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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

31
Out22

AVENTURA SEM RETORNO


Oliveira

Com a devida vénia, partilhamos um artigo de Pedro Vaz Patto, publicado no jornal digital ‘Sete Margens’ sobre um tema da actualidade: a guerra na Ucrânia.

AGPires

“Seis meses de avanços e recuos sem um fim no horizonte” – assim uma notícia de há dois meses retratava a evolução da guerra na Ucrânia. Os cenários de morte e destruição vão-se repetindo e a eles quase nos habituamos. A contabilidade de vidas perdidas, de um e de outro lado, cresce de dia para dia. O que aparenta ser uma inversão da tendência de derrota está longe de ser uma vitória e desencadeia uma mais forte reacção contrária gerando uma espiral interminável. Entretanto, as consequências indirectas da guerra traduzem-se numa crise económica mundial que a todos afecta, a uns (os mais vulneráveis, como quase sempre) mais do que a outros. Procuram-se paliativos para atenuar esses efeitos, mas, verdadeiramente, só o fim da guerra permitirá superar essa crise. Não podem deixar de nos vir à mente palavras que denunciam vigorosamente o absurdo da guerra. As dos sucessivos pontífices, por exemplo. “Massacre inútil” (“inutile strage”) – clamou Bento XIV nas vésperas da I Guerra Mundial. “Nada se perde com a paz, tudo pode ser perdido com a guerra” – afirmou Pio XII pouco antes de eclodir a Segunda Guerra Mundial. “A guerra é uma aventura sem retorno” – disse São João Paulo II a propósito da guerra no Iraque, que procurou evitar a todo o custo. Também neste caso da Ucrânia, sabemos como começou a guerra, não sabemos ainda hoje como vai terminar e que danos ainda vai provocar. É mesmo uma “aventura sem retorno”. É certo que denunciar sem mais o absurdo de qualquer guerra pode acarretar o perigo de não distinguir a responsabilidade de quem agride e a de quem se defende da agressão, como se fossem ambos culpados. Quando é nítida essa diferença de responsabilidades, o apelo ao fim da guerra há de dirigir-se, antes de mais, a quem agride, não pode é ser um convite à capitulação de quem se defende. O Papa Francisco recordou há dias, na linha do Catecismo da Igreja Católica (n. 2308) a legitimidade de quem se defende de uma agressão injusta, como sucede actualmente com a Ucrânia. A defesa contra uma agressão injusta pode ser uma exigência do amor para com a Pátria que é agredida. E é legítimo que outras nações ajudem essa defesa, na estrita medida do necessário, sem, porém, alimentar uma escalada de retorsão. No entanto, o Papa também continua a apelar ao fim da guerra através dos meios da diplomacia. Neste aspecto, já se distancia claramente das vozes mais comuns, que só aceitam a vitória incondicional da Ucrânia, sem qualquer tipo de cedência, porque qualquer cedência será uma forma de premiar o infractor. Neste contexto, é certo que nenhum dos contendores quererá dar um primeiro passo que represente a mínima forma de reconhecer alguma razão ao adversário, desde logo por uma questão de honra. Notei claramente uma atitude destas em declarações dos meus colegas da comissão Justiça e Paz da Igreja greco-católica ucraniana, que pareciam advogar uma absoluta intransigência e a resistência até à morte do último soldado. Poder-se-á acusar o Papa de ingenuidade ao apelar à diplomacia neste contexto. Mas talvez seja ainda mais ingénuo e irrealista esperar uma vitória certa, plena e a breve prazo de qualquer das partes. Realista é pensar que da guerra ninguém sai verdadeiramente vencedor, que a destruição e morte por ela inevitavelmente geradas e as feridas que hão de permanecer para sempre impedem sempre de falar em vitória. A guerra de defesa pode ser moralmente legítima, mas outras condições de legitimidade da guerra devem também, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica (n.º 1309), verificar-se, como a de que haja possibilidades sérias de êxito e a de que os males que ela acarreta não sejam superiores aos males que se pretende evitar (onde se inclui também, certamente, a necessidade de evitar a repetição de agressões no futuro).
São estas condições que justificam o recurso à diplomacia mesmo nas condições actuais, mesmo quando é clara a existência de um agressor e de um agredido. É verdade que ceder a algumas das exigências do infractor pode ser uma forma de o premiar e, desse modo, incentivar futuras agressões, da sua parte ou de outros potenciais agressores. Há que evitar que isso suceda. Mas tal não compromete qualquer tentativa de negociação diplomática. Reconhecer alguma razão ao adversário e aceitar alguma das suas exigências não é desonroso (não faz “perder a face”) e não significa necessariamente premiar o infractor. Reconhecer, por exemplo, que as pessoas de língua materna russa que de há muito vivem na Ucrânia têm direito à protecção da sua especificidade cultural não é ceder a nenhuma imposição arbitrária. A vida humana e a paz são bens de valor imenso, que justificam até cedências maiores do que uma estrita justiça permitiria (“summun ius, summa iniuria” – já diziam os antigos). Cedências que não devem ser vistas como uma capitulação, mas como um reconhecimento do valor supremo desses bens.

