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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

29
Jan22

47,3% DOS ELEITORES ALEMÃES VOTARAM ATRAVÉS DO CORREIO


Oliveira

(Partilho mais uma publicação do nosso prezado jornalista António Justo.

A. G. Pires)

47,3% DOS ELEITORES ALEMÃES VOTARAM ATRAVÉS DO CORREIO

Nas últimas "eleições federais (26.09.2021), 47,3% de todos os eleitores votaram por correio", explicou o Comissário Federal de Eleições (Georg Thiel).

A taxa de participação foi de 76,6%; em 2017 tinha sido de 76,2%.

Mais mulheres do que homens fizeram uso do direito de voto!

O grupo etário dos 50-59 anos teve uma taxa de participação de 80,2%.

39% dos eleitores tinham 60 ou mais anos de idade.

Dos 37 aos 59 anos de idade votaram 47%.

Quando chegará o dia em que este direito democrático (voto por correio) também será válido em Portugal para todos os que querem votar (1)?

O problema e a dificuldade estão na legislação portuguesa e não nos votantes. Doutro modo reduzimo-nos a explicadores das deficiências dos legisladores (políticos!)

António da Cunha Duarte Justo

Notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7038

(1) https://beiranews.pt/2022/01/24/ponto-de-vista-por-antonio-justo-207/

https://jornaldeoleiros.sapo.pt/2022/01/21/politica-nacional/votar-atraves-do-correio-uma-alternativa-que-a-legisla-cao-nao-consente-aos-portugueses.html

 

29
Jan22

SOLIDARIEDADE ECONÓMICA ALEMÃ – UM MODELO PARA A UNIÃO EUROPEIA E PARA O MUNDO


Oliveira

(Partilho mais uma publicação do nosso prezado jornalista António Justo.

A. G. Pires)

Compensação financeira entre os Estados

A Constituição alemã estipula que na Alemanha, as condições de vida das pessoas devem ser tão semelhantes quanto possível em todo o lado, obrigando assim ao princípio da solidariedade dos Estados federados! Daí os estados federais ricos terem de dar dinheiro das suas receitas fiscais aos estados federais mais pobres para, deste modo, criarem um equilíbrio entre doadores e receptores, no sentido de promover o desenvolvimento dos estados deficitários (com menos receitas fiscais).

Na Alemanha os seis estados financeiramente fortes compensaram os estados (Länder) financeiramente fracos (os dez estados mais pobres) com 17,1 mil milhões de euros em 2021!

Os três estados federais Baviera, Baden-Wuerttemberg e Hesse continuam a suportar a equalização financeira na qualidade de maiores pagadores: o estado federal da Baviera foi o maior doador com 7,77 mil milhões de euros, seguiu-se Baden-Wuerttemberg com 4 mil milhões e Hessen com 3,5 mil milhões… Os restantes estados doadores foram Hamburgo e Renânia do Norte-Vestefália e a Renânia-Palatinado (A Renânia-Palatinado passou agora a ser dador devido aos lucros da Biontech sediada em Mainz).

Dos 10 estados mais pobres, Berlim continuou a ser o Estado mais beneficiado recebendo 3,6 mil milhões, ao lado da Saxónia com 3,2 mil milhões e da Saxónia-Anhalt com cerca de dois mil milhões de euros. Per capita, contudo, Bremen (1233 euros) recebeu o maior apoio, seguido de Berlim (983 euros) e Saxónia-Anhalt (911 euros); fazem também parte dos estados deficitários recebedores: Brandeburgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Baixa Saxónia, Sarre, Schleswig-Holstein e Turíngia (1). 

A Handelsblatt refere que uma questão que se põe à prática da equalização financeira é que não vale a pena que estados financeiramente fracos se tornem economicamente mais fortes ou que tornem a sua administração fiscal mais eficaz porque perderiam direito a obter os fundos adicionais do esquema de equalização fiscal dos Länder e isto com menos esforço e sem reformas (2); neste sentido nota-se uma certa negligência fomentada pelo sistema.

