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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

29
Set21

COMPRA E VENDA


Oliveira

Embora publicado no jornal digital «Sete Margens» vale a pena reproduzir mais este artigo do Dr. Pedro Vaz Patto no Blog da Copaaec. Oferecemos, assim, aos nossos associados e leitores amigos, assunto de reflexão.

A. G. Pires

O Salon Désir d´Enfant, cuja segunda edição se realizou em Paris no fim de semana de 5 e 6 de Setembro, faz com que nos venha à memória o célebre romance distópico de Aldous Huxley Admirável Mundo Novo. Trata-se de uma verdadeira feira comercial de promoção de várias formas de procriação artificial. Empresas de maternidade de substituição de vários países aí publicitam os seus serviços, com testemunhos de quem a ela recorreu, como “cliente” ou como “prestadora de serviços”. Bancos de gâmetas oferecem aos clientes a possibilidade de escolha desses gâmetas de acordo com características físicas, étnicas ou nível de estudos do “fornecedor” ou “fornecedora” (não do “dador” ou “dadora”, porque se trata de uma venda). Uma empresa especializada no transporte internacional de gâmetas, e também de embriões, também aí está presente. A parentalidade torna-se, assim, um negócio, em que se pretende satisfazer os desejos dos clientes quanto às características do “produto” adquirido.

            Algumas das práticas publicitadas neste salão/feira são proibidas em França (embora não o sejam noutros países). Uma controversa lei de bioética aí recentemente aprovada, que, entre várias inovações muito contestadas (também pelos bispos franceses), veio legalizar a procriação medicamente assistida “sem pai” (ou seja, requerida por mulheres celibatárias ou em união homossexual, o que a legislação portuguesa também admite), não chegou ao ponto de legalizar a maternidade de substituição (o que a legislação portuguesa admite apenas num âmbito não comercial), apresentada como “linha vermelha” a não transpor, porque tida por atentatória da dignidade de mulheres particularmente vulneráveis. São também mulheres particularmente vulneráveis as que se sujeitam à venda de ovócitos, prática proibida em França e noutros países. Já se disse, a propósito da maternidade de substituição e da venda de ovócitos e dessas mulheres particularmente vulneráveis, que não se trata, num e noutro caso, de um acto livre ou de generosidade, mas de um acto de desespero. Mas no Salon Désir d^Enfant, são abertamente publicitadas tais práticas comerciais, que supostamente serão efectivadas noutros países.

            Este evento suscitou protestos de organizações católicas e feministas, que não deixaram de invocar a proibição da maternidade de substituição pela legislação francesa, dirigindo-se a responsáveis do Governo. No entanto, da parte deste não houve qualquer proibição, ou sequer uma qualquer declaração de condenação da iniciativa.

            Para evitar problemas nesse plano legal, a organização do salão/feira proíbe a celebração de quaisquer contratos na ocasião, sendo eles celebrados noutros países. Na ocasião, fornecem-se apenas informações, que também envolvem os preços dos serviços publicitados (preços em geral bastante elevados). Ainda que essa proibição de celebração de contratos seja respeitada (o que poderá ser duvidoso), a simples publicidade contraria claramente a proibição de práticas como a da maternidade de substituição.

            O que revela este Salon Désir d´Enfant são as consequências de uma postura redução do filho a um objeto de desejo, a reivindicar e a manipular, mais do que um dom a acolher incondicionalmente.  Sempre que permitimos um reflexo dessa postura de redução de um filho a objeto de um desejo, como já sucede nalguns aspectos da legislação portuguesa sobre procriação medicamente assistida (a inseminação post mortem, por exemplo, recentemente aprovada), estamos a abrir o caminho para passos sucessivos, como os que se revelam neste salão /feira que nos faz recordar o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley.

Pedro Vaz Patto

28
Set21

REZAR A NOSSA ORAÇÃO APRESSADA


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem para a oração do terço do Cardeal D. Tolentino, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Entrego-Te, Senhor, esta minha oração feita de monossílabos, de frases quebradas, cheias de elipses; esta pobre oração encaixada entre idas e vindas, sempre com o coração meio em fugida, neste acelerado quotidiano sem tréguas.