Pedro Vaz Patto

30
Out22

300 EUROS PARA BENEFICIÁRIOS DE PENSÕES


Oliveira

Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Desobriga dos Governantes desleais à Europa?

O Parlamento alemão decidiu uma lei que determina pagar uma prestação única de 300€, até 15 de Dezembro, a todos os reformados, devido aos elevados preços da energia.

Mais de 20 milhões de reformados irão beneficiar do pagamento. Os 300 euros serão automaticamente transferidos para a conta pelos serviços de pagamento de pensões. Esta medida custará ao Estado 6,4 mil milhões de euros...

O parlamento alemão aprovou endividamento de 200 mil milhões de euros para serem sobretudo aplicados em medidas destinadas a abrandar o encarecimento dos combustíveis. Esta medida isolada em termos europeus pode ser interpretada como mais uma afirmação da Alemanha no sentido do poder anglo-saxónico!...

Também em Portugal os cúmplices da crise económica querem que o povo receba em espécie de óvulo de desobriga: 125 euros...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pregadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7897

30
Out22

CHAMADA À ORAÇÃO PELO MUEZIM EM COLÓNIA


Oliveira

Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Na sexta-feira, 10 de Outubro, os muçulmanos em Colónia passaram a ser autorizados a apelar publicamente às orações através de altifalantes.

A directora do Centro de Investigação do Islão Global de Frankfurt receia que o apelo público do muezzin (do imã) na mesquita Ditib em Colónia possa ser interpretado pelos "islamistas da linha dura" como uma "vitória pontual".

A fórmula anunciada significa “Allah é o maior, Allah é o maior. Não há divindade (nenhum deus) além de Allah e Allah é o maior. Allah é o maior e a Allah todos os louvores pertencem”. (Allahu Akbar Allahu Akbar La Ilaha Ilallah Wallahu Akbar Allahu Akbar Wa Lillahil Hamd)

António da Cunha Duarte Justo

Ver comentários em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7887

30
Out22

SALVEMOS A PAZ


Oliveira

Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

Rússia disposta a dialogar com USA-França e Papa

Vatican.news informou que o Papa Francisco participou (25.10.2022) no encontro das religiões para a paz no mundo, promovido pela comunidade Santo Egídio em Roma.

Francisco salientou, no Coliseu, que não somos "neutros, mas pró-paz". “É por isso que invocamos o ius pacis, como o direito de todos a resolver conflitos sem violência". “As religiões não podem ser usadas para a guerra. Só a paz é sagrada e ninguém deve usar o nome de Deus para abençoar o terror e a violência".

A InfoCatólica noticiou também neste mesmo dia que a Rússia estaria disposta a entrar em diálogo com o Papa Francisco, os Estados Unidos e a França para procurar uma solução para o conflito em curso: "Estamos prontos a discutir tudo isto (a situação na Ucrânia) com os americanos, com os franceses e com o pontífice", disse o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov na sua conferência de imprensa telefónica diária. E recordou que o actual governo ucraniano proibiu quaisquer negociações com o governo russo. ...

Os políticos trouxeram a guerra e agora oferecem-nos paliativos porque não há interesse em acabar com a guerra, mas em fazer negócios com ela; os paliativos apenas servem para generalizar responsabilidades e desculpar a violência...

