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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

21
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Leituras: Novidades de outono

A encíclica “Fratelli tutti”, do papa Francisco, constitui uma das mais recentes novidades do catálogo de várias editoras (A.O., Paulinas, Paulus). No verão, e ao iniciar o outono, temos assistido à retoma progressiva de lançamentos editoriais inspirados em questões de âmbito católico, após a interrupção originada pelo confinamento. É de alguns desses livros, mais de duas dezenas, que damos conta neste artigo.

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Amor em tempos de TikTok

«E se se apaixonasse e perdesse a vontade de ser padre?» É a pergunta de um jovem, um entre muitos, que, como tantos, me provoca para ver até que ponto consigo ser fiel a mim mesmo e à minha vocação. É a pergunta de muitíssimas pessoas, fora e dentro da Igreja, que não conseguem capacitar-se da escolha de vida de um padre: por amor de Jesus, renunciar ao amor de uma família própria. É uma pergunta demasiado importante para a deixar cair, por isso decido responder. No TikTok. Na rede social notoriamente mais distante da Igreja e mais frequentada pelos adolescentes.

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Oração dos novos inícios

Ajuda-nos a sorver de joelhos a vida e a sua sobreabundância de mistério, porque ela, de tantas maneiras, fala de ti. Ajuda-nos a lançar o nosso coração para o teu infinito nome, quando disso somos capazes e quando não o somos. Ajuda-nos a oferecer as nossas bonanças e tempestades, o cinzento do chumbo de certos dias repetidos e o azul de um azul tal que quase nos escapa.

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Transcrito do site da Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

20
Out20

REZAR A ALEGRIA


Oliveira

Aqui vai o texto mandado pelo Cardeal Toentino de Mendonça para meditação do terço. 
Tende bem cuidado de vós e dos outros.
Com grande alegria e em grande união de oração.
Delphine e Antoine 
 REZAR A ALEGRIA

A alegria parece simples, e é certamente a espontânea expressão de um coração simples, mas não deixa, por isso mesmo, de ser uma construção exigente. É que o nosso coração não é simples. No coração temos tantos fios misturados que ele dá por si a falar uma língua contrariada e confusa. Temos amalgamado o medo de sermos rejeitados com a necessidade de nos sentirmos queridos; temos o receio de falhar e de perder caldeado com um incongruente orgulho e com uma vaidade vã, que se sobrepõe a tudo; temos o terror do desamparo mesclado com uma incapacidade de comunicar aquilo que em nós é mais fundo, e, em certo sentido, mais real. Ou, então, pensámos na alegria como um estado de isenção, o que vem a ser um outro obstáculo para aceder a ela. Julgámos que experimentaremos a alegria se não nos faltar nada, se estivermos completamente bem e tudo decorrer como idealizamos. Ora, isso nunca acontece ou ocorre só raramente. A vida não é um campo neutral, nem se deixa encerrar numa campânula insonorizada. Contra a nossa tentação de fixar o seu curso, a vida encontra sempre modo de dizer-nos que é viva.

Como chegaremos à alegria? Com a sabedoria de agradecer mais do que lamentar; com a capacidade de sentir os mil perfumes da existência e inebriar-se com eles; com a disponibilidade para ver a beleza não apenas com os olhos, mas também ver com o coração.

Ensina-nos, Senhor, a arte da alegria.

Cardeal J.Tolentino de Mendonça

19.10.2020

(Enviado pelo Ir. Manuel Silva)

20
Out20

Referendo à eutanásia: últimas informações


Oliveira

Partilho informação enviada pelo Dr. António Pinheiro Torres sobre o referendo à eutanásia.

A. Oliveira

Referendo da Eutanásia: com agendamento de debate/votação para esta 5ª e 6ª feira, entramos na recta final!

Caros amigos,

Com o agendamento para as reuniões plenárias da Assembleia da República de 22 e 23 de Outubro (esta quinta e sexta-feira) do debate (às 15h00 de 22) e votação (provavelmente pelas 12h00 de 23) do projecto de resolução emitido pela 1ª Comissão (ACDLG), entramos na recta final da nossa campanha pelo referendo e chegamos ao dia da decisão. É pois tempo de dar tudo por tudo e só temos 4 dias para isso!