Entrego-Te, Senhor, esta oração feita mais de olhares do que de discursos, cheia de pedidos lançados em chamas como um SOS, cosida de fragmentos, de gestos nervosos a que não damos o tempo necessário para crescer; esta oração que atiro para Ti desejando, apesar de tudo, que se torne uma amarra, uma corda estendida que nos ligue.

Entrego-Te, Senhor, esta oração desconexa como uma conversa sem rumo; esta refeição composta só de migalhas; este tracejado feito só de intenções adiadas; esta agitação que Tu chamas a aceitar-se e a se transformar em escuta, mas que quase nunca consigo.

Entrego-Te, Senhor, esta oração que repito mentalmente, como uma tabuada, mas onde não chego a entrar com aquilo que sou; esta oração arrumada por fórmulas que reconstruo sem permitir que floresçam e se prolonguem no fundo de mim; esta oração correcta do ponto de vista formal, mas da qual o corpo e a vida estão ausentes.

Entrego-Te, Senhor, esta oração ainda incipiente tantos anos depois; ainda hesitante e aos ziguezagues, mesmo se nunca deixasTe de estar comigo; esta minha oração que avança pelos dias aos tropeções cegos, mesmo se, na verdade, Tu me levas ao colo.

Cardeal D. José Tolentino de Mendonça
27.09.2021

25
Set21

26.º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B


Oliveira

Proposta de Homilia para o 26.º Domingo do Tempo Comum – ANO B - 2021

Comunidade aberta, sem monopólio

Domingo, 26 de Setembro de 2021

     Irmãs e irmãos, poderá uma pessoa ter o monopólio da verdade? Poderá uma empresa impedir outras de progredir?

  1. Uma comunidade aberta aos outros

     Primeira leitura

      A primeira leitura, do Antigo Testamento, mostra-nos uma situação de quem se fecha nos seus direitos. Vejamos a história narrada: O povo de Deus foi-se formando durante a travessia do Egito para Terra prometida. Certo dia, dois homens, fora do grupo de Moisés, começaram a profetizar. Josué não gostou e apresentou o caso ao Profeta. Este deu uma resposta de muita abertura: «Estás com ciúmes por causa de mim? Quem dera que todo o povo de Deus fosse profeta».

    Julgo que estamos aqui numa situação de partidarismo, ou de inveja, defeito que contraria a unidade e a colaboração. Tanto a sociedade como a Igreja precisam de unidade e colaboração. É bom evitar as rivalidades entre grupos. Deixemos que outros trabalhem na Igreja; que evangelizem. “Quem dera que todo o povo de Deus fosse profeta!”. De facto, “num só Espírito … formamos um só corpo”, diz-nos São Paulo (cf. 1 Cor. 12,13).  

  1. Uma comunidade não exclusiva

     Evangelho

     O Evangelho de São Marcos dá luz para o nosso proceder. O caso narrado é simples: o Apóstolo João viu um homem a expulsar o demónio, e procurou impedi-lo. Jesus deu-lhe uma boa catequese, abrindo o seu modo de ver: “Quem não é contra nós é a nosso favor”.

     Olhando para as nossas comunidades, podemos encontrar pequenos conflitos, que têm origem no coração de quem julga ter o monopólio da verdade e do agir, e sente inveja de quem sobressai. A comunidade de Cristo só se explica como comunidade aberta, vivendo em comunhão.  Os membros da Igreja alegram-se com a acção do Espírito Santo, que é comunhão.

  1. A comunidade acolhe os pequenos e os pobres

     Segunda leitura

     São Tiago diz palavras de grande reflexão acerca de quem guarda a riqueza apenas para si: “O vosso ouro e a vossa prata enferrujam-se”. São Tiago convida-nos a ser abertos com relação aos outros. Pensemos nisto: um bom jogador de futebol sabe que em alguns casos é melhor passar a bola do que rematar à baliza. A santidade não é só a mística, mas a vida de comunhão nestas pequenas atitudes.

      O Papa Francisco abre caminhos de vida nova, de primavera na Igreja. Ele está com desejo de poder sair à rua, falar com as pessoas, ajudar quem precisa. Sabe que Jesus fala de um mundo novo, onde todos são irmãos, e todos podem evangelizar, e todos podem fazer bem às crianças ao modo de Jesus.   

     Queremos que a Eucaristia nos aproxime de Jesus, com espírito fraterno. Senhor, «onde há ódio, que eu leve o amor” (Francisco de Assis).