A renúncia à diplomacia só serve os interesses dos falcões. O argumento de se lutar pelo melhor impede o empenho na construção de uma cultura de paz! Precisamos de um mundo mais que melhor, mais humano!...

A paz é feminina e numa matriz em que a masculinidade domina ela encontra-se perdida!

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7906

30
Out22

A EUROPA DIVIDIDA FAVORECE A SABOTAGEM GEOPOLÍTICA


Oliveira

Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

O Eixo franco-alemão da União Europeia emperrou e a EU parece tropeçar nela mesma

A cimeira (franco-alemã) do conselho de ministros que se realiza todos os anos desde 1963 foi cancelada para este ano e adiada para o princípio do próximo ano. O eixo da União Europeia, (suas duas mais fortes economias Alemanha-França), encontra-se em dissonância apesar da tentativa cosmética da visita do Chanceler alemão a Paris (26.10); o encontro não teve sequer uma declaração final comum aos jornalistas.

Desagradou aos franceses o facto de a Alemanha ter, numa atitude isolada virada para ela mesma, deliberado um pacote de ajuda de 200 mil milhões de euros (1) para medidas contra o aumento dos preços do gás e da energia sem informar previamente o seu parceiro francês. Por outro lado, embora a França já esteja a trabalhar com a Itália no escudo de defesa antimíssil "Mamba", a Alemanha assinou um novo projecto para criar um guarda-chuva comum de defesa aérea, (a chamada "European Sky Shield Initiative"), com cerca de uma dúzia de outros países - mas sem a França. A imprensa alemã informou também que Mácron na cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da UE, anunciou planos para juntamente com Portugal e Espanha construírem um novo gasoduto para hidrogénio e, se necessário, gás entre Barcelona e Marselha, ao contrário dos planos da Alemanha. Por outro lado, não agrada à França a política de expansão da EU para Leste que a Alemanha quer forçar, antes de uma reforma do funcionamento da EU! Também na guerra a desenrolar-se na Ucrânia há divergências entre Berlim e Paris...

Para a Europa, a coisa é mais séria do que parece porque a crise das relações franco-alemãs deve-se sobretudo às diferentes perspectivas politico-geográficas da Europa e dentro da Europa, diferenças estas (Norte e Mediterrâneo) simbolizada nos dois polos da Europa: Alemanha e a França... A Europa tropeça nela mesma, num momento em que o mundo sem a intervenção dela, será dividido entre Ocidente e Oriente.

O facto de a Alemanha se ter colocado ao lado dos EUA poderia ser interpretado como um acto desesperado de ter perdido o seu parceiro de interesses (Inglaterra) na EU e pelo facto de a Alemanha, militarmente ser propriamente uma base americana que no caso de um conflito atómico com a Rússia...

De facto, a Alemanha, depois da sua União, descuidou-se, e com ela a Europa, ao ajudar a construir o cavalo de troia na Ucrânia onde se digladiam os interesses anglo-saxónicos americanos e os da Federação russa.

Numa altura em que o mundo se orienta e a Alemanha se posicionou decididamente ao lado dos Estados Unidos sem ter em conta outros interesses europeus, a França tem afirmado o seu distanciamento relativamente à Alemanha, não aceitando o papel de liderança alemã...

De registo seria ainda o episódio do porto de Hamburgo onde o Cosco Group, com sede em Pequim, terá uma participação de 24,9% no terminal de contentores de Hamburgo em Tollerort...

A Europa, que tem uma irmã de sangue que é a Rússia, vê agora a sua filha América de volta a exigir-lhe que não pense em si mesma e que renegue a sua irmã Rússia... Deste modo, em termos históricos, a América deixa de ter a sua mãe como concorrente fazendo dela uma dependente...

A União Europeia encontra-se dividia interiormente e por isso, embora não de coração, mas por realismo, vê-se inclinada ao comprometimento e solidariedade com os interesses dos Estados Unidos. De evitar será, porém, criar-se na Europa o grupo dos anglo-saxónicos contra o mediterrâneo!