Ou seja: usar os espaços de opinião (por exemplo, as redes sociais) a que tenhamos acesso, divulgando aos amigos e ás redes que integramos a informação disponível e, principalmente, participando nesta campanha de gravação de vídeos pessoais a dizer somente “Eu quero o referendo!” como se explica aqui na página Facebook da Caminhada pela Vida em #queremosreferendo.

Nos últimos dias têm saído estes artigos (além dos dois em anexo do Expresso da semana passada): 95287 libertam os deputados de votar para matar (Isilda Pegado), Eutanásia o grande jogo dos contrários e algumas notas sobre esta notícia (José Maria Seabra Duque), Hospitais… ou matadouros? (Padre Gonçalo Portocarrero de Almada), Contra o racismo, o idadismo e a eutanásia (Padre Anselmo Borges), Eutanásia: as falácias dos anti-referendo (José Ribeiro e Castro), recuperando-se aqui um artigo do António Barreto em que este, apesar da sua posição pessoal sobre o fundo do assunto, defende que se possa propor e realizar o referendo.

O agendamento da proposta de referendo suscitou, entre outras, estas duas tomadas de posição: Bispos preocupados com lei da eutanásia em contexto de pandemia (“A Conferência Episcopal insiste que a vida não é referendável, mas volta a dar indicação de que o referendo neste caso daria uma oportunidade ao povo para “pensar melhor sobre o assunto”) e este protesto do CDS pela voz de Telmo Correia (“O CDS-PP manifestou-se hoje contra o debate, "de fininho" e "à pressa", em 23 de outubro, no meio da discussão do Orçamento do Estado, da proposta de referendo sobre a eutanásia”). Além disso, Teresa Melo Ribeiro (pela IPR#simavida) teve um debate na SIC-Notícias com a deputada Isabel Moreira (que se pode ver aqui).

Finalmente: amanhã e com o Protocolo da Assembleia da República vamos apurar em que condições será possível assistir ao debate de dia 22 e à votação de dia 23. Daremos noticias, mal as tenhamos.

Hoje (segunda-feira) foi conhecida a carta que dirigimos a todos os deputados e disso daremos noticia amanhã. Contamos convosco, contem connosco!

Um abraço a todos, em nome dos 100 mandatários da IPR, dos muito gratos

Antonio Pinheiro Torres-Isilda Pegado-José Maria Seabra Duque-Rui Gonçalves-Teresa de Melo Ribeiro

Lisboa, 19-10-2020

Deputado PSD sobre eutanásia Quem tem medo de ouv

Faz sentido neste momento falar em referendo da eu

 

19
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

O nosso reino [Vídeo]

Luís Costa, nesta curta-metragem de quinze minutos, corria inúmeros riscos: podia ter-se colado ao livro, constrangido dentro do espartilho de um processo de adaptação; podia cair na tentação da explicitação discursiva; podia deixar-se seduzir por alguns lugares-comuns com que espalhasse a desolação pelo seu filme. Luís Costa revela um meticuloso sopesamento da beleza. Sei que não prescinde de tempo, do diálogo e da aprendizagem. Neste filme, nada há de contingente nos rumores de Tarkovsky, nos frémitos tenebristas de Georges de La Tour e Caravaggio.

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Desconstrução e morte do sentido

Na sua Encíclica “Fratelli Tutti”, o Papa Francisco, no parágrafo 13, fala de «uma perda do sentido da história», de «desconstrucionismo em que a liberdade humana pretende construir tudo a partir do zero», de «individualismo sem conteúdo». O parágrafo termina com o que constitui uma denúncia da tirania fundada nos movimentos éticos e políticos inicialmente assinalados. A posição teórica do Papa é corajosa, pois aponta para as raízes das formas de tirania e de oligarquia que se instalaram no mundo, disfarçadas de atos de libertação. Ora, são essas formas tirânicas e oligárquicas que dominam o mundo no momento que vivemos.

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A grande dança

Ensina-nos, Senhor, a visão completa da vida. Que não cessemos de saudar a cada dia o seu milagre assombroso e de o receber com coração humilde e consciente. Que não choremos apenas os abraços não dados, mas saibamos agradecer por todos aqueles que trocámos, cujo sentido e promessa esquecemos na distração dos dias.

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Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja
Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

16
Out20

“Nós, Deus, o mundo”


Oliveira

HOMILIA DO 29.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

18 de Outubro de 2020

     Irmãs e irmãos, levantamo-nos cedo para o trabalho ou para a escola. Convivemos com  pessoas. E com Deus que nos ama. Vamos reflectir sobre nós e Deus e o mundo.

