2.º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C
Oliveira
Proposta de Homilia para o 2.º Domingo da Quaresma – ANO C - 2022
Aliança de Deus connosco e a transfiguração
Domingo, 13 de Março de 2022
Irmãs e Irmãos,
Que ideia nós fazemos acerca de Deus? Desinteresse? Confiança? A nossa história divina revela-nos que Deus tem paixão por nós. Deus quer abraçar-nos, e espera o nosso abraço.
- Aliança: pacto de amizade entre Deus e nós
Primeira leitura
Podemos olhar para o livro do Génesis, o primeiro da Bíblia. Que vemos? Deus olhou para Abraão e fez aliança com ele, palavras semelhantes a estas como dizendo: Eu contigo e tu comigo. Em sinal dessa aliança, Deus prometeu-lhe uma descendência numerosa “como as estrelas do céu”.
E como agiu Abraão? Obedeceu, deixou a sua terra, os conhecidos, os projectos pessoais. Teve à frente dos seus passos a Palavra de Deus: seguiu a estrela da fé. O nosso texto termina assim: “Nesse dia, o Senhor estabeleceu com Abraão uma aliança”. Mais tarde dirá São Paulo: “Eu sei em quem pus a minha confiança” (2 Timóteo, 2,12).
Nós por vezes encontramos dificuldade em compreender a fé como Abraão compreendeu. Parece-nos que o terreno que pisamos é mais seguro do que as promessas de Deus. Julgamos que os meios materiais são mais úteis do que os espirituais. Vemos as coisas e não Deus. Ora, Deus faz a cada um de nós o que fez com Abraão: aliança de amor. Toda a história da salvação é uma aliança entre Deus e a Humanidade.
- Aliança conduz-nos à nossa transfiguração
Evangelho
Entremos no Evangelho de S. Lucas. Jesus subiu ao monte Tabor, com Pedro, Tiago e João. E transfigurou-se diante deles. As suas vestes ficaram resplandecentes, o seu rosto iluminado. O Senhor que percorreu os caminhos poeirentos da palestina estava ali, diante deles, revestido de luz, cheio de glória, tão brilhante que os três apóstolos ficaram como em êxtase, em contemplação! Talvez esfregaram os olhos, e disseram: Que bom é nós ficarmos aqui para sempre.
Que seria dos apóstolos se não tivessem esta experiência de Jesus, que lhes mostrou algo da sua divindade? Jesus revelou-se, abriu-se ao homem; o homem abriu-se a Deus. Num clima de oração, de intimidade. E os apóstolos descobriram: é preciso escutar Jesus. Na transfiguração, Jesus promete-nos a nossa própria transfiguração.
- A Aliança conduz-nos à ressurreição
Segunda leitura
Nós seremos transfigurados e ressuscitados, diz-nos S. Paulo na leitura de hoje: “Jesus transformará o nosso corpo miserável para o configurar ao seu corpo glorioso”. E conclui com esta expressão carinhosa: “Portanto, meus queridos e amados irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor” (Filipenses, 4,1).
Podemos perguntar: como se realiza a nossa transformação ou ressurreição? Ela começou com o nosso baptismo; e continua na Eucaristia. Por isso dizia Madre Teresa de Calcutá: “a missa é o alimento espiritual que me sustenta. Sem ela [eu] não seria capaz de subsistir um dia nem uma hora sequer da minha vida”[1].
Irmãos, é nosso desejo conhecer a grande proposta de Aliança que Deus nos faz de vivermos com Ele e Ele connosco, pela Fé.
Pe. António Gonçalves, SDB
[1] Pe. Januário dos Santos, Madre Teresa de Cacultá, 2ª ed., p. 45