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CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

Espaço aberto a comunicações de antigos alunos do ensino católico em Portugal.

CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE ANTIGOS/AS ALUNOS/AS DO ENSINO CATÓLICO

30
Out20

Santidade, vocação de todos nós

Solenidade de Todos os Santos


Oliveira

HOMILIA - Todos os Santos

1 de Novembro de 2020

    Irmãs e irmãos, uma saudação amiga para cada um de vocês, com votos de alegria e paz nos corações. Hoje perguntamos: Que diz a cada um de nós a Solenidade de Todos os Santos?

    1 – Santos, multidão em volta de Jesus Ressuscitado

     Primeira leitura

     Perante a vida de homens, mulheres, jovens e crianças, que se distinguiram na fidelidade a Deus, pela santidade, posso eu ficar indiferente? Não posso deixar de lado o caminho da santidade. A primeira leitura, do Apocalipse de São João, chama o nosso olhar para “Uma multidão imensa, que ninguém podia contar. Estavam vestidos de branco, … diante do trono e na presença do Cordeiro”.

Quem era esta multidão na presença do Cordeiro? Os santos do povo de Deus e os santos de todos os povos e nações. Estavam na presença do Cordeiro, ou seja, com Jesus, que foi imolado como Cordeiro, pela sua Paixão, morte ressurreição. Dizemos na missa: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. A explicação da frase: “estavam vestidos de branco … na presença do Cordeiro”, vem explicada no final da leitura: estes “são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro”.   São os nossos irmãos que levaram uma vida de fidelidade a Deus e de amor para com o próximo.

  1. Santidade, ver Deus face a face

Segunda leitura 

É também de São João a segunda leitura. O apóstolo diz-nos algo de maravilhoso. Comunica-nos isto:  “Seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é”. São Paulo diz palavraras semelhantes: “Veremos [Deus] face a face” (1 Cor 13,12). Estas leituras abrem-nos o mistério dos que foram santos, e conseguiram a vida gloriosa com Jesus. Um convite à nossa fidelidade e esperança.

  1. Santidade pelas bem-aventuranças.

Evangelho

Podemos perguntar: como seguir o caminho da santidade? O Evangelho indica-nos as bem-aventuranças, que fazem parte do Sermão da montanha, proclamado por Jesus. Bem-aventurados os pobres, os humildes, os perseguidos, os que aceitam o sofrimento e confiam em Deus que nos ama.    

     Uma reflexão: Eu penso que Jesus não quer ver-nos pobres; nem ver-nos a sofrer; nem ver-nos perseguidos; então? Jesus quer que nos entreguemos a Ele confiadamente com espírito de pobres, de que precisa sempre d’Ele. Nós queremos ter Jesus em primeiro lugar, estando libertos de muitas coisas, para que Jesus tenha lugar em nossos corações.

Olhemos a nossa vida com sentido escatológico, como diz o nosso texto:  “Alegrai-vos e exultai, porque é grande no Céu a vossa recompensa”.    

Muitos nossos irmãos seguiram este caminho de santidade: são motivo da nossa festa neste dia primeiro de Novembro. São estímulo para nós, e nossos protectores.

 A nossa vida só tem sentido se for uma vida de santos. A nossa vocação principal é sermos santos. A isso nos anima também a Carta de São Paulo aos Efésios, que diz assim: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso senhor Jesus Cristos, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais… Nele nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele no amor” (Ef 1, 3-4). Quem pode ficar indiferente perante este chamamento, que chega até nós, a partir do Coração de Deus? Escolheu-nos antes de criar o mundo… Para sermos santos. Pensamos na verdadeira identidade do cristão: a santidade.

     Conta-se que o Imperador César Augusto tinha um súbdito com o mesmo nome de César, mas com uma vida pouco regular… Disse-lhe o imperador: ou muda de vida ou muda de nome. Assim, o cristão merce o nome de cristão se a sua vida estiver de acordo Jesus Cristo.

    Assim nos anime o Senhor a compreender a nossa vocação cristã: chamados à santidade.

Pe. A. Gonçalves, SDB

30
Out20

ATENTADO NA CATEDRAL DE NICE


Oliveira

O ATENTADO NA CATEDRAL DE NICE “NÃO É LUTA DO ISLÃO CONTRA O CRISTIANISMO”!

Da necessidade da mudança de uma política multicultural para uma política intercultural

Por António Justo

Esta é a terceira vez que terroristas muçulmanos, desde 2015, atacam a França causando um total de 270 pessoas mortas.  

Desta vez o atentado islâmico não teve como objetivo atingir a Escola francesa, mas sim a Igreja: Dois símbolos importantes da civilização ocidental, odiados pelo radicalismo islâmico! O assassino tunisino de 21 anos, Brahim Aoussaoui, chegado à Europa a 20 de setembro através da ilha italiana de Lampedusa, realizou um ataque à Catedral de Nice (pelas 9 horas, 29.10.2020). Esfaqueou várias pessoas e vitimou mortalmente, duas mulheres e um homem (uma das mulheres, Simone Silva, era uma brasileira imigrada há 30 anos); uma das mulheres foi degolada; o assassino gritou várias vezes “Alá é grande”!

No mesmo dia à noite, no Hermannplatz, Neukölln, em Berlim, cerca de 150 pessoas, na sua maioria homens fizeram uma manifestação contra políticas acusados pelo presidente turco de islamofobia.

O atentado de Nice aconteceu na sequência de o Presidente turco, Erdogan, ter difamado o presidente francês (e acusado políticos ocidentais de islamofobias) e ter ainda apelado aos seus correligionários para boicotarem produtos franceses (1).

Na sua crueldade, o acto lembra um ataque numa igreja em Saint-Etienne-du-Rouvray na Normandia em julho de 2016, pelo qual o "Estado Islâmico" Terormiliz tinha assumido a responsabilidade. Nessa altura, um assassino cortou a garganta do clérigo Jacques Hamel, de 80 anos, na igreja. 

No dizer do bispo do Porto “o atentado, na catedral de Nice, não é luta do Islão contra o Cristianismo”! O bispo quer assim impedir que haja cristãos que desenvolvam agressões contra o islão e afastar a ideia que alguns poderiam ganhar de que haja guerra entre religiões.

Trata-se, porém, de um atentado contra a cultura ocidental, em nome do Islão com o grito “Alá é grande„ e, como tal, supera também o significado religioso. Estamos numa era de passagem da luta territorial entre nações para a luta de guerrilha entre culturas e ideologias (isto também no sentido de uma perspectiva globalista favorecida já não pela guerra, mas pela guerrilha). O atentado, ao ser perpetrado numa catedral, é também contra o cristianismo, dado este ser tomado como o símbolo da cultura ocidental! Os islamistas lutam aqui pela supremacia da cultura árabe e incomoda-os profundamente certos valores ocidentais (“valores republicanos”). Também há responsáveis muçulmanos que acusam o Cristianismo de ser conivente com um Estado secular que consideram antirreligioso. Aqui será de todos, independentemente do aspecto secular ou religioso de cada um, se erguerem contra a barbaridade que persiste em ameaçar a Europa e nela todos os seus habitantes. Seria lamentável se grupos oportunistas se aproveitassem para justificar o caso, com comparações de outrora que não têm nada a ver com o caso.

