18.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C
Oliveira
Sugestão da homilia para o décimo oitavo Domingo do Tempo Comum - ANO C - 2022
O reino de Deus em primeiro lugar
Domingo, 31 de Julho de 2022
“Procurai primeiro o reino de Deus, e tudo o resto vos será dado por acréscimo” (Lc 12,31). Caros irmãos, este ensinamento de Jesus ajuda-nos a compreender a Palavra deste domingo.
- Os bens mais importantes aos olhos de Deus
Evangelho
Jesus, neste Evangelho, leva-nos a fazer uma boa escolha. Chama a nossa reflexão para este caminho: Será a abundância de bens que nos torna felizes? Jesus não é a favor da miséria; mas abre o nosso olhar para um perigo: fazermos dos bens materiais os nossos deuses.
Alguém fez um pedido a Jesus, acerca dos bens temporais. Jesus explicou-se com uma parábola: um homem rico pensou em construir um celeiro maior para guardar a sua colheita, e pensou: “vou descansar, comer, beber, regalar-me”. O mal não estaria nisso, mas na sua escolha: esqueceu-se “de se tornar rico aos olhos de Deus”. Disse então Jesus: “a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens”.
Podemos usar uma imagem que não vem no evangelho, e que nos ajuda a colocar empenho no que mais vale. Com as nossas boas obras vamos construindo a nossa morada no céu.
- Os bens materiais exclusivos são vaidade
Primeira leitura.
O livro de Coelet parece dizer-nos uma coisa estranha: “Tudo é vaidade, neste mundo”. Coelet é um livro de Sabedoria; pretende dizer-nos: o principal para as pessoas não está nos bens exclusivos deste mundo. Pensar apenas nos bens materiais, poderia fazer de nós escravos deles. Seriam uma armadilha…
Mas os bens deste mundo serão maus? Quando Deus criou o mundo, disse: “E viu que era tudo muito bom”. Por isso, os bens materiais podem ser bons; o mal está em fazer dos bens materiais o centro de interesse na nossa vida. Jesus diz-nos hoje no evangelho: “Procurai primeiro o reino de Deus, e tudo o resto vos será dado por acréscimo”.
- Aspirar às coisas do alto
Segunda leitura
“O cristão é o homem pascal, aquele que pela fé e pelo baptismo… passou com Cristo da morte à vida” (Missal popular, introdução à segunda leitura). O que todos podemos procurar é viver a nossa identidade cristã: discípulos de Jesus, procurando o reino de Deus. Um exemplo: S. João Bosco, no dia 5 de Junho de 1841, viveu o dia mais feliz da sua vida: foi ordenado sacerdote. Depois, ofereceram-lhe para o seu apostolado, três lugares muito bons, com óptima remuneração. Que fez o jovem padre? Consultou o seu diretor espiritual, José Cafasso. João Bosco não aceitou nenhum desses cargos, e tornou-se o pai dos jovens, sobretudo pobres.
Procurando em primeiro lugar Deus, teremos a paz, que na língua de Jesus se diz Shalom. Harmonia da natureza; Shalom, uma paz que dá a cura; paz que lembra o paraíso perdido do Éden; significa profunda alegria; Shalom. Caros irmãos, disse um dos nossos bispos: “A comunhão [partilha] é o melhor banco, nunca vai à falência” (Manuel Clemente, O Evangelho… Ano C, p. 221). O cristão é o homem pascal: vida com Jesus ressuscitado.
Pe. António Gonçalves, SDB