  1. O cristão reconhece a presença amorosa de Deus

Primeira leitura

Deus mostra-nos como Ele está connosco e é o Senhor da Historia; não abandona o seu povo; pensa em cada um de nós. Por vezes deixa-nos esperar. Mas nunca se esquece de nós, com o seu amor.

Podemos ver que é assim; olhando para primeira leitura, vemos a situação do povo de Deus no cativeiro da Babilónia. Sofria; não podia cantar os salmos; tinha saudades do templo de Jerusalém. Queria a sua liberdade. O povo podia dizer: o Senhor abandonou-nos.

Mas eis que Deus escolhe Ciro, rei da Pérsia, para o libertar. Ciro era um pagão. E foi Deus quem o chamou, para o seu desígnio de salvação, como nos diz Isaías: “Eu te chamei pelo teu nome… Eu sou o Senhor e não há outro”.  Ciro deu liberdade ao povo para regressar à sua terra, a Palestina, Jerusalém.

O Senhor não abandonou o seu povo. É bom pensarmos nisto, quando sofremos ou duvidamos. “O Senhor é meu pastor” (Salmo 23), rezava uma senhora que sofria doença grave[1]. Também Job, no sofrimento, veio a reconhecer que Deus o amava e o recompensou com muitos filhos e muitos bens.  Procuremos Deus em primeiro lugar.

  1. O cristão coloca Deus em primeiro lugar

Segunda leitura

São Paulo reconheceu o amor de Deus para com os cristãos de Tessalónica, norte da Grécia, e alegrou-se com esses cristãos, dizendo: “Recordamos a vossa fé…, a vossa esperança… a vossa caridade”. O Apóstolo reconhece o progresso dessa comunidade, que dá sinais de viver com Fé em Deus, de viver a sua Fé.

Nós, hoje, com preocupações do mundo moderno, emprego, filhos, saúde, sofrimentos, sentimos que é difícil colocar Deus em Primeiro lugar. Mas este chamamento vem-nos de Jesus: “Procurai primeiro o reino de Deus, e o resto vos será dado por acréscimo” (Mt 6, 33).

     Muitas vezes ouvimos pessoas que sofrem e no entanto sentem e dizem: “Deus está comigo”.

     Ao colocarmos Deus em primeiro lugar ganhamos coragem para amarmos os irmãos. Recordamos a recente Carta Encíclica do Papa Francisco: “Fratelli tutti”: “Todos Irmãos”. Cito um pensamento dessa Carta Encíclica: “Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade. Entre todos[2].

  1.   O cristão respeita as autoridades

     O Evangelho coloca-nos perante esta realidade: o poder temporal e o poder espiritual. Os fariseus perguntaram a Jesus se deviam pagar ou não o tributo a César, o imperador Romano, que dominava a Palestina. Jesus respondeu: “Dai a césar o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Jesus mantém-se numa atitude de respeito para com a autoridade.

     Nós vemos que todo o cidadão deve contribuir para o bem comum. Nós recebemos da sociedade: segurança, ordem pública, cuidados de saúde, o ensino, empregos, estradas e pontes para a circulação. Somos membros da comunidade. É a humanidade a pedir-nos essa colaboração, para defesa do ambiente, evitar a poluição, defendermos a floresta… A nossa casa comum, diz-nos o Papa Francisco. Que o Senhor nos ajude nesta harmonia de paz e amor: nós, Deus e o mundo.

Pe. Antonio Gonçalves, SDB

[1] Maria José Nogueira Pinto,  + 2011, com  59 anos.

[2] “Fratelli Tutti”, n. 8

13
Out20

REZAR O AMOR DE DEUS


Oliveira

Olá, amigos

Aqui vai o texto mandado pelo Cardeal Tolentino de Mendonça para meditação do terço.

Em grande união de oração.

(AGPires)

O amor de Deus não é um amor abstracto ou sem destinatário: é um amor a ti. É um amor real que podes experimentar qualquer que seja o momento que estejas a viver. O amor de Deus é um acto eterno e sem medida de compaixão em teu favor. Jesus abraça a tua condição, a tua inconsistência, abraça o que gostas e o que não gostas em ti, abraça o que lamentas que tenha acontecido ou aquilo a que simplesmente não tenhas chegado. Deus aceita ser provado em tudo para abraçar tudo em ti. Ele repete:  "Eu estou sempre a teu lado, mesmo quando não te dás conta; nunca nada te separou do meu amor". 