A postura de Macron relativamente aos cartoons controversos sobre Maomé, por um lado foi boa na medida em que defendia valores humanistas ocidentais e a necessidade dos muçulmanos se integrarem, mas não foi cautelosa ao ser feita de maneira a ferir ou ofender os sentimentos religiosos dos muçulmanos! Que a nossa liberdade se tenha habituado a ridicularizar Jesus Cristo, o Papa e outros símbolos cristãos, isso deve ser visto como abuso e também como tolerância/indiferença dos cristãos em relação à ofensa dos seus símbolos, mas não justifica o hábito de ridicularizar os símbolos ou crenças de seja quem for! Também Macron terá de aprender que religião não é igual a religião! Como chefe de Estado deve cumprir o dever de defender a república e os cidadãos de um extremismo islâmico que é sistémico! Este dever está em falta na União Europeia! Respeitem-se os muçulmanos, mas ponham-se as rédeas ao Islão que é uma religião essencialmente política (religião pacífica nas suras escritas em Meca, e religião radical e do poder político manifestado em muitas passagens (suras) do Corão escritas a partir de Medina ano 622).

Este é o terceiro ataque em dois meses, em França. Na sequência do ataque o primeiro-ministro francês, Jean Castex, elevou o nível de alerta terrorista em todo o país, para o nível "emergência atentado". A segurança de edifícios, transportes e locais públicos foi elevada de maneira a serem colocados 7.000 militares nas ruas!

A política europeia multicultural, até agora seguida, manifesta-se como falhada, ao defrontar-se com uma cultura de tendência hegemónica. Daí a necessidade de uma política intercultural para se evitar a preparação de guerrilhas resultantes de um multiculturalismo desregulado num determinado biótopo cultural. Interculturalidade, complementaridade, bilateralidade e transversalidade são os elementos possibilitadores de paz e de futuro sustentável

Desta vez como de outras a culpa não será do electricista!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6180

  1. O PRESIDENTE TURCO DUVIDA DA SAÚDE MENTAL DO PRESIDENTE FRANCÊS, em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6167

 

O PRESIDENTE TURCO DUVIDA DA SAÚDE MENTAL DO PRESIDENTE FRANCÊS

Como protesto Paris chamou de volta o seu embaixador em Ancara

Depois do assassínio do professor Samuel Paty que tinha mostrado caricaturas de Maomé na aula e foi depois decapitado na rua por um islamista de 18 anos, Mácron defendeu a liberdade de expressão e pôs-se do lado daqueles que mostrem as caricaturas. Mácron disse ainda: "estaremos sempre do lado dos direitos humanos e dos valores fundamentais... A nossa história é a história da luta contra a tirania e o fanatismo. Vamos continuar". Afirmou também que iria tomar mais a peito o extremismo muçulmano!

Como reacção, países árabes e a Turquia iniciaram um boicote de produtos; comerciantes na Jordânia, Kuwait e Qatar tiraram os produtos franceses das suas prateleiras. 

O presidente turco Erdogan acusou o presidente francês de islamofobia, questionou a sua saúde mental e descreveu Macron, entre outras coisas, como um caso de doença que deveria submeter-se a um tratamento psicológico. Também criticou a Alemanha de racista e islamofobia por causa de uma investigação judicial feita numa mesquita de Berlim que foi investigada por alegada fraude de subsídios da Corona.

Sou de opinião que não se deve abusar dos sentimentos religiosos das pessoas, mas nada justifica a agressividade com que todo o mundo árabe e turco reagem contra os que o ofendem.

Segundo DER TAGESSPIEGEL, jovens islâmicos alemães celebram no Telegram o assassino russo-checheno Abdullah Anzorov que se tornou num ídolo e modelo para militantes islâmicos.

Erdogan está também insatisfeito pelas sanções da EU contra a Turquia devido ao conflito entre a Grécia e a Turquia sobre a prospeção de gás e petróleo no Mediterrâneo oriental. O presidente francês pôs-se ao lado da Grécia e de Chipre.

O presidente turco, porque sabe do apoio de milhões de turcos na Europa, avisou o presidente francês: “Não tente uma querela com o povo turco”!  Ele está também consciente da atracção da Turquia como grande potência de mercado para a Europa com os seus 80 milhões de habitantes; sente-se seguro porque sabe da fraqueza dos europeus mais interessados no negócio que na defesa da sua cultura. A Turquia sente-se como a defensora e ampliadora do islão também no conflito contra a Arménia.

Como se nota basta um pequeno contencioso e facilmente temos uma situação de guerrilha na Europa. A liberdade de expressão não pode ser celebrada, como fez a revista cartoon "Charly Hebdo", de maneira a ferir os sentimentos das pessoas. Isto também não justifica o terrorismo, mas é um terreno fértil para os extremistas.

A civilização ocidental está em desvantagem em relação à civilização árabe porque enquanto esta se identifica com a sua cultura (sobretudo religiosa) os políticos ocidentais, em geral, estão interessados sobretudo no comércio e comportam-se como os vendilhões no templo! Erdogan considera as mesquitas como postos avançados do islão em terreno alheio!

É sintomático o facto de os países europeus não tomarem medidas conjuntas contra o extremismo muçulmano!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6167

ALEMANHA EM ESTADO DE EMERGÊNCIA SANITÁRIA POR QUATRO SEMANAS

O Governo disponibiliza 10 mil milhões de euros para prejudicados pelas medidas

As medidas aplicam-se a partir do dia 2 de novembro, Angela Merkel disse (28.10.2020) que temos uma "emergência sanitária nacional”!
Espera, com estas medidas drásticas poder, preventivamente, vir a facilitar o comércio de Natal e as festas natalícias das pessoas e manter os hospitais com a suficiente capacidade de acolhimento.
As pessoas só devem ser autorizadas a passar tempo em público com membros do seu próprio agregado familiar e, no máximo, com um outro agregado.
Serão encerrados restaurantes, bares, clubes, discotecas, pubs e estabelecimentos similares. A única excepção é a entrega e recolha de alimentos para consumo em casa. Todas as instituições e instalações para actividades de lazer devem ser encerradas, incluindo teatro, Ópera, Salas de concerto, Exposições, Cinemas, Parques Temáticos, Casinos, Escritórios de apostas, o sector dos desportos amadores, Piscinas e Ginásios.
O comércio de catering deve permanecer fechado para hóspedes, entregas e vendas fora de casa são permitidas. Estadias turísticas de noite na Alemanha serão proibidas, tendo turistas um prazo para deixar os hotéis..
O comércio por grosso e a retalho permanecem abertos em condições mais estritas. Escolas e Jardins infantis permanecem em actividade.
Devido aos prejuízos económicos que as medidas causam, o Governo disponibiliza dez mil milhões de euros para os prejudicados pelas medidas nestas quatro semanas. O critério de reembolso será de 70% das entradas feitas pela respectiva empresa durante o mês de novembro de 2019.
Falar-se na Alemanha de lei da emergência é questão complicada. Por isso não houve até agora tal lei.
A Baviera foi o primeiro Estado a declarar um "caso de catástrofe" devido ao vírus corona, mas a constituição alemã não prevê um estado de emergência devido a uma pandemia. Não existe uma lei de catástrofes a nível nacional, mas existem as chamadas leis de emergência. Por isso a Chanceler juntamente com os chefes dos estados federados disse que temos uma "emergência sanitária nacional”.
Como é natural na Alemanha, haverá quem apresente recurso em tribunal contra alguma das medidas.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6169

