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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

31
Jan23

REZAR O ALARGAR DA VIDA


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

      Ensina-nos, Senhor, a ser mais simples do que somos, capazes de acolher a vida na sua inteireza, assumindo o grande serviço que é desimpedir e descomplicar.

    Ensin a-nos, Senhor, a ser mais bondosos do que somos, disponíveis a suspender a rotineira máquina dos julgamentos e a fixarmo-nos não na imperfeição, mas na porção de autenticidade que cada um transporta.

     Ensina-nos, Senhor, a ser mais mansos do que somos, escolhendo a via da doçura que é própria de quem se dispõe a escutar e a reconciliar, em vez da dureza que apressadamente divide.

     Ensina-nos, Senhor, a ser mais paternos e maternos do que somos, implicados a cada momento na gestação positiva da vida, aceitando que a conjugação do verbo nascer acompanha os seres humanos até ao fim.

      Ensina-nos, Senhor, a ser mais artesãos da paz do que somos, valorizando nesse trabalho reparador o todos os fios da relação, mesmo aqueles que se diriam indecisos, frágeis ou perdidos.

     Ensina-nos, Senhor, a ser mais crentes do que somos, arriscando substituir o pessimismo pela esperança quando se trata de avaliar as sementes e o percurso complexo que é afinal o de qualquer existência.

       Cardeal José Tolentino de Mendonça
       30.01.2023

28
Jan23

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E OFENSA AOS SENTIMENTOS RELIGIOSOS


Oliveira

Partilho, com a devida vénia um artigo do Dr. Pedro Vaz Patto, publicado no jornal digital «Observador» que provavelmente muitos ainda não leram…

A COPAEC congratula-se e agradece testemunhos que edificam e ajudam a saber ser e estar.

AGPires

  Na Suécia, um dirigente político de extrema-direita procedeu à queima pública de um exemplar do Alcorão. Como seria de esperar, muitas entidades islâmicas e representantes de governos de países de tradição islâmica declararam a sua profunda indignação perante tal gesto, salientando que esse acto foi praticado perante agentes policiais que nada fizeram para o impedir. O ministro dos negócios estrangeiros da Turquia cancelou até uma sua visita oficial à Suécia por esse motivo. Em resposta, o primeiro-ministro sueco declarou repudiar tal gesto, que considera ofensivo para com pessoas de fé islâmica, mas nada poder fazer para o impedir, pois ele está coberto pela liberdade de expressão que deve ser respeitada.

       Esta concepção absoluta da liberdade de expressão não vem sendo seguida noutros âmbitos, na Suécia e noutros países europeus. Muitos destes países criminalizam o chamado “discurso de ódio”, que o Código Penal português define, no seu artigo 240.º, como o incitamento ao ódio ou violência, assim como a injúria ou difamação, contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, ascendência, religião, sexo, orientação sexual, identidade de género ou deficiência física ou psíquica. A Comissão Europeia propõe atualmente alargar a lista de crimes puníveis pelo direito europeu de modo a nela incluir esses tipos de crimes relativos ao “discurso de ódio”. Na verdade, ninguém tem reclamado a liberdade de expressão para justificar um insulto racista, por exemplo. Esse insulto será punido, e não apenas objecto de reprovação moral (como a do primeiro-ministro sueco quanto à queima do Alcorão).

          Mas há até quem considere que esta criminalização do discurso de ódio tem servido de pretexto para tentar impedir a expressão de ideias contrárias à cultura hoje dominante, como as relativas à prática homossexual. Um dos primeiros casos desses ocorreu, precisamente, na Suécia, com a condenação de um pastor protestante (posteriormente absolvido em recurso) que citou passagens bíblicas que censuram tal prática. Mais recentemente, foi, pelos mesmos motivos, acusada (mas absolvida em julgamento) uma antiga ministra finlandesa. E assim também o autor de um artigo que numa revista francesa católica tradicionalista argumentou contra a legalização do casamento homossexual (também acusado e absolvido em julgamento).

        Parece, assim, haver “dois pesos e duas medidas” no que à liberdade de expressão diz respeito. Quando está em causa a ofensa a sentimentos religiosos, como sucede neste caso da queima do Alcorão, a liberdade de expressão parece ser absoluta. Noutros âmbitos, a criminalização do discurso de ódio parece ir longe de mais no limite à liberdade de expressão.