Quando compreenderes a natureza do Meu amor – diz Deus -, descobrirás o infinito em ti.

P. Tolentino de Mendonça

12.10.2020

13
Out20

MATRIZ SOCIALISTA MARXISTA NA BASE DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA


Oliveira

Não à Concepção materialista da História e à Colonização da Sociedade pela ideologia do Progresso e do Eco-socialismo

Por: António Justo (Jornalista, AAS)

Diga-se sim, a uma sociedade plural, aberta às diferenças, à diferenciação, à complementaridade das ideias e das coisas sem excluir uma transversalidade de valores materiais e espirituais no âmbito individual e social.

Pela documentação oficial que pude ler em torno da disciplina Cidadania verifiquei muita competência e dedicação na elaboração dos documentos que, apesar de muita coisa louvável, não escapam a uma matriz de sociedade socialista marxista que se vai impondo sem que a sociedade note! Nas sombras dos corredores ministeriais, privilegia-se a forma técnica e o funcionalismo em prejuízo do caracter social participativo/inclusivo, seguindo-se o pressuposto de que “os fins justificam os meios”.

O objectivo que documenta (1), entre outros, é “Desconstruir os diferentes papéis socioculturais em função do sexo”, quando o que prioritariamente precisaria de ser abordado neste assunto era a matriz sociocultural vigente de maneira a poder tratar de forma inclusiva, a nível de matriz, o princípio (energia) da masculinidade e o princípio da feminilidade, em termos de complementaridade.

Tal como genericamente a identificação visual do sexo à nascença não será a única forma de determinar o sexo biológico também as funções sociais vigentes, inerentes ao modelo de sociedade em crise que seguimos, não são suficientes para ajuizar da determinação dos papéis e atitudes a assumir nela. Seria sinal de uma atitude retrógrada pretender-se construir novas atitudes e papéis sociais em função da ideologia materialista que se expressa também no programa Gender (Género); isto revela uma acção de reacção política (a nível de papéis) quando o óbvio seria uma acção coordenada no sentido de ingerência activa dos difrentes grupos sociais.

Ao mesmo tempo é de constatar que alguns princípios doutrinais assentam em pressupostos e em agendas internacionais interessados em formatar e controlar a liberdade do cidadão e da família, considerando para isso a família e a religião já não como fontes de educação, mas como factores de risco e, deste modo, objetos da educação estatal. O conflito identitário entre autoridade familiar e autoridade política encontra-se já programado e a ser implementado sem ter em conta a saúde mental e emocional do educando. É também antinatural e contra a essência do ser das instituições colocar-se a autoridade do Estado e a autoridade familiar em termos de conflito aberto… O que hoje não é feito no sentido da pessoa humana mais cedo ou mais tarde a revolta revela-o como erro.

A regulamentação pretende uma educação formal, imposta de cima; o objectivo declarado é que, já na pré-escola, as crianças saibam “distinguir diferentes expressões afetivas” (bissexuais, homossexuais, lésbicas, etc.); isto, nesta idade, pretende criar -se na criança uma consciência individual de caracter só mental, contra o desenvolvimento natural das faculdades imaginativas, afectivas e lúdicas (caraterísticas desta idade). O sistema já não se limita a controlar o que as pessoas leem e ouvem para passar a estruturar o cérebro das crianças de modo a ter um formato ideário socialista-marxista que facilite o trabalho das elites a atuar na nomenclatura de um governo universal futuro, como Nikita Khrushchev já profetizava (2).  Na China já podemos ter uma amostra desse sistema: oitenta milhões de filiados comunistas são suficientes para governar e administrar mais de 1400 milhões de habitantes.

Quer-se intervir já na idade mais tenra do desenvolvimento (cerebral) da criança de modo a fazer dela um produto cultural ad hoc com percepção meramente cerebral (contra o desenvolvimento natural integral).

Também as crianças têm direitos em relação a pais, estado e sociedade. O direito da criança a uma educação correspondente à idade é profanado em favor de interesses ideológicos políticos (aqui não se está interessado em salvaguardar os interesses e o bem da colectividade mas sim em privilegiar os interesses de grupos conotados da ideologia maoista e marxista (quer-se a construção de uma outra sociedade em nome de valores e direitos de caracter genérico). Pretende-se privilegiar a formação cerebral versus uma formação integral biológica, emocional e psicológica (inerente ao processo etário). Ao acentuarem a in-formação intelectual (meramente mental) afetam os processos mentais, como por exemplo, os processos da cognição e da emoção.