P.e António G. (SDB)

25
Set21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Open House Lisboa: As desconhecidas igrejas conhecidas

Oferecer «livre acesso à arquitetura» é um dos propósitos da Open House Lisboa, que a 25 e 26 de setembro propõe um roteiro de espaços privados e públicos, contemporâneos ou históricos, que na edição deste ano desvenda uma dezena de espaços originalmente ligados à pertença religiosa cristã. Indicamos alguns dos espaços que podem ser visitados.

Saiba mais

Mais Cultura

Síntese da atualidade no universo das artes. Os criadores e as suas obras. Animação, arquitetura, cinema, circo, dança, desenho, ilustração e pintura, escultura, expressão plástica e digital, fotografia, literatura, moda, multimédia, música, ópera, tapeçaria, teatro e muito mais. Património e contemporaneidade em Portugal e no mundo.

Saiba mais

 

23
Set21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Novos livros: Setembro 2021

A alegria de não ser (apenas) eu, A Bíblia da amizade, A comunicação da igreja é um encontro, A edificação do tecido eclesial, A mística do arado, Ação Socio-Caritativa de D. José Patrocínio Dias, Amigos de Deus, Aprendizagens de um professor cristão, Arquiteto João Antunes, Bendizei o Senhor, Como defender a fé sem levantar a voz, Flores de feno, Julieta salva vidas, Museus Vaticanos - 100 obras a não perder, No vale do Rift, O tempo para lá do tempo na conciliação de universos, Profetas e profecia em Israel, Raízes e asas - Educar à fé em família, Rezar com São José, Sem máscaras no coração, Sementes de Evangelho - Ano B, Textos dispersos de Miguel Lorga Miranda.

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Dante em Portugal lido e comentado pela arte, cinema, literatura, teologia e ciência

Alberto Manguel, António Mega Ferreira, Henrique Leitão, Joaquim Sapinho e Rui Chafes são algumas das personalidades que entre o próximo sábado e 24 de novembro participam nos “Dias de Dante”, por ocasião dos 700 anos da morte do “sumo poeta”. “Dante. Um poeta do nosso tempo” é o tema do colóquio internacional previsto para 25 de setembro. A exposição “Visões de Dante: o Inferno de Botticelli” inspira o ciclo “Imagens, música e palavras”, sempre às 19h00, que começa a 6 de outubro, com o tema “Pedro Hispano: Um papa português no Paraíso”. Estão também previstas quatro “Lições sobre Dante”. Conheça o programa.

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22
Set21

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Dos ricos conteúdos do site do SNPC, respigamos, com a devida vénia o que segue:

(A. G. Pires)

Cardeal Tolentino Mendonça abre celebrações dos 700 anos da morte de Dante

O sétimo centenário da morte de Dante Alighieri vai ser assinalado, em Lisboa, com um conjunto de eventos de arte e pensamento delineados por instituições académicas e culturais de Portugal, Vaticano e Itália, que começam esta quinta-feira, 23 de setembro, com a inauguração de uma exposição e uma conferência do Card. José Tolentino Mendonça. «Celebrar Dante é interrogarmo-nos sobre quem somos, reconhecendo que é nesta interrogação que o homem se torna quem é, não reproduzindo respostas aviadas, mas percursos de descoberta e novos começos», assinala. Conheça o programa dos "Dias de Dante".

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Música: “Missa sobre o mundo”

A obra “Missa sobre o mundo”, para órgão e voz recitante, de Alfredo Teixeira, a partir de fragmentos do texto homónimo de Teilhard de Chardin (1881-1955), «um dos textos místicos e teológicos mais lidos e comentados, ao longo do século XX», foi estreada este sábado pelo Ensemble São Tomás de Aquino, em Lisboa. A recriação musical, dividida em cinco partes – “Oferenda”, “O fogo sobre o mundo”, “O fogo no mundo”, “Comunhão”, “Oração” –, ao conservar «a sua estrutura eucológica fundamental, procurou o diálogo, pouco frequente, entre a palavra dita e a matéria sonora do órgão», sublinha Alfredo Teixeira nas notas sobre a composição, que transcrevemos na íntegra.