        Mas onde poderemos traçar uma fronteira que concilie a liberdade de expressão, alicerce de uma sociedade livre e democrática, e o respeito da dignidade das pessoas e comunidades, que envolve também o respeito da liberdade religiosa?

      Há que distinguir a livre discussão de ideias (sobre a religião, sobre o cristianismo, sobre o Islão, sobre a prática homossexual) do que é ofensivo para com as pessoas, e também para com os seus sentimentos religiosos.

         Às ideias (mesmo que sejam erróneas, injustas, chocantes ou absurdas) pode responder-se no plano do debate racional e da argumentação. Esse debate é sempre salutar numa sociedade aberta, livre e democrática. Ninguém deve recear esse debate, sobretudo quem está seguro de que, como afirma a declaração do Vaticano II sobre liberdade religiosa, «a verdade se impõe pela sua própria força, que penetra nos espíritos de modo ao mesmo tempo suave e forte».

        Outra coisa são os insultos. Aos insultos não pode responder-se no plano do debate de ideias. Aos insultos não pode responder-se senão com o silêncio ou com outro insulto. Um insulto pode ferir tanto ou mais do que uma agressão física. E uma ofensa aos sentimentos religiosos (que se distingue da crítica a uma qualquer religião) também pode ferir tanto ou mais do que uma ofensa pessoal. E dessa forma se gera o ódio e se facilita, mais ou menos diretamente, a violência. Não é assim que se fortalece a sociedade livre, aberta e democrática.

          É verdade que esta distinção, entre a crítica e discussão de ideias e o insulto, nem sempre é fácil. Mas não podemos recusar essa distinção, para salvaguardar a harmonia social, a dignidade humana, a paz e a liberdade.

          À luz destes princípios, parece evidente que a queima pública de um livro sagrado de uma qualquer religião não se situa no plano do debate das ideias; é, pura e simplesmente, uma provocação e um insulto. Não é uma crítica à religião islâmica a que possa responder-se no plano da discussão racional. Há o risco de a essa provocação se responder com outra provocação, e até com a violência, reações que de modo algum se justificam e são igualmente de condenar.

            Quando estão em causa insultos e provocações, e não a crítica situada no plano da discussão de ideias, justifica-se a criminalização da ofensa a sentimentos religiosos, que está prevista, em termos diversificados (que poderão, ou não, abranger situações como a da queima pública de um livro sagrado), no Código Penal português (nos seus artigos 251.º e 252.º), tal como na legislação penal de outros países europeus (Espanha, França, Itália, Alemanha, etc.).

             Em suma, a liberdade de expressão não justifica tudo, nem toda e qualquer ofensa aos sentimentos religiosos.

             Pedro Vaz Patto

             (Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz)

28
Jan23

ALEMANHA AINDA AMARRADA ÀS QUATRO POTÊNCIAS VENCEDORAS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Alemanha obrigada a manobrar entre Potenciais-Inimigos e Amigos proforma

... O Tratado Dois Mais Quatro (Tratado sobre o Acordo Final em Relação à Alemanha) assinado em Moscovo em 12 de setembro de 1990 entre os dois estados alemães (BRD e RDA) e as quatro potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial (EUA, URSS, França, GB) estabeleceu a soberania interna e externa final da Alemanha unida, embora com restrições.

O texto do Tratado, que coloco em nota nas versões alemão, francês, inglês e russo (1), apesar dos  subterfúgios inerentes a interpretações comuns de textos jurídicos, permite chegar-se às seguintes conclusões: A Alemanha está proibida de fazer referendo sobre questões político-militares do país: A presença americana na Alemanha com as suas 20 bases é determinada pelos americanos; aqui os alemães não têm liberdade de decisão sobre isso. Os alemães não podem decidir ter forças aéreas estratégicas. A Alemanha não pode tomar decisões de política externa sem consultar previamente as potências vitoriosas! A quarta cláusula limita o número de tropas no Bundeswehr a um máximo de 370.000 (praticamente 345.000 soldados das forças terrestres, aéreas e marítimas, antes de 1990 - 500.000): Art3 § 2. No artigo dois a Alemanha declara ainda que de seu território “só sairá paz”. A intervenção e entrega de armas viola o artigo 2 porque só pode empregar armas com base na Constituição e na Carta das Nações Unidas.

Avisos da Rússia: “Sra. Merkel, o tratado 2-4 proíbe-a de avaliar ou mesmo comentar as ações de política externa das potências vitoriosas. Não se esqueça disso", disse Putin como resposta a uma crítica da Chanceler Merkel em 2015 por ocasião do feriado de 9 de maio.