28
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

O exercício da esperança

O humano não é dado de uma vez por todas, mas é uma transformação que precisa de uma orientação, de um projeto, de um propósito pelo qual agir, de maneira a encontrar um sentido. Tem razão Dostoiévski quando afirma que «viver sem esperança é impossível», porque as pessoas às quais é subtraída a esperança tornam-se agressivas, violentas, apáticas, até caírem numa espécie de angústia autodestrutiva.

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Diocese de Viseu convida à descoberta da união entre natureza e património

A «exibição semanal de um local da diocese de Viseu, onde se articulam o património e a natureza» é o novo projeto do Departamento de Bens Culturais, intitulado “Vem e vê o que Deus tem para ti”. A diretora espera que a iniciativa «proporcione o (re)conhecimento de património religioso, que pode ser pequeno no tamanho, simples e de formas populares, mas é fruto da fé e do amor das comunidades, que escolheram para a sua implantação locais expressivos da beleza da criação de Deus». Conheça a primeira etapa deste roteiro.

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“A economia de Francisco” já é «o mais vasto movimento de jovens economistas e empreendedores do mundo»

A iniciativa, inicialmente prevista para março, decorrerá de 19 a 21 de novembro. Vão ser estabelecidas 12 ligações com 115 países, durante quatro horas por dia. No segundo dia de trabalhos decorrerá uma maratona de 24 horas com o contributo de 20 países. Os dois mil inscritos poderão interagir com os relatores. Até hoje, estão acreditados cerca de 300 jornalistas. «Entrámos na era dos bens comuns, e é preciso uma economia nova.» Não basta uma «economia “verde” para ter uma economia de Francisco. São necessárias também a inclusão dos pobres, o protagonismo dos jovens, o cultivo da vida interior.»

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Escuta e prontidão

Há um refrão que Jesus repete muitas vezes, no final de uma parábola ou de um ensinamento, de tal maneira que se tornou uma expressão típica do seu falar: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». Teremos nós ouvidos para ouvir? Podemos dizer que sabemos escutar verdadeiramente? E realmente escutar Jesus? Grande desafio interior, o de nos pormos à escuta. Comporta uma autêntica conversão, uma espécie de renascimento da nossa alma.

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(Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura)

27
Out20

Rezar a pequena música do Outono


Oliveira

(Partilho o texto da oração de ontem do Cardeal J. Tolentino de Mendonça, enviado pelo Ir. Manuel Silva)

(AJOliveira)

Há uma surpresa que nos espera quando partimos em busca da etimologia da palavra “Outono”. Não a encontramos ancorada a qualquer ideia de declínio ou rendição, como provavelmente nos habituámos a pensar. Não é a renúncia resignada que nos revela a sua essência, nem a melancolia de uma qualquer despedida é a sua voz.  Albert Camus escreveu, com delicadeza e desassombro, sobre o seu significado: “O Outono é uma segunda primavera”. Acrescentando a justificação seguinte: “nessa estação, cada folha se torna uma flor”.

De facto, o termo latino autumnus descreve isso: um tempo de crescimento, uma época propícia à abundância e à maturação, uma esplêndida cartografia (de cromatismos, de formas naturais, de odores...) capaz de nos inspirar na aventura sempre recomeçada de viver. No Outono, assistimos à exposição que a natureza faz das suas metamorfoses, expressando nessa dança de cambiantes o seu indómito desejo de existir. Esse espetáculo da transformação dialoga com as mudanças que nós próprios experimentamos e que nem sempre sabemos conduzir. Para sermos os mesmos, para aprofundarmos aquilo que somos, temos de mudar muitas vezes. O Outono – esse laboratório da vida táctil - exorta-nos e consola-nos. Não é por acaso que o símbolo do outono é uma cornucópia transbordante de frutos de toda a espécie.     

Recordo aquilo que a escritora Marguerite Yourcenar contou, de como foi fundamental para ela a lição do jardineiro que lhe fez entender que somente no Outono nos apercebemos da verdadeira cor da vida. A cor não é a pele que envolve a superfície, mas é a lenta expressão de uma verdade interior. O Outono é um convite à sua contemplação. Mas para isso precisamos de reencontrar o silêncio no templo do nosso coração. Precisamos de colocar um casaco, as velhas botas nos pés e sair, sem esquecer a importância de fazer paragens, uma pausa orante que nos ajude a descobrir sob a paisagem coberta de folhas o pulsar intenso da vida como Deus deseja que a escutemos.

C. J. Tolentino de Mendonça

26.10.2020

25
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

«Pensemos o mundo sem as mães:

não tem futuro»

«O papel da mulher, essencial para a história da salvação, só pode sê-lo para a Igreja e para o mundo. Mas quantas mulheres não recebem a dignidade a elas devida! A mulher, que trouxe Deus ao mundo, deve poder trazer os seus dons à história. Há necessidade do seu engenho e do seu estilo. Precisa a teologia, para que não seja abstrata e concetual, mas delicada, narrativa, vital. A mariologia, em particular, pode contribuir para levar à cultura, também através da arte e da poesia, a beleza que humaniza e infunde esperança. E é chamada a procurar espaços mais dignos para a mulher na Igreja, a partir da comum dignidade batismal» (papa Francisco).

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Cardeal Tolentino é «património cultural imaterial português»,

considera presidente da República

O presidente da República considera que D. Tolentino Mendonça é «património cultural imaterial português», e recordou a alocução que o cardeal proferiu por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a 10 de junho, que «tocou tanta gente». Na sua intervenção, o primeiro diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura centrou-se na importância do livro, na sua progressiva substituição pelo ecrãs e ao qual é reservado um papel cada vez mais minoritário. Antes, apontou «três palavras que são como que a arquitetura da presença no mundo da cultura, e que a ligam à amizade».

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Mais Cultura : 24.10.2020

Monumentos homenageiam ONU. Exposição em torno a Walter Benjamin. Torre de Belém encerrada. Acesso livre a 600 obras pela Imprensa da Universidade de Coimbra. Fotografias de Gonçalo Fonseca premiadas. Novo álbum de Lucky Luke. Noites de Queluz. Planeta Dança.

Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro.

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24
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

Olhai como crescem os lírios

«Não vos preocupeis com a vida» (Lucas 12,22). Isto diz-nos Jesus. E isto parece-nos a coisa mais paradoxal que alguma vez podemos escutar, porque, ao contrário, nós nunca nos libertamos das preocupações, que se tornam, quase sem nos darmos conta, o motivo principal da nossa existência.

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“Todos irmãos” é uma encíclica «notável» que se impõe ler, sublinha diretor do “Jornal de Letras”

«O papa Francisco cada vez mais se afirma como uma das maiores e mais exemplares figuras do nosso tempo. Na primeiríssima linha daquelas cuja doutrina e ação contribui para que não se perca a esperança num mundo melhor, mais justo e humano, mais livre e pacífico.» É com estas palavras que o diretor do “Jornal de Letras”, José Carlos de Vasconcelos, inicia o comentário na edição desta quarta-feira do quinzenário. A encíclica apresenta «uma muito aberta, ampla, compreensiva e inteligente visão do mundo, sempre com o sentido de justiça, humanidade e fraternidade que emana do que diz e faz Francisco – e da sua própria figura».

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Guterres e Marcelo na atribuição do prémio Helena Vaz da Silva ao cardeal Tolentino

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vão estar presentes hoje, através de mensagens em vídeo, na sessão de atribuição do prémio europeu Helena Vaz da Silva 2020 a Tolentino Mendonça. Os jurados salientaram a «forte convicção» do cardeal «de que a Igreja não é apenas uma guardiã de seu longo passado, mas que deve estabelecer um diálogo aberto e construir pontes com o mundo da cultura, da arte e do pensamento contemporâneos». Assista à cerimónia em direto.

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Música: Springsteen escreve uma “Letter to you” [Vídeo]

O homem de “Burnin’train” evoca um comboio que o arranca da “mortal cage”, da armadilha mortal. E ainda “Last man standing” é o canto do homem consciente de ser o último sobrevivente de uma banda de amigos, os mesmos que procuravam a magia em algum lugar no coração da multidão, no rito da música. E no fim chega “I’ll see you in my dreams”, delicada elegia dedicada à amizade, com Springsteen que se detém, uma vez mais, na transitória, vaga, incerta fronteira entre a vida e a morte. Mas «a morte não é a última palavra», a morte não termina o jogo, não esgota a corrida, não acaba a música.

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João Paulo I: Nova coleção aprofunda ensinamento e lança «luz definitiva» sobre a morte

A fundação do Vaticano dedicada a João Paulo I, em parceria com a editora da Santa Sé, inaugura um coleção de volumes para aprofundar um ensinamento com frequência negligenciado pela historiografia, e a biógrafa Stefania Falasca considera que os dados investigados nos arquivos abrem uma «luz definitiva» sobre o epílogo da vida do pontífice. As narrativas construídas em torno da morte de João Paulo I ofuscaram a sua figura, pelo que ainda não se conhece a fundo o seu ensinamento e pensamento, que apresenta muitos elementos de premente atualidade.

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As palavras do papa sobre as pessoas homossexuais e a atenção com que devem ser lidas

É justo dar cobertura legal aos casais homossexuais. Conheço este conceito do papa Francisco desde quando era a posição do arcebispo de Buenos Aires, cardeal Jorge Mario Bergoglio, que exprimia o civil dissenso em relação à hipótese de introduzir na Argentina o «matrimónio igualitário» para as pessoas homossexuais, e, infelizmente não escutado, indicava precisamente a alternativa de uma forma de tutela distinta e específica. Por isso, o papa, no trecho da entrevista inserido no documentário, diz «bati-me sempre por isto…», expressão que recolhe as suas palavras de hoje na batalha de ideias de ontem.

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Papa Francisco e a distinção entre matrimónio e uniões civis protegidas pela lei

Independentemente das interpretações mediáticas, a opinião de Jorge Mario Bergoglio sobre os casais homossexuais não mudou nos últimos dez anos. A frase reitera o que já tinha exprimido em 2010, quando, enquanto arcebispo de Buenos Aires, teve de enfrentar o escaldante debate sobre os casamentos homossexuais. Esta quinta-feira, D. Victor Manuel Fernández, arcebispo de La Plata, teólogo e profundo conhecedor do pensamento de Bergoglio, observou como para o papa Francisco, antes e depois da eleição pontifícia, se devem distinguir dois planos.

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Mais Igreja : 23.10.2020

Seleção de informação da Igreja em Portugal e no mundo: rejeição no parlamento de referendo à eutanásia é «lamentável», e médicos católicos pedem veto do presidente da República. Escolas católicas para quem deseja, e não só para quem possa pagar. Câmara de Viana homenageia bispos D. Anacleto e D. José Pereira. EUA: Bispos propõem novena de oração antes das eleições presidenciais. Ecologia integral exige conversão profunda, acentua papa.

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Mais Cultura : 22.10.2020

Síntese da atividade cultural: festival Templo d'Escritas. Teresa Cortez: retrospetiva de 45 anos de carreira. “Pathosformel”, de Vasco Araújo. Festival Vista Curta. “Sonhos do dia e da noite”, coleção de Maria João Fernandes. DocLisboa. Sete filmes portugueses em Bilbau. “Manoel de Oliveira Fotógrafo". Novo museu de arte contemporânea.

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Agenda

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23
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

NB - É intuito da COPAAEC proporcionar aos leitores deste Blog, oportunidade de conhecerem conteúdos importantes publicados na página do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, 2020.

(AGPires)

“Francesco” é um documentário sobre a humanidade, afirma realizador

“Francesco” é um documentário dedicado «a uma humanidade que cria dramas e desastres, e a ele, que com humildade e sabedoria, trata de nos guiar para construir um futuro melhor», diz o cineasta em entrevista. «Para mim, que não sou católico, que sou judeu e nascido como ateu na Rússia, era importante mostrar ao mundo que eu, com a minha perspetiva não religiosa, posso ver o que este homem faz e como nos inspira», assinala. Por isso, optou por uma película «que possa ser vista por jovens e adultos, por diferentes grupos sociais, crentes ou não».

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«Caminho Laudato si’»: Igreja propõe

rota            de peregrinação com a beleza de pessoas,      natureza e cultura

Unir a valorização do território à proximidade experiencial com a ecologia integral, através da celebração, conversão, crise, contemplação, conexão, cura, comunhão, sete palavras que acompanham os sete dias do “Caminho Laudato si’”, que pode inspirar dioceses, paróquias, congregações e movimentos em todo o mundo. «Uma experiência deste género compreende quer uma imersão plena na natureza, quer um encontro com uma cultura e uma diocese, com as suas regiões e a sua vida quotidiana. Porque o caminho aprofunda sempre a relação.»