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Santo Agostinho, leitor da Palavra

Sabemos que Santo Agostinho fez da Bíblia o livro da sua vida. Mimou o tesouro das sagradas Escrituras, atingindo com elas uma cumplicidade que raramente foi conseguida depois dele. Como outros Padres da Igreja, respirava a Escritura. Vivia dela. Pensava a partir dela. Ensinava e pregava por ela. Pôs a Escritura no centro da sua existência e da sua relação com a Igreja. E isso já lhe reserva um lugar de honra na arca do admirável e do imperecedouro. Leu-a – como deve ser – à procura de iluminação para a vida, para problemas teológicos e interrogações morais, para a educação e edificação pastoral da fé e para alimentar a comunhão com Deus com unção de místico.

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21
Set21

REZAR OS NOSSOS RECOMEÇOS


Oliveira

Partilho o texto da meditação de ontem para a oração do terço do Cardeal D. Tolentino, enviado pelo Ir. Manuel Silva.

(A. Oliveira)

Que possamos, Senhor, acolher dentro de nós com verdade o desafio a recomeçar. Ajuda-nos a não ter olhos apenas para aquilo que já conquistámos, como se o
armazenado nos celeiros pudesse substituir o chamamento à sementeira no aberto dos campos.

Ajuda-nos a não encarar o tempo que se inicia (certamente com as suas fadigas, com a desinstalação e o suplemento de alma que nos pede) como se fosse uma
ameaça.

Ajuda-nos a não permanecer parados na imagem de ontem, por muito confortável que isso possa ser.

Ajuda-nos a não tornar a nossa insegurança em desculpa para não tentar, ou a fazer da consciência da nossa fragilidade um pretexto para não prosseguir.

Que possamos reencontrar-Te, Senhor, para lá do circuito das nossas rotinas. Reencontrar-te no novo, no que nos chega através do inesperado e do diverso, no que estamos a escutar e a viver agora pela primeira vez.

Que possamos reencontrar-Te no que não sabemos e teremos ainda de aprender; no que se começa a esboçar e face ao qual nos sentimos principiantes; na espantosa alegria e na espantosa dor que representam todos os nossos partos.

Que Te reencontremos na experiência auroral da vida, no trabalho oculto e fascinante da sua germinação que nos ultrapassa, naquilo que apenas desponta e que
olhamos sem certezas, naquilo que nós não procuramos mas que vem ao nosso encontro.

Que Te reencontremos no imperativo que de tantas partes chega e nos diz: “recomeça”.
C. José Tolentino de Mendonça
20.09.2021

18
Set21

25.º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B


Oliveira

Proposta de Homilia para o 25.º Domingo do Tempo Comum – ANO B - 2021

A sabedoria de Deus e a do mundo

Domingo, 19 de Setembro de 2021

     Irmãs e irmãos, nas leituras de hoje, nós podemos ver o que é a sabedoria de Deus e a sabedoria do mundo.

  1. A sabedoria de Deus

     Primeira leitura

    Olhamos para o livro da Sabedoria, que foi escrito poucos anos antes de Jesus. Os judeus conheciam a sabedoria contida nos escritos do Antigo Testamento. Encontraram oposição da parte dos pagãos. Diz o texto, na voz dos ímpios: “Armemos ciladas ao justo, porque [ele] nos incomoda”.

    Nesta página da Sabedoria vemos que a Verdade encontra oposição. Também nós vemos na história da Igreja muita perseguição. Em alguns países não há liberdade religiosa.

     Nós sentimos algumas dificuldades em anunciar a verdade, por causa de ideologias contrárias. Mas temos a liberdade de culto. E damos graças a Deus, porque isso é um bem precioso.    

  1. A sabedoria de Deus e a do mundo

     Evangelho

      A “sabedoria” do mundo não conduz ao bem. É o orgulho, a auto-suficiência, é fechar os olhos perante quem precisa, é pensar apenas em si mesmo.

    Jesus quis formar os seus discípulos na sabedoria de Deus. O que é a sabedoria de Deus? É a daqueles que escutam Deus, que seguem os caminhos do bem, que têm Jesus por modelo, no serviço aos irmãos. Jesus disse aos discípulos que teria de passar pela morte. Os discípulos não compreendiam esta linguagem.   