Em março de 2022, o "Ministério da Rússia" informou que o "armistício (trégua) de 1945 foi levantado com efeito imediato baseando-se no Acordo Dois Mais Quatro, devido à entrega de armas pela Alemanha à Ucrânia. Com a entrega de armas de qualidade superior mais se arrisca a Alemanha...

Agora nesta guerra, dada a pretexto da Ucrânia (Guerra geoestratégica),  os EUA exigem com alguns dos seus súbditos mais interesseiros, que a Alemanha entregue armas qualitativas à Ucrânia sem que os EUA o façam porque assim se livra de ser ela a provocar directamente a Rússia;  sendo a Alemanha a fazê-lo ela incorre em  infracção grave ao Tratado Dois Mais Quatro e então a guerra seria entre a Rússia com parte da Europa e não entre a Rússia e os EUA; então os EUA poderiam aparecer como salvadores da Europa numa guerra, já antes sua, que então seria de caracter nuclear e aniquilaria a Europa...

Ainda não há muito tempo Scholz mostrava boa vontade embora a política seja um campo brutal; na China ele disse: “Precisamos de um mundo multipolar onde o papel e a influência das economias emergentes possam ser levados a sério. A Alemanha rejeita um confronto de bloco pelo qual os políticos devem ser responsabilizados. A Alemanha desempenhará seu papel na promoção das relações sino-europeias” ...

O chanceler encontra-se na situação de '"Preso por ter cão preso por não ter"! Se ceder vai contra o tratado 2+4 que os aliados impuseram à Alemanha depois da guerra. Se o não fizer vai contra os interesses dos Estados Unidos (Nato) que gostariam de ter um bode expiatório!

Depois de tanto teatro, Scholz terá de ceder à pressão da Polónia para autorizar que ela ceda Leopard 2 à Ucrânia; é de prever que posteriormente, conjuntamente com os EUA decidirão entregar os tanques americanos "M1 Abrams" e os Leopard 2 alemães à Ucrânia. Assim a responsabilidade passaria a ser da Nato e não só da Alemanha ou da Europa! Pelos vistos os EUA declararam alugar tanques de alta eficiência à Ucrânia.

António CD Justo

Texto completo e Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8226

28
Jan23

REACÇÃO DO EMBAIXADOR RUSSO AOS TANQUES LEOPARD 2


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Devido à escalada do conflito, coloco aqui a Tradução do Google Tradutor do texto que tirei da página da Embaixada da Federação Russa na República Federal da Alemanha:

Comentário do embaixador russo na Alemanha, Sergey Nechayev, sobre a decisão do governo alemão de fornecer tanques Leopard 2 à Ucrânia:

Em 25 de janeiro de 2023, o governo federal aprovou a entrega de tanques pesados ​​de batalha Leopard 2 ao regime de Kyiv. Outros países cujos exércitos têm os tanques em seus estoques agora podem entregar as máquinas para a Ucrânia.

Esta decisão extremamente perigosa eleva o conflito a um novo nível de confronto e contradiz as afirmações de políticos alemães de que a República Federal não quer se envolver no conflito. Infelizmente, isso acontece o tempo todo. Mais uma vez nos convencemos de que a Alemanha, como seus aliados mais próximos, não está interessada em uma solução diplomática para a crise ucraniana, que está em constante escalada e que quer armar o regime de Kiev com novas armas cada vez mais mortais. As “linhas vermelhas” são, portanto, uma coisa do passado.

A decisão de Berlim significa que a República Federal finalmente abre mão de seu compromisso com a responsabilidade histórica por crimes atrozes cometidos contra o nosso povo pelo nacional-socialismo durante a Grande Guerra Patriótica e que não prescrevem. O difícil caminho da reconciliação pós-guerra entre russos e alemães é deixado para cair no esquecimento. Com a aprovação do governo federal, tanques de batalha com cruzes alemãs serão enviados novamente para a "Frente Oriental", o que inevitavelmente levará não apenas à morte de soldados russos, mas também à morte de civis.

Esta decisão foi tomada por Berlim nos dias que marcavam o 80º aniversário da quebra do bloqueio de Leningrado, que ceifou a vida de centenas de milhares de cidadãos soviéticos. Esta decisão destrói a confiança mútua remanescente, causa danos irreparáveis ​​às relações germano-russas, cujo estado já é deplorável, e levanta dúvidas sobre sua normalização em um futuro próximo.