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Os encontros de Pedro

Card. José Tolentino Mendonça: «Nos encontros que Pedro teve contigo, Senhor, eu rezo a arquitetura dos meus próprios encontros. É verdade: os encontros de Pedro não são lineares, nem óbvios. São muitas vezes desajeitados, confusos, até contraditórios, mas exprimem uma despojada franqueza sem máscaras, que te peço também para mim.»

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A “novidade” do apoio do Papa Francisco                    à criação de leis sobre uniões civis de pessoas do mesmo sexo

O Papa Francisco expressou o apoio à criação de legislação para a união civil de casais do mesmo sexo no documentário “Francesco”, que estreou quarta-feira em Roma. As suas declarações, por muitos na imprensa nacional e internacional consideradas novidade absoluta, situam-se no seguimento de tomadas de posição anteriores. No documentário, Francisco sustenta que as pessoas homossexuais são «filhas de Deus» e «têm o direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família». E acrescenta: «O que temos de fazer é uma lei de convivência civil [para que essas pessoas] tenham o direito a estar cobertas legalmente. Eu defendi isso».

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Amar é preciso

Amar não é um dever, mas uma necessidade para viver. E viver sempre. Com estas palavras podemos lançar um olhar sobre a fé última de Jesus: Ele crê no amor, confia no amor, funda o mundo sobre ele. «Toda a lei é precedida por um “és amado” e seguida por “amarás”. “És amado” é a fundação da lei; “amarás”, o seu cumprimento. Quem afasta a lei deste fundamento, amará o contrário da vida.»

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Mais Igreja: 22.10.2020

A possibilidade de referendo sobre a eutanásia, a reação do episcopado português à declaração do papa Francisco sobre legislação relativa ás uniões civis de casais do mesmo sexo, os adiamentos e a generosidade motivados pela pandemia, os oito séculos da catedral de Metz, a prorrogação do acordo entre a Santa Sé e a China, o assassinato de um sacerdote lusodescendente na Venezuela e o envolvimento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil numa campanha contra as notícias falsas estão hoje na síntese noticiosa da Igreja.

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22
Out20

Cultura e Pastoral da Cultura - Actualidade

Novas sugestões de leitura


Oliveira

«As portas das igrejas não são barreiras, mas membranas permeáveis» disponíveis…

O papa acentuou hoje, 4.ª feira, que «as portas das igrejas não são barreiras, mas membranas permeáveis, disponíveis para recolher o grito de todos». As atitudes que separam a oração do amor ao próximo constituem o que o papa qualificou de «ateísmo prático», porque «não reconhecer a pessoa humana como imagem de Deus é um sacrilégio, é uma abominação, é a pior ofensa que se pode levar ao templo e ao altar».

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O que diz Dante e a “Divina Comédia” a estes tempos de pandemia? - Reflexão do card. Tolentino

«Ao ler estes versos, poderoso e irresistível, toma corpo, aos nossos olhos de leitores, o paralelo entre a cena descrita por Dante e o momento histórico que estamos a viver. Também nós nos encontramos numa espécie de Antipurgatório; também nós experimentamos coisas novas, como a turba de almas que se cruzaram com Dante e Virgílio, e ninguém se sente capaz de dizer experiente do lugar para onde a pandemia nos arremessou. Se desejamos um futuro para a nossa sociedade, temos de enfrentar o purgatório de colocar em questão erros, excessos e omissões. » Reflexão do card. José Tolentino Mendonça.

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Cinema: Estreia “Francesco”,

documentário sobre o papa [Vídeo]

Os ensinamentos e propostas do papa Francisco constituem a linha narrativa do documentário “Francesco”, do realizador norte-americano Evgeny Afineevsky, nomeado para um Óscar, que será estreado hoje, no Festival de Cinema de Roma. A guerra, a violência, os muros que se abrem e as estradas que se cortam, as alterações climáticas, as migrações são alguns dos temas que o cineasta aborda, intercalando entrevistas exclusivas a Bergoglio com depoimentos de pessoas da família, do colégio cardinalício e de outras religiões.

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Sobre o amor

Card. José Tolentino Mendonça: «Na verdade, o amor, para revelar-se, não escolhe esta ou aquela preciosa veste, mas decide-se na exata e difícil nudez da vida normal. O amor não é um estado excecional caracterizado pelo extraordinário e pelo entusiasmo, mas o reiterado percurso de espinhos que conduz à rosa».

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Mais Cultura

A publicação em Portugal de Louise Glück, distinguida com o Nobel da Literatura, o encerramento por tempo indeterminado do núcleo museológico de Avis, a exibição em Portugal de "Listen", de Ana Rocha de Sousa, premiado em Veneza, e o início do festival de banda desenhada da Amadora compõem o roteiro de hoje pela atualidade cultural.

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Mais Igreja : 21.10.2020

O cancelamento do presépio ao vivo em Priscos, a ajuda do papa Francisco a migrantes venezuelanos e a familiares de tripulantes de um navio naufragado, os questionamentos do bispo do Porto ao sistema prisional português, a vida religiosa trapista que se apresta a nascer em Trás-os-Montes e as advertências do bispo de Portalegre-Castelo Branco por causa da romagem aos cemitérios estão na nossa síntese de hoje da Igreja em Portugal e no mundo.

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Sugestões de cristianismo e cultura.

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21
Out20

CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA HISTÓRIA NO GOSTO DO TEMPO (ZEITGEIST)


Oliveira

Amarrados à Corda do Tempo passado e futuro (Divididos pelo Tempo cronológico)

Por: António Justo

A Ideologia do Progresso é uma concepção materialista da história, que tem consequências enganosas para a prática social e individual; na sua concepção política, segue a estratégia, de criar uma consciência revolucionária de classe socialista materialista, incidindo para isso, sobretudo, no âmbito dos pelouros da Justiça, da Educação e dos Media. Para se tornar mais acessível às pessoas, a consciência revolucionária de classe é embrulhada num idealismo internacional militarista que não prescinde e um fervor quase religioso, tendente a substituir qualquer metafísica por um panteísmo imanente de oceano em que a pessoa passa a ser apenas gota!

Quer-se que o medo substitua a esperança, dado este ser mais adequado ao projecto de construção de uma sociedade funcional de progresso técnico-materialista que reduz a pessoa humana a uma peça ou ao nível dos instintos.

Pouco a pouco e sem se notar, a sociedade passa a ser transformada numa mera classe de consciência marxista-leninista de embrulho socialista, a ser movida num contínuo clima de insegurança e de medo. Fomenta-se a consciência de um presente querido ausente e, como tal, indesejado e não vivido, para que seja apenas sentido como grandeza de transição (uma espécie de purgatório da sua utopia da História: um estado de mudança pela mudança que dê a impressão de que o futuro, se torne em utopia condutora suficiente (meio e fim em si) numa atmosfera niilista criada pela própria ideologia mas de que esta paradoxalmente promete libertar-se. Neste estádio intermédio, as novas necessidades consequentes da insegurança e do medo promovido passam a querer ser saciadas por uma esperança de tipo internacionalista que justifica a intervenção de poderes anónimos cimentados também eles pela crença devota de um capitalismo globalista unido a uma supraestrutura de culto socialista. 