     Nós podemos servir a Deus de várias formas. O mundo admirou o gesto de Bento XVI, que em fevereiro de 2013 preferiu deixar o seu ministério de Bispo de Roma e sucessor de S. Pedro para servir a Igreja de forma humilde, no recolhimento e na oração. Sucedeu-lhe o Papa Francisco, eleito em março desse ano 2013, e ele dá testemunho de servir!

   Um exemplo de servir: certo estudante era complicado, difícil, egoísta. Um dia acompanhou os colegas numa excursão, e os lanches foram partilhados. Esse jovem difícil fez uma primeira experiência: ofereceu a sua garrafa de água e distribuiu bolachas. Depois, sentindo-se contente, levantou os braços em gesto de alegria, e disse: estou feliz; ofereci água e bolachas. Todos conhecem exemplos como este. Quando servimos, sentimos alegria.

      3 A sabedoria é servir ao jeito de Jesus

     Assim,  - em Cafarnaum acolheu uma criança, abraço-a para explicar aos discípulos (Mc 9, 36); - em Jerusalém, lavou os pés aos apóstolos (Jo 13,5); e disse: - “Eu estou no meio de vós como quem serve” (Lc 22,27); - na última ceia entregou-se dando-nos a Eucaristia (Mt 26,26); - no Calvário deu a vida na cruz (Mc 15,37). Esse caminho abriu-se para a ressurreição da Páscoa.

     Um pequeno facto de vida: Apareceu na comunicação televisiva uma pessoa bem conhecida, dizer, simplesmente: Já alguma vez, para atender alguém que me pediu cinco minutos, eu o atendi, e perdi o comboio, e outra vez o avião. E esse entrevistado comentava: que aconteceria, se eu não atendesse? Talvez eu nunca mais veria essa pessoa! Foi disponível para o próximo 1. Seguindo Jesus: «queres ser o primeiro? Serve».

     Discípulo é quem ama, quem serve os pequenos, os pobres, os marginados, os abandonados. Sabedoria dos caminhos de Deus, de vida, de realização pessoal, de Páscoa.

P.e António G. (SDB)

     _________

      1 Marcelo Rebelo de Sousa, TV:  A Tarde é sua, 11.09.15.

17
Set21

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE DEUS


Oliveira

Com  devida vénia, transcrevemos o texto de A. Justo.

(A. G. Pires)

O nó górdio do islão é a união de cultura e religião! E isto é que os políticos ocidentais parece ainda não terem percebido e por isso cometem tantos erros em relação à cultura de cunho árabe e às próprias iniciativas que tomam no sentido da sua emancipação.

O poeta muçulmano, Adonis, diz numa entrevista a El País: “O problema árabe é não ter separado a religião e a política”.  “Não pode haver uma revolução árabe sem uma separação total e radical  entre a religião e a cultura, a sociedade e a política”.

Esta é a realidade que não justifica que se ande a empregar demasiadas forças em soluções ocidentalizadas que teriam de rever a sua estratégia de apoio ao desenvolvimento humano também no que toca à estratégia de emancipação feminina nos estados muçulmanos! Facto é que as afegãs mais emancipadas são agora alvo do ódio dos extremistas. 

A luta pela libertação da mulher, num sistema tribal patriarcal, seria talvez mais eficiente se viesse através da humanidade e empenho dos homens, que é preciso motivar! Enquanto a sociedade islâmica não reflectir suficientemente sobre as partes sombrias do Islão (iliteracia, dogmatismo, abdicação da individualidade no grupo, e carência de liberdade), a cultura árabe continuará a ser mal considerada (o que não ajuda ninguém!) e verá o problema humanitário continuado, enquanto em nome da religião, o sistema prosseguir oprimindo indefinidamente a pessoa humana. O povo persa e outras sociedades muçulmanas de origem não árabe e em especial uma elite cultural masculina e feminina a formar-se dentro do islão poderão contribuir para o seu progresso e criar uma nova matriz cultural. Nisto teria mais sentido, que o Ocidente centrasse as suas energias, a longo prazo. 

Enquanto o Ocidente se comportar para com a civilização de cunho árabe, como se tem comportado até aqui, os povos islâmicos ver-se-ão obrigados a continuar a sua luta ad extra descurando a reflexão e transformação interna. Certamente a maioria dos muçulmanos já se encontra de consciência e de comportamento mais elevado do que muitos dos princípios maometanos advogam a nível institucional e propagado através das mesquitas.