28
Jan23

INSECTOS NO PRATO


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Uma nova regulamentação da União Europeia amplia o uso de insectos na alimentação.  A partir de 25.01.2023 além de larvas de farinha e gafanhotos migratórios, a EU permite oficialmente que sejam processados em alimentos, Besouros, lagartas, abelhas, vespas, formigas, grilos domésticos, etc.

Segundo dados da FAO, são consumidas em todo o mundo 1.900 espécies de insectos.

Ultimamente, há muita propaganda desses alimentos por causa de seu melhor equilíbrio ecológico em comparação com a produção de carne bovina, suína e de frango, por precisarem muito menos comida, menos espaço e menos água. De acordo com dados da FAO, os grilos precisam apenas cerca de uma duodécima parte da ração em comparação com o gado para produzir a mesma quantidade de proteína. A proporção comestível de insectos é 80% maior que a da carne bovina (40%).

Os insectos contêm muita proteína semelhante à da carne bovina, suína ou peru e são uma fonte ideal de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6.

Defensores alemães do consumidor dizem que ainda "não há regulamentação para a manutenção de insetos".

Teme-se também que a quitina do esqueleto de insetos pode desencadear reações alérgicas. A Autoridade Europeia, depois de avaliar alguns estudos para a Segurança dos Alimentos chegou à conclusão de que o pó de grilo é seguro.

Os insectos devem ser rotulados nos produtos; estes não podem ser rotulados como veganos ou vegetarianos.

Os insectos também são uma exploração dos animais e verifica-se que não houve uma discussão pública alargada antes da EU ter publicado a nova regulamentação.

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8234

28
Jan23

O VATICANO CHAMA A IGREJA NA ALEMANHA À ORDEM


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

A vatican-magazine informa que o processo de reforma do caminho sinodal alemão deve respeitar a unidade da Igreja universal. O caminho sinodal na Alemanha não pode obrigar os bispos e os fiéis a adoptar novas formas de moralidade. Não seria permitido introduzir novas estruturas ou doutrinas oficiais nas dioceses antes de uma concordância acordada ao nível da igreja universal. Se separados da igreja mundial, eles enfraqueceriam, degenerariam e morreriam.

A igreja é inconcebível sem Deus transcendente, Jesus Cristo e seu evangelho. O ministério sacerdotal deve deixar clara a sua origem divina e sua meta, o reino dos céus. A igreja é mais do que um edifício social. É importante exercer o ofício em humildade e santidade, "caso contrário, faremos mais mal do que bem."

Em entrevista ao The Associated Press, o Papa Francisco afirma que “a experiência alemã não ajuda” porque o caminho sinodal tem sido liderado por uma “elite” distanciada do povo e recorda que o objetivo deve ser sempre a unidade. “Aqui o perigo é que algo muito, muito ideológico passe despercebido. Quando a ideologia se envolve nos processos eclesiais, o Espírito Santo vai para casa, porque a ideologia derrota o Espírito Santo.

Quanto à homossexualidade disse "Ser gay não é crime. Sim, mas é pecado... Bom, mas primeiro vamos distinguir entre pecado e crime». E acrescentou: «Também é pecado faltar à caridade uns para com os outros» (1)

Também tenho a impressão que parte do problema das igrejas na Alemanha é acentuarem demasiadamente a cabeça à custa do coração, o princípio da masculinidade à custa do princípio da feminilidade. Uma parte da comunidade alemã demasiadamente politizada e imoderadamente fixada em valores das correntes do tempo não pode reclamar ter de ser aceite e alargada ao espaço universal.

O âmbito da fé é complementar ao da razão não podendo esta negar o campo de acção da mística ou da fé - aquela zona de protecção da pessoa humana, que a ajuda a não ser levada na avalanche do Zeitgeist ou do mainstream.

Uma Alemanha que viu a sua identidade em parte destruída em consequência da guerra que originou não pode esperar que outros países que se definem com raízes cristãs tenham de abdicar das suas tradições para se diluírem num universalismo anónimo de ideias!

A Igreja institucional tem ainda muito caminho a fazer no sentido de se atualizar quanto à moral e à pastoral, mas não quanto à doutrina; doutro modo tornar-se-ia substituível pelas igrejas protestantes.