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7911

29
Out22

31.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C


Oliveira

Sugestão da homilia para o trigésimo primeiro Domingo do Tempo Comum - ANO C - 2022

Deus, amor universal

Domingo, 30 de Outubro de 2022

     Irmãos, renovo a minha saudação a cada um de vocês. E desejo que o Senhor toque os nossos corações com o seu amor.

  1. Deus, em Jesus, veio procurar o que estava perdido

    Evangelho

     Olhemos para Zaqueu: estamos em Jericó, perto de Jerusalém. Vemos um homem a subir a uma árvore, para ver Jesus que ia passar no meio da multidão! Se Zaqueu fosse um rapazinho de 10 anos, acharíamos graça; se fosse um humilde camponês, acharíamos curioso; se fosse uma pessoa piedosa, julgaríamos bem. Mas um homem rico, pecador, Zaqueu, a olhar, no cimo de uma árvore! Isso diz-nos algo de muito importante: mostra-nos um homem com grande desejo de se encontrar com Jesus; à espera de uma resposta para a sua vida, alguém que procura luz que o mundo não dá.  

    Olhemos agora para Jesus, que vai a passar com muitas pessoas, junto daquela árvore. Cristo revela-nos o amor. Ele é o salvador de todos. Jesus não rejeita ninguém. Olha para Zaqueu, sobre a árvore, e deseja tomar a refeição em casa dele: “Zaqueu, desce depressa, que hoje eu devo ficar em tua casa”.

     Que bela conclusão: Ninguém fica à margem de Jesus. Todos encontram lugar de salvação no seu amor. O acolhimento dado por Jesus é para todos: ricos e pobres, adultos e jovens, justos e pecadores, doentes e saudáveis. Todos têm lugar nos braços amorosos de Jesus. Penso que Jesus diz a cada um de nós: desce do teu pequeno mundo, abre-me e tua porta, que Eu preciso de ficar em tua casa.

     E que aconteceu? Zaqueu transformou a sua vida. Algo de novo entrou no seu coração, na sua mente, no seu agir. Ficou cheio de alegria e decidiu: “Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens”. Tornou-se homem novo, e ouviu de Jesus estas palavras: “Hoje entrou a salvação nesta casa”.

     Só o amor dá alegria e vida ao mundo. E nós também devemos amar. As flores não guardam para si o seu perfume e a sua beleza, mas oferecem o seu perfume e as suas cores a quem passa.  O encontro com Jesus: é Ele que nos procura, como procurou Zaqueu. Jesus procurou Zaqueu, antes de Zaqueu O procurar.

     Deus ama todas as suas criaturas

     Primeira leitura

     “De todos vos compadeceis”. Palavras do Livro da Sabedoria. Todos precisamos do perdão de Deus. Quem julga não precisar, precisa duas vezes. Uma coisa é certa: Deus não afasta ninguém do seu amor. Grande consolação para nós. Estamos sempre no seu coração, mesmo sendo pecadores. De todos vos compadeceis. 

  1. Deus é glorificado quando nós amamos

    Segunda leitura

     Que diz São Paulo, escrevendo à comunidade em Tessalónica? Mostra o seu amor e alegria dizendo: “o nome de Cristo será glorificado em vós”. Ou seja: vós dareis glória a Cristo, estareis no caminho dele.

     Nós queremos que as nossas comunidades estejam nesse caminho. De que modo? Com o ensinamento de Jesus:  sendo comunidades guiadas pela fé em Deus; comunidades com amor entre si, capazes de ajuda mútua. Dizia uma jovem esposa: “a minha alegria é visitar e animar duas velhinhas viúvas da minha paróquia”. Julgo que todos conhecemos exemplos como este. O amor fraterno de uma comunidade é o bom caminho para darmos glória a Deus.

P.e António Gonçalves, SDB

22
Out22

ADIADA A CAMINHADA PELA VIDA DESTE 22-OUTUBRO


Oliveira

Partilho informação enviada pelo Dr. António Torres.

Em face das condições meteorológicas previstas para estes dias, as 10 cidades onde a Caminhada pela Vida iria ter lugar este Sábado, 22 de Outubro, decidiram adiar a mesma para Março de 2023 (data precisa a anunciar oportunamente).