Ao mesmo tempo, a educação provinda do exemplo familiar é considerada de espírito tradicional (retrógrada) e por isso de submeter à formatação ideológica mental, no sentido do Zeitgeist efectivado pela geração 68 e agora concretizado em programa do Estado.

A nova matriz europeia, antropológica e sociológica, a implementar pretende criar um novo tipo de pessoa e de estrutura de valores político-sociais funcionalistas (filosofia utilitarista, mecanicista e materialista), mais conforme ao caracter asiático e árabe). Como na Europa o conceito de indivíduo e a consciência de pessoa se encontram já em conflito com instituições/jerarquias e interesses político-sociais, é do interesse do globalismo marxista e turbo-capitalista continuar o processo desvinculando-os da natureza (da biologia) e dos biótopos culturais (família/Estado/religião cristã) para mais facilmente ser possível a criação de um construto humano artificial baseado apenas nas potencialidades mentais abstractas  (mais aptos também para a manipulação ideológica).  Deste modo, o novo cidadão (produto artificial citadino) quer-se preparado para racionalmente poder legitimar “democraticamente” o surgir de uma nova cultura desenraizada da pessoa e do meio natural, de seus sentidos e da natureza (em vez de pessoa complexa, quer-se o “cidadão” abstrato,  a prole da polis (científica) deve substituir a prole familiar ou natural (uma ética racional simples deve substituir o lugar da religião); isto numa de cidade contra a aldeia, globalismo contra regionalismo e cultura contra natura ao gosto do que a ideologia gender já tenta aplicar. O controlo mental ou formatação sobretudo cerebral, possibilita posteriormente um produto cultural (cidadão) objecto de informação, tornando-o mais manobrável (um variável!) e capacitado para efectivar e legitimar, a longo prazo, uma sociedade que legalize um governo distante,  latifundiário universalista, e tudo isto sob a salvaguarda e o pretexto de educar para os direitos humanos universais (o princípio da universalidade passa a justificar a discriminação do princípio da diversidade dos biótopos familiares, culturais e regionais em prol da funcionalidade da polis e de forças anónimas globalistas). A luta contra a família e contra a religião é a consequência lógica de uma matriz cultural masculina (paternalista) que não tolera o aspecto da religião e da família que albergam ainda o princípio da feminilidade embora as estruturas em que se encontra alojado obedeçam a estruturas de caracter sociológico mais masculinas).

Os promotores de uma sociedade marxista/maoista veem no tipo antropológico e sociológico judaico-cristão ocidental um obstáculo ao seu intento, por isso consideram-no o principal objecto da sua luta.  O seu projecto de formatação de um indivíduo (tipo produto cultural) pautado pela filosofia marxista encontra, principalmente na religião cristã (um dos garantes da civilização ocidental) barreiras naturais intransponíveis  que mais motivam a luta agressiva e desesperada de activistas interessados, não no melhoramento da civilização, mas no caos e confusão a criar nela, minando para isso muitos dos seus valores e diabolizando, especialmente, tudo o que cheire a catolicismo (o catolicismo, por muito estranho que pareça atendendo ao seu aspecto institucional de expressão exterior masculina, é a instituição religiosa dentro das religiões monoteístas que melhor alberga e integra o princípio e a mística da feminidade na comunidade e na pessoa).

De notar que as ideologias e movimentos ideológicos (em especial as de conotação marxista), mesmo a pretexto da defesa da mulher, são, em geral, de caracter machista (ordem patriarcal, postas ao serviço da prepotência da energia/princípio da masculinidade). A ordem económico-social-política estabelecida produz activistas que nas  suas campanhas, a nível profundo, abusam da mulher (fixando o foco da sua actividade apenas no papel/aspecto funcional da mulher) para esta,  em vez de esta se empenhar e lutar por uma maior integração do princípio da feminilidade na matriz cultural, em que o princípio da masculinidade é o factor relevante, adoptar o princípio da masculinidade na sua estratégia tornando a luta ainda mais disfuncionalizada porque a própria mulher é instrumentalizada para, indirecta e inconscientemente incrementar a matriz masculina. Deste modo a luta dá-se mais no sentido de equidade de papéis no trato de homem e mulher e em desfavor da complementaridade dos dois princípios a nível do ser e como tal a luta da mulher, a longo prazo, fortalece paradoxalmente a matriz masculina!