Neste sentido, uma esquerda radical, inteligentemente organizada, com uma eficiente estratégica com ONGs, redes e agendas internacionais, apodera-se dos factores (ideais) político-sociais de “desenvolvimento” colocando-se à frente de campanhas portadoras de uma dinâmica de mudança e exigências de transição, que se torna óbvia pelo direcionamento e controlo dos temas que ocupam e dirigem a opinião pública. 

O direito à diferença natural, cultural e existencial é substituído por um igualitarismo de tipo legal (direito positivo) que chega a não respeitar a lei natural e orgânica da diferença que pressuporia uma tolerância existencial e não apenas uma tolerância cultural de meros efeitos funcionais, utilitários e imediatos de conveniência humana e social.

Ao contrário de movimentos político-sociais moderados e de direita, que indolentemente se contentam com o movimento de inércia do desenvolvimento histórico, uma esquerda coerente e esperta aposta num eco-socialismo de autopoder participativo, lutando consequentemente pelas pretensas reformas eco-sociais (a mobilização do autopoder participativo é usada como meio oportuno para atingir o seu indeclarado fim, a saber,  uma sociedade comunista); no igualitarismo tudo se quer funcional, passando para segundo plano o aspecto relacional humano: o que conta é o aspecto funcional no que respeita à satisfação da necessidade social e pessoal, seja a satisfação adquirida através de uma pessoa ou de um gato…

Se a sociedade tradicional chegava ao Homem através de Deus numa tentativa de transformar a natureza e o Homem, a sociedade progressista quer chegar ao Homem através da natureza amarrando-o à ideia materialista dela (por outro lado prescindem dela para explicarem o ser humano apenas como produto da cultura). A cultura torna-se numa pastilha elástica que legitima, por si mesma, a ideologia também ela não mais que fruto da cultura (ver ideologia do género): assim a pessoa passa a ser mero produto de informação, e que se resume na estratégia formação = informação (uma sociedade concebida com o Homem em termos abstratos, legitima a hegemonia já não dos iniciais latifúndios agrários nem dos posteriores latifúndios citadinos – latifúndios bancários – mas sobretudo a “evolução” para os latifúndios de ideias (ideologias) e suas pastagens onde os rebanhos irmanados pela necessidade pastarão. 

Uma necessidade legítima de mudança pessoal e social notória parece, nos termos do Zeitgeist criado, favorecer a luta de agendas e ONGs contra a matriz cultural ocidental (cujo maior equívoco tem sido ser demasiado dualista como queria o poder e a filosofia e não trinitária (dualismo é o contrário do que a teologia e a fé anunciavam no princípio).

Os conservadores mais ligados ao processo económico e às leis da natureza perdem-se, por vezes, na resposta ao presente e descuidam o princípio (axioma) bíblico “no princípio era a palavra, a informação”! No desenvolvimento está a Palavra, a in-formação de que a esquerda se tem apoderado com maior sucesso vendo o ideário da Europa ser cada vez mais transformado no sentido de uma esquerda zelosa de futuro; dos zelotes do templo passou-se aos zelotes do tempo! Estes negam a afirmação do futuro espiritual para a substituírem pela afirmação do futuro no sentido marxista da história (como utopia): os marxistas-leninistas caem no mesmo defeito que criticam, embora defiram nas perspectivas (confiar na vida do além à custa da vida presente ou confiar na utopia de uma sociedade futura mediante a renúncia ao presente, nas duas sacrifica-se o presente); de facto a ideologia do progresso socialista repete de maneira invertida a matriz de esperança religiosa, substituindo a esperança transcendente pela esperança imanente; esta ideologia nega assim o presente, reduzindo-o a mero momento do processo revolucionário, tornando-o instrumento alienatório. Se uns esperam num futuro depois da morte os outros esperam num futuro depois do presente. Há que evitar tanto preconceitos ideológicos como religiosos. Para tal seria oportuno apostarem uns e outros num tempo qualitativo Cairos. Para isso a civilização ocidental teria de entender melhor a fórmula trinitária como processo dinâmico (não a relegando para a vida conventual) e não como algo estático que só pode desaguar no dualismo de um tempo Cronos, um tempo só quantitativo porque fruto e expressão da experiência materializante. Compreender a fórmula trinitária da realidade (humano-divina) pressupõe a consciência do tempo e da realidade como processo, num tempo Cairos de sentido qualitativo, um tempo eterno (transcendendo o tempo), que é o tempo presente sem dimensão. Se fossemos introduzidos na vivência do tempo Cairos, adimensional superaríamos a mentalidade dualista do verdadeiro e do falso, do certo e do errado, da direita e da esquerda, do materialista e do espiritualista; então deixaríamos de viver dependurados na corda do passado e do futuro própria do tempo Cronos.  Cairos é o tempo dinâmico-criativo, o tempo espiritual (processo) e Cronos é o tempo estático medível e como tal materializado. (Somos seres espirituais feitos de céu e terra, num processo inicial dinâmico de estado sólido-líquido-gasoso e como tal com asas que nos possibilitam deixarmos de confinar a nossa existência à qualidade de um viver de mexilhão fixado na rocha.)

No estado da consciência social atual, aqueles, que melhor se apossam do princípio bíblico – Palavra=in-formação=energia=Espírito - não hesitando em abusar dele para os seus fins materialistas (de uma nova sociedade a implantar), serão os que mais sucesso epocal terão, como já se vai constatando na revolução da geração 68. De facto, a realidade divina, a realidade inicial é Palavra, informação, isto é, processo = “in-formação”! Infelizmente quem se apodera da energia in-formada e em formação formatando-a à medida de formatos sociais ganha a dianteira superficial a nível do ter mas não no processo de ser - diferença entre Cronos e Cairos)! (No governo do Covid-19, se observamos as medidas dos governos com a atitude dos cidadãos, dá para entender a dinâmica que se encontra por trás do poder de quem se assenhoreia da palavra/informação como dado estático e isto independentemente da formação do cidadão: a reacção ao medo e a consciência gerada manifestam-se transversais a nível social embora muito longe do meio termo de ouro).  

