Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais alguns artigos do jornalista A. Cunha Justo.
(A. G. Pires)
FALTA DE COMPROMISSO POLÍTICO PRODUZ MIGRANTES VÍTIMAS
O Papa Francisco... criticou a falta de compromisso com as pessoas. “Estamos a tornar-nos mestres da complexidade, que falam muito, mas fazem menos”. Muitos dizem sim a tudo, mas no final resulta daí um não, por exemplo, quando se trata de acolher migrantes...
As grandes potências e oligarcas, com as suas tecnologias e produtos concorrentes, aniquila, muitas vezes, as indústrias e comércios indígenas; em vez de criar riqueza para proveito das populações locais, força as pessoas a emigrar.
Temos bom exemplo disso também em Portugal. As grandes nações europeias para darem escoamento aos seus produtos industriais e tecnológicos abriram os mercados aos produtos da China...
A sorte de Portugal é que encontra uma certa solidariedade da União Europeia que em compensação e para impedir o possível desenvolver-se de uma revolução popular (e a desintegração dos países da zona euro), se adiantou com a política dos “fundos perdidos” e a juros baixíssimos para os empréstimos estatais; doutro modo os Estados da periferia cairiam na falência imediata.
Países africanos encontram-se expostos à concorrência feroz que impede os mercados nativos de se afirmarem por si mesmos...
Quem ganha com a exploração sistémica somos todos nós, os que temos um nível social elevado, mas os que mais ganham com isto são as grandes multinacionais localizadas nas grandes potências, e as elites dos diversos países que não se veem motivadas a mitigar o sistema no sentido de maior justiça social e de prática democrática na relação entre povos e na distribuição de meios de produção e bens entre eles. Apesar das remessas dos emigrantes para o desenvolvimento de Portugal, é uma tragédia o facto de o povo português investir tanto na formação de académicos e muitos destes se virem obrigados a terem de emigrar para poderem melhorar o seu nível de vida!...
Deste modo a nossa camada social média vai fazer com que a camada baixa de países importadores desses emigrantes se torne menos baixa!
Nós podemos e temos o dever de importar imigrantes não só para equilibrarmos a nossa balança etária, mas também porque muito dos bens que temos se devem à exploração...
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7933
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ORIGEM DA BURKA - PROSTITUIÇÃO
Estratégia de Ataturk para modernizar a Mulher
O traje islâmico tem a sua origem num culto à divindade Astarte (1), deusa do amor, da fertilidade e da sexualidade, na antiga Mesopotâmia (Fenícia).
Em homenagem à deusa do amor físico, todas as mulheres, sem excepção, tinham de se prostituir num determinado dia do ano, nos bosques sagrados, em redor do templo da deusa Astarte.
Para cumprirem o preceito divino sem serem reconhecidas, as mulheres de alta sociedade acostumaram-se, no dia da festa, a usar um longo véu em protecção da sua identidade.
Com base nessa origem histórica, Mustapha Kemal Atatürk, fundador da moderna Turquia (1923 – 1938), no quadro das profundas e revolucionárias reformas políticas, económica e culturais, que introduziu no país, desejoso de acabar de uma vez por todas com a burka, serviu-se de uma brilhante astúcia para calar a boca dos fundamentalistas da época.
Atatürk pôs definitivamente um fim à burka na Turquia com uma simples lei que determinava o seguinte: «Com efeito imediato, todas as mulheres turcas têm o direito de se vestirem como quiserem, no entanto todas as prostitutas devem usar a burka».
No dia seguinte, não havia ninguém de burca e niqab na Turquia. Hoje acentua-se o uso do lenço. Da prostituição institucional onde a mulher era, num dia, presa aberta para todos os homens, com Maomé o uso da BurKa ou do lenço, sinaliza que a mulher já pertence a algum homem ou se reduz a mero símbolo religioso.
É interessante que a Bíblia também faz referência à imoralidade do rei Salomão que pecou contra o seu Deus ao prestar culto à deusa Astarte (1 Reis 11,5). Os egípcios, mais tarde, deram-lhe o nome de Isis, e os gregos de Afrodite e Hera.
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e Pedagogo
Pegadas do Tempo
Texto completo (2014) em http://antonio-justo.eu/?p=2826
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PODER RENOVADOR DA MULHER:
https://triplov.com/letras/Antonio-Justo/2009/mulher.htm
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O DIA DE TODOS OS SANTOS
– O DIA DE TODAS AS ALMAS - E O HALLOWEN
A Igreja católica celebra a 1 de novembro todos os santos, não só os conhecidos canonizados, mas todos os outros. No Martyrologium Romanum estão registados 6650 santos e beatos e 7400 mártires. A celebração comemorativa remonta ao século IV.
Todas as pessoas falecidas que viveram as suas vidas para o bem e com o sentido em Deus são celebradas.
No dia seguinte, 2 de Novembro, a Igreja Católica celebra o Dia de Todas as Almas. Em novembro são assim celebrados todos os mortos como fazendo parte da mesma comunidade!
Na noite 31 de Outubro, celebra-se o Halloween. O termo "Halloween" vem da expressão "Véspera do Dia de Todos os Santos" em que os celtas celebravam o rito de morte. Os irlandeses integraram nos seus rituais a celebração de „Halloween" (lembrança colectiva) que integra alguns costumes celtas (Samhain, onde se sacrificavam crianças e virgens) que celebravam a morte.
Os irlandeses ao emigrarem para os EUA levaram consigo este costume que nos anos 90 se tornou parte da cultura americana!
A mistura de rituais celtas de reminiscência bárbara de culto da morte (tem a ver com o processo de aculturação e inculturação no encontro de costumes entre povos). A integração do rito Halloween na cultura americana pretende certamente incitar as lembranças americanas inconscientes também elas comuns a velhas práticas indígenas.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7930
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O 20.° CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS
PERPETUA XI JINPIN NO PODER
O partido chinês (2.000 Delegados) alarga os poderes de Xi para o próximo quinquénio, enfraquecendo para isso a direcção colectiva em favor de Xi Jinping (secretário geral e presidente da China) de maneira a este ter poderes quase absolutos; esta estratégia adoptada revela-se como tentativa “adequada e eficiente” de dar resposta autoritária aos problemas internos e externos e de fortalecer a economia chinesa que deve ser orientada no sentido da segurança chinesa.
A regra determina que os altos funcionários com 68 anos ou mais na época do congresso se aposentem. O mandato de Xi é prolongado apesar de ter 69 anos. O controle sobre o partido, o Estado e os militares permitem-lhe poderes de ditaduras (1).
Os poderes dados a Xi pelo partido possibilitam a China a existir sem Indecisões e sem o mundo!
Deng Xiaoping em 1982 revolucionou o comunismo de Mao Tsé-Tung criando a forma específica do socialismo chinês que compatibilizou o socialismo de Estado com o capitalismo liberal ocidental numa institucionalização dictatorial. A China ao compatibilizar a ideologia socialista com as linhas do capitalismo como forma de domínio, possibilitou a sua posição mundial relevante na competição com o capitalismo que motivado pela globalização a ajudou. Como grande potência e ditadura consegue fazê-lo de maneira a poder afirmar-se em desvantagem de outros sistemas. O capitalismo dos privados encontra-se em posição fraca em relação ao Capitalismo de Estado chinês.
Taiwan, entre interesses capitalistas e socialistas, passa a ter de temer mais a pressão chinesa; Taiwan continua submetida aos interesses da China como a Ucrânia aos interesses da OTAN e da Federação russa.
Nesta perspectiva a raiva e não o entendimento continuará a governar o mundo.
António da Cunha Duarte Justo
Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7881