Uma análise proveitosa para a cultura árabe pressuporia uma reflexão profunda por parte das elites muçulmanas e uma abordagem sem preconceitos por parte dos não islâmicos. O islamismo é uma realidade e tanto a islamofobia, como a islamofilia só ajudam o extremismo.

António CD Justo

Pegadas do tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6776

_________________________________________________________

CONFERÊNCIA DE AJUDA AO AFEGANISTÃO

Na Sequência de uma Intervenção e Deserção cega

A situação no Afeganistão é dramática; Segundo a ONU, metade dos 38 milhões dos habitantes do país não têm o suficiente para comer e necessitam urgentemente de alimentos, medicamentos e outros fornecimentos humanitários.   

Foi convocada uma conferência de ajuda das Nações Unidas ao Afeganistão em GenebraOs países doadores reunidos a 13.09.2021 já fizeram uma promessa de um montante provisório de 846 milhões de euros. A finalidade dos países doadores é “evitar que as pessoas no Afeganistão passem fome e evitar o colapso dos serviços públicos”.

O Chefe da ONU, Antonio Guterres, manifesta-se contente com os resultados da conferência: “Esta conferência correspondeu plenamente às minhas expectativas em termos de solidariedade com o povo do Afeganistão”.

Difícil será conseguir os mecanismos de ajuda directa ao povo. Dar dinheiro aos talibã para que estes concedam um pouco de direitos às mulheres seria deitar manteiga em focinho de cão e significaria a continuação de uma política do Ocidente, de ingenuidade/conhecimento erróneo e indiferença.

A ajuda tem, realmente, de ser limitada a alimentos, cobertores, vestuário e medicamentos através dos restantes canais da ONU em território afegão.

Conferências internacionais de doadores para o Afeganistão têm sido realizadas repetidamente, em que se recolheram dezenas de biliões de euros para um país predestinado, com outros, a viver dependente da ajuda internacional.

Pelos vistos a ONU terá assegurada, de maneira sustentável, a condição de pedinte, enquanto os interesses de empresas e nações tiverem prioridade perante as necessidades e desejos das populações. Parece trata-se mais de uma política de remediar injustiças e não de uma política de impedir a miséria e a injustiça.

Durante os últimos 10 anos morreram em média, 238.797 pessoas por ano no Afeganistão e o número de nascimentos foi de 1.190.191 anualmente.

Até que ponto estas acções humanitárias não significam também uma estabilização dos Talibã e um apoio aos seus novos amigos China, Rússia e Paquistão, será escrito, posteriormente, numa outra página! A urgência humanitária e a defesa do rosto dos políticos ocidentais desculpam algum erro que possa agora surgir!

As grandes quantidades de ópio que os terroristas têm exportado não parece ser assunto de discussão política nem jornalística e também não tem contribuído para que os talibã se torem mais mansos!…

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6778

11
Set21

TEMPOS DE COVID-19


Oliveira

Com  devida vénia, transcrevemos o texto de A. Justo.

(A. G. Pires)

Nesta era do medo em que vivemos, quando se fala da vacina contra o Covid-19, de política ou de temas considerados tabus, é muito provável que a discussão escorregue para águas ideológicas e os interlocutores façam uso do insulto ou da depreciação como arma.

As pessoas que não são vacinadas são, muitas vezes, apelidadas de "estúpidas", "irresponsáveis", “ignorantes” ou “antissociais”! Esta atitude ameaça tornar-se num veneno para a sociedade, embora se saiba que viver de imagens inimigas ancoradas em opiniões fixas não ajuda ninguém e testemunham a falta de exercício do pensamento.

Na falta de argumentos muitos recorrem à difamação, quando o que se precisa é de um diálogo objectivo, respeitoso e construtivo na ciência, na política e na sociedade!

Dizer mal das pessoas não vacinadas e pressioná-las a agir destrói a confiança, também no nosso sistema de saúde. Nem a todos é dado ter confiança e ela não pode ser forçada nem imposta.

Em democracia, é evidente que as pessoas não estão sujeitas apenas à vontade inflexível da maioria; em muitas questões, a decisão pessoal é soberana. O direito a tomar decisões próprias implica o respeito pelos outros.

Também é claro que a liberdade verdadeira tem a responsabilidade como companheira!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6763

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