Os problemas eclesiais não se resolvem tanto a nível de ideias, mas sobretudo descendo à vida.

António CD Justo

Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8236

28
Jan23

O PALCO LISBOETA TORNADO ALTAR DE PROPAGANDA ANTICATÓLICA E DO “PASSA-CULPAS”


Oliveira

Pelo que contém de muito actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

A Requalificação do Parque Tejo-Trancão em Lisboa custa cerca de 35 milhões de Euros

De 1 a 6 de agosto realiza-se em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Lisboa 2023).  Espera-se a visita de um milhão e quinhentos mil jovens vindos de todo o mundo.

O encontro mundial da juventude torna mais evidente a oportunidade de a Câmara Municipal dar vida ao projecto de requalificação do Parque Tejo e Trancão, área até agora considerada de “menor dignidade”, como afirmou o vice-presidente da Câmara.

O projecto de reabilitação urbana de Sacavém, a região do Parque Tejo e Trancão (mapas em nota (1) ficará por cerca de 21,5, mas que poderá subir até 35 milhões, no dizer do presidente da Câmara.

O palco onde o Papa Francisco presidirá às celebrações finais da JMJ 2023 com missa pontifícia, tem um custo de 4,2 milhões de euros (duas mil pessoas em palco, incluindo mil bispos, coro e orquestra)! O vice-presidente da Câmara justifica a grandeza do palco dizendo que “é um investimento que não se esgota no evento”, é uma estrutura permanente para o parque. O palco-altar é construído de maneira a poder ser visto nos 90 hectares do recinto, como esclareceu o vice-presidente ao mostrar os intuitos dos grandes investimentos a fazer no Parque Tejo-Trancão (2).

Em vez de se esclarecer o projecto do parque no seu todo, o aspecto ecológico e as receitas que os frequentadores da jornada mundial significam para a economia do país e para a sua imagem no estrangeiro, todo o mundo fala dos custos da obra como se se tratasse da construção de um altar e assim enquadrar este projecto na política do “passa-culpas” muito característica em Portugal no seguimento do lema “a culpa morreu solteira”...

Além disso, num Portugal pobre, todos os investimentos grandiosos que se fazem deveriam ter em conta que não se centralizassem todos em Lisboa e também respeitassem uma certa proporcionalidade entre a qualidade de vida das pessoas comuns e uma certa megalomania de seus governantes...

Na imprensa está-se a fazer de um mosquito um elefante aproveitando-se do palco para o transformar num altar e assim curvar a informação numa direcção completamente diferente de modo a fomentar ressentimentos contra a Igreja e a encobrir má gestão. Querer fazer transmitir a ideia de que o palco foi feito para a celebração do pontifical é atitude jacobina e própria de Media preconceituosa e enganadora...

Como se consegue meter 4,2 milhões de euros na construção de um palco mesmo que venha a ter nove metros de altura?...

António CD Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8242

27
Jan23

4.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A


Oliveira

Sugestão da homilia para o quarto Domingo do Tempo Comum - ANO A - 2023 

As Bem-Aventuranças - Nova Lei do Evangelho

Domingo, 29 de Janeiro de 2023

  1. As bem-aventuranças são a carta da Nova Lei

     Evangelho

     “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus”, assim começou Jesus o sermão da montanha. As bem-aventuranças abrem o nosso olhar para os ensinamentos de Jesus sobre a conduta cristã. Na mente de muitas pessoas a felicidade está na riqueza; Jesus tem outro caminho de felicidade: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus”.  Nas bem-aventuranças está uma nova maneira de olhar para o mundo, para a vida: ver com o coração (Saint Exupéry, o Principezinho).

       Jesus foi o maior libertador dos pobres, dos doentes, dos pecadores. Jesus quer o bem-estar das pessoas. O que pede então Jesus? Corações abertos à sua proposta do Reino de Deus; quer dizer-nos que Deus não está onde se pratica a violência, o egoísmo, a riqueza fechada diante dos que precisam.

        S. Mateus faz-nos pensar em Moisés, que recebeu no cimo do monte Sinai os dez mandamentos. O evangelista coloca-nos com Jesus no cimo de um monte, lugar de proclamação das bem-aventuranças. Diz-nos que a riqueza mal-usada, é um perigo para a salvação. 

     Admitimos que Deus quer o bem-estar de todas as pessoas. Não quer ninguém na miséria. Mas propõe que as pessoas não ponham a sua felicidade no dinheiro, mas sim em valores mais altos, a confiança n’Ele.