Tal como na China a ideologia marxista quer paulatinamente submeter a religião à ideologia da crença monolítica de Estado (masculinidade pura!), não aceitando o princípio original cristão da soberania da pessoa humana (este princípio fundamental relativiza o poder absoluto de qualquer regime, Estado, ideologias e religiões enquanto instituições); na luta contra o cristianismo (a religião mais perseguida no mundo atual) une-se a ideologia capitalista liberal (Soros, etc.) à ideologia socialista materialista porque interessadas na criação de um tipo de sociedade formatada, autoritariamente de cima para baixo, de apenas consumidores de bens materiais e de ideias feitas; programam-se assim meros clientes e proletários para uma nova sociedade de mero consumo de mercadorias e de ideias.

Como fontes de valores e da moral bastará então recorrer-se (à sociologia) a estatísticas que tudo legitimarão, no sentido de uma “democracia” materialista regida apenas por uma pequena oligarquia com um grande aparelho administrativo controlador de uma clientela tipo proletariado. Suportam, no máximo, um cristianismo reduzível apenas a uma ética que então seja substituível pelo marxismo/maoísmo que, nesse caso, assumirá, com facilidade, tornar-se uma espécie de supraestrutura de caracter religioso.

A essência da sociedade e do cidadão deixará de ser orgânica para se tornar meramente formal e funcional (sociedade tecnológica).

É verdade que a sociedade que temos construído se tem afirmado de maneira controversa e manipuladora (instituições e elites à margem da filosofia e da pessoa como ser espiritual); menosprezam a alma e o espírito, a nível de pessoa e de comunidade e assim viabilizam ser infiéis à humanidade; mas as agendas ao gosto do tempo marxista em via prescindem até dessas potencialidades humanas vivas no povo para as reduzirem a princípios abstratos; a era socialista que agora se quer artificialmente impor nega a essência do Homem como ser espiritual, não querendo saber da sua ipseidade e do seu sentido metafísico. Negada a espiritualidade do ser humano é consequentemente negada a sua criatividade e liberdade de ser aberto; passa a legitimar-se então a sua instrumentalização à qualidade de ser mero objecto em função da ideologia e da sociedade (o cidadão gerado apenas pelos direitos que seu pai Estado lhe concede torna-se num pateta alegre inconsciente da  da pobreza da sua dependência: então, o porteiro da consciência deixa de ser Deus – perde a ipseidade – para se tornar o Estado no porteiro da sua consciência). Então o Homem deixa de encontrar a sua definição em si mesmo para ser definido a partir do exterior por uma forma de sociedade e em função desta (razão última do seu sentido individual!).

Torna-se indispensável uma discussão alargada na sociedade portuguesa, sobre o que está a acontecer sem que a consciência nacional o note, dado os governantes se terem desobrigado da discussão de tais temas, a pretexto de seguirem agendas e compromissos internacionais (basta-lhes para isso uma prática do levantar o dedo no parlamento, sem discussão pública, e depois deixar ao autoritarismo ministerial a função de implementar tais programas ideológicos sob o pretexto de se seguir a ciência e a maioria parlamentar: esta tática é mais observável em Portugal e em países de governo socialista como é o caso da Espanha e em Estados onde o povo está ausente, como acontece em África e na américa latina). Se observarem também neste proceder se torna constatável e notório o princípio masculino dominador: a masculinidade que transforma o povo em seu campo a ser sulcado pelo princípio da masculinidade!).

Atendendo ao biótopo cultural em que Portugal se encontra, torna-se legítima a exigência de uma pedagogia ancorada na filosofia e mística judaico-cristã com a correspondente imagem humana e social da liberdade cultural, da igualdade política, da fraternidade económica e do horizonte espiritual aberto, onde o Homem é princípio e fim, como se vê no seu protótipo Jesus Cristo.

Não chega para isso a nomeação, por superiores, de comissões de técnicos que elaborem princípios e estratégias baseados apenas em cientistas seguidores de doutrinas socialistas ou de um humanismo abstrato (a flutuar em águas ao gosto do tempo) sem incluir a necessária colaboração de todas as “forças vivas” da nação, na elaboração dos documentos e sua aplicação prática (seria aqui necessária uma estratégia feminina, criadora, de baixo para cima e não de cima para baixo!).