A notícia vem circulando nas redes sociais (nomeadamente nas páginas Facebook e Instagram da Caminhada e em diversos grupos de WhatsApp) desde anteontem, mas receio que não tenha chegado a todos…

Um abraço do

António Pinheiro Torres

22
Out22

30.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C


Oliveira

Sugestão da homilia para o trigésimo Domingo do Tempo Comum - ANO C - 2022

Procurar Deus com e na oração

Domingo, 23 de Outubro de 2022

     Irmãs e irmãos, as leitura de hoje convidam-nos a encontrar Deus através da oração.

  1. Procurar Deus com humildade

     Evangelho

    São Lucas apresenta-nos um fariseu em oração. Como rezou ele? Cumpridor da Lei, perfeito em tudo: na Lei, no jejum, nos impostos, no respeito. E nesse sentido seria mesmo bom; mas falhou num sentido importante: mostrou desprezo pelo publicano que estava a seu lado. Disse na sua oração: “não sou como este publicano”. Mostrou-se com orgulho. Não agradou a Deus. Disse Jesus acerca dele: “não voltou justificado para casa”.

     O evangelista mostra-nos também o exemplo do publicano: um cobrador de impostos para o império romano, era considerado pecador. Este voltou-se para Deus com humildade. Disse na sua oração: “meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador”.  Reconheceu a sua pobreza diante de Deus. Jesus mostrou agrado pela sua oração e disse: “Este voltou justificado para sua casa”.

      Irmãos, com a oração, procuramos Deus com humildade. Conhecemos a experiência de Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Ti e inquieto anda o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Confissões, 1).   

      Precisamos de bens materiais, mas sobretudo precisamos de Deus, que é caminho, verdade e vida (Jo, 14,6). Os homens podem gloriar-se de ter chegado à Lua e olham para Marte com desejo de conquista. A Bíblia reconhece: “Deus viu que tudo era bom” (Gn 1,31).  Mas este progresso deve aproximar-nos de Deus. N’Ele está o nosso maior tesouro. Precisamos de viver com Ele. E se alguma vez O perdermos, lembramos o exemplo do publicano, que se voltou para Deus com humildade e ficou  justificado.

  1. Procurar Deus com perseverança

     Primeira leitura

   A primeira leitura é de Ben-Sirá. Este livro foi escrito dois séculos antes de Jesus, quando a comunidade sofria a influência dos povos estrangeiros. O autor defendia os valores e a cultura religiosa do judaísmo. E a forma de defender esses valores consistia em procurar o Senhor. Reflectia Ben-Sirá: “o humilde não desiste até que o Altíssimo o atenda”… “O Senhor não despreza a súplica do órfão, nem o gemido da viúva. A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino". Qual destino? Deus que nos atende.

     Irmãos, nós temos impressão que as pessoas andam inquietas, porque não procuram Deus. Há uma parábola que vinha num jornal: alguém pediu a Deus para o dia ter 25 horas, a fim ter tempo para Deus. E assim aconteceu. Mas de nada valeu… Por isso, o dia voltou ao tempo normal das 24 horas. Uma parábola, com ensinamento.

        A primeira leitura conclui com o salmo: “o pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz”.

  1. Permanecer em Deus, que sempre nos acolhe

     Segunda leitura

     A segunda leitura é da Carta de São Paulo a Timóteo. Paulo estava na prisão em Roma, já perto do seu martírio. Diz assim: “Caríssimo, o tempo da minha partida está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”. Três grandes reflexões para Timóteo meditar: Paulo combateu pela fé; está prestes a ser mártir; guardou a fé. Este texto é um sinal de que Paulo nunca perdeu Deus. A partir da sua conversão, a caminho de Damasco, a sua vida foi totalmente para Cristo, e por causa disso, ficou preso: em Jerusalém; em Cesareia; e agora em Roma. Paulo nunca perdeu o seu Deus.

Pe. António Gonçalves, SDB

19
Out22

Até a ventania...


Oliveira

Com a devida vénia, partilho o artigo do João Abel publicado, no dia 16 de Outubro, no Jornal Económico. Tem interesse e os nossos leitores gostarão deste assunto, tão actual.