     Eu vi um facto comovedor numa agência de comunicação católica (Aleteia, 22.01.17), que resumo em poucas palavras. Um menino de cor estava junto dos semáforos, e na paragem de veículos ligeiros, aproximava-se, e pedia esmola. Certa vez viu no carro uma senhora em cadeira de rodas; a respirar com apoio de tubos; tendo cilindros de oxigénio ao lado; e parecia cega. O menino ficou impressionado, e chorou. E ofereceu à referida senhora as esmolas que tinha recebido. A comunicação social divulgou o sucedido. Reuniram-se voluntários e obtiveram oitenta mil dólares para este caso. A senhora adoptou como filho o referido menino (ver internet). Um menino pobre, com coração do evangelho.

      É certo que Jesus disse a um jovem que o interrogou: “Como é difícil um rico entrar no Reino de Deus!” (Mt 19, 23). Porque esse jovem olhava para a riqueza como o seu deus! Faltava-lhe fé! 

  1. As Bem-aventuranças estão nos humildes

     Primeira leitura

 «Procurai o Senhor, vós todos os humildes da terra». Palavras de Sofonias. O profeta, que pregou pelo ano 640 antes de Cristo, vê nos pobres (Anwwin) aqueles que têm a capacidade de procurar o Senhor. No pensamento de Sofonias a palavra pobre significa humilde: «Procurai o Senhor, vós todos os humildes da terra». Mostra que o caminho da salvação está no caminho dos pobres, mais do que nas riquezas. Os pobres e humildes são o contrário dos ricos orgulhosos, o contrário dos poderosos opressores dos pobres, como escreveu: “Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde, que buscará refúgio no nome do Senhor”. O pobre é o que tem fé em Deus, mais do que em si mesmo ou nos seus bens.

  1. Deus escolhe o que é débil

     Segunda leitura

     São Paulo escreveu aos Coríntios: “Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo… escolheu o que é fraco… Deus realiza com os humildes as mais grandiosas acções. Basta pensar em Nossa Senhora.

     Santo Antão, do Egipto, século terceiro, era riquíssimo; e ouvindo na igreja o parecer do Evangelho sobre a pobreza, vendeu os seus bens e deu-os aos pobres. Foi o fundador do monaquismo no ocidente.

      Irmãos, este domingo chama-nos à fé em Jesus, a vivermos com dignidade, abrindo o nosso coração para os pobres. São Mateus apresenta-nos oito bem-aventuranças. Mas a primeira, que meditamos hoje, abre o caminho para as outras. Tenhamos coração de pobres, ricos diante de Deus.

Pe. Anónio Gonçalves, SDB

27
Jan23

TRANSUMANISMO


Oliveira

Partilho, com a devida vénia um artigo do Dr. Pedro Vaz Patto, publicado no jornal digital «7 MARGENS» que provavelmente muitos ainda não leram…

A COPAEC congratula-se e agradece testemunhos que edificam e ajudam a saber ser e estar.

AGPires

           A corrente de pensamento que vem sendo designada como transumanismo pretende a superação de todos os limites que pode representar a natureza humana, aumentando as capacidades da espécie transformando-a em algo de distinto e superior (a ponto de, numa vertente mais radical, se transformar numa espécie distinta: o pós-humanismo). Começa por negar a excepcionalidade da espécie humana no confronto com outras espécies animais (como fazem as correntes ditas antiespecistas) e daí parte para superar as suas limitações, incluindo a sua natural vulnerabilidade, imperfeição, doença, envelhecimento e até a mortalidade. Fá-lo advogando o recurso à engenharia genética, à tecnologia e à inteligência artificial. Pretende superar a distinção entre natural e artificial (o cyborg). Não encontra limites nas naturais diferenças entre homem e mulher (daí alguma ligação à ideologia do género). Reivindica poderes criativos normalmente atribuídos a Deus; daí que também pretenda superar a distinção entre humano e divino (essa é a pretensão do influente pensador israelita Yuval Noah Harari, autor de um muito difundido livro que tem por título, precisamente, Homo Deus).