O problema não estará na escola nem na família, mas sim nos referenciais impostos a seguir. Em vez de se seguir os ditames da Constituição portuguesa (como referi no artigo https://antonio-justo.eu/?p=6087 ), uma parte restrita da sociedade portuguesa sente-se legitimada, a partir do miradouro do Parlamento,  a implementar  apenas o preâmbulo da Constituição que ainda considera a sociedade socialista como meta a atingir.  (Esta minoria até a nossa Constituição desrespeita, para endoutrinar a sociedade portuguesa na traição a si mesma; essa minoria, com voz altifalantada através de constelações de poder à la Geringonça, secundada por políticos conservadores fixados no seu momento e tudo apoiado pelos Media subservientes, aplanam os caminhos do modernismo materialista).

O facto de a disciplina “Educação para a Cidadania” ser motivada ou fundamentada nos Direitos Humanos não a iliba de análises crítica e muito mais quando se pressentem autoritarismos monopolistas do Estado (ou de outras procedências aninhadas nele). De boas intenções está o inferno cheio! A dúvida é o melhor crivo em relação ao certo e ao errado e uma boa companheira para se construir futuro; isto também em questões fundamentais como esta da educação de um povo!

 Aceitar a diferença, outras culturas, homossexuais ou bissexuais não implica a necessidade de uma formação única para tal: implica sobretudo o respeito da dignidade da pessoa e o direito de cada um elaborar a sua vida no sentido da sua felicidade e na aceitação da diversidade de grupos e de modos de viver diferentes. Para isso meio adequado encontra-se no âmbito cristão de quem o filho pródigo será o socialismo marxista.

O artigo continua na próxima publicação com o título “Concepção materialista da História”

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Notas em “Pegadas do Tempo”, https://antonio-justo.eu/?p=6132

10
Out20

O Reino de Deus: um banquete que salva


Oliveira

HOMILIA DO 28.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

11 de Outubro de 2020

     Irmãs e irmãos, a festa de casamento costuma incluir um alegre banquete, com pessoas em convívio, em amizade, com música… A Liturgia utiliza esta imagem para indicar o banquete de Deus para todos os povos no seu Reino.

     O Reino de Deus é como um banquete de festa

     Primeira leitura

      Isaías anuncia o banquete que Deus quer oferecer a todos os seus filhos. Diz assim o profeta: “O Senhor vai preparar um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces”.

     Nós somos convidados. «Acolher o convite de Deus e participar nesse “banquete” é aceitar viver em comunhão com Deus. Dessa comunhão resultará, para o homem, a felicidade total, a vida em abundância» (Dehonianos). Continua assim o profeta: “Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a salvação”. E com a esta imagem do banquete anuncia também o tempo messiânico, a vinda do Messias, Cristo Salvador, a Igreja, o Reino do Céu.

     Ouvindo as palavras de Isaías o povo terá compreendido: como é bom o nosso Deus! Ele está connosco! Ele prepara-nos um banquete que nos salva.

     Algum dia o Senhor nos dará este banquete, e enxugará as lágrimas de todas as faces? Se as pessoas aceitarem a aliança com o nosso Deus, esse reino poderá ser já no mundo, e um dia em plenitude no céu, onde “veremos Deus face a face” (1Cor 13,12).

     O Reino de Deus é Jesus que nos conforta

     Segunda leitura

     Paulo, na carta aos filipenses,  transmite-nos a sua alegre experiência do encontro com Jesus. Ele estava na cadeia quando escreveu esta carta, mas a sua experiência levou-o a sentir que Jesus era tudo na sua vida. Paulo agradece aos destinatários de Filipos as ajudas recebidas graças ao bom coração deles. E Paulo era tão feliz com Cristo que escreveu: “Tudo posso n’Aquele que me conforta”.

     O Reino de Deus no banquete da Eucaristia 

     Evangelho

     Jesus apresenta-nos uma alegoria para nos dizer algo muito importante. Fala-nos do banquete que é o seu reino, e começa com esta parábola: um rei fez um grande banquete, com requinte de felicidade. E fez convites para esse banquete.

     Mas um ponto particular da parábola está no facto de aceitar ou não o convite. E recusar o convite é recusar a salvação.  É afastar a mão que nos quer salvar.