A fim de se criar um verdadeiro equilíbrio entre os estados e também no mundo, seria necessário ter-se a iniciativa e a coragem de se iniciar uma economia alternativa em que fossem possíveis corporações de base conjuntas e sindicatos alternativos onde a produção industrial e a agricultura  se baseassem na solidariedade fraterna (no sentido da doutrina social da Igreja).  Tudo isto para se possibilitar uma democratização da economia. O sistema e o processo de desenvolvimento actuais baseiam-se fundamentalmente na exploração de alguém e não num princípio de humanismo solidário!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7035

(1) Statista: https://de.statista.com/statistik/daten/studie/71763/umfrage/geber-und-empfaenger-beim-laenderfinanzausgleich/

(2) https://www.handelsblatt.com/politik/deutschland/umverteilung-laenderfinanzausgleich-biontech-macht-rheinland-pfalz-zum-geber-nrw-wird-nehmerland/28002602.html?ticket=ST-1593781-WBRLxZIOfsGNwMEQGLcC-ap5 . Veja-se também “Solidariedade entre os Estados da Alemanha – Um Modelo concreto para a Europa” em https://antonio-justo.eu/?p=2433 ; https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/a-situacao-da-antiga-alemanha-ddr-1441369

;  http://www.gentedeopiniao.com.br/opiniao/artigo/regioes-administrativas-para-servico-sas-regioes-ou-dos-boys-bom-advento-viva-o-25-de-novembro-parabens-brasil ; https://bomdia.eu/prtica-alem-seria-oportuna-para-os-pases-carentes-do-sul/ .

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28
Jan22

4.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C


Oliveira

Proposta de Homilia para o 4.º Domingo do Tempo comum – ANO C - 2022

O Profeta e a Igreja, povo de profetas

Domingo, 30 de Janeiro de 2022

     Irmãs e irmãos, as leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre o que é ser profeta. Isso interessa-nos, porque cada cristão é também profeta.

  1. O profeta, pessoa escolhida e chamada por Deus

      Primeira leitura

     É bom ser escolhido e enviado para anunciar a Fé no Deus único e proclamar a vontade de Deus para o seu povo. A leitura de hoje apresenta-nos o profeta Jeremias. Disse-lhe Deus: ”Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi”. Uma honra? Sim: O profeta é a voz de Deus para mostrar ao povo o caminho do Bem, a fidelidade do povo à Aliança com Deus e defender a Fé. Um aspecto a ter em conta: O profeta tem muitas vezes o sacrifício de não ser aceite; mas Deus está com ele para o defender. O profeta Jeremias teve essa experiência.

  1. O profeta na Igreja, povo de profetas.

    Evangelho

     Que se passou com Jesus em Nazaré? Num sábado, fez a leitura na Sinagoga. Comentou e agradou ao povo: “Admiravam-se das palavras cheias de graça que saíam da boca dele”. Mas Jesus sentiu-se também desprezado pelos habitantes da sua terra, e proferiu esta queixa: “Nenhum profeta é bem recebido na sua terra”. No entanto, Jesus não desistiu; sentiu-se enviado por Deus, seu Pai. O mundo precisa de quem o acorde, para não se afastar de Deus, para apontar o caminho e defender a fé no Deus único e verdadeiro.  

     Conheço uma pessoa que perguntou ao seu director espiritual: “Eu não sei se tenho vocação para o sacerdócio: Receio que sendo ameaçado de morte, por causa da minha fé, eu fugiria”. Respondeu-lhe o sacerdote: “Nesse momento, o Espírito Santo dá uma força espiritual particular”.

     Nós temos liberdade religiosa na nossa terra, mas também sentimos oposição de algumas ideologias perigosas, o que é muito mau. Temos de manter confiança no Espírito Santo, para não desistir do anúncio.

  1. O profeta é cada cristão, na caridade

     Segunda leitura

    Cada cristão participa do sentido profético de Jesus. Diz assim um documento do segundo Concílio do Vaticano: “Cada membro da Igreja deve dar testemunho de Jesus, com espírito de profecia” (PO 2). Recordo o cardeal Van Thuan que esteve 13 anos preso no Vietnam do Norte. Mas Deus concede-lhe força sobrenatural (Van Thuan, Testemunhas da Esperança, missa, p 8).

    Precisamos de testemunhar a caridade, o amor. São Paulo, falando aos Coríntios, aconselha; “A caridade é paciente…é benigna…não se irrita…a caridade não acaba nunca”.