(A G. Pires)

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Opinião

Até a ventania anda traiçoeira na União Europeia

João Abel de Freitas, Economista 16 Outubro 2022, 23:10

O vento do Futuro, segundo estudos produzidos por especialistas, tende a tornar-se muito traiçoeiro, gerando uma situação complexa na exploração da energia eólica.

  1. O vento anda arredio. Pretendem/pensam alguns países da Europa combater a crise climática muito pela aposta na energia do vento, e este a trocar-lhes as voltas!

No último ano, segundo o programa Copérnico da União Europeia (de recolha, tratamento e disponibilização de informação sobre o estado do tempo na Terra), o vento atingiu o pico mais baixo e irregular dos últimos 40 anos, nomeadamente em países do Norte da Europa, como o Reino Unido, Irlanda, Luxemburgo e Alemanha.

“Em 2021, a velocidade das correntes de ar a uma centena de metros de altitude – a altura das eólicas – diminuiu entre 10 e 15% na Europa do Norte em relação às médias habituais” (“L’Express-le Sept”, 6 de Outubro 2022). Assim, a eólica que participava no “mix” da electricidade do Reino Unido “com 18%, viu-se reduzida a 2%, em Setembro 2021”.

O vento do Futuro, segundo estudos produzidos por especialistas, tende a tornar-se muito traiçoeiro, gerando uma situação complexa na exploração da energia eólica.

As perspectivas apontam para a consolidação desta evidência actual, pondo em causa o papel que às eólicas estava reservado no combate à crise climática, com a produção de energia sem emissão de gases com efeito de estufa (CO2).

Dada a capacidade das turbinas eólicas [quer terrestres (onshore) quer marítimas (offshore)] ser muito sensível à velocidade do vento, esta pode tornar-se uma fonte de energia inadequada e cara, face a outras fontes alternativas.

Poderá esta situação ser revertida em benefício da UE?

  1. A União Europeia, infelizmente, não tem uma política energética comum, uma das suas graves falhas estruturais e um dos símbolos maiores de soberania. E nunca terá, enquanto Alemanha e França não se entenderem sobre certos princípios básicos relativos à energia.

O sistema energético da Alemanha vem se desenvolvendo, desde há muito pela Energiewende – um conceito alemão de transição energética, assente nas energias renováveis e sobretudo a saída da nuclear. De facto, uma combinação de energias fósseis e renováveis.

Três meses depois do “desastre nuclear” de Fukushima, Angela Merkel, aproveitando a emoção da população, toma a decisão política de fazer o seu país sair da energia nuclear, fazendo passar no Parlamento o decreto do fecho das 17 centrais nucleares alemães até 31 de Dezembro 2022.

Merkel toma, então, uma decisão política de um enorme significado para o seu país, com efeitos determinantes na UE, permitindo-lhe aparentemente acelerar a transição energética, conjugando energias renováveis e gás natural russo, o que não corresponde estritamente a produzir energia limpa, pois não consegue desenvencilhar-se das energias fósseis, necessárias às renováveis de produção intermitente.

Dois erros crassos numa só decisão. Retirar do “mix eléctrico” a nuclear e tornar-se dependente em mais de 50% do fornecimento de gás dum só país, embora barato.

Perante esta decisão há quem afirme: o problema de fundo da energia na União Europeia decorre de opções erradas de um só país e acrescenta a Alemanha nunca fará a transição energética limpa, sem recurso à energia nuclear. Um tema e um debate interessantes e, talvez, a prazo, o princípio da solução da crise estrutural europeia.

  1. Problemas de preços do gás já os havia antes da guerra, até porque o ambiente vivido era crítico, mas tudo se complicou com ela. E depois, no tempo da guerra, já nem Merkel era chanceler, ampliando bem mais a complicação.

Ao chanceler Scholz falta pulso, como bem demonstrou ao deixar enredar-se por Joe Biden na visita à Casa Branca, na triste história do gasoduto em que Biden afirma, em plena conferência de imprensa conjunta, “não haverá Nord Stream2” e o chanceler nem pestaneja com esta intromissão grosseira e humilhante.