          Sobre o desafio que representa o transumanismo para a fé cristã e o humanismo clássico, que em muitos aspectos contradiz radicalmente, já muito se tem escrito. Saliento, a este respeito, estes livros: Roberto Esteban Duque, Nostalgia de Futuro - Transhumanismo y desafios a la naturaleza humana, Ediciones Encuentro, Madrid, 2022; Alberto Cortina, Transhumanismo – La ideologia que desafia la fe cristiana, Palabra, Madrid, 2022; e Olivier Rey, Engaño y Daño del Transhumanismo, Homo Legens, Madrid, 2019 (tradução espanhola do original francês)

           Ao reflectir sobre as pretensões desta corrente, em grande medida puramente ilusórias e próprias da ficção (eliminar a doença, a dor e a morte?), vem-nos à mente, de imediato, o relato dos primeiros capítulos do Génesis, o pecado das origens que se traduz nas pretensões humanas de ser «como deuses» e de «comer da árvore do bem e do mal», como se fossemos deuses. Pretensões com nefastas consequências que se têm revelado ao longo da história e que são hoje um perigo se a humanidade se deixar cair em novas tentações deste tipo.

          Uma primeira contradição da pretensão transumanista de melhorar ou aumentar a espécie humana, realçada por Ricardo Esteban Duque, é esta: se se ignora a natureza humana (isto é, que o ser humano contenha uma finalidade intrínseca que o antecede e não pode destruir arbitrariamente), como avaliar algum seu pretenso melhoramento? O que significa uma melhor realização humana? Que critério seguir?

         Na verdade, do que se trata é de impor um determinado critério de avaliação, um critério subjectivo e muito criticável: o de que a pessoas vale em função das suas capacidades físicas e intelectuais. Um reducionismo materialista vem em evidência. Mas a pessoa não é mais feliz ou realizada por ter essas suas capacidades aumentadas. E tal visão contraria a igual dignidade das pessoas humanas, aquisição civilizacional da maior relevância, com raiz na noção judaico-cristã da pessoa humana criada «à imagem e semelhança de Deus». Noção que também se espelha na célebre frase de Santo Ireneu de Lião: «A glória de Deus é o homem que vive». Dessa noção resulta que cada pessoa, por mais vulnerável, dependente ou física ou mentalmente limitada que seja, tem um valor infinito.

         Não se trata, então, de (como pretende o transumanismo) superar os limites da natureza humana (pretensão, de resto, necessariamente ilusória), mas de viver uma vida autenticamente humana. Alguns dos limites com que se confrontam os seres humanos podem, e devem, ser superados. Mas não todos, obviamente. Podemos até dizer que esses limites insuperáveis são providenciais, são desejáveis: ajudam a pessoa a crescer, a amadurecer e a ser humilde; pessoas limitadas são interdependentes e essa interdependência suscita o amor ao próximo e a solidariedade (como vimos na recente pandemia). Na expressão de Alberto Cortina (op. cit., pg. 54), os limites «fazem-nos ser o que somos e permitem que cheguemos à plenitude do que estamos chamados a ser e fazer como pessoas».

          Mais do que tentar pensar ilusoriamente em eliminar completamente a dor e o sofrimento (o que também pretendem os partidários da eutanásia ao apresentar a morte provocada como resposta à dor e ao sofrimento), há que descobrir o seu sentido, o que significa também descobrir o sentido da vida e o valor de cada vida. É nessa direcção que aponta também o pensamento e a obra de Viktor Frankl.

          A pretensão transumanista de superar os limites da natureza humana, incluindo a sua mortalidade, reflecte um anseio de todos as pessoas e de todas as épocas e culturas, esse sim próprio da natureza humana, um anseio de perfeição e de infinito que a experiência terrena não satisfaz e que tem suscitado várias modalidades de religião. O transumanismo responde a esse anseio com a proposta do prolongamento da vida biológica e terrena.

         Não é essa a resposta da mensagem cristã. Esta não propõe o prolongamento da vida biológica e terrena (o que até poderia tornar-se entediante), mas a vida eterna que se situa num plano infinitamente superior e que só ela sacia em profundidade as aspirações humanas à perfeição e ao infinito. Na expressão de Alberto Cortina (op. cit., pg. 80), trata-se da «comunhão existencial com Aquele que é a Verdade e o Amor e, portanto, é eterno, é o próprio Deus» e também uma «comunhão com todos que participam do mesmo Amor».