      Irmãs e irmãos; o Espírito do Senhor está sobre uma família quando a família vive o sentido cristão do matrimónio. A felicidade está no amor, que rega as plantas e as faz crescer. O Amor é Deus, e quem está no amor está em Deus. Somos profetas e contamos com a força de Deus. “Eu estou contigo, para te salvar”. Está também connosco.

Pe. António Gonçalves, SDB

28
Jan22

ELEIÇÕES + MACRON/ABORTO + 3 INFORMAÇÕES


Oliveira

(Partilho mais informação relevante, para o momento actual, enviada pelo Dr. António PinheiroTorres, Vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida.

A. Oliveira)

Caros amigos:

No Domingo vamos votar e cada voto conta. Trata-se do futuro de Portugal: da governação do país e também de que partidos e deputados teremos por uma inteira legislatura em que não nos vão faltar combates e em que se jogarão importantes desafios. Sobre estas eleições escrevi o artigo Uma nova maioria para mudar de rumo. Vejam também o vídeo Apelo de associações católicas e da sociedade civil aos partidos candidatos e esta iniciativa dos Jesuítas portugueses. E ainda a entrevista com Victor Gil (do Movimento de Acção Ética): «Não somos um movimento político, mas questionamos os políticos».

Como todos saberão o presidente Macron, actual responsável pela presidência rotativa da União Europeia, tem a intenção de reconhecer o “direito ao aborto” na Carta dos Direitos Fundamentais da UE. O Movimento de Acção Ética tomou esta posição, o José Ribeiro e Castro publicou o artigo O pior Macron de sempre num discurso deplorável e um euro-deputado espanhol (Hermann Tertschfez esta intervenção extraordinária no Parlamento Europeu (ver a partir de 34sec, o vídeo dura 2min30sec).

Três informações: o curso online “Educar com Sentido” (cartaz em anexo) promovido pela Associação Portuguesa de Logoterapia; uma entrevista com o Cardeal Gerhard Muller onde ele diz “Behind the euthanasia movements is the negation of God…” e esta entrevista, na Canção Nova, com a nossa amiga Eugenia Tomaz à volta do assunto dos desafios propostos à conciliação entre Ciência e Fé, que permite ficar a conhecê-la e aos livros que tem vindo a publicar.

Um abraço a todos nesta hora de responsabilidade, do

Antonio Pinheiro Torres

curso de logoterapia Associação de Emergência S

 

 

26
Jan22

ELEIÇÕES + EUTANÁSIA + EDUCAÇÃO + IDEOLOGIA DO GÉNERO


Oliveira

(Partilho informaçãoenviada pelo Dr.António Pinheiro Torres

A.Oliveira)

Caros amigos

Aproxima-se o dia das eleições (30 de Janeiro). Sobre isso escreveu a Isilda Pegado (Eleições… à porta!) e na mesma Voz da Verdade, há uma entrevista da Reitora da CatólicaUma questão clássica em eleições é a do voto útil. Vale a pena ler sobre o assunto de um ponto de vista técnico (o artigo Matemática eleitoral para dia 30 de André Azevedo Alves no Observador) e também politico: o artigo O voto útil (uma análise do José Maria Seabra Duque, que, sem prejuízo da sua objectividade, sendo candidato pelo CDS em Lisboa, se percebe tire uma conclusão concorde com o seu empenho).

Também sobre esta questão das eleições e da politica em geral vale a pena ver os vídeos do nosso amigo Ricardo Ribeiro, de Braga, e para jovens parecem-me imperdíveis estas duas sessões (25 e 26 de Janeiro) no CUPAV sobre A difícil arte de votar. Tema da campanha eleitoral tem sido, felizmente, o do cheque-ensino: sobre isso publiquei este artigo no Novo e o Rodrigo Queiroz e Melo o artigo em anexo. Ainda sobre educação é interessante este Legislativas 2022. O que propõem os partidos na área da Educação?

Por outro lado continuam a multiplicar-se as tomadas de posição da sociedade civil: da Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos (em anexo), dos Juristas Católicos (que apelam a clareza nos «princípios éticos fundamentais»), dos Médicos Católicos (que querem partidos a revelar posição sobre eutanásia), da Conferência Episcopal Portuguesa (ver o comunicado de 11 de Janeiro do seu Conselho Permanente) e de especialistas da luta contra a pobreza (como Carlos Farinha Rodrigues nestas declarações à Ecclesia).

Certo, certinho é que o BE promete projeto de lei da eutanásia para primeiro dia da legislatura e por isso a abstenção (aqui caracterizada desde 1975) não é opção.

Finalmente, também a ideologia do género tem sido tema nesta campanha eleitoral. Estou impressionado com o volume de artigos que tem saído sobre este tema! Entre tantos: O negacionismo nas escolas (José António Saraiva no Sol), Ideologia do Estado em tribunal (da Helena Costa no Observador), Ideologia imposta pelo Estado, à Escola, em tribunal (de Maria Fernandes no seu Blog Politicamente Incorrecta), Só a Liberdade (do Afonso Teixeira da Mota no Observador) e o extraordinário artigo (o melhor que já li até agora sobre o assunto, e, como diz um Padre decisivo na minha vida, quando quer enfatizar a importância de um texto, devia ser obrigatório para nós, decorá-lo…A ideologia de género como um género de birra (do José Maria Cortes no Observador).

Por hoje é tudo. Um abraço convicto da importância decisiva destas eleições, do

Antonio Pinheiro Torres

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Argumentos perigosos contra a liberdade de escolha da escola

 

O problema de Portugal não são as famílias com baixo capital social; é sermos um país onde, para lá da retórica, tudo parece feito para as manter à parte.

 

Rodrigo Queiroz e Melo

24 de Janeiro de 2022

 

No dia 13 deste mês, o diretor do PÚBLICO opôs-se à ideia de criar um cheque-ensino, afirmando que “infelizmente, como tantas vezes acontece, as ideias esperançosas, altruístas ou inclusivas nem sempre resistem ao choque com a vida real”. Para tanto recorreu a dois argumentos: perigoso, um, e errado, o outro.

Ao afirmar que “acreditar que todos os pais estão numa posição simétrica para deliberar sobre a educação dos seus filhos. Não estão. Uma família que vive na pobreza, que dispõe de baixa escolaridade ou que é vítima de qualquer tipo de exclusão social não tem, salvo raras excepções, a mesma preocupação nem a mesma capacidade de avaliação que uma família estável, com níveis socioeconómicos superiores”, o autor sustenta que só podem exercer os seus direitos os portugueses capazes. Os outros, não. Este é o argumento perigoso. É neste tipo de pensamento que se alicerça o voto capacitário, origem de inaceitáveis exclusões e discriminações de sexo, raça, credo ou condição socioeconómica. A sujeição do “povo” à “elite iluminada” é o que fundamenta os regimes totalitários. Afirmar que a escolha da escola é má ideia porque os pobres não estão tão preparados para escolher como os ricos é mesmo muito estranho.

O segundo argumento contra o cheque-educação é que “uma família que vive numa aldeia do interior não tem a mesma liberdade de escolha que uma congénere do Porto ou Lisboa”. Ou seja, porque nem todos podem escolher, não escolhe ninguém. É como dizer que as mercearias deviam ser todas públicas porque há aldeias onde só há uma mercearia. É o argumento errado.

O autor reconhece que a ideia é “arrebatadora”. Mas não consegue ultrapassar o statu quo e teme “o perigo crescente da desigualdade, que corrói as democracias e ameaça o consenso social”. Porém, a realidade não corrobora a tese: por um lado, o nosso sistema de ensino já é o mais selectivo da Europa: 19% dos alunos pagam pelo ensino privado. Excepto Malta, Luxemburgo e Chipre (países pequenos e especiais), nenhum outro país tem mais de 5% de alunos no privado a pagar. Por outro lado, um sistema com escolas privadas financiadas pelo Estado entre as quais as famílias podem escolher é um facto na Holanda (frequentadas por 97% dos alunos), na Irlanda (98%), na Bélgica (56%), no Reino Unido (41%), em Espanha (25%) ou na Dinamarca (15%). Nos EUA, o financiamento da liberdade de escolha da escola através de charter schools (lembram-se dos contratos de associação?) é defendida por pessoas insuspeitas como o ex-Presidente Barack Obama (houve mesmo um boom de charter schools durante os seus dois mandatos).

O problema de Portugal não são as famílias com baixo capital social; é sermos um país onde, para lá da retórica, tudo parece feito para as manter à parte. É mais, e não menos, liberdade, incluindo entre escolas públicas, que permitirá darmos um salto qualitativo relevante com evidente benefício colectivo.

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COMUNICADO DE IMPRENSA

Cuidados Paliativos ausentes dos programas eleitorais nestas legislativas


77 mil portugueses (70 mil adultos e 7 mil crianças) sem acesso a cuidados paliativos. APCP propõe um conjunto de medidas efetivas recomendando aos partidos que as incluam nos seus programas.


Porto, 20 de janeiro de 2022 – Aproximamo-nos do momento de contribuir para a escolha do partido que nos vai governar e também dos partidos que nos representarão na Assembleia da República. Trata-se, portanto, de um período muito importante e determinante para o país. A fase da campanha eleitoral ajuda-nos a perceber as ideias, as propostas, as preocupações inerentes ao projeto de cada partido político.

 

A APCP tem estado atenta para perceber as propostas e as preocupações face à grave situação que vivemos no país, no que respeita a respostas dos cuidados de saúde e cuidados sociais às pessoas em situação de doença grave, avançada, fragilidade e/ou em fim de vida.

 

São milhares de cidadãos e são milhares de vidas envolvidas, entre doentes, familiares, cuidadores e instituições.


No que toca especificamente a Cuidados Paliativos, mantemos a capacidade de acesso abaixo dos 30% nos adultos e abaixo dos 10%, nas crianças. Isto significa que hoje, temos mais de 70.000 adultos e mais de 7.000 crianças com necessidades destes cuidados e sem acesso aos mesmos.


Ainda assim, este não é o único problema, uma vez que as equipas especializadas em cuidados paliativos são extraordinariamente importantes, mas não constituem a única solução para as necessidades. É preciso uma estratégia de fundo, na formação, na capacitação e competência, na organização das estruturas de saúde e sociais para que, efetivamente, o nosso país passe a garantir cuidados e respostas adequados e essenciais aos doentes com necessidades paliativas e às suas famílias.
A Pandemia tornou ainda mais evidente as dificuldades, as falhas e as necessidades ao nível dos cuidados aos mais frágeis. Não se trata de falar do número de pessoas doentes ou do número de pessoas que morrem, mas sim dos cuidados que são garantidos em vida, atualmente ainda desadequados e sem uma estratégia para mudar esta realidade.

 

A APCP alerta que camas e estruturas físicas (como as anunciadas no PRR) não resolvem as falhas do país nesta área de cuidados. O País não tem profissionais especializados suficientes para as poucas equipas que já existem. No momento de grande oportunidade de investimento numa estratégia para a formação, realização de estágios para acréscimo de competências para todos os profissionais nesta área e de maior especialização para os que querem dedicar-se a cuidados paliativos, parece que a única via para os milhões do PRR são estruturas físicas/camas.


Em momento de campanha eleitoral, a APCP quer manifestar a grande preocupação na ausência de medidas específicas neste sentido nos programas eleitorais de todos os partidos e aproveitar para desafiar todos os partidos a incluir nos seus discursos, nos seus programas, nos seus debates, a questão dos cuidados de saúde e sociais aos milhares de cidadãos e suas famílias que vivem uma situação de maior fragilidade, de doença grave e causadora de sofrimento, causadora de limitações e/ou que se encontram em situação de fim de vida.


Se temos agora cerca de 100 mil cidadãos com necessidade de cuidados paliativos, em 2060 teremos o dobro. O que é que o nosso Governo e a nossa Assembleia da República pretendem fazer em relação a isso? É emergente repensarmos a estratégia nesta área de cuidados.


Está no momento das respostas, das ideias e das soluções que esperávamos serem apresentadas.


Neste sentido, a APCP recomenda a todos os partidos candidatos às eleições legislativos do próximo dia 30 de janeiro, a integração no seu programa de governo das seguintes medidas:
1 – Redução das desigualdades territoriais no acesso aos cuidados paliativos: todos os doentes, independentemente da idade e do local de residência devem ter acesso, através do SNS, aos cuidados especializados que possam necessitar em situação de doença avançada e/ou ameaçadora da vida;
2 - Garantir que todas as equipas especializadas e unidades de cuidados paliativos existentes e todas as que venham a ser criadas, são dotadas de profissionais, tanto em número como em formação e competência especializada, de acordo com o que tem sido definido pela CNCP;
3- Formação de nível pelo menos básico a todos os profissionais de Saúde e abertura de estágios de especialização para profissionais de saúde (Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Assistentes Sociais) nas diferentes tipologias de respostas existentes para os Cuidados Paliativos;
4 – Promoção de campanhas nacionais de literacia em Cuidados Paliativos tendo em conta a sua definição e o seu posicionamento diferenciado face quer a obstinação, quer ao encarniçamento terapêutico, que além de aumentar o sofrimento, traduz-se no aumento das despesas em saúde, sem nenhum proveito;
5- Garantir a estabilidade das Equipas, prevendo uma progressão na carreira para os profissionais de saúde de todas as áreas científicas que se dediquem a Cuidados Paliativos;
6 – Garantia de profissionais com competência em abordagem paliativa nas estruturas do setor social (ex. ERPIs, apoio domiciliário, centros de dia, residenciais de apoio e acolhimento de pessoas com deficiência,…);


7 - Aumento do número de Equipas de Suporte comunitário em Cuidados Paliativos e colocação de mais profissionais nas equipas existentes e alocação de recursos físicos adequados ao seu funcionamento.

 

Apelamos a cada partido, que se apresenta em campanha eleitoral, para que atualize os seus programas e agenda política em função das reais necessidades dos cidadãos. Só assim cada cidadão poderá sentir-se verdadeiramente representado na Assembleia da República, independentemente da sua situação de doença, fragilidade, dependência.

Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos

Janeiro de 2022


Para mais informações, por favor, contacte:
Cláudia Rêgo - divulgacao@apcp.com.pt | 934 019 557
Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos

Sede: Serviço de Cuidados Paliativos

Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, E.P.E.

Rua Dr. António Bernardino de Almeida

4200-072 Porto
Email: secretariado@apcp.com.pt
Website: www.apcp.com.pt

 

22
Jan22

3.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C


Oliveira

Proposta de Homilia para o 3.º Domingo do Tempo comum – ANO C - 2022

Palavra de Deus e comunidade que escuta

Domingo, 23 de Janeirro de 2022

     Irmãos, as leituras deste Domingo colocam o nosso olhar sobre a importância da Palavra de Deus, para a comunidade que escuta.  

  1. A Palavra de Deus, com lágrimas de alegria

    Primeira leitura

     Vemos na primeira leitura que o sacerdote Esdras, do Antigo Testamento, num sábado, colocou um estrado na praça, para ser ouvido; abriu o livro e começou a ler com muita solenidade, e explicava a leitura “perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender”. É muito interessante a seguinte informação: “Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro de Lei e dos Profetas”. O povo esteve ali “a escutar desde manhã até ao meio dia”.

     Nós podemos perguntar: por que fez grande festa o sacerdote Esdras, e todo o povo que escutava atentamente? O povo tinha regressado do exílio da Babilónia, estava na sua terra, motivo de grande júbilo.

     Vemos nesta cena uma comunidade que se deixa interpelar, que confronta a sua vida com a Palavra de Deus, e sente a urgência da conversão. A Palavra é eficaz e provoca a transformação da vida. A Palavra de Deus dirige-se a todos, interpela a todos.

       Foi um dia de festa, e o sacerdote Esdras convidou as pessoas a terem uma boa refeição, dizendo: “Hoje é um dia consagrado ao Senhor”. O povo compreendeu que na Palavra, Deus revelou-se como libertador.

     Irmãos, esse dia de sábado é para nós o domingo, em memória da ressurreição de Jesus. Esta narrativa leva-nos a apreciar a Palavra de Deus, que é libertadora e portadora de luz e de animação, que nós podemos escutar na liturgia da Eucaristia.

  1. A Palavra de Deus no centro da vida cristã

    Evangelho

     Muitos anos depois, o Evangelho apresenta Jesus Cristo como a Palavra que se fez Homem no meio de nós. Jesus leu na Sinagoga a passagem do profeta Isaías que diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres… a proclamar a redenção aos cativos…a dar vista aos cegos… a liberdade aos oprimidos”. E Jesus acrescentou: “Cumpriu-se hoje esta profecia”.

     A sua Palavra é a Boa Nova. O mundo tem fome dessa palavra, para ter mais Luz, mais Verdade, mais Vida Nova. O homem, sem a palavra de Deus corre o perigo de tornar-se menos homem. O Papa Francisco ofereceu-nos a Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, para nos animar na escuta e na proclamação da Palavra da Vida. Diz logo no início: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”.

     E cada um de nós deve tornar-se anunciador dessa Palavra. O hoje que Jesus pronunciou ao dizer: cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, é o hoje de cada um de nós e de sempre.  

     Sentimo-nos ungidos pelo Espírito Santo, enviados a anunciar a libertação de toda a espécie de prisões. Nós somos anunciadores de vida nova. A Palavra de Deus transforma o mundo…  

  1. A Palavra de Deus cria união

     Segunda leitura

      São Paulo escreveu aos Coríntios: “Vós sois o corpo de Cristo e seus membros, cada um na sua parte.”

Um convite à união ou comunhão, visto que somos membros do corpo de Cristo. A Palavra de Deus conduz à comunhão.

     O Senhor concede a cada pessoa dons particulares, para servirmos uns aos outros como membros de um só corpo. A palavra de Deus deve encontrar acolhimento em nossos corações. Que seria o mundo sem esta luz e este alimento? Amemos este dom precioso da Palavra de Deus.

Pe. António Gonçalves, SDB

18
Jan22

REZAR O QUE NÃO CONSEGUIMOS


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, a entregar nas Tuas mãos não só as nossas vitórias risonhas, mas também os fracassos que nos pesam; não só o bem que floriu em nós, mas também aquele que deixámos, em algum momento, por realizar.

Ensina-nos, Senhor, a rezar os caminhos sem saída do nosso coração, os bloqueios à vida que quotidianamente descobrimos em nós, a resistência ao amor e ao perdão que se transmuta tão facilmente em maledicência, rancor ou lamúria.

Ensina-nos, Senhor, a reconhecer diante de Ti a violência que, por vezes, permitimos que triunfe. Ensina-nos a contar a nossa agressividade, as tolas artimanhas defensivas que julgámos indispensáveis, o palavreado com que disfarçamos a rigidez ou a indiferença.

Ensina-nos a pedir o Teu socorro para aquilo que não conseguimos: a escuta que não conseguimos fazer na medida necessária, a alegria que não conseguimos acender ou partilhar em nosso redor, a bondade que não conseguimos sobrepor ao impulso justiceiro, a empatia que não conseguimos que prevaleça sobre os juízos caprichosos com que liquidamos dentro de nós a voz dos outros.

Ensina-nos, Senhor, que aquilo que displicentemente explicamos como «o nosso feitio» é, no fundo, uma falta de feitio evangélico que não queremos enfrentar.

Cardeal José Tolentino de Mendonça
17.01.2022

13
Jan22

2.º DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO C


Oliveira

Proposta de Homilia para o 2.º Domingo do Tempo comum – ANO C - 2022

Bodas de Caná

Nasce pela Fé uma nova comunidade

Domingo, 16 de Janeirro de 2022

  1. O amor de Deus com seu povo, na imagem do casamento

     Primeira leitura

     Isaías apresenta o amor de Deus com o seu povo na imagem do casamento; sendo Deus o marido, e o povo a sua esposa. Imagem feliz, sinal do amor que une os esposos: como o marido ama a sua esposa, assim Deus ama o seu povo. Esta semelhança ou comparação é bela, pondo em evidência o amor. Eis a palavra de Isaías a mostrar esta relação de Deus com o seu povo: Isaías fala a Jerusalém, à sua terra, dizendo: “Hão de chamar-te predilecta, e à tua terra desposada, … e a tua terra terá um esposo… E como a esposa é a alegria do marido, tu (Jerusalém)   serás a alegria do teu Deus” (teu marido).

     O que está na leitura de hoje: “Tal como o jovem desposa uma virgem, assim Deus te desposará”.  Imagem feliz, do amor de Deus com o povo, sua esposa. Noutra passagem Isaías diz isso: “Pois o teu criador é o teu esposo”( 54,5.    

     Esta mensagem de Isaías ajuda-nos a ter com o nosso Deus uma relação de interesse, de alegria, de confiança, de amor. O pensamento da Bíblia é que embora a esposa seja infiel, Deus é sempre fiel.  

  1. O amor de Deus faz nascer a nova comunidade.

     Evangelho

     Jesus participa com Nossa Senhora e os discípulos numa festa de casamento. Mostra nessa união de marido e esposa um sinal da Aliança de Deus com a humanidade. Os esposos usam a aliança, possivelmente de ouro, significando o seu amor e união. É imagem da Aliança de Jesus connosco, uma aliança nova, por isso dizemos na Bíblia: Nova Aliança, Novo Testamento. Jesus, Filho de Deus, em aliança connosco.

     Conhecemos o milagre que Jesus realizou em Caná, transformando a água em vinho. E a partir desse milagre, tem início uma nova comunidade. Lemos no final da narrativa: “E os discípulos creditaram n’Ele”. Com a fé, teve início a nova comunidade, a Igreja. É maravilhosa esta conclusão. Podemos dizer que nas Bodas de Caná, com a fé dos discípulos, começa a nova comunidade, a Igreja. E a partir das Bodas de Caná Jesus começa a sua evangelização. As bodas de Caná tornam-se o início da Aliança nova e definitiva com a pessoa de Jesus, que participou numas bodas.   

  1. O amor de Deus chama-nos à unidade

     Segunda leitura

Escrevendo aos Coríntios, São Paulo faz um apelo à unidade: “Um só e o mesmo Espírito”. Paulo encontrou em Corinto algumas divisões. O Apóstolo deseja uma Igreja unida, porque a variedade de dons procede do mesmo Deus. E a união é sinal de Deus connosco. Uma comunidade ou paróquia dá testemunho de Deus se viver unida.  

         O papel de Maria. A concluir a nossa reflexão sobre o milagre de Jesus em Caná, temos presente o papel de Maria. No primeiro milagre realizado por Jesus, Nossa Senhora tem uma óptima participação: está atenta e vê o embaraço dos noivos; Maria é diligente em resolver o problema; vai ter com Jesus; não se coloca em primeiro plano: dirige-se a Jesus.

     Na nossa vida, Maria continua a interceder por nós junto de Jesus. Mostra-lhe as nossas dificuldades; e Jesus atende os seus rogos. Assim Maria continua para nós a sua missão de Mãe. como nos diz o Concílio Vaticano II.  “Ela continua a olhar pelos irmãos de seu Filho”, que somos nós (cf LG, 62). Isto leva-nos à nossa vida de fé em Deus, ao amor de Jesus por nós.

Pe. António Gonçalves, SDB

12
Jan22

REZAR O ANO QUE COMEÇA


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, a embarcar na viagem deste ano que começa, levando no coração a disponibilidade e o deslumbre dos verdadeiros viajantes.

Ensina-nos que a sabedoria do caminho pede escolhas essenciais em vez da mera tentação de amontoar. E que as estradas de cada dia se palmilham melhor quando somos capazes de ligeireza.

Ensina-nos, Senhor, a precisar de pouco, a adoptar um estilo de vida mais frugal, a confiar que em tantas situações o menos é mais.

Rasga o nosso olhar a horizontes que não terminam abruptamente na linha dos nossos sapatos ou no reflexo obsidiante dos espelhos onde nos vemos. Dá-nos o gosto sinodal do distante, do inédito e do diverso.

Aproxima do nosso ouvido a polifónica conversa do mundo, desse enredo de esperanças e de dores que nos descentram de nós próprios e nos exortam à prática
corajosa da hospitalidade.

Diz ao nosso coração que o tempo não é apenas a soma de fadigas sem nexo, pois Tu mesmo nos habilitas em cada dia para prosseguir a arquitectura credível do amor.

Que os nossos dias sejam celebração de um encontro que perdura, sentindo que tudo, mesmo as dobras mais frágeis do real, nos aproxima e nos faz convergir para Ti.

Cardeal José Tolentino de Mendonça
11.01.2022

09
Jan22

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Mais uma sugestão de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Lourdes Castro: O efémero, a alegria, a eternidade

A sua obra torna-se um rito de elogio do vivo e de louvor do dom da vida, que nos propõe comungar tanto numa manifestação simples e rigorosa da alegria, quanto no crescimento do amor para a eternidade. Como evidenciam várias das suas mais significativas criações e algumas imperecíveis experiências de irradiação espiritual na receção da sua obra, o louvor do dom da vida na própria atualização da autonomia dos valores estéticos passa, na obra de Lourdes de Castro, por uma poética da espiritualidade cristã.

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