A Europa no mau caminho

  1. Enquanto a Ásia, nomeadamente China, Índia, Japão e Coreia do Sul e em menor grau EUA e Canadá aceleram na direcção da nuclear, a Europa entrou em queda no seu uso, devido a um grupo de países ter seguido a Alemanha. Hoje, alguns estão a recuar, de forma ainda hesitante. Até a própria Alemanha não vai encerrar todas as centrais nucleares até finais de 2022, temendo o frio de Inverno que vem aí e segundo consta com algum rigor.

A França que sempre produziu energia nuclear também acusa quebra de produção, por ter andado, por influência da Alemanha, com hesitações e ter descurado a manutenção adequada das suas centrais, vendo-se agora obrigada a desactivar alguns dos seus reactores para manutenção. Até o presidente francês, Emmanuel Macron, apesar de ter mudado de agulha quanto ao nuclear, atravessou um período de hesitação. Nas eleições últimas, apresentou um plano de relançamento da nuclear, embora os seus críticos refiram que se trata de um plano mínimo.

A situação energética na Europa, sem estratégia comum, com grandes incompatibilidades e ainda agravada pelas dificuldades de substituição do gás russo e preços três vezes mais caros, enfrentará uma crise prolongada, muito grave e recuos no combate à descarbonização. Atingir as metas em que a Europa se empenhou no Acordo de Paris não passa de um sonho, quando até as centrais a carvão altamente poluidoras estão a ser activadas, sobretudo na Alemanha.

Segundo um estudo da Rystar Energy para o American Petroleum Institute… os EUA e o Catar em conjunto nem num horizonte de 10 anos terão capacidade para fornecer à Europa mais de 50% dos consumos de gás antes fornecidos pela Rússia e, não nos podemos esquecer, que dos EUA vem sobretudo gás de xisto, de menos qualidade e caro.

Segundo a Rystar Energy, após 2025, as possibilidades de aprovisionamento irão melhorar ligeiramente. Mas, nos próximos três anos, a situação é crítica. A Europa vai sofrer muito nos invernos. Os preços de gás vão ser elevados e a quantidade reduzida. As famílias e empresas muito atingidas.  Frio, emprego, salários em risco, e fecho de empresas.

Haverá saída?

Sim, a médio prazo, mas voltamos ao princípio. Sem entendimento para uma estratégia energética na UE nada feito. A energia é o motor da economia, todos sabemos e, sem energia de qualidade não há desenvolvimento nem descarbonização das sociedades. O que equivale a recuos significativos em várias frentes, incluindo o combate às alterações do clima.

Numa zona do Planeta, onde os recursos energéticos são escassos, uma transição energética doseando energias fósseis e energias limpas não se apresenta realizável sem o recurso à energia nuclear complementada com energias renováveis competitivas. A concretização levará o seu tempo, mas previamente exige entendimento. Um problema complexo, pois, há muitos lóbis contra o entendimento, sobretudo do lado alemão.

Uma revolução mental, o mais difícil, na União Europeia na área da energia precisa-se. A nuclear terá de conquistar o seu lugar seguro, porque segura sem dependências a estratégia da UE. Outros caminhos, com as tecnologias conhecidas do presente, não nos levam à descarbonização da sociedade europeia, mas ao declínio da Europa.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.

18
Out22

A ONU JÁ NÃO CORRESPONDE ÀS NOVAS REALIDADES + CHAMADA À ORAÇÃO PELO MUEZIM EM COLÓNIA + O 20.° CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA


Oliveira

Pelo que contém de actual e oportuno, a COPAAEC propõe para leitura e reflexão mais um artigo do jornalista A. Cunha Justo.

(A. G. Pires)

O Papa Francisco apela à Reforma das Nações Unidas

Sob a panorâmica da pandemia coronária e da guerra na Ucrânia, o Pontífice, numa passagem do seu novo livro com o título "Peço-vos em nome de Deus. Dez preces para um futuro de esperança", exige uma reforma das Nações Unidas...

A guerra na Ucrânia mostra, “de novo, mais que evidentemente” a necessidade “de caminhos mais eficientes para a resolução de conflitos", A ONU já “não corresponde às novas realidades” ...

Francisco defende "reformas orgânicas" destinadas a repor as organizações internacionais na sua "vocação original" de "servir a família humana".