A estratégia socialista, na sua primeira fase (época da industrialização), foi dedicar-se à apropriação dos movimentos dos trabalhadores (proletariado da industrialização) e agora (época da tecnologia e dos serviços) apodera-se dos meios de informação e do movimento ambientalista de modo a legitimar-se através de uma consciência que se quer ver adaptada e concretizada num eco-socialismo. Esta tem sido também uma jogada inteligente da esquerda abrilista portuguesa, internacionalmente bem planeada e depois executada no seu sentido com os saneamentos de início efectuados a nível de docentes de universidades, escolas, administração e dos jornalistas nos meios de comunicação social (o nosso Prémio Nobel também se empenhou activamente neste sentido!). Na sociedade portuguesa predomina uma visão esquerdista na maneira de observar e equacionar o dia-a-dia social-político e económico (não haveria nada a dizer contra se ao mesmo tempo houvesse uma verdadeira discussão intelectual controversa sobre a situação vivida). No regime de Salazar não havia espírito crítico e no regime de Abril também não o há. A esporádica crítica que há não se encontra integrada no sistema, faz parte apenas de comentários indesejáveis, mas sistemicamente úteis porque dão a impressão de nos encontrarmos em verdadeira democracia. Ontem como hoje, à margem de alguns suspiros de protestos, os governos atuam como se não houvesse povo e o que se nota em marcha são hordas bem alinhadas do regime.

Como bem conseguiram incutir no pensar politicamente correcto (mainstream)  querem ver, de futuro, o ser humano reduzido a produto da natureza bruta e de uma cultura desenraizada negando-lhe a qualidade cristã para possibilitar a elaboração de um ser humano em função de.  No sentido maçónico e muçulmano combatem a crença num Deus pessoal que legitimaria a responsabilidade social e pessoal, preferindo apostar apenas em energias (espécie de imanentismo) que justificam o poder da energia (força) mais forte a aplicar-se na sociedade. Já outrora o escritor Dotojewski alertava para o perigo modernista que queria acabar com Deus e ameaçava a Rússia. Segundo ele a consciência humana sem Deus deixaria de ter porteiro e consequentemente a chave dela passaria para a política! Deus é o princípio criador e ordenador, num processo inclusivo de conservar e inovar ao mesmo tempo; hoje dá-se ainda mais importância ao princípio diabólico = princípio divisor interessado em destruir (desordenar, desconstruir) a ordem natural e humana inicial.

Uma educação para a humanidade pressupõe o acento da formação na dignidade humana individual e inalienável com caracter de verticalidade e transversalidade e implica por isso, alteridade, tolerância e respeito; respeito também pelo adversário; respeito por tudo o que é humano e pela natureza! Não é lícito, em nome do indivíduo abstracto, ou de uma sociedade abstrata, meramente funcional com funcionários e cidadãos funcionais, subjugar tudo ao serviço da máquina estatal; nesse sentido, porém, as estruturas de formação identitária são consideradas disfuncionais. A soberania da consciência individual, a família, a religião, os partidos, os órgãos constitucionais e o biótopo cultural são co-determinantes que em conjunto delimitariam o bom funcionamento orgânico de um Estado. O reconhecimento da diversidade também assume mais relevância no contexto da globalização e da internacionalização da economia e consequentes efeitos migratórios.

O respeito que se deve ao Estado e suas instituições pressupõe a reciprocidade de comportamento do Estado para com as outras instituições (O ser humano, já no nascimento, não subiste sem a família, sem comunidade; comunidade e indivíduo são realidades complementares não podendo subsistir uma sem a outra e menos ainda uma contra a outra.)  As instituições (na qualidade de órgãos) estão primeiramente chamadas a servir o indivíduo para que este subsista na comunidade natural e social no seguimento de um sentido teleológico (a necessidade cria o órgão!). O cidadão não pode tolerar que o Estado se possa tornar cativo de qualquer elite económica ou ideológica.  Na árvore da instituição quer-se cada um em seu galho seja ele político, ideológico ou económico. 

Não é suficiente colocar-se o problema da educação só num contexto político ou administrativo. O necessário debate político levantaria muitas questões numa sociedade que embora arrebanhada tem muitas mansões.

Numa sociedade em que a população cada vez tem mais a impressão de não ser senhora da sua cultura e do seu país torna-se óbvio um olhar crítico a todas as questões sensíveis relativas ao poder, às hegemonias e aos novos dinossáurios globais. Não é legítimo combater o poder nem dogmatismos passados e abafar os que atualmente se querem afirmar descaradamente enquanto se fala dos seus antepassados. Um construto social de categorias interdependentes pressupõe uma perspectiva interdependente de cooperação institucional.

O primeiro problema está na velocidade que se quer imprimir à imposição da mudança, uma mudança não estrutural nem orgânica que se pretende ideológica e mecanicista! Quer-se reduzir o Estado a uma máquina de produzir indivíduos, clientes, consumidores funcionais numa sociedade a funcionar desnaturadamente: por isso abaixo com a religião, com a nação, com a família com a pessoa soberana! Uma sociedade sem pai parece ansiar agora por um Estado autoritário que lhe ofereça segurança…

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6155  

  1.  O vaticínio de  Nikita Khrushchev , Secretário-geral do PC, a 29 de setembro de 1959 na sede das Nações Unidas:  “... Os filhos de seus filhos viverão sob o comunismo. Vocês, ocidentais, são tão crédulos que não aceitarão o comunismo de uma vez, mas continuaremos a alimentá-los com pequenas doses de socialismo até que você finalmente acorde e descubra que já tem o comunismo para sempre. Não teremos que lutar com você. Ambos enfraqueceremos sua economia até que caiam como frutos maduros em nossas mãos. A democracia deixará de existir quando eles tirarem aqueles que estão dispostos a trabalhar e entregarem aos que não estão. "  Concluindo: O SOCIALISMO LEVA AO COMUNISMO

 

A VOZ DOS OUTROS FALA NA NOSSA OPINIÃO MAS AFASTA A NOSSA VOZ INTERIOR

O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento

No nosso cérebro ressoam as vozes dos nossos familiares e antepassados, informações e imagens dos nossos meios de comunicação, etc.
São vozes, nada mais; vozes que moldam as nossas mentes e se expressam nas opiniões que, inconscientemente, adoptamos pensando que são mesmo nossas!
O processo de informação e formatação faz lembrar os grãos (ideias) que entram na mó do moinho! Lembro-me de quando era menino ir levar o milho ao moinho da Pedra Má no rio Arda em determinado dia que nos pertencia. Então, sozinho, no casebre do moinho, sentia-me arrebatado pelo barulho repetitivo da mó que girava girava sem parar, movida pela água do rio Arda.
O cheiro do milho ralado e o cair da farinha transferia-me para esferas da imaginação que hoje, vistas de longe, me fazem lembrar a situação da sociedade e da opinião pública que nos move e mói. Como os grãos,também os nossos neurónios cerebrais são continuamente triturados de maneira a termos todos a mesma ordem de pensamento e a fluir, quais rebanhos, a pastar na praça pública ideias bem penteadas e à moda do tempo.
E assim nos deparamos, cada vez, com mais pessoas que são da mesma farinha ou “farinha do mesmo saco”! O pensamento à esquerda ou à direita deixa de ser semente para se tornar em farinha de engorda que difere apenas nos moleiros que alimenta!
A cultura da polis é como a da agricultura! Temos os agricultores e os fabricantes de ideias bem moídas de maneira a formatarem os grãos das ideias em opinião.
Assim, a voz dos outros se vai sedimentando sobre a nossa voz interior que, muitas vezes, morre atordoada pelo barulho do moinho ao redor. Deste modo, entramos em transe, sem ouvirmos a nossa própria voz porque nos tornamos em meros altifalantes do gosto do tempo (da voz do moinho) que vai moldando as mentalidades de geração em geração. Estas repetem-se na ilusão de serem diferentes das outras…
O reinado do Covid-19 poderia ser uma ocasião para uma pausa, uma pausa para pensar e transpormos até as paredes do próprio pensamento; esta poderia ser a oportunidade de nos possibilitarmos a ouvir a nossa voz genuína, a voz interior, que querer brotar no interior da nossa ipseidade.
O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6144

