tempos pelos seus sucessores. Como uma planta que vai crescendo e dando novos frutos sem renegar as suas raízes. Dizia São João XXIII (citado nesse discurso de Bento XVI), a propósito das inovação do Concílio, que não se tratava de alterar o Evangelho, mas de o entender melhor; tratava-se de manter a doutrina «certa e imutável», «pura e íntegra sem atenuações nem desvios», mas também de «a aprofundar e apresentar de modo correspondente às exigências do nosso tempo».

           Considerar as exigências do nosso tempo não significa adaptar a doutrina à cultura dominante no que ela tem de contrário ao Evangelho e deixar de assumir uma postura “contra a corrente” como foi a dos primeiros cristãos. Pelo contrário, as inovações decorrentes do Concílio Vaticano II ou outras, porque verdadeiramente inspiradas pelo Espírito Santo prometido à Igreja para sempre, significam uma cada vez maior fidelidade à mensagem de Jesus. Isto porque essa mensagem é um tesouro inesgotável, nunca podemos dizer que dela colhemos toda a sua riqueza. Dele retiramos sempre, como diz o Evangelho, «coisas novas e coisas velhas» (Mt 13, 52).

        Isso mesmo afirmou recentemente o filósofo francês Rémi Brague, também a propósito do legado de Bento XVI, numa entrevista ao jornal Le Figaro: conservar o “depósito da fé” será como conservar as preciosas relíquias de um museu, mas com a diferença de que este “depósito” provém de Deus que é infinito e, por isso, nunca poderemos dar por concluído o inventário das suas riquezas.

         Os “sinais dos tempos” a que também se referem vários documentos do Concílio Vaticano II não são as modas da cultura dominante numa determinada época (estas muitas vezes efémeras e mutáveis), são sinais de que a providência divina se serve para conduzir a Igreja no sentido de uma mais genuína fidelidade à Revelação. Não são certamente os que contradizem essa Revelação.

        Como exemplo de uma inovação conciliar que poderia ser interpretada como ruptura da doutrina anterior (como fazem os adeptos de Marcel Lefebvre como justificação para rejeitarem o Vaticano II), mas que deve ser vista como uma maior fidelidade ao Evangelho, Bento XVI indica, no referido discurso aos membros da Cúria Romana, o da doutrina sobre a liberdade religiosa. Esta não decorre, como alegam os críticos dessa doutrina, de um qualquer positivo “direito ao erro” ou da indiferença perante as verdades da fé numa perspectiva de relativismo religioso, como se todas as religiões se equivalessem (se assim fosse, estaríamos, na verdade, perante uma ruptura). Decorre da noção da dignidade da pessoa humana, a qual exige a rejeição de qualquer imposição coerciva de algum credo religioso. Esta noção é a que, como explicita a declaração conciliar Dignitatis Humanae, corresponde à doutrina teológica da fé (que supõe uma adesão voluntária, como resposta de amor ao amor de Deus), ao comportamento de Jesus Cristo e dos apóstolos (que nunca recorreram à coerção para difundir a sua mensagem) e também ao testemunho dos primeiros mártires (mártires pela liberdade de consciência e de religião, que, em nome da sua fé, recusavam a adoração do imperador, religião oficial da altura). Uma aparente descontinuidade da doutrina conciliar sobre liberdade religiosa (porque contrária a declarações eclesiais anteriores) representa, pois, para Bento XVI, uma continuidade a um nível mais profundo. Não se trata de adaptação ao “ar do tempo”, mas de uma maior fidelidade ao Evangelho.

           É isso que devemos buscar também hoje, quando muitas verdades doutrinais parecem ser postas em causa: apenas e só uma cada vez maior fidelidade ao Evangelho.

Pedro Vaz Patto

Pág. 1/2

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub