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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

30
Nov21

REZAR A TRANSFORMAÇÃO DAS EXPECTATIVAS EM ESPERANÇA


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, a arte de transformar as expectativas em esperança.

As expectativas são coisas apenas nossas. A esperança é essa grande força que nos chega de Ti.

As expectativas insistem unicamente na resolução individual da nossa vida. A esperança abre-nos, Senhor, à Tua vinda e ao Teu dom.

As expectativas têm a ver com a satisfação e o sucesso no plano imediato. A esperança desafia-nos a levantar o olhar para o que nos supera, para o que nos chega de Ti e é maior do que nós.

As expectativas têm a ver com a porção minúscula que eu consigo ver. A esperança tem a ver com a amplidão que Tu, Senhor, a cada tempo revelas.

As expectativas têm a ver com a minha vontade. A esperança têm a ver com a Tua.

A espectativas são a vida em surdina, a vida que só eu escuto, a vida em circuito fechado. A esperança é um coral de vozes onde a vida se descobre na sua espantosa, dilacerante e viva inteireza.

As expectativas são uma corrida para um pequeno troféu. A esperança é um parto verdadeiro que nos coloca perante o desafio incessante de nascer e renascer.

Ensina-nos, Senhor, essa arte tão típica do advento que é trocar, no fundo de nós, as nossas expectativas pela Tua esperança.

Card. José Tolentino de Mendonça
29.11.2021

25
Nov21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

IGREJA: Procura-se laboratório de visões

As “visões” não vêm à superfície se nos dobrarmos obsessivamente sobre nós próprios, continuamente a considerar feridas, fragilidades, limites, bloqueios, medos, transformando grupos e comunidades numa espécie de grupo permanente de autoajuda. Se continuarmos nessa direção acabamos numa imperdoável autorreferencialidade eclesial. A Igreja precisa de crentes livres. Livres do medo, do preconceito, homens e mulheres de pensamento livre.

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Lançamento: "Arte e Igreja em Portugal. Histórias e protagonistas de diálogos recentes"

«À maior sensibilização do clero para a arte moderna, os artistas responderam positivamente, dando origem a um importante conjunto de obras modernas, marcadas por expressões muito diversas, nos mais variados suportes e materiais. Algumas lograram alcançar um lugar entre as mais belas obras da história da Arte Moderna e da Arte da Igreja, de todos os tempos.»

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Quem entra e quem sai: Todos sem rede

Muitos que saem da prisão esperam, de alguma forma, um apoio, ou pelo menos um acompanhamento da parte das instituições. Em vez disso sentem-se abandonados, como joguetes. E eu cada vez mais tenho dificuldade e sinto-me entristecido por pouco ou nada poder fazer por estes amigos que procuram ter na sua mão as rédeas da sua vida.

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23
Nov21

ÉTICA E ABUSOS SEXUAIS


Oliveira

Este artigo do Dr. Pedro Vaz Pato é pertinente e de toda a actualidade.

Já foi publicado no «Barco de Cristo». Mas os leitores do Blog da Copaaec vão apreciar, certamente. Oxalá.

AGPires

            Uma comissão independente que analisou os fenómenos dos abusos sexuais ocorridos no âmbito da Igreja Católica alemã nas últimas décadas concluiu que entre as causas desse fenómeno estava a própria doutrina católica a respeito da ética sexual. Essa conclusão tem sido invocada por quem contesta essa doutrina no interior dessa Igreja. Compreensivelmente, como parece lógico, e contra essa ideia, afirmou o bispo de Ratisbona, Rudolf Voderholzer que na raiz desse fenómeno não está a ética sexual católica, mas o seu notório desprezo. E - podemos acrescentar - mesmo que a adesão a essa doutrina seja proclamada verbalmente como uma fachada, não sendo internalizada e, por isso, vivida com coerência.

            Vem a propósito referir o que se retrata num livro recente do sociólogo francês Pierre Verdrager: L´enfant interdit de la defense de la pédophilie à la lutte contre la pédocriminalité, Armand Collins 2021.  Nesse livro é descrito em pormenor um movimento que a partir dos anos setenta do século passado, em França, pretendeu justificar a pedofilia. Um movimento que obteve apoios entre alguns dos mais influentes intelectuais da época. Surgiu na sequência da “revolução sexual” de maio de 68, invocando o direito ao prazer sem entraves, de que não poderiam ser privados nem os adultos, nem as crianças ou adolescentes. Reivindicou a descriminalização das relações sexuais entre adultos e crianças e adolescentes sempre que essas relações não fossem marcadas pela violência e se verificasse consentimento, porque nesses caos não causariam quaisquer danos. Alegava, numa linha de relativismo cultural, que o interdito desse tipo de relacionamento sexual era puramente convencional e inexistente em muitas culturas. O caso mais chocante é o de um escritor (Gabriel Matzneff) que nos seus livros fazia abertamente a apologia da pedofilia e chegou a relatar a sua experiência de cliente de prostituição infantil, de ambos os sexos, nas Filipinas. O que não o impediu de receber elogios de vários quadrantes, prémios e apoios financeiros públicos. Particular impacto teve recentemente em França a divulgação, num livro e por outros meios, do testemunho de uma das suas vitimas (Vanessa Springora).

            Essas teses estão hoje completamente desacreditadas, desde logo porque são conhecidos os graves danos provocados nas vítimas de abusos sexuais de crianças e adolescentes. A evolução da legislação penal, no plano nacional e internacional, tem sido, por isso, num sentido de um endurecimento progressivo das penas correspondentes a tais crimes.

            Na minha experiência de juiz, tenho lidado com muitos casos de condenações por crimes de abusos sexuais de crianças e adolescentes. Esses casos são muito mais frequentes do que muitos poderão imaginar e ocorrem em todas as profissões e extratos sociais. A ele estão associados desequilíbrios psíquicos que não implicam, porém, quase sempre, um juízo de inimputabilidade. Por isso, são os agentes desses crimes responsáveis, o que implica a relevância ética e jurídica (não apenas como sintoma de uma doença) dos seus comportamentos. Sobre essa relevância ética, pouco se fala (fala-se, antes, de medidas de castração, que não tratam o agente do crime como pessoa livre e responsável). Em matéria de ética sexual, tem-se acentuado cada vez mais o predomínio da mentalidade hedonista (o prazer sem entraves) que levou à justificação da pedofilia nos anos setenta do século passado, e não se associam normalmente essas duas realidades (essa mentalidade e a prática desses crimes). Pouco se fala das exigências de autodomínio no âmbito da sexualidade, exigências que são notórias para a prevenção da prática deste tipo de crimes.  

            De acordo com a ética católica, a união sexual deve ser expressão de doação recíproca e da mais profunda comunhão pessoal, uma comunhão que envolve todas as dimensões da pessoa, incluindo os seus projetos futuros, e se abre generosamente à geração de novas vidas (por isso, deve ocorrer no contexto do casamento).  As catequeses de São João Paulo II sobre a teologia do corpo são talvez a descrição mais profunda e completa dessa visão da sexualidade, uma visão positiva, que a insere num maravilhoso desígnio divino. Com ela contrasta toda a forma de instrumentalização de outra pessoa, reduzida a objeto de prazer egoísta.

Compreende-se, por isso, que se diga que os abusos sexuais de crianças e adolescentes são expressão de um notório desprezo da ética sexual católica. Neles é evidente e ganha máxima expressão a redução da vítima a objeto de um prazer egoísta, a sua coisificação. Delas está ausente alguma forma de comunhão pessoal, que supõe uma relação simétrica, e não de domínio.

Na verdade, disto pouco se fala a propósito destes crimes, com que lido muito frequentemente.

Pedro Vaz Patto

23
Nov21

REZAR O RÁPIDO E O LENTO


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

ENVIO-LHES COM DEDICAÇÃO ESTAS PÉROLAS
 
São pérolas e melhor se entendem se nos deixarmos empapar por elas e rezarmos pelas suas intenções e da Igreja, do Papa, junto de quem está o nosso Cardeal 
Ir Silva
 

"Ensina-nos, Senhor, a agradecer o rápido e o lento por onde nos conduzes." Na experiência que fazemos da vida, Senhor, está o rápido e está o lento. E coexistem em nós não como realidades necessariamente opostas, mas como pilares que na distância convergem para a sustentação do arco sob o qual habitamos. Precisamos, no entanto, do dom da Tua sabedoria para compreender isso.

Ensina-nos, Senhor, a rezar o rápido com coração agradecido e desapegado. O rápido de tudo aquilo que queríamos que se prolongasse e não é assim. O rápido dos dias só felizes. O rápido das palavras que transparecem só de luz. O rápido do azul sem fissuras. O rápido da leveza. O rápido do aplauso. O rápido do vislumbre e do fascínio. O rápido da harmonia sem qualquer perturbação. O rápido do puro encantamento e da delícia pura. O rápido daquele sentimento que, por
vezes, temos de que tudo está no lugar certo. O rápido da música da perfeição que faz resplandecer em uníssono todos os seres e todas as coisas.

Mas ensina-nos, Senhor, também a agradecer o lento. O lento das esperas mais exigentes, o lento da construção, o lento da contrariedade, o lento da demora, o lento dos processos em que não se vê logo a saída, o lento da procura, o lento das perguntas que não têm uma resposta imediata, o lento da dúvida que perfura a tarde, o lento da fadiga, o lento do vazio, o lento que nos pesa nas mãos, o lento da doença, o lento da solidão, o lento do luto, o lento de certas estações, o lento dos caminhos cheios de voltas que se desdobram.

Ensina-nos, Senhor, a agradecer o rápido e o lento por onde nos conduzes. O rápido e o lento que existem dentro e fora de nós e que são o barro onde a nossa oração é chamada a descobrir a sua forma.

Cardeal José Tolentino de Mendonça
22.11.2021

23
Nov21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Teólogo João Manuel Duque distinguido com Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes

João Manuel Duque, pró-reitor da Universidade Católica Portuguesa, presidente do Centro Regional de Braga da mesma instituição e professor catedrático da sua Faculdade de Teologia, foi distinguido com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pela Igreja católica através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. O currículo de João Manuel Duque, «figura marcante da cultura portuguesa», desvela um «cruzador de fronteiras», lê-se na declaração do júri.

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João Manuel Duque: A teologia a partir do mundo, no meio do mundo, para o bem de todos

«[O prémio] é uma espécie de eco a partir do exterior daquilo que eu sempre considerei que deveria ser a teologia e que sempre tentei praticar como teólogo, que é um trabalho a partir do mundo, no meio do mundo, mergulhado no mundo, e, sobretudo, no mundo da cultura.» «A teologia tem de evitar dois extremos: ser demasiado presunçosa, orgulhosa, como se tenha a verdade toda para dizer às pessoas» - antes, deve ter «humildade» e dar o seu contributo «com todos os outros»; mas também «não se pode retrair nem pode ter preconceito de inferioridade, como se não tivesse cidadania de contributo para o bem de todos.»

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Imagina que era o teu filho

É um filho. Sabes, quando são grandes como bonecos de bebé, só com quatro dentes que se veem quando a boca se entreabre num sorriso. Sabes, quando avançam, incertos e orgulhosos nos primeiros passos, para as nossas mãos. Um esforço, mínimo, de imaginação e de identificação: não o vês? Era um filho, é um filho. Precisamente como os nossos.

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20
Nov21

34.º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B


Oliveira

Proposta de Homilia para o 34.º Domingo do Tempo Comum – ANO B - 2021

Jesus Cristo Rei de amor

Domingo, 21 de Novembro de 2021

     Estamos a terminar o ano litúrgico. Que nos diz o Senhor com esta celebração de Cristo Rei?

Cristo Rei e Senhor referido a Jesus para a nossa reflexão.

  1. Jesus Rei com poder eterno

     Primeira leitura

     A primeira leitura abre o nosso olhar para o profeta Daniel na sua contemplação. Apareceu-lhe alguém, semelhante a Filho de homem, expressão do Antigo Testamento, que Jesus vai aplicar a si. Daniel apresenta-o numa visão, anunciando que Deus entregou a esse filho de homem  “o poder, a honra e a realeza… ”. É considerado um anúncio de Jesus, o qual no Novo Testamento aplica a si mesmo esta imagem. Jesus diz aos apóstolos: “o Filho do homem tem de sofrer” (Lc 9, 22).  Ora, neste pequeno texto de Daniel vemos o anúncio de Jesus com poder eterno. Diz ainda o profeta: “O seu poder … não passará jamais”.

     Vale apena meditar nesta profecia para nos entregarmos confiadamente a Jesus, cujo poder é superior a todos os poderes da terra: é poder eterno, que não passará jamais. Daniel viu à distância Jesus, Filho de homem, Jesus Cristo Rei e Senhor.

  1. Jesus Rei não deste mundo.

     Evangelho

     São João deixa-nos ver no evangelho o tribunal de Pilatos, onde decorre um diálogo cheio de interesse: - Tu és Rei dos judeus? Que fizeste?, - pergunta Pilatos -. Neste julgamento, Jesus apresenta-se como Rei, diferente de todos os reis: “O meu reino não é deste mundo. … Sou Rei. Para isso nasci, a fim de dar testemunho da verdade”. Grande lição, que nos mostra Jesus com os sinais da sua realeza: o amor, a verdade, o serviço, a partilha, o dom da vida.   

  1. Jesus Rei no triunfo pascal

     Segunda leitura

     São João no Apocalipse encaminha o nosso olhar para Jesus no seu triunfo pascal. Diz assim o apóstolo, referindo-se a Jesus: Aquele que nos ama, e nos libertou do pecado. Ele é o alfa e Omega, (a primeira e última letra do alfabeto grego). O princípio e o fim de todas as coisas. A ressurreição de Jesus abre-nos para esta certeza: Ele é o Senhor, o Rei para sempre.

     Escutamos também esta situação da nossa vida: “e fez de nós um reino de sacerdotes, para Deus seu Pai. O sacerdócio de cada cristão é para a santificação do mundo. 

     Jesus diante de Pilatos aceita ser julgado por um tribunal humano, porque tem um motivo: a salvação da humanidade. Ele é rei de poder infinito, mas com que armas? Com o amor e a verdade, com o dom da vida. No fim Ele triunfará com a ressurreição, a sua vitória pascal.

     A força deste amor levou muitos mártires a darem a vida: um jovem mexicano, José Luis Sánchez, diante das armas voltadas contra ele, por ser cristão, rezou em alta voz: “Viva Cristo Rei”. Morreu mártir, aos 14 anos, em 1928, e foi declarado santo pelo Papa Francisco.

     A Igreja deve existir do mesmo modo de Jesus Rei: o serviço aos pobres, aos pecadores, aos que sofrem. Deve prestar a mesma atitude de Jesus: Rei para servir. E diante de nós, Jesus ressuscitado.

P. António Gonçalves, SDB

16
Nov21

REZAR AS PALAVRAS QUE USAMOS


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, que a palavra tem também uma ecologia a proteger, um equilíbrio tantas vezes ténue que precisa de ser salvaguardado.

Ensina-nos, Senhor, que a palavra pode ser uma ponte que une os corações, mas que ela pode também ferir, pode esmagar, pode levantar muros e interromper possibilidades de relação.

Ensina-nos a usar a palavra com responsabilidade como um serviço à comunicação da vida e da amizade, e não como uma máscara que oculta, isola e distorce.

Ensina-nos o tempo das palavras que se tornam âncoras para a escuta, abraços para a hospitalidade, abertura para a revelação e para o verdadeiro conhecimento.

Afasta-nos das palavras vazias, dúplices, surdas, fátuas, solipsistas, fechadas no próprio interesse, escurecidas na dureza e no rancor. Afastanos da violência que as palavras podem conter.

Ensina-nos a qualificar amorosamente as nossas palavras. Que elas se tornem estímulo e confiança dirigida aos nossos semelhantes. Que elas sejam um bom canal para que a sabedoria, dom do Espírito Santo, possa circular.

Ensina-nos, Senhor, a dizer aquela palavra construtiva, aquela palavra esperançosa, aquela palavra de perdão que neste momento o nosso interlocutor precisa.

Ensina-nos, Senhor, a verter em palavras a gratidão, a alegria e o dom de tudo aquilo que a cada instante recebemos de Ti.

Card. José Tolentino de Mendonça
15.11.21

12
Nov21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Conselho Pontifício da Cultura debate o «humanismo necessário»

Explorar a «grandeza do humanismo nascido da fusão de princípios clássicos e bíblicos» é o propósito da assembleia plenária do Conselho Pontifício da Cultura, que decorre entre 5 e 23 de novembro, data em que será apresentada uma mensagem em vídeo do papa Francisco.

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Aristides de Sousa Mendes

É com figuras grandes pela positiva que Aristides deve ser comparado, não com entidades medíocres, cobardes, sempre prontas a alinhar medrosamente com os tiranos, talvez na psicológica esperança de um dia comerem com eles à mesma mesa ou mesmo de os substituírem. À eventual estulta pergunta «onde está Deus», ativamente respondeu: está em cada pessoa, em cada pessoa que me procura, e está também neste que lhes pode valer.

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No seio de Etty Hillesum

As tristes páginas da história dos campos de concentração do século breve falam apenas superficialmente das trevas siderais de tempos radicalmente obscurecidos pela barbárie. E no entanto, na noite cerrada, a intensa obscuridade é rasgada pela luz mais poderosa das estrelas.

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11
Nov21

33.º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B


Oliveira

Proposta de Homilia para o 33.º Domingo do Tempo Comum – ANO B - 2021

A vida plena

Domingo, 14 de Novembro de 2021

     Irmãs e irmão, caminhamos para concluir o ano liturgo, com um sinal de esperança. E qual o fundamento da esperança? Deus tem um projecto de vida nova, vida plena para nós.

  1. A vida plena para sempre

Primeira leitura

O livro de Daniel orienta as pessoas para a esperança na vida eterna, vida plena. Ele anunciou: Os sábios resplandecerão como a luz no firmamento… brilharão como estrelas por toda a eternidade”. Podemos ver nestas palavras um sentido de ressurreição. Estamos ainda antes de Cristo, e já nos aparece esta grande luz a iluminar o nosso caminho, não para a morte mas para a vida. Diz-nos também Isaías: “O Senhor eliminará a morte para sempre” (25,8). Esperança de vida eterna para os que mostram fé em Deus, a quem ele chama “sábios”, que resplandecerão como luz por toda a eternidade. Os profetas viram ao longe: o cristão é a pessoa do futuro. “Não haverá mais morte nem tristeza”:  é revelado no Apocalipse (21,4)

  1. A vida plena de novos céus e nova terra

    Evangelho

    São Marcos também nos orienta para o mundo novo que há de vir. Jesus anuncia a sua vinda no fim dos tempos transformando o mundo presente em mundo novo. Diz-nos Jesus: “hão de ver o Filho do Homem vir entre as nuvens com grande poder e glória. Ele mandará os anjos para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais”.

          São Marcos apresenta a vida eterna como o encontro definitivo da humanidade com Deus. Serve-se de imagens impressionantes: “O sol escurecerá e a luz não dará a sua claridade”. Os eruditos do Evangelho vêem nesta expressão algo mais importante do que o sol a escurecer e as estrelas a cair. A mensagem é que além desta vida terrena, teremos uma vida nova, mais brilhante do que o sol e as estrelas, para sempre.

  1. A vida plena já iniciada

     Mas consideramos outro aspeto sobre a vida eterna: O cristianismo é do princípio ao fim um viver com sentido escatológico, isto é, orientado para a plenitude da vida, a vida total a vida eterna. O cristão olha para o futuro.

     Uma jovem estudante pediu licença a um sacerdote e fez esta pergunta: “nós teremos um dia a vida eterna?” Pareceu que ela se referia à vida futura após a morte. E o sacerdote respondeu-lhe: “olha, menina, a partir do nosso baptismo, começamos o caminho da nossa ressurreição, da nossa vida eterna. Começamos a ressuscitar. Os novos céus e a nova terra já foram inaugurados. Desde quando? Desde a ressurreição de Jesus. Aí começou para nós a Vida Eterna. A morte não é morte, é passagem para a vida plena.

     Podemos usar uma comparação sobre a nossa vida presente e futura: imaginemos um grupo de pessoas em peregrinação a um santuário. As pessoas caminham pensando na chegada ao santuário. Mas já durante o caminho vivem em espírito essa chegada à meta. Assim, durante a vida, fazemos o caminho com Jesus, para a vida de ressuscitados com Ele.

     O futuro constrói-se no nosso caminho, fazemos o nosso percurso com Jesus Ressuscitado. Assim nos fala São João:“ Esta é a vida eterna: que Te conheçam, a Ti por único Deus verdadeiro” (Jo 17,3). Conhecer o Deus verdadeiro, é estar na vida eterna.

P. António Gonçalves, SDB

10
Nov21

REZAR A GENTILEZA


Oliveira

Partilho o texto da meditação de 8 de Novembro, segunda feira, para a meditação e oração do terço, do Cardeal D. Tolentino, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Ensina-nos, Senhor, o que significa a gentileza, essa forma afectuosa de conduzir a realidade e as relações.

Ensina-nos a não colocar como móbil da vida o ressentimento, a desconfiança ou a indiferença, mas a activar sim uma capacidade concreta de empatia com os nossos semelhantes, tanto nas coisas grandes como naquelas que nos parecem meros detalhes.

Ensina-nos a colocarmo-nos no lugar do outro, a nos perguntarmos mais vezes sobre o que sentem, o que precisam, qual é a sua ferida e o seu sonho, que esperança soterrada ou desfeita os magoa ainda, que desejo
faria reerguer o seu ânimo ou acender o seu sorriso.

Ensina-nos, Senhor, a nos sentirmos em cada dia responsáveis por esse sorriso.

Ensina-nos que amar não é suficiente: é preciso fazê-lo com elegância. Que dar por dar não basta: é necessário realizá-lo com delicadeza. Que reivindicar tudo como um direito não é sábio: temos, antes, de aprender a praticar com maior empenho a arte da gratidão.

Ensina-nos, Senhor, essa pureza de coração que nos permite olhar o outro sem juízos prévios, com verdadeira disponibilidade para escutar e compreender.

Ensina-nos, Deus gentil, a construir presenças que não sufocam, conversas que não ocupam inutilmente, dádivas que não prendem, mas a colocar o outro no centro, escolhendo para nós aquele escondimento de quem sabe que a verdadeira alegria é servir.

Card. José Tolentino de Mendonça
8.11.2021

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