 

CONTRA CRENÇAS E INTENÇÕES POLÍTICAS PARECE NÃO CONTAREM OS FACTOS

No reinado do Covid-19, tudo se encaixa: o pânico, a banalização das alegações e a manipulação de dados. “Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão” e “em terra de cego quem tem um olho é rei”! Contra crenças ou intenções políticas parece não contarem os factos!
Na escola todos aprendemos que se hoje fizermos testes corona a 100 pessoas e encontrarmos dez pessoas infectadas, mas se amanhã forem 1000 pessoas testadas com o resultado de 100 pessoas infectadas, quer isto dizer que temos uma taxa constante de pessoas infectadas.
Se falar de um aumento de 10 para 100 como crescimento exponencial, então minto e manipulo a opinião pública.
Por exemplo, em Portugal, a 10 de abril foram testadas 10.121 pessoas com um resultado de 1.516 casos positivos, o que corresponde a uma percentagem de 15,1% de infectados.
A 14 de Outubro foram testadas 30.366 pessoas com um resultado de 2.072 casos positivos, o que corresponde a uma percentagem de 6,7% de infectados.
De facto, a apresentação e a interpretação, das estatísticas não têm sido sérias. Quem governa sabe, porém, que o que conta para governar é a opinião criada e não a realidade. A opinião tem maior força que os factos, a não ser que se criem para isso!
Falar aqui de um aumento efectivo baseado em estatísticas da epidemia é enganar cinicamente o povo!
Seria necessário não só noticiar, de cada vez para o público em geral, o número de infectados testados, mas também o número de testes feitos, com a indicação de dados relativos e absolutos, a fim de determinar a taxa exata de infecção? O número de recuperados também teria de ser indicado.
Além disso deveria ser estabelecida uma relação entre infectados pela gripe habitual e apresentar também o número de pacientes que morrem por não poderem ser tratados devido à reserva hospitalar para possíveis pacientes do Covid-10; muitos pacientes de outras doenças morrem por falta de tratamento!
Querer derrotar a pandemia com estatísticas falsificadoras de dados levantados é o caminho falso para se dar resposta ao problema e leva cada um a fazer o que lhe apetece. Para ajudar a confusão há regulamentos que se contradizem; declarações científicas que levam ao absurdo ou são contraditórias também.
Atenção e responsabilidade é exigida para todas as partes. O perigo não pode dar carta branca aos interesses de uns nem à negligência de outros. A diversidade de informações pode ajudar-nos a pensar pela própria cabeça. Efectivamente, o cidadão também tem cabeça para pensar e analisar, desde que tenha oportunidade para fazer uso dessa capacidade!

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6151

21
Out20

Referendo da Eutanásia: noticias e artigos de dias 19 e 20-Outubro


Oliveira

A COPAAEC recebeu do  Dr. António Pinheiro Torres, quanto aqui se divulga para consideração dos leitores do nosso Blog.

(AGPires)

Caros amigos,

Como ontem prometido, aqui vai o que aconteceu nestes dois dias. Lançámos (a IPR) uma carta aberta aos deputados que entre hoje e amanhã lhes chegará ás respectivas mesas. Encontram-na em anexo. Sobre esta iniciativa falam estas duas noticias: Movimento faz derradeiro apelo aos deputados para que não aprovem a legalização da eutanásia e “Ouçam o povo” sobre eutanásia, apela Federação pela Vida.

E alguns dias antes, esta também, sobre a nossa campanha: Movimento contra a eutanásia pede à AR para não aprovar “a mais dramática lei” em 45 anos de democracia.

Entretanto saíram estes artigos: A morte é-me familiar (Laurinda Alves); Dar a vida ou dar a morte (Cristina Libano Monteiro) e Eutanásia: não se escondam do povo (José Luis Ramos Pinheiro).

Estamos a 3 dias do desfecho desta nossa campanha. O que fazer? Isto: usar os espaços de opinião (por exemplo, as redes sociais) a que tenhamos acesso, divulgando aos amigos e ás redes que integramos a informação disponível e, principalmente, participando nesta campanha de gravação de vídeos pessoais a dizer somente “Eu quero o referendo!” como se explica aqui na página Facebook da Caminhada pela Vida em #queremosreferendo.

Um abraço a todos.

Antonio Pinheiro Torres

FederacaoVida.jpg

CARTA ABERTA AOS DEPUTADOS


Senhores Deputados,
1. O Povo, através da forma constitucionalmente prescrita, pediu-lhes o Referendo Sobre a (Des)Penalização da morte a pedido.


2. 95.287 eleitores subscreveram em 30 dias e centenas de pessoas por todo o País angariaram, organizaram e levaram até ao Parlamento essa Iniciativa Popular.


3. O Referendo Sobre a (Des)Penalização da morte a pedido não faz a Lei. Essa só o Parlamento a pode fazer. O Referendo é a decisão prévia à lei.


4. Esta matéria não foi levada ao programa eleitoral dos partidos que elegeram 81% dos deputados que estão hoje no Parlamento (PS e PSD).


5. Desde os anos 90 e até hoje, o art.º 24.º da Constituição (“A Vida humana é inviolável”) só uma vez foi objecto de derrogação, mas só após 2 Referendos (1998 e 2007).


6. A situação Pandémica tornou ainda mais evidente a importância da Saúde Pública e da saúde de cada pessoa, as dificuldades e limites do Serviço Nacional de Saúde, até na prestação de cuidados primários, e o abandono em que se encontram tantos idosos.


7. A Iniciativa Popular de Referendo e a Democracia Participativa não são meros actos decorativos da Constituição. Completam e reforçam a democracia representativa.


8. As reservas ou oposição, manifestadas, com excepção de dois especialistas, por todas as Entidades ouvidas pela Assembleia da República (organismos de consulta do parlamento, ordens profissionais e movimentos sociais) apelam a uma maior reflexão sobre a (Des)Penalização da morte a pedido.


Senhores Deputados,


Em consciência, ouçam o Povo que os elegeu! Trata-se de uma decisão histórica em que se reclama a afirmação dos valores da Constituição e do Estado Democrático.


Atentamente,


A Comissão Executiva da Iniciativa Popular de Referendo Sobre a (Des)Penalização da morte a pedido

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