O Papa escreve, "o mundo já não é o mesmo “e apela às "autoridades locais, nacionais e mundiais" porque "delas dependem as iniciativas apropriadas para travar a guerra. E a eles dirijo o meu pedido em nome de Deus para que ponham fim à produção e ao comércio internacional de armas" e para que qualquer arma nuclear seja desmantelada. A solução requer diálogo, negociação, escuta, habilidade diplomática e criatividade, bem como uma política clarividente "capaz de construir um sistema de coexistência que não se baseie no poder das armas ou na dissuasão"...

Devido aos extremos conflitos de interesses entre a Rússia, os EUA e a China tudo leva a crer que a reforma será sempre adiada como se poderá depreender do poder decisivo das cinco potências de veto do Conselho de Segurança...

Quando há conflitos entre estados a ONU tem uma capacidade negociadora muito reduzida dado ter de submeter-se aos interesses das cinco potências de veto não podendo evitar a guerra como foi também no caso da Síria e da Ucrânia...

De facto, é preciso fazer-se política para a realidade que criamos e não apenas para a que é do interesse de alguns.

Também as democracias correm o perigo de se transformarem num sistema justificador e legitimador dos interesses das elites tal como acontecia e acontece com outros sistemas políticos! Grosso modo, não é legítimo que as elites actualmente assumam de maneira camuflada o papel da nobreza de sociedades passadas e que tanto criticam.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7890

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CHAMADA À ORAÇÃO PELO MUEZIM EM COLÓNIA

Na sexta-feira, 10 de Outubro, os muçulmanos em Colónia passaram a ser autorizados a apelar publicamente às orações através de altifalantes.

A directora do Centro de Investigação do Islão Global de Frankfurt receia que o apelo público do muezzin (do imã) na mesquita Ditib em Colónia possa ser interpretado pelos "islamistas da linha dura" como uma "vitória pontual".

A fórmula anunciada significa “Allah é o maior, Allah é o maior. Não há divindade (nenhum deus) além de Allah e Allah é o maior. Allah é o maior e a Allah todos os louvores pertencem”. (Allahu Akbar Allahu Akbar La Ilaha Ilallah Wallahu Akbar Allahu Akbar Wa Lillahil Hamd)

António da Cunha Duarte Justo

Comentários em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7887

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O 20° CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA CHINÊS PERPETUA XI JINPIN NO PODER

O partido chinês (2.000 Delegados) alarga os poderes de Xi  para o próximo quinquénio, enfraquecendo para isso a direcção colectiva em favor de Xi Jinping (secretário geral e presidente da China) de maneira a este ter poderes quase absolutos; esta estratégia adoptada revela-se como tentativa “adequada e eficiente” de dar resposta autoritária aos problemas internos e externos e de fortalecer a economia chinesa que deve ser orientada no sentido da segurança chinesa.

A regra determina que os altos funcionários com 68 anos ou mais na época do congresso se aposentem. O mandato de Xi é prolongado apesar de ter 69 anos. O controle sobre o partido, o Estado e os militares permitem-lhe poderes de ditaduras (1).

Os poderes dados a Xi pelo partido possibilitam a China a existir sem Indecisões e sem  o mundo!

Deng Xiaoping em1982 revolucionou o comunismo de Mao Tsé-Tung criando a forma específica do socialismo chinês que compatibilizou o socialismo de Estado com o capitalismo liberal ocidental numa institucionalização dictatorial. A China ao compatibilizar a ideologia socialista com as linhas do capitalismo como forma de domínio, possibilitou a sua posição mundial relevante na competição com o capitalismo que motivado pela globalização a ajudou. Como grande potência e ditadura consegue fazê-lo de maneira a poder afirmar-se em desvantagem de outros sistemas. O capitalismo dos privados encontra-se em posição fraca em relação ao Capitalismo de Estado chinês.

Taiwan, entre interesses capitalistas e socialistas, passa a ter de temer mais a pressão chinesa; Taiwan continua submetida aos interesses da China como a Ucrânia aos interesses da OTAN e da Federação russa.

Nesta perspectiva a raiva e não o entendimento continuará a governar o mundo.

António da Cunha Duarte Justo

Nota em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7881

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