     Podemos ver nesta imagem o sacramento da Eucaristia. Recordo um hino da Liturgia: “Ó sagrado banquete em que se recebe Cristo; em que a nossa alma se enche de graça, e nos é dado o penhor da vida eterna”.[1] Nós sabemos que a Eucaristia é o encontro com Jesus ressuscitado, com a sua presença salvadora. Diz-nos o Papa Francisco: “Convido todo o cristão, em qualquer lugar ou situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro com Jesus Cristo”. (A Alegria do Evangelho” n.1). O encontro com Jesus no banquete da Eucaristia!  E podemos perguntar:  estamos preparados com as vestes próprias do banquete?

     Um testemunho sobre a Eucaristia: O jovem Carlos Acutis foi modelo de santidade alegre. Dizia ele:  “A Eucaristia é a minha autoestrada para o céu.” Morreu com 15 anos em 2006. (beatificado em 10 de Oututbro 2020).

     Jesus deve ser a pessoa mais procurada por nós.  “Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça…e tudo o demais vos será dado por acréscimo(Mt 6,33). Deus envia o seu Filho ao mundo para as núpcias com a humanidade. Aceitamos o convite de Jesus para o seu banquete?

                                                                          Pe. Antonio Gonçalves, SDB

[1] Hino composto por São Tomás de Aquino, um hino que veio a ser incluído na Liturgia.

07
Out20

REZAR A GRATIDÃO


Oliveira

É mais fácil recordar a pequena gratidão que os outros nos devem do que aquela sem medida que nos torna devedores de todos. Não reparamos, ou nem sempre reparamos, quanto a nossa vida é amparada por uma coreografia anónima de gestos que generosamente confluem ao nosso encontro; quanto é sustentada pela multiplicação quotidiana de dádivas, pela laboriosa fadiga de uma multidão de conhecidos e desconhecidos, pela conspiração benevolente do amor. Não reparamos, ou nem sempre reparamos, quanto dependemos desse fluxo de vida que é maior do que nós e no qual tantas mulheres e homens se empenham intensamente. É mais fácil considerarmos que tudo o que temos é um direito natural e adquirido, em vez de aceitarmos a mais manifesta das verdades: que a vida é dom, que as coisas mais importantes nós as recebemos como pura graça, que tudo o que é amável nos excede. É mais habitual nos dividirmos entre a reivindicação áspera e o resmungo exasperado, prisioneiros da sonâmbula ingratidão que se torna um labirinto, em vez de encontrar tempo para aquela gentileza espiritual que nos faz expressar mais vezes o reconhecimento fundamental que devemos aos outros. Por isso Te peço Senhor: dá-me um coração bondoso, humilde e grato. Dá-me um coração consciente até ao fim de que é um coração hipotecado.

Cardeal Tolentino de Mendonça

5-10-2020.

07
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

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Oliveira

“Enteléquia” e “Terra Convida”: Invitatórios

para equilíbrios na resiliência [Imagens]

Porque havemos de cuidar das árvores? Como promover nelas, sem excluir outras, relações de fraternidade e arquiteturas de hospitalidade? Onde, por exemplo, até Deus se pode refastelar, como lhe sugeriu Abraão à porta da sua tenda? (cf. Gén 18,4). Que gestos apagam incêndios? Como viver o luto da sua morte, que nos atinge no rasto de cinza e fumo que turva os céus? As feridas de pragas e podas violentas, e os golpes de abates? De que modos cuidar o jardim terrestre, agras, várzeas e hortos, bouças e baldios? Estarão as árvores a olhar-nos e, como entes fraternais, a demandar a atenção fundada na ‘aliança’ por nós rompida? De diferentes modos, “Enteléquia” e “Terra Convida” são invitatórios para almejados equilíbrios na resiliência.

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Fátima continua a ser dos pobres

e para os pobres

Fátima continua a ser dos pobres e para os pobres e os simples. É certo que as coisas se alteraram muito ao longo de cem anos. Como se alterou toda a sociedade, seja em Portugal seja a nível global. Mas isso não invalida que Fátima seja o lugar da simplicidade, mesmo para aqueles que têm posses. Quem não se tornar simples como os pastorinhos não passa de mero espectador, permanecendo fora do santuário, mesmo que esteja dentro das basílicas. Porque, para entrar verdadeiramente, é preciso ser-se pobre e estar aberto à misericórdia de Deus que dá – dá apenas, de graça, e não vende.

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Pastoral da Cultura, 2020

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