       A pretensão transumanista de um ser humano que ambiciona exercer poderes divinos (o Homo Deus) também contrasta radicalmente com a imagem de Deus que nos é dada pela Revelação cristã. Essa pretensão é a de imitar um deus poderoso, controlador da natureza e senhor de uma moral arbitrária («comer da árvore do bem e do mal»), que possa decidir sobre a vida e a morte (como se faz com o aborto e a eutanásia). A Revelação cristã mostra-nos um Deus que respeita a liberdade da criatura humana e também um Deus que se faz Homem, que assume os limites da natureza humana, que, por amor, nasce numa gruta e morre numa cruz.

       Um dos perigos desta pretensão (“prometeica”) de fazer as vezes de Deus, a Ele se substituindo, traduz-se na defesa do chamado eugenismo positivo ou liberal. Fala-se em eugenismo positivo porque se trata de melhorar o património genético das gerações futuras (não de eliminar deficientes, como sucedeu noutras épocas da história, mas também sucede hoje em larga escala com o aborto eugénico). Fala-se em eugenismo liberal porque assente na vontade dos progenitores (e não numa imposição estatal, como também sucedeu noutras épocas da história). Pretende-se que, através da engenharia genética, os pais possam decidir a respeito de características dos filhos, supostamente favoráveis, como a inteligência (mais do que evitar a transmissão de doenças). Com uma aparência de beneficência, estamos perante um domínio sobre outros seres humanos, reduzidos a objecto de uma manipulação, sujeitos sem possibilidade de defesa à imposição de critérios de melhoramento que poderiam não partilhar. Esta deriva (também ela decorrente da pretensão de «ser como deuses» e da rejeição dos limites da natureza humana) tem suscitado a firme rejeição de pensadores de várias tendências, como Hans Jonas, Jürgen Habermas e Michael Sandel.

       Também esta é uma afronta àquela “ecologia humana” a que se refere Bento XVI na encíclica Caritas in Veritate (n. 51) ao afirmar: «O livro da natureza é uno e indivisível, tanto sobre a vertente do ambiente como sobre a vertente da vida, da sexualidade, do matrimónio, da família, das relações sociais, numa palavra, do desenvolvimento humano integral». A natureza, também no que se refere à transmissão da vida humana, reflecte uma ordem e harmonia que é fruto da sabedoria e do amor do Criador e, nessa medida, ela deve ser respeitada e não manipulada ou destruída.

          Um outro perigo das propostas transumanistas é o de criar uma grave e chocante desigualdade, entre quem possa ter acesso a técnicas de melhoramento (que integraria quase uma outra espécie aumentada) e quem não tenha esse acesso. Salienta Francis Fukuyama que desse modo, com essa distinção entre seres mais ou menos capacitados ou perfeitos, se atenta contra a noção de uma única natureza humana, uma única comunidade de seres iguais em dignidade.

         Um verdadeiro desafio, este. Um desafio que nos faz reflectir sobre as capacidades e limites da técnica e sobre o verdadeiro sentido da vida. São anseios e aspirações de sempre em confronto com inéditas possibilidades. A resposta existe desde há dois mil anos. Há apenas que a apresentar e viver em toda a sua autenticidade.

Pedro Vaz Patto

24
Jan23

REZAR A MISSÃO QUE A ALEGRIA É


Oliveira

Partilho o texto da oração e meditação do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, a conservar e a multiplicar em nosso redor a alegria, assumindo no quotidiano esse cuidado como uma missão que nos compete.

 

Ensina-nos que existe um nexo profundo entre a gratidão e a alegria, pois só um coração que sabe agradecer é capaz de individuar nas pequenas e nas grandes coisas da vida mil motivos onde cintila (ou pode cintilar) vibrante a alegria.

 

Ensina-nos, Senhor, que a alegria começa quase sempre no olhar. De facto, um olhar empático capta com nitidez possibilidades que uma visão parcial ou preconceituosa desconhece.

 

Ensina-nos que a ciência da alegria está ao nosso alcance mesmo quando a ideia de um sorriso nos parece de todo inacessível.

 

Ensina-nos que a alegria pede de nós simplicidade e abertura de coração, apenas isso,  como um milagre que ocorre sem precisar de recursos extravagantes.

 

Ensina-nos que a alegria deflagra sem nós sabermos como, e também isso está certo.

 

Ensina-nos, Senhor, a louvar e não só a criticar; a aliviar e não só a endurecer; a encorajar e não só a reprimir;   a partilhar e não só a requerer; a escutar de novo mesmo quando estamos convencidos de já saber.

 

Cardeal José Tolentino de Mendonça

23.01.2023

Pág. 1/3

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